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A filosofia da arte em Schopenhauer e Nietzsche Prof. Dr. Marcos Ramon

A Filosofia da Arte em Schopenhauer e Nietzsche

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Page 1: A Filosofia da Arte em Schopenhauer e Nietzsche

A filosofia da arte em Schopenhauer e

NietzscheProf. Dr. Marcos Ramon

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Arthur Schopenhauer: conhecimento e Vontade

• O corpo pode ser percebido como:

1. Um objeto entre os outros;

2. Princípio imediato da Vontade.

• O ato voluntário e a ação do corpo não estão ligados pela causalidade: são a mesma coisa.

• Reflexão: separa o querer do fazer. Todo ato efetivo da Vontade é um ato corporal. Quando a ação vai contra a Vontade chama-se dor. Quando vai a conforme a Vontade chama-se prazer.

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Schopenhauer

• O corpo é a condição de conhecimento da Vontade.

• Conhecendo nosso próprio corpo, conhecemos analogamente todos os outros.

• A Vontade pode ser acompanhada de conhecimento, mas isso não é algo necessário.

• O conhecimento racional, assim como o intuitivo, pertence à Vontade.

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Schopenhauer (1788-1860)

• Podemos rejeitar o jugo da Vontade momentaneamente (pela Arte) ou permanentemente (pelo ascetismo).

• A Vontade é um esforço sem fim, sem limites ou propósitos. Esse esforço nunca é realizado ou satisfeito.

• A realização dos desejos é uma ilusão.

• A Arte nos coloca diante da Verdade do universo e nos livra momentaneamente do ciclo incessante do sofrimento.

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A metafísica do belo

• A fruição do belo permite a neutralização do sofrimento, um apaziguamento do querer.

• Metafísica do belo, não da arte.

• A beleza está no mundo, mas nem todo mundo consegue contemplá-la por conta própria.

• O artista empresta seus olhos à humanidade.

• A verdade acessada pela arte não pode ser comunicada por conceitos.

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Nietzsche (1844-1900)

• A filosofia tradicional (decorrente de Sócrates e Platão) aponta para um predomínio da razão, do conhecimento lógico-científico.

• Com isso nos afastamos da natureza e dos nossos impulsos vitais, que eram celebrados na antiguidade através dos rituais dionisíacos, da dança e da embriaguez.

• Tragédia: síntese da vitalidade e contradição humanas. Embate entre a vida e o destino.

• Dionísio não habita o Olimpo, mas a natureza. Ele representa a força vital, a alegria de viver, algo próprio da humanidade.

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Apolo e Dionísio

• Dionísio, deus do vinho e da sensualidade, representa nossa existência primária.

• A verdade de Sileno: o melhor para o homem seria não ter nascido, não ser, se nada; a segunda melhor coisa é morrer cedo.

• Apolo, deus da ordem e da razão, representa o homem civilizado.

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A afirmação da vida

• Filosofia: predomínio do apolíneo, da racionalidade, da ordem e equilíbrio.

• A filosofia é "retrocesso".

• O apolíneo e dionisíaco se contrabalançavam dialeticamente. A escolha por um lado da balança gera um desequilíbrio extremo.

• Ausência de Dionísio: repressão do desejo, do corpo, da afirmação da vida.

Martha Graham. Lamentation.

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Nietzsche

• Cristianismo: reforço do apolíneo. Incentivo para uma cultura fraca e decadente, com predomínio de forças reativas. A ideia de verdade e as determinações morais são os instrumentos dessa ideologia.

• Três metamorfoses necessárias à vida:

1. Camelo (reverência à tradição)

2. Leão (fragmentação da fé, espírito livre, niilismo)

3. Criança (afirmação da vida, Vontade de Potência)

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Arte e vida

• É o corpo mais que a mente que interpreta o mundo.

• A verdade se identifica com o mundo e não com o supramundano.

Egon Schiele - Autorretrato

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O Nascimento da tragédia

• Existe uma dicotomia entre o discurso filosófico racional e a expressão artística criativa.

• A forma de vida estética e fundamental e a forma de vida racional é secundária.

• Por conta da inversão de valores a cultura moderna está doente.

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O eterno retorno e o Amor fati

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A vida como arte

• A Arte e a Vontade de Potência são os caminhos para a transmutação dos Valores

• "O homem não é apenas um artista, ele mesmo é uma obra de Arte" (Origem da Tragédia)

• A música e a dança são elogios ao corpo e à vida. Por isso, estas artes são tão agressivas para o homem ressentido da vida.

• O artista impõe o caos. A arte autêntica deve deslocar os valores.

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Nietzsche

• "Aos que desprezam o corpo quero dar o meu parecer. O que devem fazer não é mudar de preceito, mas simplesmente despedirem-se dos seus próprios corpos, e por conseguinte, ficarem mudos (...) Tudo é corpo e nada mais; a alma é apenas o nome de qualquer coisa do corpo" (Assim Falou Zaratustra)

Caspar David Friedrich. O viajante sobre o mar de névoa, 1818.

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