Apostila Des Basico de Carlos Kleber

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  • 5/21/2018 Apostila Des Basico de Carlos Kleber

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    Esta apostila para uso dos alunos do curso de graduao de Engenharia de Produo da

    Universidade Candido Mendes. Reproduo proibida fora deste contexto.

    Universidade Candido Mendes - Niteri

    Coordenao de Engenharia de Produo

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    Professor: Carlos Kleber da Costa [email protected]

    Agosto de 2004

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    1.Introduo

    1.1 Criando um desenho tcnicoO desenho uma forma de linguagem usada pelos artistas. Desenho tcnico

    usado pelos projetistas para transmitir uma idia de produto, que deve ser feita

    da maneira mais clara possvel.

    Mesmo preso por procedimentos e regras, um desenho tcnico necessita que o

    projetista use sua criatividade para mostrar, com facilidade, todos os aspectos da

    sua idia, sem deixar dvidas.

    Do outro lado, uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender seus

    smbolos bsicos, que so usados para simplificar a linguagem grfica,

    permitindo que haja o maior nmero de detalhes possvel.

    1.2 Normas

    So guias para a padronizao de procedimentos. Dependendo do mbito de seu

    projeto, voc pode encontrar normas internacionais, nacionais e internas de suaempresa, que buscam padronizar os desenhos.

    Antes de mais nada, Normas no so leis o profissional pode no se prender atodos os aspectos da norma, desde que justifique e se responsabilize por isso. No

    caso do desenho tcnico, no teremos normas que comprometam diretamente a

    segurana pessoal, porm procura-se sempre manter um padro.

    As seguintes normas se aplicam diretamente ao desenho tcnico no Brasil:

    NBR 10067 Princpios Gerais de Representao em Desenho Tcnico

    NBR 10126 Cotagem em Desenho Tcnico

    Sendo complementadas pelas seguintes normas:

    NBR 8402 Execuo de Caracteres para Escrita em Desenhos Tcnicos

    NBR 8403 Aplicao de Linhas em Desenho Tcnico

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    NBR 12296 Representao de rea de Corte por Meio de Hachuras em Desenho

    Tcnico

    Outras normas podem ser utilizadas para desenhos especficos: arquitetura,

    eltrica, hidrulica...

    1.3 Desenho digital

    Atualmente o usos de ferramentas de CAD (Computed Aided Design desenho

    auxiliado por computador) tornou obsoleto o uso de pranchetas e salas de

    desenhos nas empresas. Um dos programas mais conhecidos o AutoCAD, criado

    pela empresa Autodesk, bastante difundido no mercado.

    Os textos dentro de caixas indicam procedimentos prticos de uso no AutoCAD

    dos exemplos da apostila.

    1.4 Instrumentos usados

    1.4.1 Lpis e lapiseiras

    Ambos possuem vrios graus de dureza: uma grafite mais dura permite pontasfinas, mas traos muito claros. Uma grafite mais macia cria traos mais escuros,

    mas as pontas sero rombudas.

    Recomenda-se uma grafite HB, F ou H para traar rascunhos e traos finos, e uma

    grafite HB ou B para traos fortes. O tipo de grafite depender da preferncia

    pessoal de cada um.

    Os lpis devem estar sempre apontados, de preferncia com estilete. Para

    lapiseiras, recomenda-se usar grafites de dimetro 0,5 ou 0,3 mm.

    1.4.2 Esquadros

    So usados em pares: um de 45oe outro de 30o/ 60o. A combinao de ambos

    permite obter vrios ngulos comuns nos desenhos, bem como traar retas

    paralelas e perpendiculares.

    Para traar retas paralelas, segure um dos esquadros, guiando o segundo

    esquadro atravs do papel. Caso o segundo esquadro chegue na ponta do

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    primeiro, segure o segundo esquadro e ajuste o primeiro para continuar o

    traado.

    Figura 1 - Traando retas paralelas com os esquadros

    Figura 2 - Traando retas perpendiculares com os esquadros

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    ExerccioUtilize ambos os esquadros para traar uma estrela de retas:, usando os

    seguintes ngulos: 0o , 15o , 30o, 45o, 60o, 75o , 90o, 105o, 120o, 135o, 150o,

    165o, 180o.

    1.4.3 Compasso

    Usado para traar circunferncias e para transportar medidas. O compasso

    tradicional possui uma ponta seca e uma ponta com grafite, com alguns modelos

    com cabeas intercambiveis para canetas de nanquim ou tira-linhas.

    Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha o compasso, caso

    contrrio o instrumento est descalibrado. A ponta de grafite deve ser apontadaem bizel, feita com o auxlio de uma lixa.

    Os compassos tambm podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser til

    para grandes circunferncias. Alguns modelos possuem extensores para traar

    circunferncias ainda maiores.

    Existem ainda compassos especficos, como o de pontas secas (usado somente

    para transportar medidas), compassos de mola (para pequenas circunferncias),compasso bomba (para circunferncias minsculas) e compasso de reduo

    (usado para converter escalas).

    1.4.4 Escalmetro

    Conjunto de rguas com vrias escalas usadas em engenharia. Seu uso elimina o

    uso de clculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execuo do

    projeto.

    O tipo de escalmetro mais usado o triangular, com escalas tpicas de

    arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a

    1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma rgua comum (1:1). O uso de escalas

    ser explicado mais adiante.

    1.4.5 Folhas

    O formato usado o baseado na norma NBR 10068, denominado A0 (A-zero).

    Trata-se de uma folha com 1 m2, cujas propores da altura e largura so de

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    2:1 . Todos os formatos seguintes so proporcionais: o formato A1 tem metade

    da rea do formato A0, etc.

    Obtm-se ento os seguintes tamanhos:

    Ref Altura (mm) Largura (mm)

    A0 841 1189

    A1 594 841

    A2 420 594

    A3 297 420

    A4 210 297

    A5 148 210

    Cabe ao desenhista escolher o formato adequado, no qual o desenho ser visto

    com clareza.

    Todos os formatos devem possuir margens: 25 mm no lado esquerdo, 10 mm nos

    outros lados (formatos A0 e A1) ou 7 mm (formatos A2, A3 e A4). Tambm

    costuma-se desenhar a legenda no canto inferior direito.

    1.4.6 Dobragem

    Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de

    dobragem. Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que

    possa ser consultada com facilidade sem necessidade de retir-la da pasta, e que

    a legenda estaja visvel com o desenho dobrado.

    As ilustraes abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro dobra-se na

    horizontal (em sanfona), depois na vertical (para trs), terminando a dobra com

    a parte da legenda na frente. A dobra no canto superior esquerdo para evitar de

    furar a folha na dobra traseira, possibilitando desdobrar o desenho sem retirar do

    arquivo.

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    Figura 3 - Dobragem de alguns formatos

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    2.Conceitos e convenes bsicas

    2.1 CaracteresAssim como o resto do desenho tcnico, as letras e algarismos tambm seguem

    uma forma definida por norma. At pouco tempo atrs as letras eram desenhadas

    individualmente com o auxlio de normgrafos e aranhas. Hoje, tem-se a

    facilidade de um editor de texto para descrever o desenho.

    Exemplo de caracteres usados (fonte ISOCP.TTF que acompanha o AutoCAD)

    ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuwvxyz123456789

    ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuwvxyz123456789Tambm comum usar a fonte Simplex no AutoCAD, em verses anteriores

    ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuwvxyz123456789

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    2.2 Cores

    Desenhos tcnicos, em geral, so representados em cor preta. Com as atuais

    facilidades de impresso, tornou-se mais fcil usar cores nos desenhos, mas no

    se deve exagerar.

    Cada cor utilizada deve ser mencionada em legenda. Pode-se usar cores para

    indicar peas diferentes, ou indicar o estado atual de uma pea (a retirar, a

    construir, a demolir, etc).

    2.3 Linhas

    O tipo e espessura de linha indicam sua funo no desenho.

    Figura 4 - Exemplos de tipos de linhasContnua larga arestas e contornos visveis de peas, caracteres, indicao de

    corte ou vista.

    Contnua estreita hachuras, cotasContnua a mo livre estreita (ou contnua e zig-zag, estreita) linha de ruptura

    Tracejada larga lados invisveis

    Trao e ponto larga planos de corte (extremidades e mudana de plano)

    Trao e ponto estreita eixos, planos de corte

    Trao e dois pontos estreita peas adjacentes

    O uso de cada tipo de linha ser visto detalhadamente nos prximos captulos.

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    2.4 Legenda

    A legenda no informa somente detalhes do desenho, mas tambm o nome da

    empresa, dos projetistas, data, logomarca, arquivo, etc. na legenda que o

    projetista assina seu projeto e marca revises. Em folhas grandes, quando sedobra o desenho, a legenda sempre deve estar visvel, para facilitar a procura em

    arquivo sem necessidade de desdobr-lo.

    Figura 5 - Exemplo de legenda2.5 Entendendo desenho tcnico mecnico

    Como introduo ao desenho tcnico, na grande maioria dos cursos feita o

    desenho mecnico. Logo, nada mais justo do que introduzir o aluno

    nomeclatura usada.

    Abaixo temos um pequeno glossrio dos principais termos usados:

    Aresta reta comum a dois planos; equivale a uma linha no desenho.Broca pea usada para furaes.Brocar Furar com broca.Calo pea (geralmente uma cunha) usada para firmar ou nivelar.Chanfrar realizar um chanfro em uma pea.Chanfroou chanfradura recorte em ngulo em uma aresta da pea.Chaveta pea colocada entre o eixo e a roda, com finalidade de engat-las.

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    Concordncia arredondado de uma aresta, podendo ser interno ou externo.Entalhe corte feito por serra.Escarear abrir um furo em uma forma cnica, geralmente para alojar a cabea deum parafuso.

    Esmerilhar acabamento de uma superfcie.Estampagem obra em folha metlica, em geral recortada.Decapagem forma de alisar, polir ou limpar uma pea.Forjar dar forma a um metal quente a partir de golpes.Fresar operao a partir de ferramentas de corte (fresadora).Limar acabamento de superfcie com lima.Matriz pea empregada em conformar ou prensar uma forma desejada.Orelha salincia de um pea.Polir alisar uma superfcie com feltro ou semelhante.Ranhura sulco aberto em um eixo.Rasgo de chaveta sulco aberto para receber uma chavta.Rebaixo parte cilndrica alargada de um furo.Rebarba excesso de metal resultante de uma operao.Rebite pino usado como ligao permanente.Recartilhar tornar uma superfcie spera por meio de um serrilhado.Ressalto salincia de forma circular.Retificar executar acabamento em uma superfcie a partir de material abrasivo.Roscar abrir uma rosca em um furo ou eixo.Tarraxa ferramenta para abrir roscas externas.Tornear operao de usinagem com tornos.Trepanar executar uma ranhura em forma circular em torno de um furo.Vrtice canto de uma pea; ponto comum a duas retas.

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    3.Construes Geomtricas

    Neste captulo ser visto as relaes geomtricas existentes e como elas podemajudar na construo do desenho, atravs basicamente do uso de compasso e

    esquadros.

    3.1 Conceitos bsicos

    Todas as construes geomtricas partem de princpios bsicos, estudados desde

    a antiguidade. Quando ainda no existia sistemas matemticos bem definidos,

    todo o estudo de geometria era feito atravs dos desenhos. Tais conceitos sovlidos at hoje, mesmo com os recursos disponveis atualmente.

    3.1.1 Locais geomtricos

    Um local geomtrico define uma condio, uma propriedade, ou uma restrio em

    um desenho, que inclusive pode ser expressa matematicamente. Um exemplo

    simples a circunferncia: todos os pontos no trao da circunferncia esto a

    mesma distncia do centro.

    Retas paralelas so outro exemplo de local geomtrico: so dois conjuntos de

    pontos que nunca se cruzam, e que esto uma distncia fixa.

    Em suma, todas as formas no desenho so locais geomtricos, e atravs de suas

    propriedades que iremos relacion-los. Um exemplo prtico:

    - Tem-se dois pontos no espao, denominados A e B, conforme a Figura6, e deseja-se encontrar um terceiro ponto C que esteja mesma

    distncia x de ambos os pontos.

    - Sabemos que a circunferncia define um conjunto de pontos que se

    encontra com a mesma distncia do centro. Com o compasso, pegamos na

    rgua o tamanho x e traamos duas circunferncias, uma com centro em

    A e outra com centro em B. Veja a Figura 7.

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    Figura 6 Figura 7

    - A interseo das duas circunferncias a nossa soluo. Vemos inclusive

    que existem dois pontos vlidos, marcados como C1 e C2, o que perfeitamente plausvel. Caso o problema tivesse maiores restries (por

    exemplo, escolher o ponto mais alto) somente um dos pontos seria a

    soluo correta.

    Figura 8 Figura 9

    - Se escolhermos outras distncias x, veremos outras solues. Veremos

    inclusive que podem haver distncias cujas respostas somente um ponto,

    ou distncias em que as circunferncias no se cruzam, no havendo

    soluo.

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    - O conjuntos de solues, conforme ns variamos a distncia x, pode ser

    definida por uma reta. Esta reta outro local geomtrico, neste caso

    definindo um conjunto de pontos que so equidistantes de A e B,

    contendo inclusive C1 e C2.

    Figura 103.1.2 A borboleta

    Com a prtica ver que no necessrio traar circunferncias inteiras para

    encontrar os pontos. Usa-se somente um trao aonde provavelmente estar oponto. O cruzamento destes traos do compasso chamado informalmente de

    borboleta.

    Figura 11

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    3.2 Mediatriz

    A reta (c) encontrada nas figuras anteriores tambm chamada de mediatriz. Eladefine um ponto mdio entre os dois pontos. Caso os pontos definem uma reta, a

    mediatriz cortar esta reta em seu ponto mdio, dividindo-a ao meio.

    Figura 12 mediatriz e ponto mdioO ponto mdio pode ser encontrado com o recurso object snap (OSNAP), opo

    MID (midpoint).

    3.3 Diviso de uma reta

    Aqui utiliza-se uma escala conhecida (por exemplo, a rgua ou escalmetro) paradividir uma reta em vrias partes iguais.

    - Trace uma segunda reta (BC), com qualquer comprimento, mas com um

    vrtice em comum com a reta a ser dividida (AB).

    - Divida a reta BC com sua rgua. No exemplo, vamos dividir em 5 partes,

    faremos uma reta de 5 cm, marcando cada centmetro.

    - Ligue os extremos A e C.

    - Com os esquadros, faa retas paralelas AC, transferindo os pontos da reta

    BC para a reta AB.

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    Figura 13 - diviso de uma retaAlm de retas, pode-se dividir arcos e circunferncias com o comando DIVIDE. A

    diviso marcada por pontos (os mesmos criados pelo comando POINT) que

    podem ser selecionados como qualquer objeto.

    3.4 Traar um reta passando por um ponto, paralelo a outra

    reta

    Este trao feito facilmente com os esquadros. Caso no tenha disponvel os

    esquadros, h um mtodo alternativo:

    - Seja uma reta AB e queremos traar uma paralela que passe pelo ponto P.

    Com o compasso centrado em P, traa-se um arco de tamanho qualquerque intercepte a reta, achando-se C.

    - Sem alterar o tamanho no compasso, centre no ponto C e trace um arco,

    que passar pelo ponto P e interceptar a reta novamente, achando-se D.

    - Com o compasso, ache a distncia entre P e D e, centrando o compasso em

    C, trace um terceiro arco, interceptando o primeiro arco em E.

    - A reta paralela est definida pelos pontos E e P.

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    3.5 Construir um tringulo, sabendo-se os trs lados

    Este problema similar ao ponto equidistante a dois pontos, com a diferena que

    as distncias no so iguais.

    - Trace um dos lados, definindo a posio de dois pontos.- Pegue a medida do segundo lado e trace uma circunferncia com centro no

    primeiro ponto.

    - Pegue a medida do terceiro lado e trace uma circunferncia com centro no

    segundo ponto.

    - A interseo define o terceiro ponto. Podem haver duas solues.

    3.6 Construir um hexgono regular

    O hexgono possui a propriedade de ter seus lados com o mesmo tamanho docrculo que o inscreve.

    - Trace uma circunferncia cujo raio o tamanho de um dos lados do

    hexgono. Esta a circunferncia no qual o hexgono estar inscrito.

    - Define a posio de um dos vrtices do hexgono.

    - Com o compasso aberto no mesmo tamanho do raio, trace os vrtices

    vizinhos, em cima da circunferncia, desta forma dividindo-a em seis lados

    iguais.

    - Ligue os vrtices, encontrando o hexgono.

    3.7 Construindo polgonos regulares com os esquadros

    Aproveitando os ngulos dos esquadros e sabendo-se os ngulos de alguns

    polgonos regulares, podemos constru-los com facilidade:

    PolgonoNmero

    de lados

    ngulo

    interno

    Quadrado 4 90oHexgono 6 60o

    Octgono 8 45o

    - Trace o primeiro lado do polgono e marque seu comprimento com o

    compasso.

    - Trace os lados adjacentes a este polgono com os esquadros, marcando o

    mesmo comprimento com o compasso.

    - Continue at fechar o polgono.

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    3.8 Construir uma circunferncia passando por trs pontos

    Sendo trs pontos consecutivos A, B e C; traar as mediatrizes de AB e BC. O

    cruzamento das mediatrizes o centro da circunferncia.

    3.9 Tangentes

    Uma reta tangente a uma curva perpendicular ao raio da curva no respectivo

    ponto. Logo, para traar corretamente uma tangente, necessrio obter o ponto

    de tangncia.

    3.9.1 Reta passando por um ponto, tangente circunferncia

    Caso o ponto P esteja sobre a circunferncia, trace uma reta do centro (O) at o

    ponto P. Com o auxlio dos esquadros, trace uma reta perpendicular a OP, queser a tangente.

    Caso o ponto P esteja fora da circunferncia:

    - Ligue o centro O at o ponto P.

    - Ache a mediatriz do segmento OP, encontrando-se M.

    - Trace uma semicircunferncia centrada em M, passando por O e P, e

    cruzando a circunferncia. Este o ponto de tangncia T, encontrado pela

    propriedade em que o ngulo OTP sempre ser de 90o.

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    Figura 14 - Tangente de um ponto exterior3.9.2 Circunferncia tangente a duas retas (concordncia)

    Esta representao aparece em muitos desenhos tcnicos, por exemplo, aondeuma pea tem seus cantos aliviados para minimizar os esforos mecnicos. A

    concordncia tambm surge em peas fundidas, aonde no se consegue cantos

    agudos sem haver um trabalho de usinagem.

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    Figura 15 - Concordncia entre duas retasDadas as retas r e s, no qual deseja-se traar uma concordncia de raio R.

    Trace uma paralela a r a uma distncia R, definindo um lugar geomtrico de

    todas as circunferncias de raio R tangentes a r. Faa o mesmo com a reta s, e

    a interseo das retas, definido como O, ser o centro da circunferncia

    procurada. Determine os pontos de tangncia T e T, traando de O

    perpendiculares a r e s.

    As concordncias podem ser feitas facilmente com o comando FILLET. Neste

    comando, antes de selecionar os segmentos, pode-se determinar o raio da

    concordncia (R - radius).

    3.9.3 Circunferncia tangente a reta e circunferncia

    3.9.4 Circunferncia tangente a duas circunferncias

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    4.Desenho Projetivo

    4.1 Mtodos de projees ortogrficasImagine a pea envolvida por um cubo, no qual cada face corresponder a uma

    vista, ou seja, o que voc estaria enxergando da pea se voc estivesse olhando

    esta face de frente. Este cubo de vistas ento planificado, desdobrado. Desta

    forma possvel visualizar todos os lados da pea em uma folha de papel.

    A projeo ortogrfica, na prtica, pode ser feita de duas formas:

    - no primeiro diedro: imagine vendo a pea a partir de um dos lados do cubo.

    O desenho da vista ser feito no lado oposta em que voc se localiza

    Figura 16 Projeo das vistas no primeiro diedro, e representao

    - no terceiro diedro: imagine vendo a pea a partir de um dos lados do cubo.

    O desenho da vista ser feito no mesmo lado em que voc se localiza.

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    Figura 17 Projeo das vistas no terceiro diedro

    Figura 18 - Rebatimento dos planos para a representao no terceiro diedro

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    O conceito de vistas aplicado para todos os seis lados possveis do cubo. A

    diferena entre a representao no primeiro diedro e no terceiro diedro

    simplesmente a inverso das posies das vistas no papel.

    Figura 19 projeo completa de seis vistas (terceiro diedro) e rebatimento

    A figura abaixo mostra a diferena prtica entre as duas representaes:

    Figura 20 Representrao de um carro no primeiro diedro

    Figura 21 - Representrao de um carro no terceiro diedro

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    Pela norma, a representao indicada pelos cones abaixo, geralmente inclusos

    na legenda. Para memorizar os cones, basta imaginar um observador

    (representado por um olho) posicionado do lado da pea:

    Figura 22 Denominao de primeiro diedro ponto de vista e cone

    Figura 23 - Denominao de terceiro diedro ponto de vista e cone4.1.1 Denominao das vistas

    A princpio escolhida uma face da pea como uma face principal, no qual ser

    denominada como vista frontal. A demominao de frontal pode ser a frente

    real da pea, ou caso no haja esta referncia, a vista frontal ser a vista que

    apresentar a pea com mais detalhes.

    A vista frontal ser a parte central do desenho, com todas as outras vistas em

    volta dela. Nos lados teremos as vistas lateral esquerda e lateral direita,

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    sempre de acordo com o diedro escolhido. Da mesma forma, na parte vertical

    teremos as vistas superior e inferior. Na extrema direita (ou esqueda) do

    desenho, teremos finalmente nossa vista posterior (ou traseira), fechando as seis

    vistas ortogonais principais.

    4.2 Vrtices, lados e faces

    Ao desenhar as vistas de uma pea, veremos que cada vista ir mostrar somente

    duas dimenses do objeto (largura e comprimento, comprimento e altura, etc). E

    que entre cada vista haver uma dimenso em comum. Por isso, costume

    desenhar as vistas alinhadas entre si no uma obrigao, pois a figura pode

    no caber no papel - mas as vistas alinhadas torna a leitura do desenho mais

    fcil.

    Veremos que existiro faces que sero vistas como uma linha, caso esta face seja

    ortogonal (paralela a um dos planos de projeo). Existiro tambm lados (linhas)

    que sero vistas como pontos, quando vistas de frente.

    4.3 Linhas ocultas

    Em muitos casos, havero detalhes da pea que no so vistos normalmente.

    Detalhes internos, furos, ranhuras; mas que devem ser informados para que oprojeto seja compreendido.

    Para isso, so usadas linhas tracejadas, na mesma espessura das linhas principais

    da pea, que indicam que existe um detalhe interno, ou do outro lado da pea,

    oculto por uma face.

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    Figura 24 Exemplo de uma pea cilndrica, no primeiro diedro, com linhas ocultas, eixo desimetria e linhas de construo entre as vistas, mostrando a coincidncia entre as dimenses dapea

    4.4 Escolha das vistas

    Fica para o desenhista escolher as melhores vistas para ilustrar a pea. Em geral,

    o uso de trs vistas ser suficiente, mas podem ocorrer casos particulares.

    4.4.1 Menos vistas

    s vezes uma pea cilndrica pode ter duas vistas iguais, logo pode-se omitir uma

    das vistas. Uma cunha, por exemplo, pode ter uma das vistas em que nada

    acrescenta. Uma chapa de metal, sem maiores detalhes nas vistas lateral e frontal,

    pode ter somente uma vista superior, e o projetista indica a espessura da pea na

    legenda.

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    4.4.2 Mais vistas

    Da mesma forma, uma pea com muitos detalhes pode demandar o uso de 4, 5

    ou at 6 vistas. Mesmo com o uso de somente trs vistas (frontal, superior e

    lateral) pode haver uma confuso de linhas ocultas, que dificultar a leitura dodesenho.

    4.4.3 Vistas auxiliares

    Usado para ilustrar faces fora dos planos ortogonais, no caso de faces inclinadas,

    as vistas auxiliares sero vistas no prximo captulo.

    4.4.4 Vistas especiais

    Outros recursos so usados para ilustrar todos os detalhes do projeto, como porexemplo as vistas em corte. Estes recursos sero vistos mais adiante.

    4.5 Linhas de Eixo e de Simetria

    importante no projeto e execuo de uma pea a localizao de seus pontos

    mdios e centros de arcos e circunferncias. Estas linhas em geral so os

    primeiros traos de um desenho, e ambas so representadas por uma linha do

    tipo trao-e-ponto, estreita. No seu traado, estas linhas ultrapassam levemente

    o desenho da pea.

    Deve-se desenhar uma linha de eixo ou simetria:

    - Em qualquer pea simtrica, como por exemplo um cilindro ou cone,

    inclusive em partes ocultas, como furos.

    - No centro de circunferncias, de preferncia marcada com duas linhas

    ortogonais.

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    5.Representaes Complementares

    5.1 Vista AuxiliarUma superfcie de uma pea s se apresenta com sua verdadeira grandeza

    quando projetada sobre um plano paralelo. At agora as peas apresentadas tm

    suas faces paralelas aos planos principais de projeo, sendo sempre

    corretamente representadas.

    Porm, nada impede que exista um objeto com uma ou mais faces inclinadas, no

    qual seria importante representar estas faces de forma verdadeira. Ora, para

    perceber a verdadeira grandeza destas faces, necessrio mostr-la de frente.

    Nas vistas auxiliares, comum traar somente a face inclinada, omitindo-a

    tambm da vista no qual encontra-se inclinada. O conjunto de vistas principais e

    auxiliares demonstrar ao projetista a forma real da pea. A Figura 25 demonstra

    como funciona.

    Figura 25 - Exemplo de vistas ortogrficas normais e o uso de vista auxiliar

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    Figura 26 - Uso de vistas parciais

    Figura 27 - Etapas de desenho de uma vista auxiliar5.2 Vista auxiliar oblqua (dupla)

    Em certos casos, uma face da pea encontra-se inclinada em relao a todos os

    planos principais de projeo. Neste caso, ser necessrio realizar doisrebatimentos para encontrar a verdadeira grandeza da face. O resultado

    chamado de vista auxiliar oblqua.

    Primeiro deve-se tomar um plano de projeo que seja perpendicular face e a

    um dos planos principais de projeo. A partir desta vista intermediria, traa-se

    a vista auxiliar oblqua da face em questo.

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    Figura 28 - Etapas de desenho de uma vista auxiliar oblqua5.3 Elementos repetitivos

    No caso de detalhes em uma pea que se repetem regularmente, como furos,

    dentes, etc; pode-se traar somente os primeiros detalhes, mostrando em

    seguida as posies dos prximos (linhas de eixo ou um desenho simplificado).

    5.4 Detalhes ampliados

    Quando existem detalhes na pea no qual so muito pequenos, no qual a escala

    utilizada insuficiente, pode-se desenhar somente esta parte com uma

    ampliao.

    Para isso circunda-se a parte a ser ampliada (no desenho original) com uma linha

    estreita contnua, devidamente identificado com uma letra maiscula, e

    desenhado ampliado, com a escala indicada.

    O AutoCAD tem a facilidade de gerenciar as vistas das peas, atravs das

    viewports. Cada viewport pode mostrar o desenho com uma escala diferente, ou

    no caso de desenhos em 3D, em pontos de vista diferentes.

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    5.5 Peas simtricas (meia vista)

    Pode-se desenhar somente um dos lados de uma pea simtrica, no qual a linha

    de eixo indicar a simetria. Pode-se usar esta representao para uma pea com

    dois lados iguais (desenhando a metade) e quatro lados iguais (desenhando aquarta parte), conforme figuras abaixo.

    Figura 29 - Exemplo de uma meia-vista de uma pea simtrica no eixo horizontal

    Figura 30 - Quarto de vista de uma pea simtrica nos dois eixos

    A meia-vista pode ser aplicada tanto na vertical quanto na horizontal.

    5.6 Vistas encurtadas (Linhas de interrupo)

    Peas longas podem ter seu desenho simplificado, mostrando somente as partes

    que contm detalhes. A representao de interrupo pode ser o trao a mo livre

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    estreito ou o trao zig-zag estreito. Pode-se tambm usar esta representao

    para peas cnicas e inclinadas.

    Conforme ser visto mais adiante, uma cota no interrompida (veja figura

    abaixo).

    Figura 31 - Exemplo de interrupes

    No AutoCAD, o trao a mo livre pode ser realizado com o comando SKETCH.

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    6.Cortes e Representaes Convencionais

    6.1 HachurasSo usadas para representar cortes de peas. A hachura bsica consiste em um

    trao estreito diagonal (em 45o), com um espaamento constante.

    Em desenhos mais complexos, pode-se ter vrios tipos de hachuras, mais

    elaborados. Isto tornou-se mais prtico com o uso do CAD. A figura abaixo ilustra

    algumas convenes de hachuras porm estas representaes variam muito,

    dependendo da rea, empresa, etc.

    Figura 32 - Alguns tipos de hachura

    O Comando HATCH desenha hachuras. Ao execut-lo, ser apresentado uma

    janela com os padres disponveis, incluindo os indicados na Figura 32.

    Para inserir a hachura, basta usar o boto Pick Points na prpria janela de

    hachuras e selecionar um ponto interno da pea. Pode acontecer do programa

    recusar o ponto isso acontece porque o ponto tem que estar totalmente cercado

    por linhas, arcos, etc; no podendo desta forma vazar por algum buraco para

    fora da pea.

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    6.2 Corte total

    A representao do corte exatamente imaginar que a pea encontra-se partida

    ou quebrada, mostrando assim os detalhes internos. Com isso, deixa de ser

    necessrio o uso de linhas ocultas, na maioria dos casos.

    Figura 33 - Representao do corte em uma pea

    Imagina-se o corte como um plano secante, que passa pela pea, separando-a

    em dois pedaos e mostrando a parte interna. O plano secante (tambm chamado

    plano de corte) indicado em outra vista, mostrando aonde se encontra o corte

    (veja Figura 33 e Figura 34).

    A representao do plano de corte com um trao estreito trao-e-ponto,

    exatamente como a linha de simetria, com a diferena de ter nas extremidades

    um trao largo. O plano de corte deve ser indentificado com letras maisculas e o

    ponto de vista indicado por meio de setas. A parte larga do plano de corte no

    encosta no desenho da pea. A linha de corte pode coincidir com a linha de

    simetria.

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    Figura 34 - Representao de corte total da Figura 33

    Ao realizar-se o corte de duas peas distintas, usa-se hachuras com direes

    diferentes, cada uma indicando uma pea. Caso haja um maior nmero de peasem corte, pode-se usar hachuras com espaamentos ou ngulos diferentes, ou

    usar outros tipos de desenho de hachura. Em geral reserva-se as hachuras

    estreitas para pequenas peas, e vice-versa.

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    Figura 35 Uso de hachura no corte de vrias peas

    Ao cortar peas muito estreitas, a hachura pode ser substituda por um

    preenchimento em preto, usando-se linhas brancas para separar partescontguas, caso seja necessrio.

    Em geral, nos cortes no so hachurados dentes de engrenagem, parafusos,

    porcas, eixos, raios de roda, nervuras, pinos, arruelas, contrapinos, rebites,

    chavetas, volantes e manpulos. Isto uma conveno, fazendo com que seja

    evidenciado partes mais importantes da pea. Pode-se hachurar estas partes caso

    tenham detalhes pouco usuais (por exemplo, um furo interno a um parafuso).

    6.3 Meio-corte

    Usado em objetos simtricos, no qual corta-se somente metade do desenho,

    sendo a outra metade o desenho da vista normal. As linhas invisveis de ambos os

    lados no so traadas.

    Usa-se tambm combinar o meio-corte com a meia-vista, tornando o desenho

    bem prtico sem perder informao.

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    Figura 36 - exemplos de meia-vista, meia-vista e corte total, meia-vista e meia-vista/ meio corte

    6.4 Corte parcial

    Quando deseja-se cortar somente uma parte da pea, usa-se o corte parcial. O

    corte limitado por uma linha de interrupo (irregular ou em zig-zag).

    6.5 Corte em desvio

    Usa-se o corte em desvio para obter os detalhes que no estejam sobre uma linha

    contnua. Neste caso o plano de corte dobrado, passando por todos os

    detalhes desejados. Cada vez que o plano de corte muda de direo, este indicado por um trao largo, de forma similar s extremidades.

    Figura 37 - Corte em desvio6.6 Sees

    So um corte local da pea, sem o incoveniente de desenhar toda a vista relativa a

    este corte. As sees podem ser representadas diretamente na pea (Figura 38),

    puxadas para fora atravs de uma linha de chamada (Figura 39), ou indicadascomo um corte normal, omitindo detalhes.

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    Figura 38 - Exemplo de seo sobre a vista

    Figura 39 - Sees projetadas fora da vista

    Tambm pode-se combinar, em peas longas, linhas de interrupo e sees.

    Figura 40 - Exemplo de seo inserida entre linhas de interrupo

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    6.7 Representaes convencionais

    Em muitos casos, a representao exata de uma pea pela suas vistas pode ser

    confusa. O que ocorre na prtica a simplificao dos traos, no qual usada com

    bom-senso pode ser mais ilustrativo que a representao real. Isto chamado de

    representao convencional.

    Existem muitos casos de representaes convencionais, um deles j foi ilustrado

    na seo anterior: no representar em corte nervuras, parafusos, pinos, etc.

    Figura 41 - Representao convencional de um brao de volante

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    Figura 42 - Exemplos de representaes convencionais

    Outro caso a representao de furos em flanges que no estejam no eixo de

    simetria. Simplesmente considere que o furo esteja alinhado e desenhe o corte. A

    vista frontal ilustrar a verdadeira posio dos furos.

    Mais ocorrncias de representaes convencionais so em intersees entre

    cilindros e outras sees, tubos, orelhas, posio de nervuras, concordncias,

    runouts, etc.

    Runouts so representaes convencionais de intersees atenuadas por curva,

    aonde no existe uma aresta por no haver uma mudana brusca de direo.

    Abaixo esto alguns exemplos de representaes de concordncias e runouts.

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    Figura 43 - Exemplos de concordncias e Runouts

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    7.Cotas

    Cotas so medidas de um objeto, inprescindvel para o projetista indicar averdadeira grandeza. Em muitas ocasies, a pessoa que est lendo o desenho no

    dispe de uma rgua para medir, e mesmo se tivesse uma cota j adianta o

    trabalho, fornecendo imediatamente a informao.

    Figura 44 - Desenho de uma cota

    O que uma cota pode indicar:

    Comprimentos, larguras, alturas, profundidades;

    Raios e dimetros;

    ngulos;

    Coordenadas; Forma (circular, quadrada, esfrica), caso a vista no mostre claramente;

    Quantidade (por exemplo nmero de furos);

    Cdigo/ Referncia do produto;

    Ordem de montagem;

    Detalhes construtivos, observaes.

    O menu Dimension agrupa todos os tipos de cotas disponveis no AutoCAD.

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    7.1 Desenho da cota

    A cota deve ser realizada da seguinte forma:

    - Acima e paralelamente s suas linhas de cota, preferivelmente no centro.- Quando a linha de cota vertical, colocar a cota preferencialmente no lado

    esquerdo.

    - Quando estiver cotando uma meia-vista, colocar a cota no centro da pea

    (acima ou abaixo da linha de simetria).

    - Para melhorar a interpretao da medida, usa-se os seguintes smbolos:

    1. - Dimetro

    2. R Raio

    3. - Quadrado4. ESF Dimetro esfrico

    5. R ESF Raio esfrico

    - Os smbolos de dimetro e quadrado podem ser omitidos quando a forma

    for claramente indicada.

    O smbolo pode ser escrito no AutoCAD digitando %%c.

    7.2 Aplicando uma cota

    O projetista pode escolher em cotar uma circunferncia pelo raio ou pelo

    dimetro, o que for mais conveniente.

    Figura 45 - Cotagem de circunferncias

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    Ao cotar uma curva ou circunferncia, deve-se localizar o centro do raio:

    Figura 46 - Exemplo de cotagem de uma curva (concordncia)

    Freqentemente as medidas encontram-se em espaos estreitos. Para isso, pode

    recorrer em simplificar o desenho da cota, omitindo as setas; ou ento puxar a

    medida da cota para fora, conforme a figura abaixo.

    Figura 47 - Cotagem em espaos estreitos

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    de bom uso alinhar cotas em sequncia (no qual pode-se aproveitar setas de

    cotas adjacentes para cotar espaos estreitos). Tambm usa-se cotar as

    dimenses totais da pea no deixe para quem for ler o desenho calcular.

    Figura 48 - Exemplo de cotas em seqncia

    A cotagem de ngulos segue as mesmas convenes: cota preferencialmente

    centrada, alinhada com a linha de cota, o mais prximo da vertical. Tambm

    pode-se puxar a cota para fora.

    Figura 49 - Cotagem de ngulos

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    Figura 50 - Exemplo de cotagem de curvas no qual o centro encontra-se fora da pea

    Hbitos a serem evitados:

    No repetir cotas, salvo em casos especiais; No usar qualquer linha do desenho como linha de cota;

    Evitar que uma linha de cota corte uma linha auxiliar;

    No esperar de quem for ler o desenho que faa somas e subtraes: cotar

    todas as medidas e as dimenses totais;

    Evitar cotar linhas ocultas;

    Evitar cotas dentro de hachuras.

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    8.Perspectiva Isomtrica

    Os desenhos em perspectiva foram concebidos como um meio termo entre a viso

    da pea no espao, mantendo suas propores e a escala.

    Existem vrios tipos de perspectiva, cada um com sua utilidade. Os desenhos em

    perspectiva exata ilustram com perfeio o ngulo do observador, porm as

    dimenses variam com a posio e proximidade dos objetos. Outros tipos de

    perspectiva so a dimtrica, trimtrica e cavaleira.

    Neste captulo estudaremos a perspectiva isomtrica, por ser a mais utilizada e

    pela sua facilidade de utilizao, levando em conta os erros, tolerveis, de suas

    aproximaes.

    8.1 Conceito

    Partindo de um ponto de vista do objeto pela sua face frontal, a perspectiva

    isomtrica o produto da rotao do objeto em 45o em torno do eixo vertical,

    sendo logo aps inclinado para a frente, de forma que as medidas de todas as

    arestas reduzem-se mesma escala.

    Nesta configurao os eixos ortogonais sero encontrados com ngulos de 120o

    entre si. Esta posio dos eixos facilmente encontrada com o auxlio do

    esquadro de 30o/ 60o, usando seu menor ngulo para traar os eixos X e Y, com o

    eixo Z na vertical. A Figura 51 ilustra os eixos isomtricos e a transformao de

    um conjunto de vistas em uma perspectiva isomtrica.

    Figura 51 - Eixos isomtricos e elaborao da perspectiva

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    Teoricamente a escala das arestas reduzida em 81% do original. Na prtica, isto

    no praticado, sendo a perspectiva feita na mesma escala do original. Esta

    chamada de perspectiva isomtrica simplificada, e seu traado implica em uma

    figura aparentemente maior que nas vistas ortogonais.

    8.2 Desenhando em perspectiva isomtrica

    Inicia-se o desenho da perspectiva por um canto da pea, de preferncia o que

    estar mais a frente. O desenhista deve escolher uma posio da pea no espao

    e mant-la na memria, para no se confundir durante o traado.

    O primeiro mtodo para iniciar o desenho, similar ao usado nas vistas

    ortogrficas, traar um paralelepdedo com as medidas totais da pea

    (comprimento, largura, altura), visualizando a posio da pea.

    Com o paraleleppedo traado, inicia-se os traos secundrios, como se estivesse

    cortando pedaos de um bloco real, at que sobre o formato da pea desejada.

    Figura 52 - Iniciando o traado da perspectiva

    Observe que as medidas extradas das vistas ortogrficas somente sero vlidasnos eixos ortogonais. Ou seja, medidas extradas de rampas, planos inclinados oucurvas no sero transferidos corretamente. necessrio que se encontre as

    coordenadas de cada ponto, ligando-os em seguida.

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    Figura 53 - Mtodo de construo pelo paraleleppedo envolvente

    No AutoCAD, alm das opes de desenho em 3D, possvel desenhar

    perspectivas isomtricas sem utilizar o 3D real. Para isso, basta habilitar o modoisometric snap, acessvel clicando com o boto direito em SNAP (na barra de

    status).

    Com essa opo habilitada, junto com o ORTHO, o cursor fica contido em um dos

    planos isomtricos. Para mudar de plano, use o comando ISOPLANE (escolhendo

    entre Top, Left e Right).

    Figura 54 - Traado de planos inclinados atravs de suas coordenadas em relao aoparaleleppedo envolvente

    Outro mtodo usado por coordenadas: partindo de uma face da pea, localiza-

    se os pontos extremos (sempre por traos ortogonais), ligando-os em seguida.

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    Na prtica o desenhista ir determinar qual ser o melhor mtodo, tanto que no

    existe exatamente um mtodo mais correto que outro.

    Figura 55 - Mtodo de construo por coordenadas

    Independente do mtodo utilizado, convm lembrar que os ngulos sempre

    estaro alterados. Procure transport-los sempre em relao aos eixos ortogonais

    (no caso da Figura 56, desenhar a rampa atravs das medidas a, b e c).

    Figura 56 - ngulos em perspectiva isomtrica e desenho de arestas inclinadas

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    8.3 Curvas em perspectiva

    comum a representao de peas com superfcies curvas em perspectiva. Por

    regra, o mtodo mais preciso para constru-las atravs de coordenadas,

    levantadas atravs de vrios pontos da curva.

    Figura 57 - Obteno de curvas em perspectiva

    Para circunferncias localizadas paralelamente aos planos isomtricos, existem

    mtodos de construo aproximados, que ilustram satisfatoriamente a curva.

    O primeiro mtodo, ilustrado na Figura 58, segue a seguinte receita:1. Localizar a circunferncia na vista, e desenhar o quadrado que a envolve

    (pontos ABCD). Desenh-lo normalmente em perspectiva.

    2. Independente da posio do quadrado, teremos os pontos mais prximos,

    A e C, e os pontos mais distantes, B e D.

    3. Ligar os pontos A e C com o ponto mdio das faces opostas (vide figura).

    4. Traar a circunferncia em quatro etapas:

    a. Um arco com centro em A, traado do meio de BC at o meio de CD.

    b. Um arco com centro na interseo dos traos (vide abaixo), traadodo meio de BC at o meio de AB.

    c. Um arco com centro em C, traado do meio de AB at o meio de DA.

    d. Um arco com centro na outra interseo dos traos, traado do meio

    de AD at o meio de CD.

    5. Apague as linhas de construo e est pronto o desenho da circunferncia.

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    Figura 58 - Construo da circunferncia isomtrica

    Convm lembrar que este mtodo somente vlido para circunferncias

    localizadas nos planos ortogonais. Para circunferncias em faces fora dos planos

    ortogonais, deve-se utilizar o mtodo de pontos (Figura 57).

    Um mtodo de Stevens mais preciso, sendo feito de uma forma similar: no

    momento de determinar os centros dos arcos menores, traa-se um arco auxiliar

    de raio R(medido do centro da circunferncia O at o ponto P aonde cruza o arcomaior com a reta AC) encontrando-se dois pontos na reta BD. Estes pontos sero

    os centros dos arcos menores. Seu raio ser encontrado a partir de uma reta,

    partindo do ponto A, cruzando o centro do arco, e encontrando-se na reta oposta

    CD. Este ser novo ponto de encontro dos arcos menores e maiores.

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    Figura 59 - Circunferncia isomtrica - mtodo de Stevens

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    Figura 60 - Circunferncias traadas pelo mtodo de Stevens, nas trs posies possveis.

    Obviamente pode-se utilizar ambos os mtodos para traar partes (setores) de

    circunferncias, como por exemplo em concordncias. Com a prtica observa-se

    que no ser necessrio traar todas as linhas de construo.

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    Figura 61- Usando setores de circunferncias isomtricas para desenhar concordncias.

    Pode-se traar circunferncias isomtricas no AutoCAD atravs do comando

    ELLIPSE. Ao usar este comando, mas somente no modo isometric snap, escolha a

    opo Isocircle. Basta escolher o centro e o raio, como usado no comando CIRCLE.

    Veja que o Isocircle estar contido em um dos planos isomtricos, para criar um

    isocircle em outro plano, use antes de tudo o comando ISOPLANE.

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    9.Apndice: Usando o AutoCAD

    9.1 Introduo

    O objetivo deste captulo de introduzir os conceitos bsicos do AutoCAD.

    Sabendo o princpio de funcionamento, ser possvel desenvolver todos os

    exerccios propostos na apostila.

    Atualmente o AutoCAD encontra-se na verso 2004, mas os comandos descritos

    neste captulo so perfeitamente usados nas verses anteriores, como o AutoCAD

    2002 e 2000. A verso 14 possui um mtodo diferente de plotagem, mas pode

    ser usada sem problemas. As verses 12 e 13 tambm so aceitas, so versesbem leves, porm suas interfaces so mais limitadas. Tambm deve-se tomar

    cuidado ao editar arquivos em verses recentes do programa e tentar abri-las em

    verses antigas, o que no funcionar.

    A seguir so apresentados os comandos bsicos, suficientes para a execuo dos

    exemplo apresentados.

    Todos os comandos so acessveis de vrias maneiras: pelo console, menus,botes, etc.

    9.2 Criao (Draw)

    Line

    Polyline

    9.3 Alterao (Modify)

    OffsetArray

    Scale

    9.4 Cotagem (Dimension)

    Linear

    Aligned

    Radius

    DiameterAngular

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    9.5 Formatao (Format)

    Layer

    Text style

    9.6 Manipulao de arquivos (File)

    Open

    Save

    9.7 Ferramentas (Tools)

    Properties

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    10.Bibliografia

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 10067, PrincpiosGerais de Representao em Desenho Tcnico. Maio de 1995.

    ___, NBR 10126, Cotagem em Desenho Tcnico. Novembro de 1987.

    AMARAL, Vera Lcia Salvador. CADLAB, Curso AutoCAD R14 2D para

    Arquitetura. 1999.

    DE CAMPOS, Frederico Oioli. Desenho Tcnico. 2001.

    FRENCH, Thomas E. Desenho Tcnico. Editora Globo.

    Helpdo AutoCAD 2004.

    MONTENEGRO, Gildo A. Desenho Arquitetnico. Editora Edgard Blcher.1997.

    PRNCIPE JR., Alfredo dos Reis. Noes de Geometria Descritiva, Vol 1 e 2.

    Livraria Nobel.