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ASSOCIAÇÃO FILATÉLICAE NUMISMÁTICA

DE SANTA CATARINA

BOLETIM INFORMATIVO Nº 50AGOSTO DE 2003

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ÍNDICE

Editorial

Gutschein – o dinheiro de Treze Tílias ................................................ 1

Área de proteção ambiental da Baleia Franca ..................................... 8

A assinatura do gravador ................................................................... 12

Perfumes: os caminhos da pesquisa temática .................................... 15

Santos Dumont – Pai da Aviação ....................................................... 20

EDITORIAL

Este boletim de No 50 da AFSC anuncia algumas novidades! A primeira, e dasmais alvissareiras, é que mais uma exposição filatélica regional será realizada neste ano.Trata-se da SULBRAPEX que ocorrerá em Porto Alegre de 31/oututro a 09/novembro.Desnecessário destacar a importância do evento, levando em conta o seu significado paraa filatelia brasileira. Parabenizamos a FEBRAF e a Sociedade Filatélica Riograndensepela iniciativa.

As outras novidades dizem respeito a algumas alterações no âmbito da AFSC.Conforme se pode notar, modificamos o layout do boletim. Esperamos que para melhor!Por outro lado, o colega filatelista Maurício Silva Soares, que há vários anos tem colaboradocom a AFSC na coordenação da nossa VENDA SOB OFERTAS, estará se afastando destatarefa por motivos particulares, o que lamentamos. Portanto, a próxima venda sob ofertasde agosto de 2003 será a última efetuada sob a responsabilidade do caro associado Maurícioque nestes anos muito tem contribuído com a AFSC. Continuará, contudo, participandodas demais atividades da nossa associação. Nosso abraço e agradecimento.

Demétrio Delizoicov

DIRETORIA

A diretoria da AFSC, eleita em agosto de 2003, é composta pelos seguintes sócios:

PRESIDENTE ....................... Luís Cláudio FritzenVICE-PRESIDENTE ............ Demétrio Delizoicov1o SECRETÁRIO .................. Ernani Santos Rebello2o SECRETÁRIO .................. Daniela Ota Hisayasu Suzuki1o TESOUREIRO .................. Rubens Moser2o TESOUREIRO .................. Paulo César da SilvaDIRETOR DE SEDE ............ Ademar GoeldnerDIRETOR JUVENIL ............ Lúcia de Oliveira MilazzoCONSELHO FISCAL........... Eduardo Schmitt

José Luiz SobierajskiLuiz Antonio Oliveira Horn

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GUTSCHEIN – O DINHEIRO DE TREZE TÍLIAS

Rubens Moser - Florianópolis

O TIROL BRASILEIRO

A maior colônia austríaca do Brasil estásituada no Meio-Oeste do Estado de SantaCatarina. O “Tirol Brasileiro”, como étambém conhecida Treze Tílias, conta comcerca de 5.000 habitantes, a maioria delesdescendentes de tiroleses. A arquitetura alpinado Tirol inspira as fachadas e jardins dasedificações do Município. A Comunidademantém viva – através de permanentesmanifestações folclóricas, artísticas e culturais– a tradição tirolesa. Estão ali, tão marcantese originais como na Áustria, as expressões docanto e da dança folclórica e das diversasbandas musicais que, trajando roupas típicas,apresentam-se com o mesmo orgulho e alegrianas festividades e eventos locais como nosmuitos para os quais são requisitados, em todoo Brasil e no Exterior. A produção deesculturas em madeira pode ser apreciada nosdiversos ateliers espalhados pela cidade. Nosoito hotéis e nos restaurantes com gastronomiatípica é comum ser o hóspede brindado coma apresentação de grupos folclóricos. Tambémna produção de doces e conservas, chocolatecaseiro, bordados e confecções, móveis

esculpidos e laticínios em geral estãopresentes a vocação dos fundadoresaustríacos. Treze Tílias sintetiza umacomunidade próspera e feliz, voltada para oturismo e para a qualidade de vida de seushabitantes. Ao visitante que desfruta oambiente familiar, tranqüilo e confortáveldaquela cidade, não ocorrerá cogitar sobre asdificuldades e circunstâncias que motivaramos pioneiros, em passado não muito distante...

CONTEXTO HISTÓRICO

“Depois de perder a I Guerra Mundial,a Alemanha e o Império Austro-Húngarodesmembrado tornaram-se as naçõesseguintes a se deixar levar pelo redemoinhoda hiperinflação. A moeda austríacaenfraquecida, a coroa, começou a perdervalor primeiro. Caiu do nível anterior àguerra de 4,9 em relação ao dólar para 70mil antes de o governo austríaco conseguircontrolá-la em 1922. A inflação austríaca,contudo, provou ser meramente um prelúdiopara a crise das moedas alemã e húngara.

No final da guerra, os governosvitoriosos da França e da Grã-Bretanhaforçaram ao máximo a extração de dinheirona forma de reparações da Alemanha, quetinha de assumir culpa total por ter causadoa guerra. Sob os termos do Tratado deVersalhes, que o Senado norte-americanorecusou-se a ratificar, mas que foi aceito portodos os governos europeus, a Alemanhaconcordava em pagar praticamente a contatoda pela guerra, mas essa conta não foirecebida até 1921. Apesar de objeçõesamericanas, os aliados apresentaram àAlemanha uma conta de 132 bilhões de

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marcos de ouro, duas vezes a renda nacionalda Alemanha e igual a 33 bilhões de dólares.Para atender a essas demandas, o governoalemão teria de ter gerado um excedente de33 bilhões depois de pagar pelos serviçosbásicos de seu povo. Em função de restriçõesadicionais do tratado, a Alemanha não po-dia vender seus produtos em uma feira paracumprir as reparações, e enquanto o governoemitia mais dinheiro sem qualquer lastro, ovalor do marco começou a cair em 1922.Quando a Alemanha não podia mais efetuaro pagamento da guerra, o exército francêsagiu para tomar a área industrial de Ruhr,que continha as principais minas daAlemanha e as mais importantes estradas.

Após três meses de recebimento daconta, os preços na Alemanha começaram asubir, e ao final do ano eles equivaliam a 35vezes o nível anterior à guerra. Ao final de1922, os preços atingiram 1.475 vezes o nívelanterior à guerra, e logo ultrapassaram umtrilhão de vezes os níveis anteriores. Emmenos de dois anos, o custo de um selo depostagem alemão aumentou de 20 pfennigspara 500 bilhões de marcos. No final daguerra, 1 dólar americano custavaaproximadamente 4 marcos. Em julho de1922, o custo havia subido para 493 marcos.No dia de ano novo de 1923, 1 dólar valia17.792 marcos. Em 15 de novembro de 1923,no auge da inflação, eram precisos 4,2trilhões (4.200.000.000.000) de marcos paracomprar 1 dólar. Um centavo americano tinhao valor equivalente a 42.000.000.000 demarcos alemães. O governo da cidade deWeimar emitiu papel-moeda com tantarapidez que não teve tempo de imprimir am-bos os lados. Atrasos na expedição às vezessignificava que as notas haviam ficadopraticamente sem valor...Os trabalhadoresrecebiam o pagamento diariamente, mas sealgum atraso os impedisse de chegar às lojasantes do horário de fechar naquele mesmo

dia, eles só podiam usar os pacotes de notasde papel como combustível em um fornoporque teriam perdido o valor na manhãseguinte quando as lojas abrissem...

A inflação custou muito caro. O índicede natalidade caiu enquanto o de mortalidadesubiu, particularmente o índice demortalidade infantil, que subiu para 21% e ode suicídio entre adultos.

A inflação terminou em 20 de novembrode 1923, quando o marco alemão chegou a4,2 trilhões em relação ao dólar e o governoretirou todos os zeros e criou o novorentenmark. O novo marco baseava-se emvalores da terra e tinha uma relação de 4,2com o dólar ou um trilhão de marcos para orentenmark. Exausto com a situação, oministro das finanças Rudolf Haventeinmorreu no mesmo dia...

Mais do que qualquer fator, o colapsoeconômico da Alemanha e a grandeperturbação financeira e psicológica quecolocou sobre a classe média e a classetrabalhadora provavelmente abriu caminhopara o extremismo político do tipo que levouAdolf Hitler ao poder no prazo de umadécada.

Com a dissolução do Império Austro-Húngaro como resultado da I GuerraMundial, cada país recém-formado criou suaprópria moeda, mas cada um sofriaproblemas semelhantes aos da Alemanha. Ainflação atacava todos os poderes derrotadosà medida que as moedas da Áustria, Hungria,Tchecoslováquia, Polônia, Bulgária e Gréciasofriam queda uma após a outra.”¹

A COMPANHIA AUSTRÍACA DECOLONIZAÇÃO

No contexto de tão grave crise (tinha aÁustria perdido grandes áreas de seu territóriopara a Hungria, Tchecoslováquia e Itália)muitas famílias – e particularmente os filhos

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dos agricultores – ficaram sem emprego e semterra para desenvolver seu potencial agrícola.O então Ministro da Agricultura da Áustria,Andreas Thaler, apoiado pelo governoaustríaco e decidido a fazer um programa decolonização organizado, trouxe para o Brasilo primeiro grupo composto de 82 imigrantese fundou, em 13 de outubro de 1933, a“Colônia Austríaca Dreizehnlinden” (TrezeTílias). Vários grupos, na maioria origináriosdo Estado do Tirol, na Áustria, juntaram-se aestes pioneiros (entre 13 de outubro de 1933e 24 de janeiro de 1938 foram realizados onzetransportes, totalizando 729 imigrantes). Aaquisição das terras e equipamentos foiviabilizada por empréstimo a baixos jurosobtido junto ao governo austríaco. O terrenoadquirido pela Companhia Austríaca deColonização foi dividido em 200 colônias de24 hectares, podendo cada imigrante escolhersua fração, mediante pagamento a longoprazo. A região levemente montanhosa, ascaracterísticas do clima e do solo foramaspectos considerados determinantes para osagricultores austríacos vindos das montanhas.Num trabalho comunitário foi desbravada amata fechada, abertos os caminhos e estradas,iniciadas as plantações, erigidas as casas eoficinas, pontes e edificações de uso coletivo,inclusive um centro comunitário ondefuncionava o refeitório, moinho, armazém,panificadora, açougue, dormitório, etc.. Se afalta de recursos financeiros, assistênciamédica e educação escolar marcaram o inícioda colonização, as condições se agravaramainda mais com a anexação da Áustria àAlemanha, período atravessado com grandessacrifícios e árduo trabalho. Com a morte doseu fundador, a colônia permaneceu sem líder,nos difíceis anos da II Guerra Mundial.Somente nos anos 50, período no qual foipromovida a regularização fundiária dosterrenos, saiu a colônia do seu isolamento ese desenvolveu econômica e politicamente.

O PIONEIRO ANDREAS THALER

O fundador de Treze Tílias, AndreasThaler, nasceu em Wildschönau, estado doTirol, na Áustria. Ainda jovem tornou-seprefeito de sua cidade e deputado estadual.Foi ainda senador e ministro da agriculturadurante dois mandatos presidenciais: Dr. Kurtvon Schuschnigg e Dr. Engelbert Dollfuss.Realizou três viagens de estudos à Américado Sul, tendo visitado o Chile, Argentina,Paraguai e Brasil, buscando adquirir terraspara um projeto de colonização. Instalado oprojeto da Colônia Austríaca no Brasil emTreze Tílias, foi o seu administrador até aanexação da Áustria pela Alemanha, ocorridaem 13 de março de 1938. Na noite de 27 dejulho de 1939, enquanto ajudava seuscompanheiros a remover galhos de árvorestrazidos por uma enchente e que ameaçavamarrastar uma ponte sobre o rio Papuan, faleceutragicamente o pioneiro nas águas do riorevolto, extinguindo-se assim a sagaempreendedora daquele cuja liderança eidealismo são reconhecidos e cultuados pelagente trezetiliense.

GUTSCHEIN – O DINHEIRO DETREZE TÍLIAS

Face à escassez de numerário, AndreasThaler idealizou e implantou na colônia umaeconomia à base de vales, os “gutschein” – aexemplo dos “notgeld” (dinheiro deemergência), os “gutschein” haviam sidolargamente utilizados na Alemanha e Áustriano período que sucedeu a I Guerra Mundial.Outras motivações para a adoção dos valesforam: o custo da viagem e da aquisição dosterrenos foi financiada para retorno gradativo,com base nas riquezas aqui geradas; era umaforma prática e conhecida pelos imigrantes; aremuneração dos trabalhos comunitários eraum pressuposto do projeto de colonização.

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Os vales aqui instituídos tiveramcirculação no âmbito da colônia e eramadministrados pelo ministro – como erachamado Andreas Thaler – servindo comomoeda corrente entre os membros dacoletividade e para aquisição de insumos ebens de uso geral, disponíveis no armazémcomunitário. Eram principalmente utilizadospelo administrador para o pagamento dosserviços comunitários prestados peloscolonizadores na abertura de estradas,execução de pontes e outras edificações deinteresse da administração. Eventualmente osdetentores dos “gutschein” promoviam a suatroca – junto ao administrador – por numerárionacional, para aquisição de bens e serviçosnão disponíveis na colônia. Tiveramcirculação no período de 1933 a 1939. Aadministração da Companhia de Colonizaçãosupervalorizava em 20% os “gutschein”quando utilizados para amortizar dívidas daaquisição dos terrenos. Foram emitidos cinco

vales, equivalendo a “meia hora...”, “umahora completa...”, “meio dia...”, “um diacompleto...” e “cinco dias de trabalho prestadoà Companhia Austríaca de Colonização noExterior”. Os vales representam cenas docotidiano na agricultura, e foram executadosem impressão tipográfica através de clichês,com utilização de papel apergaminhado (120g/m²), nas cores azul, lilás, verde e sépia. Astrês peças de maior valor facial contêm achancela de Andreas Thaler. Estas são – nascores e na representação artística – muitobonitas, mesmo se comparadas às mais belasdo tipo. Todas são muito escassas, mas a demaior valor facial é extremamente rara(existem reproduções com utilização de scan-ner e impressora do tipo jato de tinta, sobrepapel mais espesso, aparecendo no entanto oartifício mediante análise cuidadosa, pois aimpressão possui aspecto de levegranulometria, própria do processo, e acoincidência das imagens sobre o papel nasduas faces dificilmente ocorre).

gutschein utilizados na Alemanha

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VALE - Por meia hora de trabalho prestado à Companhia Austríaca de Colonização no Exterior(105 mm ́64 mm – azul)

VALE - Por uma hora completa de trabalho prestado à Companhia Austríaca de Colonização no Exterior(110 mm ́69 mm – lilás)

VALE - Por meio dia de trabalho prestado à Companhia Austríaca de Colonização no Exterior(112 mm ́71 mm – verde, com chancela)

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VALE - Por um dia completo de trabalho prestado à Companhia Austríaca de Colonização no Exterior(119 mm ́75 mm – sépia, com chancela)

VALE - Por cinco dias de trabalho prestados à Companhia Austríaca de Colonização no Exterior(131 mm ́81 mm – azul, com chancela)

CONSIDERAÇÃO FINAL

Considerada a improvisação eprecariedade das instalações disponíveis àépoca, não é de estranhar-se a falta deinformações sobre os vários aspectosreferentes às emissões e circulação dos vales.Com a anexação da Áustria pela Alemanha,os poucos registros existentes foramrecolhidos ao Consulado da Alemanha (emJoaçaba). Os descendentes dos imigrantes nãoretiveram informações precisas quegeralmente interessam aos numismatas, como:local de

emissão dos “gutschein”, quantidade emitidae respectivas datas, quantidade recolhida erespectivas datas, relação entre os vales e odinheiro nacional à época, etc.. Assim sendo,receberei agradecido todas as contribuiçõesque retificarem ou ampliarem as anotaçõesaqui compiladas.

NOTA BIBLIOGRÁFICA

1. Trecho do ótimo livro de Jack Weatherford,A História do Dinheiro, Negócio EditoraLtda., São Paulo, 1999. p. 204 a 207.

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTALDA BALEIA FRANCA

Ernani Santos Rebello – Florianópolis-SC

A APA – Área de Proteção Ambiental– da Baleia Franca foi inicialmente propostapelo PROJETO BALEIA FRANCA em 1999,como forma de assegurar a proteção da maisimportante área reprodutiva das Baleias Fran-cas em águas brasileiras. Sua efetivação legaldeu-se em 14/09/2000, por Decreto Federal ,abrangendo 156.100 hectares de águascosteiras e espaços terrestres contíguos aolongo de cerca de 130 Km de costa, deFlorianópolis ao Balneário do Rincão, nacosta centro-sul de Santa Catarina.

A área marinha abrangida pela APA éfortemente influenciada pela Corrente dasMalvinas, que vem das regiões frias quecircundam a Antártida e banha a costabrasileira na região. Ilhas rochosas pontilhama paisagem marinha da APA, muitas delas degrande importância para a reprodução de avesmarinhas. As pedras que emolduram asenseadas da APA possuem uma flora toda es

pecial, com grande incidência de Bromélias.Servem também para o desenvolvimento davida marinha muito rica e diversificada. Aspraias e os conjuntos de dunas da APA estãoentre as mais belas paisagens catarinenses.

Além da beleza, entretanto, essesambientes abrigam uma vida muitas vezes nãopercebidas pelo visitante, e que merece todaa nossa atenção e proteção. Nos morrosgraníticos e à margem de algumas lagoasainda existem áreas residuais de MataAtlântica com sua diversidade de espécies eimportância como refúgio da fauna. Preservaressas últimas matas é vital.

Como atestam os numerosos sítiosarqueológicos da APA, a presença do homemfaz parte da paisagem há milhares de anos. A“civilização”, que deixou suas marcas emprédios históricos ainda preservados, tambémafetou em muito o ambiente natural, exigindohoje uma atenção redobrada para corrigir os

Máximo Postalpreparado com um cartãopostal da Baleia Francaem seu habitat natural, oselo retirado do Blococomemorativo da Área dePreservação da BaleiaFranca e o respectivocarimbo alusivo àreferida emissão, lançadoem Imbituba-SC.

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erros do passado.BALEIA FRANCA, Um Gigante

Ameaçado. - Chamada de Baleia Franca,Certa ou Verdadeira por ser a espécie maisfácil de ser capturada - por se aproximar tantoda costa na época de reprodução, e produziruma grande quantidade de óleo a partir de suaespessa camada de gordura - esta magníficavisitante da costacatarinense no inverno eprimavera quase foiextinta pela caçapredatória, praticadatanto por frotas baleeirasamericanas e francesasnos séculos XVIII eXIX, como pelamatança praticada pelasArmações da costabrasileira, postos a partirdos quais a BaleiaFranca foi perseguidapor quase 400 anos.Hoje protegida, volta aser vista com freqüência na região, muitoembora seus números - apenas 7.000 animaisem todo o hemisfério Sul - ainda indiquemque ela segue em perigo de extinção. Podendochegar a 18 metros de comprimento e pesaraté 60 toneladas, a Baleia Franca, (cujo nomecientífico é Eubalaena australis, que significa“Baleia verdadeira do sul” ) é a espécie degrande cetáceo que mais se

aproxima das praias. Na costa catarinense,elas podem ser vistas de junho a dezembro,com um pico de avistagens entre agosto eoutubro, até a uns 30 metros da praia! Apesarde estarem protegidas por tratadosinternacionais desde a década de 1930, asBaleias Francas continuaram sendo mortas noAtlântico Sul. Apenas em 1973 o Brasil parou

com a matança da espécie, sendo que o últimoanimal foi morto em Imbituba - SC.

O Projeto Baleia Franca, coordenadopela “Coalizão Internacional da Vida Silvestre- IWC/Brasil”, sediada no Município deImbituba-SC, www.baleiafranca.org.br,iniciou suas atividades em 1982 com aredescoberta da população reprodutiva daespécie em Santa Catarina. Desde então , oProjeto vem desenvolvendo atividades depesquisa e monitoramento, bem como deeducação e conscientização públicas, visandoassegurar a sobrevivência da espécie em águasbrasileiras.

Dentre as atividades de pesquisa emonitoramento mais importantesdesenvolvidas pelo Projeto está aidentificação individual das baleias Francaspelas calosidades, ou “verrugas” que sãocaracterísticas da espécie e são diferentes em

Selo e carimbo comemorativo emitido em 05/06/87, em homenagem aPreservação da Fauna Brasileira,

(RHM C-1550) , lançado em Florianópolis-SC.

Emissão “Cetaceos de Chile”, Baleia Franca,02/11/2002, Santiago, Chile.

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cada animal, como se fossem umaimpressão digital. Através da foto-identificação, os pesquisadores do projetopodem conhecer melhor os movimentos dasbaleias, como seu retorno periódico às áreasde reprodução, informações que sãoessenciais à conservação da espécie.

Como forma de reconhecimento doimportante papel desempenhado na Área dePreservação Ambiental da Baleia Franca, em14/09/2002, os Correios emitiram um blocoe um carimbo comemorativo, representadopela Baleia Franca em seu habitat natural, e omapa delimitando a sua área de abrangência,com desenho de autoria da artista catarinenseAlbertina Prates.

No Período entre 13 e 20 de setembrode 2003 será realizada em Imbituba a VIISemana Nacional da Baleia Franca, a comuma extensa programação, visando uma vezmais celebrar a presença das baleias francasem nossa região.

Dentre as atividades programadas,destacam-se a inauguração do Museu daBaleia de Imbituba, no dia 17, e do CentroNacional de Conservação da Baleia Franca,no dia 20.

Texto reproduzido parcialmente da publicação“Guia do Visitante”, editado pelo Projeto Baleia Franca,devidamente autorizado pelo autor, Dr. José TrudaPalazzo Jr., coordenador do Projeto e Presidente da ONGIWC/Brasil.

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A ASSINATURA DO GRAVADOR

Daniela O.H. [email protected]

Em um dos estudos pelo belo trabalhodesenvolvido para a segurança das cédulasnacionais, encontrei por acaso na cédula de200 Cruzeiros, que circulou entre 1981 a1986, uma peculiaridade que me chamouatenção. A palavra ‘NEVES’ está bem legívelentre os elementos de segurança, esta marcase encontra no ombro direito da PrincesaIsabel (1846-1921). A figura apresentada temuma ampliação de 60 vezes para uma nítidavisualização das letras. Não existe dúvidas, onome está claro e não é uma coincidência doselementos de segurança.

Em busca de uma resposta a quempertenceria este nome, procurei maisinformação no livro “O Dinheiro Brasileiro”,onde, para minha surpresa, o nome de um dosgravadores manuais desta cédula é o sr. JoséMaria das NEVES, o outro é o Sr. Dauro Alvesde Sá. Esta dupla trabalhou mais uma vez nacédula de 5000 Cruzeiros onde aparece aefígie de Castelo Branco.

Acredito que a cédula mais importanteque o Sr. Neves trabalhou foi na cédula de

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500 Cruzeiros do Sesquicentenário daIndependência do Brasil, de 1972 e foi a 1°cédula comemorativa do Brasil, lançada peloBanco Central do Brasil. Com concepção doprojeto gráfico de Waldomiro Puntar, temdetalhes minuciosos de gravação, como ominúsculo texto no reverso da cédula, sobreos mapas, transcrevendo o texto que seencontra inscrito no segundo mapa do Brasil.

Do Sr. Neves temos algumasinformações retiradas da revista Casa daMoeda de 1948, ano II -número 8, onde é mencionadoa data de seu nascimento em31 de Agosto de 1922 emAlagoas, e seu ingresso naCasa da Moeda em 3 deOutubro de 1945. Foidiscípulo de Oscar PedroBorges, que começou seutrabalho na CMB em 1906.No 52° Salão Nacional deBelas Artes de 1947 o Sr.Neves colocou em evidênciaseu talento na secção deDesenho e Artes Gráficas comtrês trabalhos: Retrato de Castro Alves –Retrato de Giovanni – Cabeça de moça(gravuras Xilográficas). Recebeu mençãoHonrosa.

Atualmente, a seção artística da Casada Moeda conta com 19 artistas, dividida emtrês setores: o de desenho (responsável pelacriação de layouts para projetos gráficos), ode talho-forte (encarregado de pesquisar eprojetar produtos metalúrgicos) e o de talho-doce (incumbidos das gravuras manuais desegurança das cédulas). Estes profissionaistrabalham na confecção de vários produtosque precisam estar imunes a falsificação comomoedas, cédulas, selos, cartões telefônicos,bilhete de metrô entre outros.

Entrei em contato com o DEMAT,Departamento de Engenharia de Produto e

Desenvolvimento de Matrizes da Casa daMoeda, para questioná-los se os gravadorescolocam seus nomes ou iniciais nas cédulas emoedas. O Sr. Carlos Roberto gentilmenterespondeu que os gravadores não colocamsuas assinaturas.

Outra dúvida diz respeito às gravaçõesmanuais, se estas não foram substituídas porequipamentos eletrônicos. Fui informada queo DEMAT adquiriu em 2001 um equipamentochamado pantógrafo denominado CNC para

usinagem de moedas emedalhas. Mas, a gravaçãomanual é utilizada na parte deimpressos na gravação detalho-doce, e em moedas, naescultura com posteriorretoque à buril na matriz deaço.

O pensamento quesurgiu foi: Se o Sr. Nevesassinou a cédula da princesaIsabel, porque não assinariaa cédula doSesquicentenário, que é umacédula com mais riqueza de

detalhes? Pois, fiquei pelo menos uma semanaprocurando nesta cédula qualquer referênciaque possa parecer um nome, e não encontreinada. Nem mesmo na cédula do CasteloBranco, não havia nenhum vestígio.

Novamente falei com o Sr. CarlosRoberto do DEMAT para conseguir contatocom o Sr. Neves, mas não foi possível já queele se aposentou há alguns anos.

Com as informações obtidas, podemosconstatar que na realidade as gravaçõesmanuais ainda existem, e é possível que maisalgum gravador ousado possa ter colocado suaassinatura em cédulas até hoje. Nãoconseguimos obter muitas informações sobrea existência de mais assinaturas e detalhes doselementos de segurança. Fica aqui a dúvida,existem mais assinaturas?

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PERFUMES: OS CAMINHOSDA PESQUISA TEMÁTICA

Demétrio [email protected]

Ao participar com minha coleçãotemática, relativa a flores, de uma exposiçãofilatélica regional tive como sugestão dosjuizes incluir o item perfumes. De fato, nocapítulo que denominei “Flores de vegetaisindustrializados” estava ausente estesignificativo assunto que, como sabemos, seliga visceralmente ao tema e ao capítulo.Reconheci, imediatamente, a falha estruturalno plano concebido para a coleção! Mas,paradoxalmente, esta falha e a competenteanálise realizada pelos juizes abriu novoscaminhos para a pesquisa tanto do tema comoa filatélica. Muito embora a reconstrução àposteriori destes caminhos possa, algumasvezes, ter uma descrição que sugira ummétodo, ou abordagem sistemática, não tenhocerteza que no meu caso isto tenha sido destemodo. O que posso afirmar é que formuleialgumas perguntas – que sempre estão nagênese de novos conhecimentos – para asquais deveria procurar respostas de modo apreencher a lacuna na coleção sobre os per-fumes. Não explicitarei aqui, por absoluta faltade lembrança, as perguntas que me fiz! Setivesse previsto a preparação de um artigotalvez eu as teria registrado. Este não foi ocaso! Também não creio que vale a pena tentarreconstruí-las. Ao invés disso apresentoalguns dos achados que me permitiramaprofundar um pouco mais minha temática.

A recordação de uma leitura que fiz,há anos atrás, do interessante livro O per-fume – história de uma assassino (editoraRecord, 1985), de autoria de Patrick Süskind,best seller no período de sua edição no Brasil,remeteu-me à sua releitura, ainda que na di

agonal. Lembrava que o autor ao romanceara vida do personagem central numainteressante e criativa trama que se passa emmeados do século XVIII, resgatava aspectosda história dos perfumes e dos perfumistas.Dentre outras coisas que leitura demandou,foi procurar material filatélico sobre a cidadefrancesa de Grasse, localizada na regiãofrancesa da Provença. Boa parte da ação dolivro se desenvolve nesta cidade, que foi eainda é um dos mais importantes centrosperfumistas da França e do mundo, mantendoinclusive um museu do perfume.

Na pista de material sobre perfumes eperfumarias localizadas em Grasse, procurei,dentre outras fontes, os perfins. Um amigofilatelista, Roberto Eissler colecionador deperfins, auxiliou-me na pesquisa localizandoeste material em catálogos. Assim, além deficar sabendo da existência da perfumariaCRESP-MARTINENQ, localizada em Grassee que ela usou perfins de 1902 a 1910, estapesquisa indicou a existência de perfins deoutras perfumarias situadas em outras cidades,inclusive fora da França.

Encontrei, também, na minha procura,material filatélico que explora de modoexplicito o perfume ou aroma natural dealgumas flores.

Mas o grande desafio era obter dadosa partir dos quais se pudesse relacionar per-fumes mundialmente famosos e os aromasflorais que os constituem! Devido a umsentimento de ceticismo de que tal pudesseser facilmente conseguido, jamais comenteieste interesse com meu correspondentefrancês que tem se empenhado em localizaralgum

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material. Surpreendentemente, há algunsmeses ele me presenteou com um livro quefaz isto! O livro traz muitas informações sobrecerca de uma centena de perfumes franceses,inclusive suas composições florais. Nemtodas, pois o autor informa que por segredoprofissional ou pela antigüidade de algunsdos perfumes não será fornecida a composiçãode seus produtos, que aliás nãonecessariamente se originam de substâncias

vegetais. Claro que também não seencontrarão fórmulas de perfumes, apenas onome das flores que entram na suacomposição. Informação mais do quesuficiente para um filatelista temático avançarna pesquisa. Afinal para que precisaríamosdas fórmulas? Os perfumistas que as inventemou as copiem! Por sinal é sobre a criação,um tanto macabra, de perfumes que o primeirolivro mencionado tem como ponto central.

Itália, 1950, cartão postal enviado de Roma com carimbo alusivo a “PERFUME DE ORQUÍDEA BRANCA”.

França, 1930, cartão postal enviado de Nice (06/05) para Massachusetts com carimbo“NICE SEUS ALPES PERFUMADOS E SUA COSTA FLORIDA”.

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França, 1987, carta circulada com flâmula “GRASSE - FLORES E PERFUMES”, de Grasse (29/12) para Perpigman, apresentando marcas de triagem eletrônica.

Dentre outros centros produtores de perfumes localizados em diversos países, a cidadede GRASSE na região francesa dos Alpes Marítimos é um dos mais importantes, destacando-se mundialmente.

Índia, 1927, telegrama emitido de Bombain (30/12) contendo propaganda de PERFUME E PERFUMARIA.

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França, 1812, pré-filatélico circulado de Grasse para Aix, com valor do porte manuscrito.

Desde há muito tempo a cidade de GRASSE mantém tradição na produção de per-fumes, tendo uma história referenciada, inclusive sediando um museu do perfume. Éconsiderada a cidade dos perfumistas.

França, 1857, carta circulada de Grasse (01/06) para Colônia (04/06) com valor doporte manuscrito. Carimbo de passagem por Marselha (02/06) e por Paris (03/06).

Selo circulado comPerfin - P.H. - da

PerfumariaHoubigant usado

entre1903/1922

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SANTOS DUMONT – PAI DA AVIAÇÃO

Ademar Goeldner - Florianópolis

O Marechal Antônio Santos Dumontnasceu em 20 de julho do ano de 1873 nalocalidade de João Aires, Município dePalmeira, chamado atualmente de SantosDumont, no Estado de Minas Gerais. Namaioridade, após ter concluído o Curso deHumanidade em um colégio paulista, recebeude seu pai, o engenheiro Henrique Dumont,sua parte da herança, a qual lhe permitiu irpara Paris, onde se dedicou ao estudo danavegação aérea, sendo um autodidata noassunto.

Tivemos ainda, um outro brasileiro nahistória da conquista dos ares, o Padre

Bartolomeu Lourenço, que concebeuum aparelho que permitiu elevar o homem aoespaço. No entanto, foi nas mãos de SantosDumond que o desejo de séculos, de fazer ohomem voar, ganhou vida.

Já em 1709 foram realizados testes commodelos reduzidos de balões aeroestáticos, em

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1783 os balões tornaram-se umarealidade; mas foi Santos Dumond queresolveu o problema da dirigibilidade dosmesmos, seu primeiro balão, de cem metroscúbicos, teve o nome de Brasil.

Em 12 de outubro de 1901, o Pai daAviação fez a primeira prova universal dedirigibilidade, usando o aparelho do tipo

alongado, com o número seis,conseguindo realizar o circuito pré-estabelecido, partindo de St. Cloud,retornando à Torre Eifel em tempo recorde,apenas trinta minutos, conquistando assim, oPrêmio Deustch de La Meurthe.

Mas, foi em 1906, mais precisamenteno dia 13 de setembro, que Santos Dumonddecolou alguns centímetros do chão com um

biplano celular mais pesado que o ar,posteriormente elevou-se um metro do solocom a mesma aeronave e, no final daqueleano, ergueu-se 5 metros do solo com olendário 14 Bis, ou Demoiselle, voando 220metros a 40 Km/h, ganhando o título imortalde “Pai da Aviação”.

Alberto Santos Dumond realizoumuitos outros avanços e conquistas na áreada aviação, recebendo inúmeros títulos,prêmios e inclusive um monumento na Françaem sua homenagem.

A Força Aérea Brasileira, criada em

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1941, por ato presidencial, conferiu emcaráter permanente, o posto de Tenente-Brigadeiro para Santos Dumond; e em 1959as Forças Armadas lhe concederam o postode Marechal do Ar, encabeçando a lista dosoficiais aviadores. Finalmente, em 1971 oMarechal do Ar, Alberto Santos Dumond foiproclamado “Patrono da Força AéreaBrasileira”.

Uma das últimas homenagens, e,provavelmente a mais importante, prestada aoPai da Aviação, foi prestada pelo Comitê deNomeclatura da União AstronômicaInternacional, por proposta do MuseuNacional do Ar e do Espaço, do SmithsonianInstitution de Washington, que deu o nomede

Santos Dumond a uma das crateras da Lua.Indiscutivelmente foi um brasileiro de

grande genialidade, conquistando para si epara o Brasil glória e reconhecimentomundiais, mesmo após a sua morte, ocorridaem 1932, como anteriormente assinalado.

Na Filatelia, Alberto Santos Dumont éfigura marcante, sendo uma das principaistemáticas colecionadas e objeto de inúmerase variadas peças, desde selos de vários países,carimbos, envelopes . Na Numismática, o Paida Aviação também foi lembrado, tendo o seurosto estampado na Cédula de 10.000Cruzeiros e na Moeda de 5.000 Réis, doBrasil, de mesmo modo que em cartõestelefônicos.

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