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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS FISIOLÓGICAS DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS EM GALPÕES COMERCIAIS Raphaela Christina Costa Gomes Orientador: Dr. Marcos Barcellos Café GOIÂNIA 2013

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS

FISIOLÓGICAS DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS EM

GALPÕES COMERCIAIS

Raphaela Christina Costa Gomes

Orientador: Dr. Marcos Barcellos Café

GOIÂNIA

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS

FISIOLÓGICAS DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS EM

GALPÕES COMERCIAIS

Raphaela Christina Costa Gomes

Orientador: Dr. Marcos Barcellos Café

GOIÂNIA

2013

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RAPHAELA CHRISTINA COSTA GOMES

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS

FISIOLÓGICAS DE FRANGOS DE CORTE CRIADOS EM

GALPÕES COMERCIAIS

Tese apresentada para obtenção do grau de

Doutor em Ciência Animal junto à Escola de

Veterinária e Zootecnia da Universidade

Federal de Goiás

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de Pesquisa:

Manejo e avaliação de sistemas de produção

Orientador:

Prof. Dr. Marcos Barcellos Café – UFG/EVZ

Comitê de Orientação:

Profa. Dra. Sandra Regina Pires de Moraes – UEG/UnUCET

Prof. Dr. Tadayuki Yanagi Junior – UFLA/DEA

GOIÂNIA

2013

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida, exemplo de amor, proteção e simplicidade,

sempre me guiando e me amparando, em tudo que faço e onde quer que eu

vá.

Aos meus pais Pedro e Alba e a minha irmã Pollyana, pelo carinho,

amor, confiança e por acreditarem na realização de mais este sonho. Por

suportarem minhas ausências, mas estarem sempre presentes em meus

projetos, meus ideais e principalmente, na minha vida.

Ao meu companheiro Flávio Faria de Souza, pelo amor, apoio e

compreensão ao longo deste trabalho, obrigada por atravessar comigo este

caminho cheio de adversidades, mas engrandecedor.

À Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do Departamento de

Ciência Animal por me conceder a oportunidade de aprendizado profissional e

pessoal.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcos Barcellos Café, pela paciência,

competência, companheirismo, amizade, dedicação e oportunidades de

aprendizado.

Aos meus co-orientadores, Prof. Dr. Tadayuki Yanagi Júnior

(DEA/UFLA) e Profa Dra. Sandra Regina Pires de Moraes (UEG/UnUCET),

pelas sábias palavras e pelo companheirismo, que mesmo distantes estavam

sempre a disposição, vocês são meus maiores e melhores exemplos de caráter

e dedicação ao trabalho.

Aos professores José Henrique Stringhini e Nadja Susana Mogyca

Leandro, pelos sábios conselhos e correções na qualificação e durante minha

jornada no Departamento de Produção Animal.

À professora Roberta Passini e ao professor João Teodoro Pádua por

aceitarem o convite de participarem da banca de defesa.

À empresa SuperFrango pela disponibilização dos galpões e apoio

constante ao projeto. Ao Dr. Roberto Moraes Jardim Filho, por todo o apoio

concedido no desenvolvimento deste experimento e pela amizade conquistada.

A todos os amigos que lá conquistei.

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À amiga Elisa dos Santos Schütz, na qual vi transparecer todo esforço e

dedicação ao projeto, fazendo com que o experimento fosse além de um

projeto de mestrado e doutorado, fosse uma experiência de vida, que estará

presente em todos os momentos de nossas vidas. Espero encontrar mais

profissionais com este mesmo potencial e dedicação e pessoas tão amáveis

quanto à ‘florzinha’.

Aos amigos conquistados nesta etapa, Maria Juliana Lacerda (MaryJu),

Aline Luciana Rodrigues (Avatar), Januária Silva Santos (Janu), Elisa dos

Santos Schütz (florzinha) e todos os que faziam parte dos churrascos de

departamento ou que nos faziam rir de nossos desesperos.

A amiga sempre presente, mesmo estando a mais de mil quilômetros de

distância, Adriana Garcia do Amaral, pequena em tamanho, mas enorme de

coração e competência.

A todos os funcionários e acadêmicos da UEG/Unidade de Santa Helena

de Goiás, pelo apoio e compreensão durante esta fase de aperfeiçoamento

profissional. Espero retribuir com trabalho e dedicação muito mais do que me

foi concedido, de experiências, oportunidades, descontração, conhecimento e

de convivência fraterna.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pesquisa de Nível Superior

(Capes), pela concessão da bolsa de estudos.

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), pelo

financiamento deste projeto.

A todos aqueles que, de maneira direta ou indireta, prestaram auxílio e

não foram citados neste trabalho, não por esquecimento, mas por falta de

espaço e tempo. Sem vocês nada teria sido possível.

A todos os momentos que me foram proporcionados, os bons e os ruins,

que sirvam de pontes e esteios ao longo dessa jornada e que Deus me permita

permanecer ao lado de tantas pessoas maravilhosas.

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EPÍGRAFE

"Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a

sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas

pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros,

mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça."

Cora Coralina

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vii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS......................................................................................... viii

RESUMO .......................................................................................................... xiv

ABSTRACT ....................................................................................................... xv

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................... 16

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 16

2 FISIOLOGIA DO ESTRESSE POR CALOR .................................... 17

3 AMBIENTE TÉRMICO DE PRODUÇÃO ......................................... 18

4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE PRODUÇÃO ...... 19

5 REFERÊNCIAS ............................................................................... 22

CAPÍTULO 2 – RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E PRODUTIVAS DE FRANGOS

DE CORTE NA FASE DE CRESCIMENTO EM INSTALAÇÕES AVÍCOLAS

COMERCIAIS CLIMATIZADAS ........................................................................ 26

RESUMO .......................................................................................................... 26

ABSTRACT ...................................................................................................... 27

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 28

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ 29

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 33

4 CONCLUSÕES ............................................................................... 69

5 REFERÊNCIAS ............................................................................... 69

CAPÍTULO 3 – AMBIENTE TÉRMICO DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE

CORTE PARA AS ESTAÇÕES DO ANO EM GRANJAS AVÍCOLAS

COMERCIAIS ................................................................................................... 72

RESUMO .......................................................................................................... 72

ABSTRACT ...................................................................................................... 73

6 INTRODUÇÃO ................................................................................ 74

7 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ 75

8 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 79

9 CONCLUSÃO .................................................................................. 98

10 REFERÊNCIAS ............................................................................... 98

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................... 102

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 2

Figura 1 Esquema ilustrativo das seções predeterminadas, das posições

dos sensores de temperatura e umidade e das aves

selecionadas aleatoriamente para determinação das

temperaturas superficiais. .................................................................. 31

Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no

interior dos galpões. .......................................................................... 31

Figura 3 Gráficos Box-plot dos dados de temperaturas de bulbo seco

(tbsint, ºC) distribuídas nas seções, em função das idades de 23º

(A), 27º (B), 32º (C) e 36º (D) dias de vida dos frangos de corte

alojadas no galpão de machos (G1). ................................................. 35

Figura 4 Distribuição das (A) temperaturas de bulbo seco (tbsint, ºC) e (B)

umidade relativa (URint, %) no galpão com machos alojados (G1)

durante o período experimental. ........................................................ 36

Figura 5 Correlação dos resultados da análise das temperaturas das

superfícies corporais, massa corporal e frequência respiratória

com o ambiente de produção dos frangos de corte machos. ............ 37

Figura 6 ITGU observados e estimados pelos modelos, nas seções 1ª

(A); 2ª (B); 3ª (C); 4ª (D) e 5ª (E) no galpão com machos

alojados (G1), durante o período experimental. ................................ 39

Figura 7 Gráficos Box-plot dos valores de ITGU distribuídos nas seções,

em função das idades de 23º (A), 27º (B), 32º (C) e 36º dias (D)

de vida dos frangos de corte alojados no galpão de machos

(G1). .................................................................................................. 40

Figura 8 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção

‘1ª’ do galpão. .................................................................................... 41

Figura 9 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção

‘2ª’ do galpão. .................................................................................... 42

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Figura 10 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção

‘3ª’do galpão. ..................................................................................... 43

Figura 11 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção

‘4ª’ do galpão. .................................................................................... 44

Figura 12 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção

‘5ª’ do galpão. .................................................................................... 45

Figura 13 Massa corporal e frequência respiratória observadas e

simuladas pelos modelos, para frangos de corte machos na

seção ‘1ª’ (A), ‘2ª’ (B), ‘3ª’ (C), ‘4ª’ (D) e ‘5ª’ (E) do galpão. ............... 47

Figura 14. Superfície de resposta das massas corporais em função das

seções e ITGU observados para frangos de corte machos aos

23 (A), 27 (B), 32 (C) e 36 (D) dias de vida. ...................................... 50

Figura 15 Gráficos Box-plot dos dados de temperaturas de bulbo seco

(tbsint, ºC) distribuídas nas seções, em função das idades de 23º

(A), 27º (B), 32º (C) e 36º (D) dias de vida dos frangos de corte

alojadas no galpão de fêmeas (G2). .................................................. 53

Figura 16 Distribuição das (A) temperaturas de bulbo seco (tbsint, ºC) e

(B) umidade relativa (URint, %) no galpão com fêmeas alojadas

(G2) durante o período experimental. ................................................ 54

Figura 17 Correlação dos resultados da análise das temperaturas das

superfícies corporais, massa corporal e frequência respiratória

com o ambiente de produção dos frangos de corte fêmeas. ............. 55

Figura 18 ITGU observados e estimados pelos modelos, nas seções ‘1ª’

(A); ‘2ª’ (B); ‘3ª’ (C); ‘4ª’ (D) e ‘5ª (E) no galpão com fêmeas

alojadas (G2), durante o período experimental. ................................ 56

Figura 19 Gráficos Box-plot dos valores de ITGU distribuídos nas

seções, em função das idades de 23º (A), 27º (B), 32º (C) e 36º

dias (D) de vida dos frangos de corte alojados no galpão de

fêmeas (G1). ...................................................................................... 57

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x

Figura 20 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção

‘1ª’ do galpão. .................................................................................... 59

Figura 21 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção

‘2ª’ do galpão. .................................................................................... 60

Figura 22 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção

‘3ª’ do galpão. .................................................................................... 61

Figura 23 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção

‘4ª’ do galpão. .................................................................................... 62

Figura 24 Temperaturas das superfícies corporais observadas e

simuladas pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção

‘5ª’ do galpão. .................................................................................... 63

Figura 25 Massa corporal e frequência respiratória observadas e

simuladas pelos modelos, para frangos de corte fêmeas na

seção ‘1ª’ (A), ‘2ª’ (B), ‘3ª’ (C), ‘4ª’ (D) e ‘5ª (E) do galpão................. 64

Figura 26 Superfície de resposta das massas corporais em função das

seções e ITGU observados para frangos de corte fêmeas aos 23

(A), 27 (B), 32 (C) e 36 (D) dias de vida. ........................................... 68

CAPÍTULO 3

Figura 1 Cortina e vegetação circundante da instalação. .............................. 76

Figura 2 Sistema de ventilação em túnel e pressão negativa da

instalação para frangos de corte. ...................................................... 76

Figura 3 Esquema ilustrativo das seções predeterminadas e das

posições dos sensores de temperatura de bulbo seco e umidade

relativa do ar localizados ao longo do galpão. ................................... 77

Figura 4 Distribuição dos valores de ITUint e ITUext durante as estações

do ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase inicial

de produção (mapa de contorno). ..................................................... 84

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xi

Figura 5 Distribuição dos valores de tbsint e tbsext durante as estações do

ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase inicial de

produção (mapa de contorno). .......................................................... 85

Figura 6 Distribuição dos valores de ITU durante o Outono, Inverno,

Primavera e Verão ao longo das instalações para frangos de

corte, na fase inicial de produção (mapas de contorno). ................... 86

Figura 7 Distribuição dos valores de ITUint e ITUext durante as estações

do ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase final de

produção (mapa de contorno). .......................................................... 92

Figura 8 Distribuição dos valores de tbsint e tbsext durante as estações do

ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase final de

produção (mapa de contorno). .......................................................... 93

Figura 9 Distribuição dos valores de ITUint durante o Verão, Primavera,

Outono e Inverno ao longo das instalações para frangos de

corte, na fase final de produção (mapa de contorno). ....................... 95

Figura 10 Normal dos resíduos de ITUint e equações de regressão

múltipla para inverno, outono, primavera e verão no interior dos

galpões. ............................................................................................. 97

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xii

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2

Tabela 1 Estatística descritiva dos fatores do ambiente térmico para o

galpão 1, desvio padrão, valores médios, mínimos e máximos

encontrados. ...................................................................................... 34

Tabela 2 Resultados significativos do Teste de Correlação de Pearson

entre as variáveis ambientais e fisiológicas, para frangos de

corte machos. .................................................................................... 38

Tabela 3 Médias de massa corporal (MC,g), frequência respiratória,

(FR, resp.min-1), índice de temperatura de globo negro e

umidade (ITGU, adimensional) e temperatura média da pele

(TMP, ºC) para frangos de corte machos. ......................................... 48

Tabela 4. Estatística descritiva dos fatores do ambiente térmico para o

galpão 2, com fêmeas alojadas ......................................................... 52

Tabela 4 Resultados significativos do Teste de Correlação de Pearson

entre as variáveis ambientais e fisiológicas, para frangos de

corte fêmeas. ..................................................................................... 55

Tabela 5 Médias de massa corporal (MC,g), frequência respiratória,

(FR, resp.min-1), índice de temperatura de globo negro e

umidade (ITGU, adimensional) e temperatura média da pele

(TMP, ºC) para frangos de corte fêmeas. .......................................... 66

CAPÍTULO 3

Tabela 1 Médias das temperaturas de bulbo seco interna (tbsint, ºC) e

temperaturas de bulbo seco externa (tbsext, ºC) para frangos de

corte na fase inicial nas estações do ano .......................................... 80

Tabela 2 Médias da umidade relativa interna (URint, %) e umidade

relativa externa (URext, %) para frangos de corte na fase inicial

nas estações do ano.......................................................................... 81

Tabela 3 Médias do índice de temperatura e umidade interna (ITUint,

adimensional) e índice de temperatura e umidade externo

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(ITUext, adimensional) para frangos de corte na fase inicial nas

estações do ano. ............................................................................... 82

Tabela 4 Médias das temperaturas de bulbo seco interna (tbsint, ºC) e

temperaturas de bulbo seco externa (tbsext, ºC) para frangos de

corte na fase final nas estações do ano. ........................................... 87

Tabela 5 Médias da umidade relativa interna (URint, %) e umidade

relativa externa (URext, %) para frangos de corte na fase inicial

nas estações do ano.......................................................................... 89

Tabela 6 Médias do índice de temperatura e umidade interna (ITUint,

adimensional) e índice de temperatura e umidade externo

(ITUext, adimensional) para frangos de corte na fase final nas

estações do ano. ............................................................................... 90

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xiv

RESUMO

Foram conduzidos dois experimentos para avaliar as condições térmicas oferecidas à frangos de corte, alojados em dois galpões avícolas, localizados em Itaberaí, GO. No primeiro experimento, objetivou-se avaliar o efeito do ambiente térmico sobre as respostas fisiológicas e produtivas das aves, para tanto foram alojados frangos de corte machos e fêmeas nos galpões G1 e G2, respectivamente. Os galpões foram divididos internamente em seções, utilizando contenções para evitar que aves mudassem de seção. Em cada seção foram determinados os parâmetros: temperatura superficial corporal (crista, cabeça, pé, asa e dorso); massa corporal; frequência respiratória; temperatura e umidade relativa do ambiente interno e externo; e índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU) do ambiente interno. As avaliações foram realizadas nas idades de 23, 27, 32 e 36 dias de vida das aves. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) em esquema de parcelas subdividas, sendo as seções as parcelas e as idades, subparcelas. Para caracterização do ambiente térmico foi utilizado analise descritiva. Realizou-se também a análise de componentes principais e calculou-se o coeficiente de correlação de Pearson (r) entre as variáveis ambientais e fisiológicas. Foram ajustadas equações múltiplas para as temperaturas das superfícies corporais das aves, massa corporal e frequência respiratória, em que estas variaram de acordo com as condições ambientais no interior e ao redor da instalação (ambiente externo). O ambiente térmico nas seções próximas as entradas de ar proporcionaram maior conforto térmico as aves, atuando sobre a frequência respiratória e massa corporal em frangos de corte machos e fêmeas. Desta forma, em regiões de clima quente, devem-se aprimorar o projeto das instalações e equacionar os manejos para superar os efeitos prejudiciais provenientes de alguns fatores ambientais críticos, propiciando ao animal ambiente confortável. No segundo experimento, estudou-se o efeito das estações do ano sobre o ambiente térmico. Foram analisados oito lotes de produção ao longo do ano. O ambiente interno e externo foi monitorado por meio de sensores/registradores que coletavam simultaneamente os dados de temperatura de bulbo seco (tbsint, ºC), temperatura do ponto de orvalho (tpo, ºC) e umidade relativa (URint, %). Os dados foram utilizados para calcular o índice de temperatura e umidade interno e externo (ITUint e ITUext, respectivamente). Para a análise estatística utilizou-se um delineamento em blocos inteiramente casualizados (DBC) com esquema em parcelas subsubdivididas, sendo cada galpão um bloco (G1 e G2), as parcelas as estações do ano (verão, outono, inverno e primavera), a subparcela representada pelas seções analisadas (inicio, terço-inicial, centro, terço-final, final) e a sub-subparcela representada pelos horários (10, 12, 14, 16 e 18h). Durante a primavera o valor de ITUext foi 15% menor que o valor do ITUint, na fase final este valor foi superior, chegando a 21%. As estações do ano que apresentaram as piores condições de produção para frangos de corte foram verão e primavera, com elevadas temperaturas, umidade relativa e ITU no ambiente interno. As seções mais próximas à entrada de ar apresentam as melhores condições de conforto, quando comparadas as demais, nos horários e estações avaliadas. PALAVRAS-CHAVE: estresse térmico, homeotermia, temperatura corporal,

termoneutralidade

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xv

ABSTRACT

Two experiments were conducted to evaluate the thermal conditions offered to broilers, housed in two poultry houses, located in Itaberaí, GO. In the first experiment aimed to evaluate the effect of thermal environment on the physiological and productive in the shed that G1 and G2 were housed males and females, respectively. The sheds were internally divided into sections, using restraints to prevent birds change their section. In each section were determined the body surface temperature (crest, head, foot, wing and back), body weight, respiratory rate, temperature and relative humidity of the internal and external environment, and black globe temperature and humidity index (BGTI) of the internal environment. Evaluations were performed at ages 23, 27, 32 and 36 days old birds. The experimental was completely randomized design (CRD) in a subdivided parcel, being sections and ages the plots, subplots. To characterize the thermal environment was used descriptive analysis. We also conducted a principal components analysis and calculated the Pearson correlation coefficient (r) between environmental variables and physiological. Multiple equations were fitted to surface temperatures the bird body, body weight and a respiratory rate in these varied according to the environmental conditions in and around the facility (outdoor). The thermal environment in the sections near the vents provided greater thermal comfort birds, acting on the respiratory rate and body weight in broiler males and females. Thus, in warm climates, one must enhance the design of facilities and managements equate to overcome the harmful effects from some critical environmental factors, leading to the animal comfortable. In the second experiment, we studied the effect of the seasons on the thermal environment. Eight were analyzed production batches throughout the year. The internal and external environment was monitored by sensors / registrars who collected data simultaneously dry bulb temperature (tbsint, ºC), dew point temperature (tpo, ºC) and relative humidity (RHint, %). The data were used to calculate the temperature and humidity index inside and outside (THIint and THIext, respectively). For statistical analysis we used a completely randomized block design (RBD) with schema split plots, each shed a block (G1 and G2), plots the seasons (summer, autumn, winter and spring), the subplot represented by the sections analyzed (first, third-starter, center, third-final, final) and the sub-subplot represented by times (10, 12, 14, 16 and 18h). During the spring of THIext value was 15% less than the value of the THI, in the finals this value was higher, reaching 21%. The seasons that had the worst conditions of production of broilers were spring and summer, with high temperatures, humidity and THI in the indoor environment. The sections closest to the air intake featuring the best conditions of comfort, when compared to others at the times and seasons evaluated.

KEY-WORDS: thermal stress, homeothermy, body temperature,

thermoneutrality

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1 INTRODUÇÃO

A produção de frangos de corte é uma das atividades agropecuárias de

maior destaque no cenário nacional e o país ocupa atualmente a terceira

posição em produção de carne (UBABEF, 2012). O crescimento populacional e

consequentemente, o aumento no consumo de alimentos, tem levado as

cadeias de produção a adotarem tecnologias que possibilitem atingir uma

máxima produtividade, reduzindo tempo e espaço.

Aspectos termodinâmicos do ar, referentes ao ambiente que envolve os

animais de produção, influenciam no conforto térmico, bem-estar e

produtividade e seu entendimento é fundamental para a utilização de

tecnologias que aumentem a eficiência do sistema produtivo. Desta forma, há

necessidade de ajustes no ambiente térmico, acústico, luminoso e na

adequação das instalações para que atuem em conjunto, a fim de obter

resultados que justifiquem os investimentos.

Considerando que as instalações avícolas brasileiras apresentam

temperaturas elevadas, principalmente no verão, as condições térmicas são

desfavoráveis às aves. As interações com o ambiente e as respostas

fisiológicas de adaptação e de tolerância, auxiliam na avaliação dos sistemas

de produção. Dentre os diversos sistemas de criação de frangos de corte no

Estado de Goiás, os mais utilizados são o sistema convencional e o sistema

em modo túnel negativo, que têm sido objeto de pesquisa sobre ambiente de

produção (DAMASCENO et al., 2010 e GOMES et al., 2011).

O clima é um dos principais fatores que afetam a produção animal,

sendo estratégico o seu conhecimento para o projeto de instalações e de

sistemas de arrefecimento e para o manejo dos animais. Assim, para que os

animais possam exprimir todo o seu potencial produtivo, torna-se necessário

considerar a interação entre genética, nutrição, sanidade e ambiente térmico

(OLIVEIRA et al., 2006).

Para obter informações sobre o ambiente térmico de produção, os

métodos não invasivos surgem como instrumentos para avaliação das

respostas dos animais ao ambiente, compreendendo assim as variáveis

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térmicas: temperatura, umidade, radiação e velocidade do ar. Para frangos de

corte, as temperaturas corporais superficiais, frequência respiratória e suas

correlações surgem como informações importantes de monitoramento não

invasivo e podem ser utilizadas como resposta rápida ao ambiente.

As pesquisas em ambiência vêm se aprimorando a fim de se obter mais

subsídios científicos sobre ambientes que sejam apropriados às condições

ambientais de cada região durante todo o ano. Neste sentido, pretende-se com

este trabalho, caracterizar e avaliar o ambiente de produção de frangos de

corte em dois galpões avícolas climatizados, localizados no Noroeste do

Estado de Goiás, equipados com sistemas de ventilação em modo túnel e

nebulização.

2 FISIOLOGIA DO ESTRESSE POR CALOR

As aves, por serem animais homeotérmicos, necessitam manter a

temperatura interna do corpo em níveis relativamente constantes por meio de

mecanismos fisiológicos e comportamentais. Quando submetidas a altas

temperaturas, as aves apresentam maior dificuldade em manter sua

temperatura corporal, pois não possuem glândulas sudoríparas e a camada

isolante da cobertura de penas dificulta a troca de calor com o meio (WELKER

et al., 2008).

Em altas temperaturas, as aves afastam as asas do corpo e as penas

são eriçadas para permitir o resfriamento corporal. Internamente, a corrente

sanguínea é desviada de órgãos como fígado, rins e intestinos para regiões

periféricas do corpo, permitindo melhor troca de calor. A perda de calor

sensível (gradiente de temperatura) pode também ocorrer com o aumento da

produção de urina, se essa perda de água for compensada pelo maior

consumo de água fria (BORGES et al., 2003).

LIN et al. (2006) observaram que além das reações comportamentais, há

um aumento significativo da temperatura retal, da temperatura da plumagem

nas costas e da pele do peito em frangos com quatro semanas de idade

expostos a temperaturas acima de 35°C. Perdas significativas de calor são

alcançadas com o aumento da frequência respiratória (hiperventilação). No

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entanto, exige esforço da musculatura, resultando em um maior aporte de

energia e geração de calor (YAHAV et al., 2005).

O corpo do frango produz calor sensível e latente de um modo contínuo,

como consequência de um metabolismo ativo que varia segundo as diferentes

condições fisiológicas: movimento, repouso, alimentação, digestão, produção

de ovos, atividade reprodutora, entre outros. A temperatura normal do corpo se

mantém por meio de um mecanismo hipotalâmico que regula a perda e

conservação de calor. A maior parte do calor é perdida por radiação, condução

e convecção a partir da superfície corporal, mas quando esses mecanismos

não são suficientes, ocorre aumento no ritmo respiratório e consequentemente,

perda de calor latente (RESTELATTO et al., 2008).

Portanto, o período de exposição às condições de altas temperaturas e

umidade, influenciam negativamente os parâmetros fisiológicos e as

características de carcaça nos frangos de corte, comprovando o efeito do

estresse térmico no metabolismo e no equilíbrio térmico corporal (SILVA et al.,

2007).

3 AMBIENTE TÉRMICO DE PRODUÇÃO

O ambiente térmico envolve os efeitos da radiação, temperatura (tbs),

umidade relativa (UR) e velocidade do ar (v), sendo a combinação tbs - UR o

principal condicionante para o conforto térmico, não havendo dispêndio de

energia para dissipação ou produção de calor, o animal mantém praticamente

constante a temperatura corporal, com o mínimo de esforço dos mecanismos

termorregulátorios, assim o desempenho do animal em qualquer atividade é

otimizado (BAÊTA e SOUZA, 2010).

O ambiente térmico influencia o desempenho zootécnico, sendo um dos

principais responsáveis pelas perdas produtivas nas regiões de climas

tropicais, que são potencialmente de elevada magnitude, pois abrangem

perdas diretas e indiretas (SALGADO & NÄÄS, 2010). Assim, nos climas

tropical e subtropical, é indispensável o estudo das características ambientais

sobre os animais de produção (WELKER et al., 2008).

A suscetibilidade das aves ao estresse calórico aumenta à medida que a

umidade relativa e a temperatura ambiente ultrapassam os limites de conforto

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térmico, dificultando a dissipação do excesso de calor e incrementando, como

consequência, a temperatura corporal da ave (BORGES et al., 2003).

Se o conforto térmico não é atingido e a ave é exposta ao estresse por

calor, situação frequente em boa parte do ano, principalmente no verão,

ocorrerá redução no consumo de ração e no ganho de peso, além de levar a

piores valores de conversão alimentar e maior mortalidade, tornando

necessário o desvio de energia da produção para promover a perda de calor

(DOZIER III et al., 2006; LU et al., 2007).

As características climáticas das regiões do Brasil apresentam influencia

direta sobre o microclima das instalações zootécnicas. Em Goiás, Estado com

tipologia climática tropical de verões chuvosos e invernos secos, apresenta no

mês mais frio temperatura média superior a 18 ºC (TORRES & MACHADO,

2011). Desta forma, o conhecimento do microclima de galpões permite avaliar

o efeito dos atributos como temperatura, umidade relativa, luminosidade e

ventilação natural e artificial sobre o comportamento, bem-estar e produtividade

dos animais confinados (FARIA et al., 2008).

Nesse sentido, é importante considerar a temperatura ambiente como

um dos principais elementos climáticos, não só por causa do efeito direto sobre

a intensidade das trocas térmicas corporais como indiretamente, pela influência

que exerce sobre os demais componentes do bioclima (BRÊTAS et al., 2011).

4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE PRODUÇÃO

É importante destacar que o uso isolado de indicadores ambientais

como a temperatura do ar para acionar equipamentos de climatização, acarreta

quase sempre em desperdício de energia elétrica e metabólica. Neste sentido,

diversos pesquisadores têm usado parâmetros inerentes às aves, como índices

de conforto e de produtividade, para a estimativa do conforto e bem estar

(PEREIRA et al., 2008; PEREIRA et al., 2011; NASCIMENTO et al., 2011a).

De acordo com OLIVEIRA et al. (2006), na tentativa de estabelecer

critérios para a classificação dos ambientes, foram desenvolvidos diversos

índices de conforto térmico que visam englobar, em um único parâmetro, o

efeito conjunto dos elementos meteorológicos e do ambiente construído sobre

o indivíduo estudado, homem ou animal. Exemplos de índices térmicos

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desenvolvidos para animais são: índice de temperatura e umidade - ITU

(THOM, 1959), índice de temperatura do globo negro e umidade - ITGU

(BUFFINGTON et al., 1981), índice de desconforto térmico - IDT (YANAGI

JÚNIOR et al., 2001), índice de temperatura, umidade e velocidade do ar -

ITUV (TAO e XIN, 2003).

O Índice de Temperatura e Umidade (ITU), desenvolvido por THOM

(1959), se destaca por englobar apenas os efeitos da temperatura e umidade

relativa do ar. Assim, o ITU tem sido usado como forma de avaliar a condição

de conforto de animais criados em ambientes protegidos ou não, alertando os

produtores quanto às condições climáticas desfavoráveis ou que tragam risco

aos animais. Apesar de não englobar outras variáveis importantes na

quantificação do ambiente térmico, tais como radiação solar e velocidade do

vento, este índice é amplamente usado por envolver apenas informações

meteorológicas normalmente disponíveis em estações meteorológicas e em

outros bancos de dados obtidos a partir de imagens de satélite (SOUZA et al.,

2010).

5,41t.36,0t ITUpobs [1]

em que,

tbs - temperatura de bulbo seco (°C), e

tpo - temperatura do ponto de orvalho (°C).

BUFFINGTON et al. (1981) desenvolveram o índice de globo negro e

umidade, o ITGU.

41,5 0,36.t t ITGUpogn [2]

em que

tgn = temperatura de globo negro (ºC)

A temperatura de globo negro é uma maneira de se indicar os efeitos

combinados de radiação, convecção e sua influência no organismo vivo (BOND

e KELLY, 1955).

Em ambientes considerados frios, ITGU < 69, verificou-se redução de

14% no ganho de peso diário em frangos de corte e aumento de 12,1% da

mortalidade, além de alterações consideráveis nos parâmetros fisiológicos. Em

ambientes considerados confortáveis, ITGU de 69 a 77, as aves mantiveram-se

bastante tranquilas com frequência respiratória (FR) considerada normal. Nos

ambientes considerados quentes, ITGU > 77, apesar de não haver mortalidade,

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observou-se redução de 67% no ganho de peso diário (MEDEIROS et al.,

2005).

Os índices destinados à classificação dos ambientes envolvem efeitos

dos elementos climáticos em um único valor e a utilização desses índices

bioclimáticos permite uma avaliação mais precisa da situação ambiental na

produção animal.

Além do uso de índices bioclimáticos, a utilização de ferramentas

computacionais auxilia no processo de caracterização dos ambientes de

produção. O desenvolvimento de modelos matemáticos, a aplicação de

simulações computacionais, o uso de equipamentos para monitoramento do

ambiente e animal e o uso da geoestatística permitem reduzir o tempo, os

custos de desenvolvimento e adaptação de projetos. Nesse contexto, diversos

modelos têm sido propostos para solucionar problemas de campo e para

facilitar o entendimento de diversos processos físicos, como por exemplo,

modelos para predizer a transferência de calor entre o animal e o ambiente que

o circunda (AERTS & BERCKMANS, 2004) e modelos de predição de índices

bioclimáticos (MEDEIROS et al., 2005; GOMES et al., 2011), dentre outros.

SILVA et al. (2009) desenvolveram um modelo matemático empírico

para estimar a área superficial (As) de frangos de corte utilizando a sub-rotina

PROC REG do SAS (SAS, 2001). GOMES et al. (2011) utilizaram a análise de

regressão múltipla para ajustar equações de temperaturas das regiões de um

galpão climatizado. NÄÄS et al. (2008) utilizaram análise multivariada para

identificar como as variáveis ambientais nas incubadoras influenciavam a

eclodibilidade.

A espacialização das variáveis do ambiente térmico é uma ferramenta

que possibilita entender a relação existente entre estes fatores do ambiente

produtivo e sua variação espacial (MIRAGLIOTTA et al. 2006). Algumas

pesquisas têm utilizado a geostatística como metodologia para avaliar

condições de transporte de frangos de corte para o abate (BARBOSA FILHO et

al., 2009) e avaliações do ambiente produtivo (DAMASCENO et al., 2010).

CARVALHO et al. (2011) avaliaram as condições iniciais de alojamento de

aves utilizando a geoestatística, auxiliando na identificação de pontos críticos

no controle dos ambientes.

PEREIRA et al. (2010) e VALE et al. (2010) desenvolveram modelos de

previsão de mortalidade de poedeiras e frangos de corte, respectivamente,

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utilizando datamining - técnica de mineração dos dados, utilizado para extração

de conhecimento de uma grande base de dados – a partir de dados do

ambiente externo dos galpões de produção. PERISSINOTTO & MOURA (2009)

utilizaram esta mesma ferramenta para modelar e avaliar o impacto do estresse

térmico em vacas leiteiras.

A lógica fuzzy – ferramenta linguística de suporte a decisão – foi

utilizada por PEREIRA et al. (2008) e NASCIMENTO et al. (2011a) no

desenvolvimento de modelos matemático-computacionais para estimar o bem

estar de frangos de corte. NASCIMENTO et al. (2011b) utilizaram as

temperaturas superficiais das penas e da pele das aves para fazer a estimativa

do conforto térmico. Para medir as temperaturas de superfície das áreas

cobertas com penas (CP) e sem penas (SP) das aves e também utilizaram uma

câmera termográfica.

Além destas ferramentas apresentadas, outras podem ser utilizadas

para realizar o monitoramento do ambiente de produção e simular possíveis

situações críticas, auxiliando o produtor nas tomadas de decisões. Desta

forma, inúmeras pesquisas buscam conhecer melhor os efeitos do ambiente no

desempenho das aves, isolada e conjuntamente, para que a produtividade seja

maximizada.

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CAPÍTULO 2 – RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E PRODUTIVAS DE FRANGOS

DE CORTE NA FASE DE CRESCIMENTO EM INSTALAÇÕES AVÍCOLAS

COMERCIAIS CLIMATIZADAS

RESUMO

Objetivou-se avaliar o efeito do ambiente térmico sobre as respostas fisiológicas e produtivas em dois galpões avícolas climatizados (G1 e G2), localizados no município de Itaberaí – GO, em que no galpão G1 e G2 foram alojados machos e fêmeas, respectivamente. Os galpões foram divididos internamente em seções, utilizando contenções para evitar que aves mudassem de seção. Em cada seção foram determinados os parâmetros: temperatura superficial corporal (crista, cabeça, pé, asa e dorso); massa corporal; frequência respiratória; temperatura e umidade relativa do ambiente interno e externo; e índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU) do ambiente interno. As avaliações foram realizadas nas idades de 23, 27, 32 e 36 dias de vida das aves. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC) em esquema de parcelas subdividas, sendo as seções as parcelas e as idades, subparcelas. Para caracterização do ambiente térmico foi utilizado analise descritiva. Realizou-se também a análise de componentes principais e calculou-se o coeficiente de correlação de Pearson (r) entre as variáveis ambientais e fisiológicas. Foram ajustadas equações múltiplas para as temperaturas das superfícies corporais das aves, massa corporal e frequência respiratória, em que estas variaram de acordo com as condições ambientais no interior e ao redor da instalação (ambiente externo). O ambiente térmico nas seções próximas as entradas de ar proporcionaram maior conforto térmico as aves, atuando sobre a frequência respiratória e massa corporal em frangos de corte machos e fêmeas. Desta forma, em regiões de clima quente, devem-se aprimorar o projeto das instalações e equacionar os manejos para superar os efeitos prejudiciais provenientes de alguns fatores ambientais críticos, propiciando ao animal ambiente confortável.

PALAVRAS-CHAVE: frequência respiratória, massa corporal, temperatura corporal

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CHAPTER 2 – SURFACE TEMPERATURE, RESPIRATORY RATE, WEIGHT

AND THERMAL COMFORT OF INSTALLATIONS IN BROILER POULTRY

BUSINESS ACCLIMATIZED

ABSTRACT

This study aimed to evaluate the effect of thermal environment on the physiological and productive in two acclimatized broiler houses (G1 and G2), located in the municipality of Itaberaí - GO, where the shed G1 and G2 were housed males and females, respectively. The sheds were internally divided into sections, using restraints to prevent birds change their section. In each section were determined the body surface temperature (crest, head, foot, wing and back), body weight, respiratory rate, temperature and relative humidity of the internal and external environment, and black globe temperature and humidity index (BGHI) of the internal environment. Evaluations were performed at ages 23, 27, 32 and 36 days old birds. The experimental was completely randomized design (CRD) in a subdivided parcel, being sections and ages the plots, subplots. To characterize the thermal environment was used descriptive analysis. We also conducted a principal components analysis and Pearson’s linear correlation (r) tests between environmental variables and physiological. Multiple equations were fitted to surface temperatures the bird body, body weight and a respiratory rate in these varied according to the environmental conditions in and around the facility (outdoor). The thermal environment in the sections near the vents provided greater thermal comfort birds, acting on the respiratory rate and body weight in broiler males and females. Thus, in warm climates, one must enhance the design of facilities and managements equate to overcome the harmful effects from some critical environmental factors, leading to the animal comfortable.

KEY-WORDS: respiratory rate, body mass, body temperature

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1 INTRODUÇÃO

Na produção avícola intensiva, objetiva-se alcançar condições ideais no

ambiente interno para que os frangos de corte estejam na zona de conforto

térmico, que pode ser indicada como sendo a faixa de temperatura ambiente

em que a taxa metabólica é mínima e a homeotermia é mantida com menor

gasto energético (CURTO et al., 2007).

O conforto térmico para frangos de corte ocorre quando as variáveis

ambientais (temperatura de bulbo seco, umidade relativa, radiação, velocidade

do ar e outros) proporcionam condições ótimas de produção, sem que haja

dispêndio de energia metabólica para a produção ou dissipação de calor. A

sensação de conforto também depende do tipo de alimentação, linhagem,

ambiência e da fase de produção.

Um dos importantes limitadores de produção é a temperatura ambiente e

deve ser fornecida em função da idade das aves. Nos primeiros dias, é

imprescindível uma fonte de calor, que consiga manter a temperatura do

ambiente em torno de 32 ºC. Com a idade essa necessidade vai diminuindo e à

medida que o frango vai crescendo essa temperatura reduz, em média, 3 ºC

por semana (RESTELATTO et al., 2008). Desta forma, nas regiões com clima

tropical e subtropical, onde as temperaturas, em grande parte do ano,

alcançam altos valores, é indispensável o estudo das características

ambientais da região (WELKER et al., 2008).

Os frangos de corte, desprovidos de glândulas sudoríparas, não têm a

capacidade de transpirar; liberam o excesso de calor pela respiração e pelas

superfícies desprovidas de penas como cristas, barbelas e área sobre as asas

(CARR & CARTER, 1985). CANGAR et al. (2008) consideram que o estudo da

temperatura superficial das aves auxilia no entendimento da transferência de

calor para o ambiente, sendo um dos principais parâmetros para se ter

eficiência no controle climático, eficiência no uso de energia e melhor projeto

de alojamento de frangos de corte.

Em situações de estresse térmico ocorre também aumento da

frequência respiratória, com consequente efeito no metabolismo, para estimular

a perda evaporativa de calor (ofegação) e para manter o equilíbrio térmico

corporal (MACARI et al., 2004).

Page 32: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

29

Outro método de avaliação indireta e relativamente prática são os

índices de conforto térmico, que podem ser utilizados para quantificar e

qualificar o ambiente em que o animal está inserido e estão relacionados às

respostas fisiológicas e desempenho produtivo das aves (DAMASCENO et al.,

2010). Os índices de conforto térmico são indicadores de estresse, sendo o

índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU), desenvolvido por

BUFFINGTON et al. (1981) considerado o mais preciso, pois incorpora em um

único valor, os valores de temperatura de bulbo seco (tbs), umidade relativa

(UR), velocidade do ar (v) e radiação solar na forma da temperatura de globo

negro (tgn), podendo ser calculado de acordo com a equação 1, onde tpo é a

temperatura de ponto de orvalho.

ITGU = tgn + 0,36.tpo + 41,5 [1]

Neste contexto, o conhecimento do ambiente térmico, acústico e de

iluminação no interior do galpão é de suma importância para que os frangos de

corte atinjam todo o seu potencial produtivo (YANAGI JÚNIOR et al., 2011).

Desta forma, objetivou-se com este trabalho registrar perfis das temperaturas

superficiais; massa corporal e conforto térmico através do índice de

temperatura de globo negro e umidade (ITGU) de frangos de corte, machos e

fêmeas, em galpões comerciais climatizados e a influência do ambiente de

produção sobre os parâmetros fisiológicos.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Município de Itaberaí – GO, Zona Rural

(16º01’ S de latitude, 49º48’ W de longitude, 722 m de altitude e pressão

atmosférica de 929 hPa), em dois galpões comerciais climatizados para

produção de frangos de corte, entre os dias 5 a 18 de fevereiro de 2010.

Galpões

Os galpões estavam equipados com sistema de ventilação em modo

túnel, pressão negativa e nebulização que era composto por 164 bicos

Page 33: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

30

nebulizadores dispostos em 16 linhas transversais, distribuídas ao longo do

galpão. O sistema de ventilação contava com sete exaustores. Os exaustores

eram ligados em grupos, sendo dois grupos de dois exaustores e um grupo

com três. Os exaustores succionavam o ar externo, forçando-o a passar por

aberturas laterais, localizadas no inicio do galpão.

O acionamento do sistema de climatização era definido pela

temperatura, que era registrada por um sensor posicionado no centro do

galpão. O painel de controle era programado de acordo com a idade do lote,

tendo como referencia a temperatura do ar. Em função das temperaturas

registradas pelo sensor, o sistema era programado para que ao atingir a

temperatura limite, o primeiro grupo de exaustores fosse acionado, não sendo

suficiente, acionavam-se os demais. Caso a temperatura permanecesse acima

do limite, o sistema de nebulização era então ligado, sendo o tempo definido no

painel de controle. No período noturno apenas o sistema de ventilação mínima

(ventilação higiênica) era ativado, onde um grupo de exaustores funcionava a

fim de eliminar o excesso de poeira e amônia.

As dimensões dos galpões eram de 12,0 x 125,0 x 2,5 m (largura x

comprimento x pé-direito, Figura 1). Cobertura com telhas de cimento amianto

(espessura 4 mm), muretas laterais de 0,45 m de altura, piso de concreto,

cama de palha de arroz reutilizada, tela de arame para fechamento lateral de

malha de 0,03 m, cortinas laterais de cor azul, forro amarelo Durante a fase

experimental, as aves tiveram acesso ad libitum à água, por meio de 4 linhas

de bebedouros tipo nipple, com cerca de 11 aves por bebedouro, e à ração por

meio de 3 linhas de comedouros automáticos, sendo cerca de 43 aves por

comedouro. Orientação no sentido leste-oeste e presença de vegetação

circundante.

Page 34: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

31

Entradas de ar Exaustores

25 25 25 25 25125

12

Sensores

- Aves escolhidas aleatoriamente

1 2 5 - Seções: Inicio, Terço inicial, Centro, Terço final e Final, respectivamente3 4

1 2 3 4 5

Figura 1 Esquema ilustrativo das seções predeterminadas, das posições dos

sensores de temperatura e umidade e das aves selecionadas aleatoriamente para determinação das temperaturas superficiais.

Foram alojados no Galpão 1 (G1) frangos de corte machos e Galpão 2

(G2) frangos de corte fêmeas, totalizando 21.000 aves em cada galpão, ambos

da linhagem Cobb.

Os galpões foram analisados separadamente e subdivididos em seções.

Para delimitar as seções utilizaram-se divisórias, confeccionadas com canos de

PVC e tela plástica perfurada (Figura 2), com altura de 0,60m, dispostas na

largura do galpão. Foram definidas cinco seções, equidistantes 25m no sentido

longitudinal do galpão e denominadas: 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª.

Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior

dos galpões.

Medição e instrumentação

Para caracterizar o ambiente térmico interno, foram tomadas medidas de

temperatura de bulbo seco (tbsint), temperatura de ponto de orvalho (tpoint),

umidade relativa (URint) e temperatura de globo negro (tgnint), sendo as três

primeiras variáveis medidas por sensores/registradores (precisão ± 3 %),

programados para coletar os dados em intervalos de 1 minuto. A tgnint foi

Page 35: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

32

medida por meio de termômetros de vidro, instalados no interior de globos

negros de plástico, pintado de preto fosco, confeccionados a partir do modelo

padrão de globo negro. Os sensores/registradores foram instalados no centro

das seções a uma altura de 0,3m, a fim de efetuar as leituras nos mesmos

horários de coleta das variáveis fisiológicas e temperaturas superficiais das

aves.

O ambiente térmico externo foi caracterizado a partir de medidas de

temperatura de bulbo seco (tbsext), temperatura de ponto de orvalho (tpoext) e

umidade relativa (URext) . Foram medidas por meio de um sensor/registrador

(precisão ± 3 %), programado para coletar os dados em intervalos de 1 minuto.

O sensor/registrador foi instalado entre os dois galpões a uma altura de ± 0,3m.

Foram retiradas cinco aves por seção em cada dia de coleta para:

determinação da massa corporal (MC, g) utilizando uma balança digital de

precisão (± 20g); mensuradas as temperaturas das superfícies das aves: crista

(tcrista, ºC), dorso (tdorso, ºC), asa (tasa, ºC), cabeça (tcab, ºC) e pé (tpé, ºC), foram

realizadas a partir de um termômetro infravermelho com regulagem de

emissividade (precisão ± 1%); a avaliação da frequência respiratória (FR,

resp.min-1) foi determinada por meio da contagem das movimentações do

flanco com o auxílio de um cronômetro, monitorada por 15 segundos e o valor

encontrado, extrapolado posteriormente, para um minuto.

As temperaturas das superfícies das aves foram utilizadas para realizar

o cálculo da temperatura média da pele (TMP, ºC), calculada de acordo com a

equação 1, proposta por RICHARDS (1971):

pécabasadorsocrista

t0,09t0,06t0,12t0,70t0,03 TMP [1]

As coletas de dados foram realizadas nas idades de 23, 27, 32 e 36 dias

de vida das aves, entre as 7h às 11h, sendo a sequência de coleta

aleatorizada, tanto para as seções quanto para os galpões.

O ambiente térmico foi analisado de forma descritiva, utilizando-se

gráficos Box-plot dos valores observados de temperatura de bulbo seco interno

e externo durante período experimental. Também foram utilizadas medidas de

posição e dispersão, como média, máximo, mínimo e desvio padrão para

complementar as informações obtidas.

Page 36: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

33

As respostas fisiológicas foram avaliadas utilizando-se a análise de

variância e, em função dos resultados dos testes F, foram realizadas análises

de regressão e aplicado o teste Tukey, quando necessários. O delineamento

experimental utilizado para análise das temperaturas das superfícies das aves,

massa corporal, frequência respiratória e índice de temperatura de globo negro

e umidade (ITGU) foi o inteiramente casualizado (DIC) em esquema de

parcelas subdividas, sendo as seções as parcelas e as idades, subparcelas.

Para as análises de variância, teste de médias e regressão foi utilizado o

software SISVAR (FERREIRA, 2011).

Os resultados das análises foram divididas em galpões de machos (G1)

e fêmeas (G2), além da análise do ambiente de produção. Foi realizada análise

de componentes principais utilizando o software MINITAB. Esta análise

permitiu a quantificação do efeito de cada variável ambiental nas equações das

estimativas das temperaturas das superfícies das aves, destacando assim, as

de maior importância. Calculou-se também o coeficiente de correlação de

Pearson (r) entre as variáveis ambientais e fisiológicas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Análise do Galpão 1 (machos)

Caracterização do ambiente térmico de produção

Durante os dias de coleta dos dados, avaliou-se o ambiente de produção

a partir dos dados de temperatura de bulbo seco (tbsint e tbsext) e umidade

relativa (URint e URext), internas e externas, respectivamente, durante os dias

de avaliação (23º, 27º, 32º e 36º dia de vida das aves) com o objetivo de

verificar a eficiência do sistema de climatização neste período.

No galpão (G1), por meio da Tabela 1, observou-se que nas idades

avaliadas, as variáveis temperatura e umidade, interna e externa,

apresentaram valores próximos, principalmente nos primeiros dias de

avaliação. Apesar do sistema de climatização, nesta fase, ter sido pouco

utilizado nos galpões, percebe-se que as temperaturas encontradas estão fora

Page 37: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

34

do recomendado pelo manual da linhagem (COBB, 2008), as temperaturas

ideais para esta fase de produção de 24 a 26ºC aos 23 dias e de 21 a 23ºC aos

27. Nas demais idades, aos 32º e aos 36º dia, a temperatura externa

apresentou valores inferiores aos da temperatura interna, demonstrando que o

sistema de climatização não estava sendo eficiente quanto ao arrefecimento do

ambiente interno.

A umidade relativa interna média (Tabela 1) apresentou valores

próximos ao recomendado por COBB (2008), que na idade de 23 e 27 dias

deve estar entre 50% a 65% e de 50% a 70% nas demais idades. A umidade

relativa externa, no entanto, apresentou valores elevados, principalmente aos

32º e 36º dias, o que explica as baixas temperaturas encontradas no ambiente

externo.

Tabela 1 Estatística descritiva dos fatores do ambiente térmico para o galpão 1, desvio padrão, valores médios, mínimos e máximos encontrados.

Variável Desvio Padrão

Média Mínimo Máximo

tbsint23 1,58 30,36 27,80 32,30 tbsext23 2,15 31,23 27,10 33,70 URint23 9,93 68,50 53,60 83,20 URext23 6,41 52,29 44,20 63,60

tbsint27 0,96 28,22 27,00 29,70 tbsext27 0,35 27,10 26,40 27,50 URint27 3,61 72,20 67,30 79,40 URext27 1,59 68,12 65,80 71,80

tbsint32 0,31 25,78 25,50 26,40 tbsext32 1,38 23,71 21,40 25,40 URint32 1,36 74,42 72,40 76,20 URext32 4,20 87,15 82,50 93,30

tbsint36 0,22 27,58 27,40 28,00 tbsext36 0,42 21,73 21,20 22,50 URint36 0,89 70,96 69,40 71,80 URext36 0,40 91,90 91,20 92,50

Para comparação visual das distribuições das temperaturas de bulbo

seco (tbsint, ºC) nas seções durante o período experimental, estão apresentados

os gráficos Box-plot (Figura 3). Nos gráficos, as linhas pontilhadas na horizontal

na cor preta expressa os valores mínimos e máximos da temperatura externa.

A linha pontilhada na cor vermelha representa o intervalo de temperatura ideal

Page 38: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

35

recomendado pelo manual da linhagem (COBB, 2008) para cada idade de

produção.

Nos gráficos a menor dispersão dos dados é explicada pelo reduzido

intervalo de coleta dos dados, sendo 5 repetições para cada temperatura nas

seções, sendo estas temperaturas coletadas durante o período de coleta dos

dados fisiológicos.

Por meio da Figura 3A, 23º dia, é possível observar que as temperaturas

coletadas nas seções encontram-se dentro dos limites inferior e superior de

temperatura do ambiente externo, no entanto, todos os valores estão fora do

recomendado por COBB (2008). Na Figura 3B, 27º dia, apenas as duas últimas

seções, terço final e final, encontram-se no intervalo de temperatura externa,

mas, assim como nas demais idades, não apresentam temperaturas ideais nas

seções avaliadas. Nas Figuras 3C e 3D, 32º e 36º dia, respectivamente, todos

os valores de temperatura estão fora do intervalo de temperatura externa.

t bsin

t (ºC

)

A

5ª4ª3ª2ª1ª

32

30

28

26

2424

26

B

5ª4ª3ª2ª1ª

30

28

26

24

22

20

21

23

C

5ª4ª3ª2ª1ª

26

25

24

23

22

21

20

1919

21

D

5ª4ª3ª2ª1ª

28

26

24

22

20

18

19

21

Seção Figura 3 Gráficos Box-plot dos dados de temperaturas de bulbo seco (tbsint, ºC)

distribuídas nas seções, em função das idades de 23º (A), 27º (B), 32º (C) e 36º (D) dias de vida dos frangos de corte alojadas no galpão de machos (G1).

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36

Além da percepção da ineficiência do sistema de climatização, é

possível observar a distribuição heterogênea das temperaturas ao longo do

galpão. As mesmas respostas foram observadas por DAMASCENO et al.

(2010), a utilização do sistema de resfriamento evaporativo nos galpões, não

garantiu condições de conforto ideais aos frangos de corte.

A Figura 4 ilustra a distribuição das médias das temperaturas de bulbo

seco (tbsint, ºC) e umidade relativa (URint, %) internas no G1 durante o período

experimental. Observa-se a redução da tbsint ao longo do período experimental,

este fato deve-se as necessidades de ajuste térmico para que os frangos de

corte possam expressar todo o potencial de produção. A URint manteve-se, em

grande parte, acima de 70%, o que para MEDEIROS et al. (2005) e COBB

(2008) seria considerado desconforto térmico, sendo que a capacidade dos

frangos de corte em suportar o calor é inversamente proporcional ao teor de

umidade relativa do ar, comprometendo seu desempenho (OLIVEIRA et al.,

2006).

Ida

de

A

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

24

26

28

30

32

34

36

B

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

24

26

28

30

32

34

36

Seção

Figura 4 Distribuição das (A) temperaturas de bulbo seco (tbsint, ºC) e (B) umidade relativa (URint, %) no galpão com machos alojados (G1) durante o período experimental.

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37

Ambiente de produção x respostas fisiológicas

Após a análise de componentes principais foram gerados os gráficos

que estão apresentados na Figura 5. A partir dos gráficos, é possível observar

que para os frangos de corte machos, observa-se forte correlação positiva

entre a massa corporal e a umidade relativa do ambiente externo (URext).

Observa-se também a relação positiva entre a temperatura média da pele

(TMP) e a temperatura de bulbo seco (tbsint) no interior do galpão, ambas estão

correlacionadas negativamente com a umidade relativa (URint) no ambiente

interno.

Primeira componente

Segunda c

om

ponente

1.00.50.0-0.5-1.0

0.50

0.25

0.00

-0.25

-0.50

-0.75UR

URext

tbsext

tbs

ITGUFR

TMPMassa corporal

Figura 5 Correlação dos resultados da análise das temperaturas das superfícies corporais, massa corporal e frequência respiratória com o ambiente de produção dos frangos de corte machos.

A frequência respiratória (FR), índice de temperatura de globo negro e

umidade (ITGU) e a temperatura de bulbo seco do ambiente externo (tbsext)

apresentam forte correlação positiva. Entretanto, estas variáveis apresentam

forte correlação negativa com a MC e URext, desta forma, estima-se um

aumento da MC dos frangos de corte machos com a redução da FR, ITGU e

tbsext, condições estas que caracterizam ambiente de conforto,

consequentemente, permitindo a este animal desempenhar sua máxima

produtividade.

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38

Os resultados dos testes de correlação de Pearson (P-valor < 0,05)

estão apresentados na Tabela 2. É possível observar que a idade dos frangos

mostra-se correlacionada positivamente com a massa corporal (MC) e a

umidade relativa do ambiente externo (URext) e correlacionada negativamente

com a temperatura de bulbo seco externa (tbsext) e o índice de temperatura de

globo negro e umidade (ITGU), ratificando a influencia do ambiente externo

sobre o ambiente de produção, principalmente pelo fato do sistema de

climatização do galpão utilizar as variáveis externas (tbsext e URext) diretamente

sobre o ambiente interno, sem nenhum tipo de resfriamento do ar que é

succionado pelos exaustores para o interior do galpão.

Tabela 2 Resultados significativos do Teste de Correlação de Pearson entre as variáveis ambientais e fisiológicas, para frangos de corte machos.

Idade MC TMP FR tbsext URext tbs UR ITGU

Idade 1,000

MC 0,941 1,000

TMP -0,455 -0,374 1,000

FR -0,754 -0,724 0,409 1,000

tbsext -0,931 -0,879 0,490 0,826 1,000

URext 0,953 0,894 -0,523 -0,806 -0,985 1,000

tbs -0,652 -0,581 0,546 0,682 0,779 -0,803 1,000

UR 0,193 0,180 -0,375 -0,405 -0,392 0,363 -0,660 1,000

ITGU -0,841 -0,781 0,536 0,727 0,876 -0,887 0,808 -0,353 1,000

Os valores de massa corporal (MC) mostraram-se correlacionados

negativamente com a tbsext e positivamente com a URext. Houve forte correlação

negativa com a frequência respiratória (FR) e ITGU. Evidenciando que para

frangos com menor FR e em ambientes com menores valores de ITGU, há uma

maior probabilidade da MC ser superior.

Realizou-se então a análise de regressão linear múltipla para determinar

as equações de estimativa dos valores de ITGU nas seções avaliadas. As

equações para cada seção e seus respectivos coeficientes de determinação da

regressão (R2) encontram-se nos gráficos da Figura 6.

As equações ajustadas apresentaram coeficiente linear e angular

significativos (P<0,05). A seção ‘4ª’ (Figura 6D) apresentou o melhor ajuste,

com R² próximo de 1, tendo em sua equação a influência da temperatura de

bulbo seco interna (tbsint) e umidade relativa externa (URext).

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39

ITG

U e

stim

ad

o

(A)

ITGUest= 146 - 1,12*tbsext - 0,484*URext

R² = 0,8570

72

74

76

78

80

82

72 74 76 78 80 82

(B)

ITGUest= 46,8 + 0,633*tbsint + 0,562*tbsext -0,0447*URint

R² = 0,949

74

76

78

80

74 75 76 77 78 79 80

(C)

ITGUest= 91,5 + 0,0269*tbsint - 0,147*URext -0,159*URint

R² = 0,984

72

74

76

78

80

72 74 76 78 80

(D)

ITGUest= 87,6 + 0,0716*tbsint - 0,165*URext

R² = 0,997

73

75

77

79

81

83

73 75 77 79 81 83

(E)

ITGUest= 8,1+ 1,52*tbsext + 0,32*URext

R² = 0,89570

72

74

76

78

80

82

84

72 74 76 78 80 82 84

ITGU observado

Figura 6 ITGU observados e estimados pelos modelos, nas seções 1ª (A); 2ª (B); 3ª (C); 4ª (D) e 5ª (E) no galpão com machos alojados (G1), durante o período experimental.

As distribuições dos valores de ITGU nas idades de avaliação estão

ilustradas nos gráficos Box-plot (Figura 7). Nos gráficos, as linhas pontilhadas

na horizontal, delimitam o intervalo de valores considerado por MEDEIROS et

al. (2005) como dentro da zona de conforto, sendo de 69 a 77.

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40

ITG

U

(A)

5ª4ª3ª2ª1ª

84

82

80

78

76

74

72

70 69

77

(B)

5ª4ª3ª2ª1ª

80

78

76

74

72

7069

77

(C)

5ª4ª3ª2ª1ª

78

76

74

72

70

68

69

77

(D)

5ª4ª3ª2ª1ª

78

76

74

72

70

68

69

77

Seção

Figura 7 Gráficos Box-plot dos valores de ITGU distribuídos nas seções, em função das idades de 23º (A), 27º (B), 32º (C) e 36º dias (D) de vida dos frangos de corte alojados no galpão de machos (G1).

Analisando os gráficos Box-plot, verifica-se que no primeiro dia de

avaliação, ao 23º dia (Figura 7A), as aves permaneceram em estresse por

calor em quase todo o galpão, sendo a seção ‘3ª’ a única que esteve dentro

dos limites considerados de conforto. No 27º dia (Figura 7B), as aves da seção

‘5ª’ ficaram dentro da zona de conforto. Nas demais idades, 32 e 36 dias

(Figuras 7C e 7D) as aves, em todo o galpão, estavam submetidas a condições

de conforto térmico, considerando o ITGU.

Respostas fisiológicas

De acordo com a análise estatística não foram observadas diferenças

significativas (P<0,05) na interação idade e seção sobre a tasa. As demais

variáveis analisadas (tcrista, tasa, tcab, tdorso, TMP, FR, MC e ITGU) apresentaram

efeito da interação idade e seção, destacando a diferença das seções entre as

idades de avaliação. Desta forma, após a análise de componentes principais,

Page 44: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

41

foram ajustadas equações de regressão linear múltipla para determinar as

equações de estimativa das temperaturas das superfícies corporais das aves

em função das variáveis selecionadas, para cada seção do galpão.

Nas Figuras 8 a 11 estão apresentadas as relações funcionais entre as

temperaturas das superfícies das aves observadas e estimadas, sendo

ajustadas equações de estimativas das temperaturas para cada seção. Na

Figura 8 estão apresentadas as relações funcionais e equações de regressão

linear múltipla para a seção ‘1ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação.

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= -2,47 + 0,0549*URext + 1,12*tbsint

R² = 0,753

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

tdorsoest= - 7,5 + 0,0644*URint + 1,32*tbsint

R² = 0,784

30

32

34

36

38

40

30 32 34 36 38 40

tasaest= 6,29 + 0,155*URint + 0,793*tbsint

R² = 0,621

36

38

40

42

36 38 40 42

tcabeçaest = - 22,1 + 0,104*URext + 1,68*tbsint

R² = 0,738

28

30

32

34

36

38

26 28 30 32 34 36 38

tpéest = - 33,5 + 0,191*URext + 1,88*tbsint

R² = 0,672

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

TMPest = - 4,53 + 0,118*URext + 1,19*tbsint

R² = 0,898

26

28

30

32

34

36

28 30 32 34 36 38

Temperaturas observadas (ºC)

Figura 8 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção ‘1ª’ do galpão.

Page 45: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

42

Ao avaliar os gráficos da Figura 8, nota-se que para o ajuste das

equações, as temperaturas superficiais tiveram como variáveis explicativas as

variáveis referentes ao ambiente interno e externo, sendo, portanto, na

avaliação do sistema de climatização utilizado, ineficiente no processo de

controle do ambiente interno. Fato observado, principalmente na seção inicial

do galpão, visto que os galpões não apresentam sistema de resfriamento

evaporativo, corroborando com CARVALHO et al. (2009) e DAMASCENO et al.

(2010).

Na Figura 9 estão apresentadas as relações funcionais e equações de

regressão múltipla para a seção ‘2ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação linear, relacionando a equação de estimativa das superfícies das

aves com as temperaturas observadas.

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tasaest= 88,7 - 0,285*URext - 1,08*tbsext

R² = 0,403

36

38

40

42

34 36 38 40 42

tdorsoest= 216 - 0,899*URint + 1,57*tbsext

R² = 0,531

30

32

34

36

38

40

28 30 32 34 36 38 40

tpéest= 3,2 + 0,101*URext + 0,855*tbsint

R² = 0,39

32

34

36

38

32 34 36 38

TMPest= 171 - 0,698*URint + 1,17*tbsint

R² = 0,51

28

30

32

34

36

28 30 32 34 36 Temperaturas observadas (ºC)

Figura 9 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção ‘2ª’ do galpão.

Na seção ‘2ª’, as equações das temperaturas da crista (tcrista) e cabeça

(tcab) não foram significativas (teste F, P≤0,05), onde as variáveis observadas

não explicaram a variabilidade dos dados. Observa-se que os coeficientes de

determinação da regressão das equações ajustadas e significativas também

tiveram baixos valores, este fato deve-se a dispersão dos dados observados.

Page 46: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

43

Na Figura 10 estão apresentadas as relações funcionais e equações de

regressão múltipla para a seção ‘3ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação linear, relacionando a equação de estimativa das superfícies das

aves com as temperaturas observadas.

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= - 86 - 0,423*URext - 3,75*tbsext -5,04*tbsint

R² = 0,551

28

30

32

34

36

38

40

28 30 32 34 36 38 40

tdorsoest= 45,7 - 0,305*URint + 0,47*tbsext

R² = 0,226

28

30

32

34

36

38

40

28 30 32 34 36 38 40

tasaest= 36,9 + 0,176*tbsext

R² = 0,30

38

39

40

41

42

38 39 40 41 42

tcabest= 31,3 + 0,0477*URext + 0,251*tbsint

R² = 0,41

32

33

34

35

36

32 33 34 35 36 37

tpéest= 189 + 2,07*tbsext + 3,68*tbsint

R² = 0,537

30

32

34

36

38

32 34 36 38

TMPest = 40,5 + 0,371*tbsext - 0,231*URint

R² = 0,252

30

32

34

36

28 30 32 34 36 Temperaturas observadas (ºC)

Figura 10 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção ‘3ª’do galpão.

Na Figura 11 estão apresentadas as relações funcionais e equações de

regressão múltipla para a seção ‘4ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação linear, relacionando a equação de estimativa das superfícies das

aves com as temperaturas observadas.

Page 47: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

44

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= 99,5 - 0,412*URext - 1,34*tbsext

R² = 0,766

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

tdorsoest= 153 - 0,719*URext - 2,48*tbsext

R² = 0,682

28

30

32

34

36

38

40

26 28 30 32 34 36 38 40

tasaest= 102 - 0,359*URext - 1,34*tbsext

R² = 0,551

38

39

40

41

42

43

44

36 38 40 42 44

tcabest= -61,5 + 0,551*URint - 1,99*tbsint

R² = 0,789

38

40

42

44

36 38 40 42 44

tpéest= 144 - 0,620*URext - 2,37*tbsint

R² = 0,359

32

34

36

38

40

26 28 30 32 34 36 38 40

TMPest= 145 - 0,674*URext - 2,37*tbsext

R² = 0,808

28

30

32

34

36

38

26 28 30 32 34 36 38 Temperaturas observadas (ºC)

Figura 11 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção ‘4ª’ do galpão.

As equações da tasaest e tpéest foram as que apresentaram menores

valores de coeficientes de determinação na seção ‘4ª’, fato explicado pela

variabilidade dos dados coletados. Na Figura 12 estão apresentadas as

relações funcionais e equações de regressão múltipla para a seção ‘5ª’ e seus

respectivos coeficientes de determinação linear, relacionando a equação de

estimativa das superfícies das aves com as temperaturas observadas.

Page 48: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

45

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= 109 - 0,523*URext - 1,65*tbsext

R² = 0,404

30

32

34

36

38

30 32 34 36 38

tdorsoest= 33 + 0,035 * tbsint

R² = 0,351

32

34

36

38

32 34 36 38

tasaest= 6,29 + 0,155*URint + 0,793*tbsint

R² = 0,621

36

38

40

42

36 38 40 42

tcabest= - 22,1 + 0,104*URext+ 1,68*tbsint

R² = 0,789

28

32

36

40

32 34 36 38

tpéest= -33,5 + 0,191*URext + 1,88*tbsint

R² = 0,38

30

32

34

36

38

32 34 36 38

TMPest= 145 - 0,674*URext - 2,37*tbsext

R² = 0,808

26

30

34

38

26 30 34 38 Temperaturas observadas (ºC)

Figura 12 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas pelo modelo, para frangos de corte machos na seção ‘5ª’ do galpão.

Verifica-se que temperaturas das superfícies corporais variaram de

acordo com as condições térmicas externas e internas da instalação,

resultados similares aos obtidos por WELKER et al. (2008), os mesmos autores

afirmam que mesmo apenas o ventilador sendo utilizado como método de

controle ambiental, pode-se reduzir a temperatura média corporal das aves.

A suscetibilidade das aves ao estresse calórico aumenta à medida que a

umidade relativa e a temperatura ambiente ultrapassam a zona de conforto

térmico, dificultando assim a dissipação de calor, incrementando

consequentemente a temperatura corporal da ave, com efeito negativo sobre o

desempenho (BORGES et al., 2003). Desta forma, o aumento na temperatura

superficial corporal pode servir como resposta fisiológica da ave a condições

inadequadas de alojamento, como também o empenamento, que é uma

Page 49: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

46

resposta adaptativa ao ambiente e que influencia na perda de calor

(NASCIMENTO et al., 2011).

Ainda segundo SHINDER et al. (2007), as diversas regiões corporais

das aves podem contribuir, de maneira distinta, no balanço de calor corporal

podendo, ainda, ser feita a classificação de regiões consideradas

vasorregulatórias conservadoras como, por exemplo, as regiões cobertas por

penas e as regiões desprovidas de penas, que têm maior contribuição nas

trocas entre a superfície corpórea e o ambiente circundante.

Na Figura 13 estão apresentadas as relações funcionais entre a massa

corporal (MC, g) e frequência respiratória (FR, resp.min-1) observada das dos

frangos de corte machos, as equações estimadas pelo modelo e seus

respectivos coeficientes de determinação linear para cada seção.

A relação entre estas variáveis era esperada, visto que, sob temperatura

ambiente elevada, os frangos de corte aumentam a perda de calor por

evaporação na tentativa de manter a homeotermia e os frangos de corte

quando estão sob condições adequadas de temperatura e umidade, atingem

seu potencial produtivo, ou seja, resultando num maior ganho de massa

corporal (MARCHINI et al., 2007).

Page 50: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

47

Va

lore

s e

stim

ad

os

A

MCest = 21988 - 194*tbsint - 26,1*URint

- 322*tbsext - 59,7*URext

R² = 0,9641000

1400

1800

2200

2600

1000 1400 1800 2200 2600 3000

FRest= 306 - 4,94*tbsext - 2,35*URint

R² = 0,807

30

40

50

60

70

80

90

30 40 50 60 70 80 90 100

B

MCest= - 10895 + 51,4*URext + 319*tbsint

R² = 0,86

1100

1500

1900

2300

2700

3100

1100 1500 1900 2300 2700 3100

FRest= - 371 + 1,71*URext + 11,2*tbsext

R² = 0,808

18

28

38

48

58

68

78

18 28 38 48 58 68 78

C

MCest= 1074 + 28,5*URext - 18,8*URint

R² = 0,957

1100

1400

1700

2000

2300

2600

1100 1400 1700 2000 2300 2600

FRest= 156 + 1,03*URint - 3,78*tbsext - 1,2*URext

R² = 0,821

30

40

50

60

70

30 40 50 60 70

D

MCest= -6825 + 33,2*URext + 155*tbsint + 26*URint

R² = 0,888

1000

1400

1800

2200

2600

3000

1000 1400 1800 2200 2600 3000

FRest= 250 - 1,03*URext - 1,64*URint

R² = 0,857

30

50

70

90

110

20 40 60 80 100 120 140

E

MCest= - 6104 + 42,3*URext + 171*tbsint

R² = 0,876

1000

1400

1800

2200

2600

3000

1000 1400 1800 2200 2600 3000

FRest= 159 - 1,25*URext

R² = 0,852

30

50

70

90

110

130

30 50 70 90 110 130 Valores observados

Figura 13 Massa corporal e frequência respiratória observadas e simuladas pelos modelos, para frangos de corte machos na seção ‘1ª’ (A), ‘2ª’ (B), ‘3ª’ (C), ‘4ª’ (D) e ‘5ª’ (E) do galpão.

Page 51: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

48

Realizou-se o teste de médias (Tukey a 5% de probabilidade) para as

variáveis: massa corporal (MC, g); frequência respiratória (FR, resp.min-1),

índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU, adimensional) e

temperatura média da pele (TMP, ºC) e seus valores estão apresentados na

Tabela 3.

Tabela 3 Médias de massa corporal (MC,g), frequência respiratória, (FR, resp.min-1), índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU, adimensional) e temperatura média da pele (TMP, ºC) para frangos de corte machos.

MC

(g

)

Seção Idade

23 27 32 36

1ª 1260 aA 1684 bB 2136 cB 2436 dA

2ª 1348 aA 1592 bB 2136 cB 2716 dB 3ª 1252 aA 1648 bB 2032 cAB 2336 dA

4ª 1264 aA 1660 bB 1844 bA 2344 cA 5ª 1252 aA 1616 bB 2056 cAB 2544 dAB

FR

(re

sp

.min

-1) Seção

Idade

23 27 32 36

1ª 75,20 aA 41,60 bA 42,40 bA 40,00 bA

2ª 73,60 aA 41,60 bA 42,40 bA 28,00 cA 3ª 64,00 aA 45,60 bA 40,80 bA 38,40 bA

4ª 98,40 aB 48,00 bA 50,40 bA 33,60 cA 5ª 104,80 aB 65,60 bB 50,40 cA 38,40 cA

ITG

U

Seção Idade

23 27 32 36

1ª 78,09 dB 79,71 cE 73,56 bA 73,34 aA 2ª 78,92 dC 78,70 cD 74,64 aC 74,82 bE

3ª 76,87 cA 77,80 dB 74,06 bB 73,88 aB 4ª 82,04 dD 78,48 cC 75,36 bD 74,34 aD

5ª 82,29 dE 75,59 bA 75,77 cE 74,12 aC

TM

P (

ºC)

Seção Idade

23 27 32 36

1ª 34,35 cB 33,56 bcAB 29,25 aA 31,80 bA 2ª 32,39 aAB 32,10 aA 31,48 aAB 31,86 aA

3ª 31,67 aA 33,94 aAB 32,13 aB 31,96 aA 4ª 34,78 bB 34,69 bB 29,33 aA 30,65 aA

5ª 34,19 aB 33,44 aAB 32,11 aB 32,47 aA Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Utilizada pelas aves como mecanismo de termorregulação e de resposta

rápida, a FR influencia no desempenho do lote, principalmente em ganho de

Page 52: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

49

massa corporal, como é observado na Tabela 3, onde nas duas primeiras

seções, no 36º dia, as aves apresentaram massa corporal próximo a 3000 g.

A FR (Tabela 3) diminuiu ao longo das idades e é menos acentuada nas

primeiras seções, o maior valor foi de 104 resp.min-1 na seção ‘5ª’ aos 23 dias

de vida. PERISSINOTTO et al. (2009) considera que o aumento da FR, quando

considerado por um curto período, é um mecanismo eficiente de perda de

calor, no entanto, quando os valores ultrapassam 120 resp.min-1, o animal pode

estar sofrendo com a carga excessiva de calor.

Os valores de ITGU mensurados ao longo das seções (Tabela 3) nas

diferentes idades, nas idades de 23 e 27 dias, apresentaram condições de

estresse por calor, caracterizado por valores de ITGU superiores a 77

(MEDEIROS et al., 2005). Os valores tiveram amplitudes elevadas, variando de

82,29, encontrado na 5ª seção aos 23 dias para valores de 73,34 na 1ª seção

aos 36 dias.

As TMP reduziram com o avanço da idade, este fato é explicado pela

redução na temperatura ambiente em favor do conforto térmico e também pelo

aumento do empenamento das aves, corroborando com MARCHINI et al.

(2007), CANGAR et al. (2008) e ABREU et al. (2012). As áreas com menor

empenamento, como pés, crista e cabeça, apresentam elevada vascularização,

sendo considerados importantes órgãos vasomotores, fundamentais para as

trocas de calor sensível em frangos de corte (SHINDER et al., 2007).

Na Figura 14 estão ilustradas as superfícies de resposta das massas

corporais (MC, g) em função dos valores de ITGU nas seções observadas.

É possível observar na Figura 14A que alguns valores mais altos de MC

são encontrados entre o inicio e o terço inicial do galpão, em regiões que

apresentam ITGU entre 77 e 79, o que nesta fase de produção, aos 23 dias, é

considerado por OLIVEIRA et al. (2006) como em desconforto térmico.

Segundo os mesmos autores, o conforto seria alcançado com valores de ITGU

entre 69,8 a 74,9 para frangos de corte de 21 a 42 dias. Na Figura 14B, aos 27

dias, é perceptível que nas regiões onde o ITGU fica entre 74 e 75, apresentam

valores de MC superiores as demais regiões do galpão, indicando um melhor

ambiente de produção.

Page 53: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

50

‘Ma

ssa

co

rpo

ral (g

)

A

ITG

U B

C

D

Seção Figura 14. Superfície de resposta das massas corporais em função das seções

e ITGU observados para frangos de corte machos aos 23 (A), 27 (B), 32 (C) e 36 (D) dias de vida.

Page 54: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

51

MEDEIROS et al. (2005) consideram que ambientes confortáveis para

aves adultas apresentam valores de ITGU de 69 a 77, o que é observado em

todo o galpão na Figura 14C e 14D aos 32 e 36 dias, respectivamente. Em seu

trabalho, os autores observaram que nesta faixa de ITGU as aves

apresentaram-se tranquilas, com bom ganho de peso e frequência respiratória

considerada normal, em torno de 45 resp.min-1.

3.2 Análise do Galpão 2 (fêmeas)

Caracterização do ambiente térmico de produção

Durante os dias de coleta dos dados, avaliou-se o ambiente de produção

a partir dos dados de temperatura de bulbo seco (tbsint e tbsext) e umidade

relativa (URint e URext), internas e externas, respectivamente, durante os dias

de avaliação, sendo aos 23º, 27º, 32º e 36º dia de vida das aves, de forma

verificar a eficiência do sistema de climatização neste período. Na Tabela 4

estão apresentados os resultados da análise estatística descritiva das

temperaturas internas e externas.

Através da Tabela 4 pode-se observar que tanto o ambiente térmico

externo, quanto interno, ofereceu aos frangos de corte, situações similares de

temperatura e umidade, este fato deve-se a climatização sem nenhum tipo de

resfriamento adiabático. A situação tornou-se mais crítica quando a massa

corporal dos animais aumentou, pois aumentou também a produção de calor e

consequentemente a temperatura do ambiente interno, a situação agrava-se

quando o ar externo introduzido no interior da instalação apresenta

temperaturas superiores.

BAÊTA & SOUZA (2010) consideram que os dois elementos

meteorológicos, temperatura e umidade, são altamente correlacionados ao

conforto térmico animal, uma vez que, em temperaturas muito elevadas, o

principal meio de dissipação de calor das aves é a evaporação, que depende

da umidade relativa do ar.

Page 55: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

52

Tabela 4. Estatística descritiva dos fatores do ambiente térmico para o galpão 2, com fêmeas alojadas

Variável Desvio Padrão

Média Mínimo Máximo

tbsint23 0,94 31,36 30,20 32,70 tbsext23 0,43 32,10 31,30 32,70 URint23 8,76 64,98 50,50 81,30 URext23 1,74 49,48 46,60 52,40

tbsint27 0,55 29,42 28,70 30,20 tbsext27 0,48 26,98 25,90 27,60 URint27 6,33 73,31 61,20 81,80 URext27 1,91 68,70 64,90 71,80

tbsint32 0,83 27,35 26,10 28,60 tbsext32 1,14 27,66 25,40 29,20 URint32 7,39 83,99 75,70 95,00 URext32 5,24 72,27 62,80 81,60

tbsint36 0,84 25,91 24,50 27,00 tbsext36 1,62 24,67 22,60 27,40 URint36 2,74 76,03 72,20 80,40 URext36 4,99 84,98 76,50 90,80

Na Figura 15 os gráficos Box-plot ilustram as distribuições das

temperaturas de bulbo seco (tbsint, ºC) nas seções durante o período

experimental. Nos gráficos, as linhas pontilhadas na horizontal na cor preta

expressa os valores mínimos e máximos da temperatura externa. A linha

pontilhada na cor vermelha representa o intervalo de temperatura ideal

recomendado pelo manual da linhagem (COBB, 2008) para cada idade de

produção.

Através da Figura 15A é possível observar que as temperaturas

coletadas na seção ‘1ª’, em grande parte, encontram-se dentro do limite da

temperatura externa. A seção ‘3ª’ e ‘5ª’ encontram-se totalmente no intervalo

de temperatura externa e as demais seções nesta idade de avaliação estão

fora dos limites de temperatura externa e dos limites recomendados pelo

manual da linhagem (COBB, 2008). Durante o 27º dia de vida das aves (Figura

15B), as temperaturas internas em todas as seções estiveram apresentaram

temperaturas superiores ao ambiente externo. Durante o 32º e 36º dia (Figuras

15C e 15D) todas as seções encontravam-se dentro dos limites inferior e

superior de temperatura do ambiente externo, no entanto, todos os valores

estão fora do recomendado.

Page 56: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

53

t bsin

t (ºC

)

A

5ª4ª3ª2ª1ª

34

32

30

28

26

2424

26

B

5ª4ª3ª2ª1ª

30

28

26

24

22

20

21

23

C

5ª4ª3ª2ª1ª

30

28

26

24

22

2019

21

D

5ª4ª3ª2ª1ª

28

26

24

22

20

18

19

21

Seção Figura 15 Gráficos Box-plot dos dados de temperaturas de bulbo seco (tbsint,

ºC) distribuídas nas seções, em função das idades de 23º (A), 27º (B), 32º (C) e 36º (D) dias de vida dos frangos de corte alojadas no galpão de fêmeas (G2).

Na Figura 16 estão ilustradas as distribuições das médias das

temperaturas de bulbo seco (tbsint, ºC) e umidade relativa (URint, %) internas no

G2 durante o período experimental.

Observa-se a redução da tbsint na seção ‘final’ durante o 32º dia de vida.

A redução na temperatura deve-se ao aumento da UR no mesmo período e

seção avaliada. A UR, no interior do galpão apresentou valores superiores a

70%, principalmente na seção ‘5ª’ o que para MEDEIROS et al. (2005) e COBB

(2008) seria considerado fora da zona de conforto térmico para as aves.

Page 57: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

54

Ida

de

A

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

24

26

28

30

32

34

36

B

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

24

26

28

30

32

34

36

Seção

Figura 16 Distribuição das (A) temperaturas de bulbo seco (tbsint, ºC) e (B) umidade relativa (URint, %) no galpão com fêmeas alojadas (G2) durante o período experimental.

Ambiente de produção x respostas fisiológicas

O gráfico de componentes principais (Figura 17) demonstra a forte

correlação entre o aumento da massa corporal (MC) com aumento da Umidade

relativa externa (URext) e correlação negativa com as temperaturas de bulbo

seco interno e externo (tbsint e tbsext, respectivamente), que são fortemente

correlacionadas entre si, demonstrando a influencia do ambiente externo sobre

o interior do galpão e também correlação negativa entre a frequência

respiratória (FR), temperatura média da pele (TMP) e o índice de temperatura

de globo negro e umidade (ITGU), demonstrando que estes parâmetros,

quando reduzidos, influenciam no ganho de MC. Para os frangos de corte,

fêmeas, houve uma menor correlação entre a tbsint e a FR, TMP e ITGU.

Page 58: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

55

Primeira componente

Segunda c

om

ponente

1.00.50.0-0.5-1.0

0.00

-0.25

-0.50

-0.75

ITGU

UR

tbs

URext

tbsext

FR

TMP

Massa corporal

Figura 17 Correlação dos resultados da análise das temperaturas das superfícies corporais, massa corporal e frequência respiratória com o ambiente de produção dos frangos de corte fêmeas.

Na matriz de correlação de Pearson (P-valor < 0,05) apresentado na

Tabela 4, demonstra que a idade dos frangos mostram-se correlacionadas

positivamente à massa corporal (MC) e a umidade relativa do ambiente externo

(URext) e moderadamente correlacionada à umidade relativa interna (URint). A

idade também esta correlacionada negativamente com a temperatura de bulbo

seco externo (tbsext) e o índice de temperatura de globo negro e umidade

(ITGU), verificando que o ambiente externo interfere no ambiente de produção.

Tabela 4 Resultados significativos do Teste de Correlação de Pearson entre as variáveis ambientais e fisiológicas, para frangos de corte fêmeas.

Idade MC TMP FR tbsext URext tbs UR ITGU

Idade 1,000

MC 0,958 1,000

TMP -0,744 -0,758 1,000

FR -0,568 -0,576 0,489 1,000

tbsext -0,821 -0,774 0,576 0,639 1,000

URext 0,917 0,870 -0,657 -0,607 -0,971 1,000

tbsint -0,932 -0,908 0,675 0,566 0,747 -0,840 1,000

URint 0,530 0,481 -0,241 -0,239 -0,465 0,523 -0,607 1,000

ITGU -0,757 -0,784 0,761 0,613 0,660 -0,701 0,707 -0,055 1,000

O aumento da MC esta diretamente influenciada pela tbsint (correlação

negativa), incitando que ambientes em que as temperaturas são mais amenas,

proporcionam condições adequadas para um melhor desempenho do animal.

Page 59: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

56

Realizou-se então a análise de regressão linear múltipla para determinar

as equações de estimativa dos valores de ITGU nas seções avaliadas. As

equações para cada seção e seus respectivos coeficientes de determinação da

regressão (R2) encontram-se na Figura 18.

As equações ajustadas apresentaram coeficientes de determinação

linear significativos (teste F, P>0,05). A seção ‘4ª’ (Figura 5D) apresentou o

melhor ajuste, com R² próximo de 1, tendo em sua equação a influencia da

temperatura de bulbo seco interna (tbsint) e umidade relativa externa (URext).

ITG

U e

stim

ad

o

ITGUest= - 58,8 + 3,25*tbsint + 0,628*URint

R² = 0,9272

74

76

78

80

74 76 78 80

ITGUest= - 44,9 + 3,29*tbsint + 0,283*URint + 0,123*URext

R² = 0,976

72

74

76

78

80

82

74 76 78 80

ITGUest= 59,8 + 0,49*tbsint + 0,131*URint + 0,0869*URext

R² = 0,993

74

76

78

80

82

74 76 78 80 82

ITGUest= 81,4 + 0,184*tbsint + 0,0368*URint -0,159*URext

R² = 0,998

72

74

76

78

80

82

84

74 76 78 80 82 84

ITGUest= 56,7 + 0,266*URint - 0,163*URext + 0,432*tbsext

R² = 0,899

76

78

80

82

76 78 80 82

ITGU observado Figura 18 ITGU observados e estimados pelos modelos, nas seções ‘1ª’ (A);

‘2ª’ (B); ‘3ª’ (C); ‘4ª’ (D) e ‘5ª (E) no galpão com fêmeas alojadas (G2), durante o período experimental.

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57

As distribuições dos valores de ITGU nas idades de avaliação estão

ilustradas nos gráficos Box-plot (Figura 19). Nos gráficos, as linhas pontilhadas

na horizontal, delimitam o intervalo de valores, considerado por MEDEIROS et

al. (2005) como dentro da zona de conforto, sendo de 69 a 77.

ITG

U

5ª4ª3ª2ª1ª

82

80

78

76

74

72

7069

77

5ª4ª3ª2ª1ª

80

78

76

74

72

7069

77

5ª4ª3ª2ª1ª

80

78

76

74

72

7069

77

5ª4ª3ª2ª1ª

78

76

74

72

70

68

69

77

Seção

Figura 19 Gráficos Box-plot dos valores de ITGU distribuídos nas seções, em função das idades de 23º (A), 27º (B), 32º (C) e 36º dias (D) de vida dos frangos de corte alojados no galpão de fêmeas (G1).

Analisando os gráficos Box-plot, verifica-se que somente no dia 36º, os

frangos de encontravam-se em condições de conforto térmico. Desta forma, é

possível afirmar que o sistema de climatização adotado neste galpão, através

das avaliações realizadas, não foi capaz de garantir condições de conforto

térmico ideal aos frangos de corte durante todo o período experimental.

Page 61: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

58

Respostas fisiológicas

De acordo com a análise estatística, não houve efeito (teste F, P≤0,05)

na interação idade e seção sobre tcrista e MC. Independente da seção, a massa

corporal das aves e a tcrista variaram com a idade, apresentando tendência

linear decrescente (em média, de 0,25 ºC.dia-1), a temperatura diminuiu à

medida que houve avanço na idade.

Houve efeito significativo (teste F, P≤0,05) da interação idade e seção

para as variáveis analisadas de tasa, tcabeça, tpé, tdorso, TMP, FR, UR, tbsint e ITGU.

Após a análise de componentes principais, foram ajustadas equações de

regressão linear múltipla para determinar as equações das temperaturas

estimadas das superfícies das aves em função das variáveis selecionadas,

para cada seção do galpão.

Nas Figuras 20 a 24 estão apresentadas as relações funcionais entre as

temperaturas das superfícies das aves observadas e simuladas, sendo

ajustadas equações de estimativas das temperaturas para cada seção. Na

Figura 20 estão apresentadas as relações funcionais e equações de regressão

múltipla para a seção ‘inicial’ e seus respectivos coeficientes de determinação

linear.

Ao avaliar os gráficos da Figura 20, nota-se que para o ajuste das

equações de regressão múltipla, as temperaturas superficiais tiveram como

variáveis explicativas as variáveis referentes ao ambiente interno e externo,

confirmando que mesmo com sistema de climatização, há influencia do

ambiente externo no interior do galpão, o mesmo foi observado por

CARVALHO et al. (2009) e DAMASCENO et al. (2010).

Page 62: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

59

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= - 63,1+ 2,34*tbsint + 0,451*URint

R² = 0,65

32

34

36

38

30 32 34 36 38

tdorsoest= - 137 + 0,722*URint + 4,23*tbsint

R² = 0,767

28

30

32

34

36

38

26 28 30 32 34 36 38

tasaest= - 29,7 + 0,335*URint + 1,73*tbsint -0,0913*tbsext

R² = 0,434

38

40

42

44

36 38 40 42

tcabest= - 119 - 0,0683*URext + 3,80*tbsint

+ 0,73*URint

R² = 0,84828

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

tpéest = - 117 + 0,799*URint + 3,45*tbsint

R² = 0,55332

34

36

38

32 34 36 38

TMPest = - 123 + 0,672*URint + 3,81*tbsint

R² = 0,787

26

28

30

32

34

36

26 28 30 32 34 36 Temperaturas observadas (ºC)

Figura 20 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção ‘1ª’ do galpão.

Na Figura 21 estão apresentadas as relações funcionais e equações de

regressão múltipla para a seção ‘2ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação linear, relacionando a equação de estimativa das superfícies das

aves com as temperaturas observadas.

Page 63: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

60

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= 17,1+ 0,337*tbsext + 0,074*URint

R² = 0,752

31

32

33

34

35

36

37

30 32 34 36 38

tdorsoest= 124 - 0,579*URext - 1,85*tbsext

R² = 0,749

28

30

32

34

36

38

40

26 28 30 32 34 36 38 40

tasaest= - 3,29 + 0,158*URint+ 1,11*tbsint

R² = 0,69836

38

40

42

37 39 41 43

tcabest= - 43,9 + 0,236*URint + 2,13*tbsint

R² = 0,709

28

30

32

34

36

38

40

26 28 30 32 34 36 38 40

tpéest= - 61,4 + 0,358*URint + 2,46 * tbsint

R² = 0,766

28

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

TMPest= - 54,7 + 0,273*URint+ 2,34*tbsint

R² = 0,884

26

28

30

32

34

36

26 28 30 32 34 36

Temperaturas observadas (ºC) Figura 21 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas

pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção ‘2ª’ do galpão.

Na Figura 22 estão apresentadas as relações funcionais e equações de

regressão múltipla para a seção ‘3ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação linear, relacionando a equação de estimativa das superfícies das

aves com as temperaturas observadas.

Page 64: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

61

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= 8,81+ 0,909*tbsint

R² = 0,763

30

32

34

36

38

30 32 34 36 38 40

tdorsoest= 135 - 0,623*URext - 2,7*tbsext + 0,228*URint

R² = 0,553

28

30

32

34

36

38

40

28 30 32 34 36 38 40

tasaest= 98,1 - 0,276*URext - 0,97*tbsext -0,421*tbsint

R² = 0,50436

38

40

42

37 38 39 40 41 42

tcabest= 4,65+ 1,05*tbsint

R² = 0,638

30

32

34

36

38

28 33 38 43

tpéest = -24,7+ 0,143*URext + 1,77 * tbsint

R² = 0,7430

32

34

36

38

30 32 34 36 38 40

TMPest= 124+ 0,205*URint - 2,47*tbsext -0,574*URext

R² = 0,66626

28

30

32

34

36

28 30 32 34 36 38 Temperaturas observadas (ºC)

Figura 22 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção ‘3ª’ do galpão.

Na Figura 23 estão apresentadas as relações funcionais e equações de

regressão múltipla para a seção ‘4ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação linear, relacionando a equação de estimativa das superfícies das

aves com as temperaturas observadas.

Page 65: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

62

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= 99,5 - 1,34*tbsext - 0,412*URext

R² = 0,766

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

tdorsoest= 153 - 0,719*URext - 2,48*tbsext

R² = 0,682

28

30

32

34

36

38

40

42

26 28 30 32 34 36 38 40 42

tasaest= 102 - 0,359*URext - 1,34*tbsext

R² = 0,551

36

38

40

42

36 38 40 42 44

tcabest= 163 + 0,832*URext - 3,47*tbsext + 0,844*tbsint

R² = 0,827

26

28

30

32

34

36

38

40

26 28 30 32 34 36 38 40 42

tpéest = -32,8+ 1,33*tbsint + 0,433*URint

R² = 0,38

32

34

36

38

40

26 28 30 32 34 36 38 40

TMPest = 124 - 2,37*tbsext - 0,674*URext

R² = 0,808

28

30

32

34

36

38

26 28 30 32 34 36 38

Temperaturas observadas (ºC) Figura 23 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas

pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção ‘4ª’ do galpão.

Na Figura 24 estão apresentadas as relações funcionais e equações de

regressão múltipla para a seção ‘5ª’ e seus respectivos coeficientes de

determinação linear, relacionando a equação de estimativa das superfícies das

aves com as temperaturas observadas.

Page 66: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

63

Te

mp

era

tura

s e

stim

ad

as (

ºC)

tcristaest= 36,2 - 0,138*URint - 0,178*URext

R² = 0,766

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

tdorsoest= 70,8 - 0,209*URint - 0,923*tbsext

R² = 0,43128

30

32

34

36

38

28 30 32 34 36 38

tasaest= 27,3 + 0,27*tbsint - 0,062*URint

R² = 0,42436

38

40

42

36 37 38 39 40 41 42

tcabest= -13,1 + 0,183*URint + 0,452*tbsext + 0,703*tbsint

R² = 0,819

28

30

32

34

36

38

40

28 30 32 34 36 38 40

tpéest = 26,8 + 0,164*tbsint + 0,154*tbsext

R² = 0,214

34

36

38

40

30 32 34 36 38 40

TMPest = 25,2 + 0,016*tbsext + 0,211*tbsint

R² = 0,40

30

32

34

36

30 32 34 36

Temperaturas observadas (ºC) Figura 24 Temperaturas das superfícies corporais observadas e simuladas

pelo modelo, para frangos de corte fêmeas na seção ‘5ª’ do galpão.

Segundo ALMEIDA et al. (2010) a capacidade do animal de resistir às

condições de estresse calórico tem sido avaliada fisiologicamente por

alterações na frequência respiratória e o uso de equações de predição pode

ser uma forma de quantificar o estresse térmico aos quais os animais estão

submetidos, desta forma os valores de massa corporal (MC) e frequência

respiratória (FR) foram estimados por meio de equações de regressão múltipla

e estão apresentadas na Figura 25. Os gráficos ilustram a relação entre os

valores estimados pelas equações e os valores observados durante o

experimento.

Page 67: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

64

Va

lore

s e

stim

ad

os

A

MCest= 6464 - 136*tbsint - 33,9*tbsext

R² = 0,933

800

1200

1600

2000

2400

800 1200 1600 2000 2400

FRest= 166 - 2,36*URint + 2,09*tbsext

R² = 0,863

20

40

60

80

100

120

20 40 60 80 100 120

B

MCest = 10518 - 15,6 * URint - 277 * tbsint

R² = 0,927

800

1200

1600

2000

2400

800 1200 1600 2000 2400

FRest= - 574 + 1,63*URint + 18,4*tbsint

R² = 0,831

20

40

60

80

100

20 40 60 80 100

C

MCest= 6394 + 10,4*URint - 148*tbsint -52,9*tbsext

R² = 0,929

800

1200

1600

2000

2400

800 1200 1600 2000 2400

FRest= - 426 + 13,8*tbsext + 1,94*URext

R² = 0,43360

80

100

120

60 80 100 120 140

D

MCest = 2834 -127*tbsext + 83,6*tbsint

R² = 0,883

1000

1400

1800

2200

2600

1000 1400 1800 2200 2600

FRest= 24,3 + 4,67*tbsext - 1,27*URint

R² = 0,871

20

40

60

80

100

120

20 40 60 80 100 120

E

MCest = 4800 -115*tbsint

R² = 0,915

800

1200

1600

2000

800 1200 1600 2000 2400

FRest= 24,3 + 4,67*tbsext - 1,27*URint

R² = 0,754

40

60

80

100

120

140

40 60 80 100 120 140 160

Valores observados Figura 25 Massa corporal e frequência respiratória observadas e simuladas

pelos modelos, para frangos de corte fêmeas na seção ‘1ª’ (A), ‘2ª’ (B), ‘3ª’ (C), ‘4ª’ (D) e ‘5ª (E) do galpão.

Page 68: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

65

As equações ajustadas por meio de regressão linear múltipla das

variáveis dependentes MC e FR apresentaram coeficientes de determinação

linear (R²) próximos de 1, o que significa que grande parte da variação de MC e

FR pode ser explicada linearmente pelas variáveis do ambiente interno e

externo. Demonstrando que os fatores ambientais externos interferem no

microclima gerado no interior das instalações e a FR é um parâmetro fisiológico

que auxilia na avaliação das respostas dos animais ao ambiente térmico, o

mesmo foi observado por PERISSINOTTO et al. (2009).

Na Tabela 5 estão apresentadas as médias de massa corporal (MC, g),

frequência respiratória (FR, resp.min-1), índice de temperatura de globo negro e

umidade (ITGU, adimensional) e temperatura média da pele (TMP, ºC) nas

seções e idades de avaliação.

Os maiores valores encontrados na Tabela 5 para MC, FR, ITGU e TMP

foram de 2076g, 123,20 resp.min-1, 80,75 e 34,36 ºC respectivamente,

localizados nas seções próximas aos exaustores (3ª a 5 ª seção), no 23º dia de

idade das aves. Os menores valores foram de 27,29ºC, 33,60 resp.min-1 e

73,91 e estavam localizados, principalmente, nas seções próximas às entradas

de ar (1ª a 2ª seção).

As aves que se encontravam na primeira seção apresentaram uma

média de massa corporal superior às demais, fato que pode ser explicado pela

não interferência climática das seções adjacentes, estando esta localizada nas

entradas de ar do galpão.

A FR (Figura 5a) reduz ao longo da idade, o mesmo acontece com a

temperatura, UR e ITGU (Figuras 5b, 5c e 5d). Oferecendo, desta forma, um

ambiente de termoneutralidade, onde as aves reduzem a utilização de

mecanismos como a ofegação para manter a temperatura corporal constante.

Apesar de se verificar, que em média, as aves fêmeas estavam submetidas a

condições de conforto térmico, as FR observadas foram superiores àquelas

observas em outras pesquisas, que é de 47 resp.min-1 (MEDEIROS et al., 2005

e MARCHINI et al., 2007).

Pelo comportamento dos valores de ITGU nos pontos de medição

distribuídos ao longo das seções, nas idades de 23, 27 e 32 dias de vida, pode-

se observar que, o ambiente térmico, em grande parte do período produtivo,

apresentava condições de estresse por calor, caracterizado por valores de

Page 69: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

66

ITGU superiores a 77. Resultados semelhantes foram observados por

MEDEIROS et al. (2005), MENEGALI et al. (2009), DAMASCENO et al. (2010)

e YANAGI JUNIOR et al. (2011).

Tabela 5 Médias de massa corporal (MC,g), frequência respiratória, (FR, resp.min-1), índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU, adimensional) e temperatura média da pele (TMP, ºC) para frangos de corte fêmeas.

MC

(g

)

Seção Idade

23 27 32 36

1ª 1136 aA 1408 bA 1880 cB 2052 cA

2ª 1092 aA 1360 bA 1860 cB 2024 cA 3ª 1025 aA 1348 bA 1648 cA 1992 dA

4ª 1052 aA 1296 bA 1768 cAB 2076 dA

5ª 1064 aA 1384 bA 1668 cA 1988 dA

FR

(re

sp

.min

-1) Seção

Idade

23 27 32 36

1ª 106,40 aAB 76,00 bA 46,40 cB 42,40 cC

2ª 88,80 aB 78,40 bA 51,20 cB 33,60 cC 3ª 120,00 aA 68,00 bcA 65,60 cB 87,20 bAB

4ª 113,60 aA 80,80 bA 91,20 bA 92,00 bA 5ª 123,20 aA 60,80 cA 92,00 bA 70,40 cB

ITG

U

Seção Idade

23 27 32 36 1ª 77,09 bD 78,41 aBC 75,38 cD 74,60 dC

2ª 79,23 bC 79,54 aA 74,96 cE 74,16 dD 3ª 80,19 aB 78,56 bB 78,22 cC 73,91 dE

4ª 80,75 aA 78,21 cC 78,95 bB 75,00 dB 5ª 80,52 aA 77,44 cD 79,80 bA 76,93 dA

TM

P (

ºC)

Seção Idade

23 27 32 36

1ª 32,56 aA 34,08 aA 29,55 bB 28,60 bBC 2ª 33,50 aA 32,99 aAB 30,12 bB 27,29 cC

3ª 34,36 aA 34,07 aA 31,22 bAB 29,09 cABC

4ª 33,60 aA 33,57 aAB 32,58 aA 29,54 bAB

5ª 32,69 aA 31,67 aB 31,49 aAB 30,86 aA Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% (P<0,05) de probabilidade.

MACHADO et al. (2012) afirmam que nas instalações avícolas

brasileiras, dificilmente são conseguidos valores de ITGU considerados

favoráveis ao desempenho produtivo das aves em condições reais na produção

avícola industrial, pois as instalações são abertas, não permitindo total controle,

ficando sujeitas as variações climáticas externas.

Page 70: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

67

As TMP variaram com a idade, sendo as primeiras seções, as que

apresentaram menores valores o mesmo foi observado por CANGAR et al.

(2008), WELKER et al. (2008) e ABREU et al. (2012). NASCIMENTO et al.

(2011) afirmam que a temperatura da superfície do frango esta relacionada a

temperatura do ambiente e não com a idade, sendo esta afirmação relacionada

as alterações do microclima do interior dos galpões para que os frangos de

corte obtenham os melhores resultados produtivos.

Na Figura 14 estão ilustradas as superfícies de resposta das massas

corporais (MC, g) em função dos valores de ITGU nas seções observadas.

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68

Ma

ssa

co

rpo

ral (g

)

A

ITG

U

B

C

D Seção

Figura 26 Superfície de resposta das massas corporais em função das seções e ITGU observados para frangos de corte fêmeas aos 23 (A), 27 (B), 32 (C) e 36 (D) dias de vida.

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69

4 CONCLUSÕES

As equações de regressão múltipla linear possibilitaram confrontar as

variáveis dependentes em função das variáveis independentes (elementos

ambientais), permitindo assim estimar as temperaturas das superfícies

corporais, massa corporal e frequência respiratória nas seções.

As temperaturas das superfícies corporais das aves variam de acordo

com as alterações nas condições ambientais no interior e ao redor da

instalação.

O ambiente térmico nas seções próximas as entradas de ar

proporcionaram maior conforto térmico as aves, atuando sobre a frequência

respiratória e massa corporal em frangos de corte machos e fêmeas.

As variáveis ambientais estudadas correlacionam-se negativamente as

respostas fisiológicas e produtivas, tanto para os frangos de corte machos,

quanto para as fêmeas.

5 REFERÊNCIAS

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71

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72

CAPÍTULO 3 – AMBIENTE TÉRMICO DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE

CORTE PARA AS ESTAÇÕES DO ANO EM GRANJAS AVÍCOLAS

COMERCIAIS

RESUMO

Estudou-se o efeito das estações do ano sobre o ambiente térmico em dois galpões avícolas climatizados comerciais. Foram analisados oito lotes de produção. O ambiente interno e externo foram monitorados por meio de sensores/registradores que coletavam simultaneamente os dados de temperatura de bulbo seco interno e externo (tbsint, tbsext ºC), temperatura de ponto de orvalho (tpoint, tpoext, ºC) e umidade relativa (URint, URext, %). Os dados foram utilizados para calcular o índice de temperatura e umidade interno e externo (ITUint e ITUext, adimensional). Para a análise estatística utilizou-se um delineamento em blocos inteiramente casualizados (DBC) com esquema em parcelas subsubdivididas, sendo cada galpão um bloco (G1 e G2), as parcelas as estações do ano (verão, outono, inverno e primavera), a subparcela representada pelas seções analisadas (1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª) e a sub-subparcela representada pelos horários (10, 12, 14, 16 e 18h). Durante a primavera o valor de ITUext esteve 15% menor que o valor do ITUint, na fase final este valor foi superior, chegando a 21%. As estações do ano que apresentaram as piores condições de produção para frangos de corte foram verão e primavera, com elevadas temperaturas, umidade relativa e ITUint no ambiente interno. As seções mais próximas à entrada de ar apresentam as melhores condições de conforto, quando comparadas as demais, nos horários e estações avaliadas. PALAVRAS-CHAVE: ambiência avícola, conforto térmico, instalações

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73

CHAPTER 3 – THERMAL ENVIRONMENT OF BROILER PRODUCTION FOR

THE SEASONS IN BROILER HOUSES COMMERCIAL

ABSTRACT

We studied the effect of the seasons on the thermal environment in two acclimatized commercial broiler houses. Eight were analyzed production batches. The internal and external environment was monitored by sensors / registrars who collected data simultaneously dry bulb temperature (tbs, ºC), dew point temperature (tpo, ºC) and relative humidity (RH, %). The data were used to calculate the of temperature and humidity index inside and outside (THI and THIext, respectively). For statistical analysis we used a completely randomized block design (RBD) with schema split plots, each shed a block (G1 and G2), plots the seasons (summer, autumn, winter and spring), the subplot represented by the sections analyzed (first, second, third, fourth, fifth) and the sub-subplot represented by times (10, 12, 14, 16 and 18h). During the spring of THIext value was 15% less than the value of the THI, in the finals this value was higher, reaching 21%. The seasons that had the worst conditions of production of broilers were spring and summer, with high temperatures, humidity and THI in the indoor environment. The sections closest to the air intake featuring the best conditions of comfort, when compared to others at the times and seasons evaluated. KEY-WORDS: environment poultry, thermal comfort, buildings

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74

6 INTRODUÇÃO

Dentre os diversos fatores que influenciam a produção de frangos de

corte, os fatores ambientais, como a temperatura, umidade relativa, ventilação

entre outros, assumem relevante importância no processo de criação dos

animais (OLIVEIRA et al., 2006a).

A influência do ambiente térmico nas aves varia com a espécie, idade,

massa corporal, sexo, atividade física e consumo alimentar, sendo o macho

mais afetado pelo ambiente (AMARAL et al., 2011).

O “clima ideal” é aquele que dispensa ajustes no galpão para a obtenção

do conforto térmico de aves criadas em regime confinado. O Brasil, país que é

localizado até a latitude de 30º Sul, faixa mais quente do planeta, apresenta

temperaturas médias variando entre 20 a 25ºC durante o ano; sendo

caracterizado como um País de clima tropical e subtropical, propenso mais

para o estresse por calor do que por frio, em que estas condições de “clima

ideal”, não existem ou são raras. Assim como em qualquer região do País,

sempre será necessário corrigir, ao longo do ano ou em determinado período,

um ou mais elementos climáticos, para obter as condições favoráveis aos

animais (FRANCA et al., 2007).

Os países tropicais têm como desafios os fatores ambientais de alta

temperatura e alta umidade dentro do galpão, os quais são limitantes para

ótima produtividade (MACARI & FURLAN, 2001). COELHO & SAVINO (2001)

relataram que as condições climáticas de regiões tropicais com prolongadas e

elevadas temperaturas e umidade do ar, interferem negativamente na

produtividade de aves. NÄÄS et al. (2001) citaram que a elevada intensidade

de radiação incidente nas regiões tropicais em conjunto com altas temperaturas

e umidade do ar, são algumas das condições que geram o desconforto térmico

das aves e levam consequentemente ao estresse calórico em lotes alojados

em escala industrial de produção.

O conhecimento da realidade climática da região permite o

planejamento, a concepção arquitetônica e orientação dos avicultores quanto

ao melhor manejo ambiental, tendo como consequência maior produtividade e

redução dos custos de produção de aves por meio da adequação dos sistemas

Page 78: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

75

artificiais de condicionamento térmico às condições ambientais e necessidades

das aves (ABREU & ABREU, 2011).

Atingir o conforto térmico no interior das instalações avícolas, face às

condições climáticas inadequadas, torna-se um desafio, uma vez que situações

extremas de calor ou frio e afetam consideravelmente a produção (BUENO &

ROSSI, 2006).

No Brasil, durante os meses mais quentes do ano (verão e outono), as

condições ambientais estão acima da zona de conforto térmico das aves

adultas, prejudicando o consumo de ração e a homeostase, diminuindo o

ganho de massa corporal (SOUZA et al., 2010).

Desta forma, objetivou-se com este trabalho avaliar e caracterizar o

ambiente térmico de produção de frangos de corte por um período de um ano,

avaliando todas as estações do ano e a eficiência do sistema de climatização

em oferecer condições adequadas as aves.

7 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em uma granja comercial para frangos de

corte, pertencente ao Abatedouro São Salvador Ltda – Unidade 183

(SuperFrango®), localizada no município de Itaberaí-GO, Zona Rural, cujas

coordenadas são 16º01’ S de latitude, 49º48’ W de longitude, 722 m de altitude

e pressão atmosférica de 929 hPa. O clima da região é classificado segundo

Köppen como Cwa, clima mesotérmico caracterizado por verões quentes e

chuvosos e invernos frios e secos.

Galpões

Foram selecionados dois galpões, ambos com dimensões de 12 x 125 x

2,5 m. Cobertura com telhas de fibrocimento (espessura 4 mm), muretas

laterais de 0,45 m de altura, piso de concreto, cama de casca de arroz, tela de

arame para fechamento lateral de malha de 0,03 m, cortinas laterais de cor

azul, forro amarelo. Orientação no sentido leste-oeste e presença de vegetação

circundante (Figura 1).

Page 79: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

76

Figura 1 Cortina e vegetação circundante da instalação.

Os galpões possuíam sistema de ventilação em modo túnel, pressão

negativa, sendo compostos por três grupos de exaustores, dois grupos com

dois e um grupo com três exaustores, além de linhas de nebulização

distribuídas ao longo do galpão (Figura 2). O sistema de nebulização era

composto por 164 bicos nebulizadores dispostos em 16 linhas transversais,

distribuídas ao longo do galpão.

Figura 2 Sistema de ventilação em túnel e pressão negativa da instalação para

frangos de corte.

O acionamento do sistema de climatização era definido pela

temperatura, que era registrada por um sensor posicionado no centro do

galpão. O controle de acionamento do sistema de climatização era baseado na

temperatura registrada pelo sensor, sendo então ativados por grupos, até o

acionamento completo. Caso a temperatura permanecesse acima do limite, o

sistema de nebulização era então ligado, sendo o tempo definido no painel de

controle. O sistema de climatização consistia na restrição da entrada de ar

externo sendo forçado a passar por aberturas laterais na face oposta a dos

Page 80: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

77

exaustores – face leste – e a dimensão da abertura era controlada por meio de

cortinas isoladas.

Durante o período experimental, as aves tiveram acesso ad libitum à

água, por meio de quatro linhas de bebedouros tipo nipple, com cerca de onze

aves por bebedouro, e à ração por meio de três linhas de comedouros

automáticos, sendo cerca de quarenta e três aves por comedouro.

Para avaliação das seções dos galpões, os mesmos foram divididos por

meio de barreiras físicas a cada 25m em sentido longitudinal. Utilizou-se canos

de ½” PVC® e telas plásticas para fabricação das barreiras, a uma altura de

0,60m, de forma a não dificultar o manejo das aves e não prejudicar a

circulação de ar. Os galpões foram então divididos em cinco seções,

distribuídos simetricamente e denominadas: 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª (Figura 4).

Entradas de ar Exaustores

25 25 25 25 25125

12

Sensores

1 2 5 - Seções: Inicio, Terço inicial, Centro, Terço final e Final, respectivamente3 4

1 2 3 4 5

Figura 3 Esquema ilustrativo das seções predeterminadas e das posições dos

sensores de temperatura de bulbo seco e umidade relativa do ar localizados ao longo do galpão.

Foram alojados no Galpão 1 (G1) e Galpão 2 (G2) frangos de corte da

linhagem Cobb, sendo machos e/ou fêmeas e/ou misto, não obedecendo uma

sequência de sexos em cada galpão, totalizando em média 21.000 aves em

cada galpão, com densidade média de 14 aves.m-2 e em cada seção foram

alojadas cerca de 4.200 aves.

Mensuração e instrumentação

Para expressar a relação entre o animal e ambiente de produção foi

utilizado o índice de temperatura e umidade (ITU) desenvolvido por THOM

(1959) e é determinado pela equação 1, onde tbsint é a temperatura de bulbo

seco (°C) e tpo a temperatura do ponto de orvalho (°C).

Page 81: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

78

5,41t.36,0t ITUpointbsint

[1]

O ambiente térmico no interior dos galpões foi avaliado por meio das

variáveis: temperatura de bulbo seco (tbsint), temperatura de ponto de orvalho

(tpoint) e umidade relativa (URint), sendo estas medidas por

sensores/registradores (precisão de ± 3 %) programados para coletar as

variáveis ambientais em intervalos de um minuto. Os sensores/registradores

foram instalados no centro das seções a uma altura de 0,3m, a fim de elucidar

o ambiente quanto ao conforto para as aves.

O ambiente térmico externo foi caracterizado a partir de medidas de

temperatura de bulbo seco (tbsext), temperatura de ponto de orvalho (tpoext) e

umidade relativa (URext). Foram medidas por meio de um sensor/registrador

(precisão ± 3 %), programado para coletar os dados em intervalos de 1 minuto.

O sensor/registrador foi instalado entre os dois galpões a uma altura de ± 0,3m.

A partir dos dados coletados foi possível determinar o Índice de

Temperatura e Umidade (ITU, Equação 1) em cada seção dos galpões (ITUint)

e para o ambiente externo (ITUext).

As variáveis foram coletadas de 03 de fevereiro de 2010 a 08 de

dezembro de 2010, incluindo as quatro estações anuais e avaliando as fases

iniciais e finais de quatro lotes.

Para avaliar a influência das estações climáticas no ambiente interno

dos galpões foram selecionados 16 dias de coleta de dados ao longo do ano

em cinco horários, às 10, 12, 14, 16 e 18h. Os dias correspondem a dois dias

na fase inicial, neste experimento representando a segunda semana de vida

das aves e 2 dias na fase final de produção. Os resultados foram divididos em

fases de produção, sendo a fase inicial compreendida do 7o ao 11o dia e a fase

final compreendendo o período entre de 32o a 38o dias de vida.

Para a análise estatística utilizou-se delineamento em blocos

inteiramente casualizados (DBC) com parcelas subsubdivididas, sendo cada

galpão um bloco (G1 e G2), as parcelas as estações do ano (verão, outono,

inverno e primavera), a subparcela representada pelas seções analisadas, e a

subsubparcela representada pelos horários. As análises estatísticas foram

realizadas por meio do software SISVAR (FERREIRA, 2011). Para gerar os

Page 82: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

79

gráficos de superfície e mapas de contorno foi utilizado o programa

computacional Surfer para Windows versão 8.0 (SURFER, 2002).

8 RESULTADOS E DISCUSSÃO

8.1 Fase inicial (7o ao 11o dias)

De acordo com a análise estatística, houve interação entre os horários

de avaliação e as estações para todas as variáveis analisadas: temperatura de

bulbo seco interna e externa (tbsint e tbsext, ºC), umidade relativa interna e

externa (URint e URext, %), índice de temperatura e umidade interno e externo

(ITUint e ITUext, adimensional) e houve interação entre estação e seção para

tbsext e ITUext.

De forma a elucidar as interações, foram apresentadas as Tabelas de 1

a 3, onde é possível observar a influencia dos horários de observação para as

variáveis tbsint, tbsext, URint, URext, ITUint, ITUext e o potencial de amortecimento

das variáveis por meio do sistema de climatização (Δ) dentro de cada estação.

Na Tabela 1 estão apresentadas as médias para as variáveis tbsint, tbsext a

fim de verificar a distribuição das temperaturas dentro das estações do ano

para cada horário de avaliação na fase inicial, em que é possível observar que

os horários de 12h e 14h apresentaram os maiores valores de temperatura de

bulbo seco, tanto no ambiente interno quanto externo, o mesmo foi observado

por CARVALHO et al. (2011) e TEIXEIRA et al. (2004). A ocorrência das altas

temperaturas nesses horários podem ser explicados pela maior incidência de

radiação solar direta sobre o telhado (MENEGALI et al., 2013).

Durante a primavera e verão, no ambiente interno, foram observadas as

temperaturas mais elevadas, no entanto, na primavera, no ambiente externo,

foi a que apresentou as menores temperaturas.

Page 83: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

80

Tabela 1 Médias das temperaturas de bulbo seco interna (tbsint, ºC) e temperaturas de bulbo seco externa (tbsext, ºC) para frangos de corte na fase inicial nas estações do ano

t bsin

t (ºC

)

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno 29,55 aB 30,76 bA 31,69 bAB 29,42 aB 28,76 aB Outono 28,05 bA 30,84 cA 31,25 cAB 27,69 bA 26,03 aA

Primavera 30,48 abBC 33,42 cC 31,05 bA 30,77 bC 29,39 aB Verão 30,73 bC 32,20 cB 32,28 cB 30,78 bC 28,84 aB

t bsext (

ºC) Estação

Horário

10 12 14 16 18

Inverno 25,65 bA 30,45 cB 30,85 cB 31,05 cC 24,10 aB Outono 26,70 bB 33,30 eC 30,95 dB 29,05 cB 25,40 aC

Primavera 25,15 cdA 24,10 bcA 25,30 dA 23,80 bA 21,65 aA Verão 27,55 aB 30,95 cB 31,85 cdB 32,50 dD 28,95 bD

Δt b

sext –

tbsin

t

(ºC

)

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno - 3,90 - 0,31 - 0,84 1,63 - 4,66 Outono - 1,35 2,46 - 0,30 1,36 - 0,63

Primavera - 5,33 - 9,32 - 5,75 - 6,97 - 7,74 Verão - 3,18 - 1,25 - 0,43 1,72 0,11

Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% (P<0,05) de probabilidade.

Quanto a eficiência do sistema de climatização, a estação da primavera

foi a que obteve o pior desempenho quanto ao arrefecimento do ambiente

interno. Às 12h a temperatura de bulbo seco externo (tbsext, ºC) chegou a ser

9,32 ºC inferior a do ambiente interno, demonstrando que os gastos com

energia elétrica para acionamento do sistema podem ser reduzidos. Podendo

ser mais eficiente um manejo de cortinas ou a implementação de algum

sistema de resfriamento evaporativo com uso de placas evaporativas para

auxiliar no arrefecimento no ambiente interno do galpão.

ABREU & ABREU (2011) recomendam, para essa fase, a temperatura

entre 29ºC e 32ºC. Analisando a Tabela 2, apenas durante outono, as 16h e

18h, as temperaturas encontram-se abaixo do indicado, as demais estações

encontram-se dentro do limite. Se a temperatura é inferior às exigências

térmicas das aves, grande parte da energia consumida na dieta, o que poderia

ser usado para a produção, é desviada para a manutenção do sistema de

termorregulação (CORDEIRO et al., 2010 ).

Na Tabela 2 estão apresentadas as médias para as variáveis URint e

URext a fim de verificar a distribuição das temperaturas dentro das estações do

ano para cada horário de avaliação na fase inicial.

Page 84: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

81

Tabela 2 Médias da umidade relativa interna (URint, %) e umidade relativa externa (URext, %) para frangos de corte na fase inicial nas estações do ano.

UR

int (

%) Estação

Horário

10 12 14 16 18

Inverno 65,68 dAB 52,25 abA 44,96 aA 54,04 bcA 60,12 cdA Outono 72,11 bB 68,29 bB 65,83 bC 58,21 aAB 72,30 bBC Primavera 79,29 bC 72,06 abB 70,78 aC 74,31 abC 75,64 abC Verão 63,79 abA 58,94 aA 57,66 aB 63,24 abB 67,14 bB

UR

ext (

%) Estação

Horário

10 12 14 16 18

Inverno 51,40 bA 35,55 aA 34,00 aA 34,50 aA 46,85 bA Outono 61,75 bB 59,95 bB 62,60 bC 42,10 aAB 57,00 bB Primavera 82,60 abC 86,70 bcC 77,20 aD 83,20 abC 93,20 cC Verão 67,45 bB 52,85 aB 49,30 aB 47,60 aB 61,80 bB

Δ U

Rext –

UR

int

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno - 14,28 - 16,7 - 10,96 - 19,54 - 13,27 Outono - 10,36 - 8,34 - 3, 23 - 16,11 - 15,30 Primavera 3,31 14,64 6,42 8,89 17,56

Verão 3,66 - 6,09 - 8,36 - 15,64 - 5,34

Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% (P<0,05) de probabilidade.

Por meio da Tabela 2 pode-se observar que a umidade do ambiente

externo, no inverno, apresenta valores inferiores ao considerado à produção

animal, chegando às 14h com 34% de URext. As 16h no inverno, o percentual

de diferença entre a UR e URext foi de 56%. Valores de umidade muito abaixo

do recomendado podem causar desidratação das mucosas de frangos de corte

nesta fase (BAIÃO & CANÇADO, 1998).

Os maiores valores de umidade relativa proporcionada pelas estações

de primavera e em alguns horários durante outono e verão apresentaram

médias estatisticamente maiores que o intervalo recomendado por COBB

(2008), que para esta fase de produção, seria uma umidade relativa entre 40 a

60%. Para ABREU & ABREU (2011), o ideal é de 60% a 70% e os autores

afirmam que a dissipação de calor por evaporação varia com o teor de

umidade, desta forma a quantidade de calor perdida depende da diferença

entre a pressão de vapor aquoso na superfície de evaporação do ar.

Na primavera, a URint às 18h a URint foi 14,64 acima da URext, cerca de

O fato deve-se, principalmente, ao sistema de nebulização e exaustão utilizado

nos galpões.

Page 85: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

82

A URint varia em função do estado psicrométrico do ar em cada seção,

sendo dependente do estado psicrométrico do ar externo ou seção anterior, do

sistema de nebulização, da transferência de massa entre animal e ambiente

(respiração e excretas) e de possíveis vazamentos dos bebedouros, onde em

regiões que a URext é elevada, a vedação ineficiente do galpão também

interfere no controle ambiental.

Frangos de corte fora das faixas de conforto para URint podem

comprometer o balanço da homeotermia (MOURA et al., 2010), podendo

causar a desidratação dos animais, a redução do desempenho produtivo,

dentre outras respostas indesejáveis (PONCIANO et al., 2012).

Na Tabela 3 estão apresentadas as médias para as variáveis ITU int e

ITUext a fim de verificar a distribuição das temperaturas dentro das estações do

ano para cada horário de avaliação na fase inicial.

Tabela 3 Médias do índice de temperatura e umidade interna (ITUint, adimensional) e índice de temperatura e umidade externo (ITUext, adimensional) para frangos de corte na fase inicial nas estações do ano.

ITU

int

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno 79,08 bcB 79,38 cA 79,72 cA 77,77 abB 77,50 aB Outono 77,59 bA 80,95 cB 81,28 cB 75,87 aA 74,92 aA Primavera 81,48 bC 84,85 cC 81,55 bB 81,44 bC 79,69 aC Verão 80,51 bcBC 81,99 cB 81,95 bcB 80,46 bC 78,28 aBC

ITU

ext

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno 72,22 bA 76,84 cB 76,88 cB 77,55 Cc 69,59 aA Outono 74,93 bB 83,22 dD 80,31 cC 75,86 bB 72,71 aB Primavera 74,53 cB 73,43 bcA 74,34 bcA 72,75 bA 70,45 aA Verão 76,57 aC 79,72 bC 80,49 bC 81,14 bD 77,95 aC

Δ I

TU

ext –

ITU

int

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno - 6,86 - 2,54 - 2,84 - 0,22 - 7,91 Outono - 2,66 2,27 - 0,97 - 0,01 - 2,21 Primavera - 6,95 - 11,42 - 7,21 - 8,69 - 9,24 Verão - 3,94 - 2,27 - 1,46 0,68 - 0,33

Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% (P<0,05) de probabilidade.

Verificando a Tabela 3 podemos afirmar que na primavera o ambiente

externo proporciona melhor ambiente aos frangos de corte do que no interior

no galpão, tendo os valores de ITUint como parâmetros. As estações que

ofereceram piores condições ambientais foram a primavera e verão.

Page 86: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

83

Valores de ITUint acima do ideal, com desconforto ambiental, podem ser

capazes de impedir o crescimento e produtividade das aves (ROCHA et al.,

2010).

Constata-se que o ambiente externo apresenta valor de ITUext, durante a

primavera e as 12h, 11,42 inferior ao ITUint, cerca de 15,5% de diferença entre

os dois ambientes. Desta forma, pode-se afirmar que o sistema de climatização

não foi suficiente para proporcionar condições de conforto as aves.

Para demonstrar onde ocorreram as diferenças significativas de ITUint,

ITUext (Figura 4), tbsint e tbsext (Figura 5) foi necessário realizar o desdobramento

das estações do ano dentro de cada seção, para tanto foram confeccionados

mapas de contorno, ilustrando a influencia das características de cada estação

sobre o ambiente interno de produção.

Verifica-se que na primavera e verão ocorreram os maiores valores de

ITUint, principalmente na seção central e terço final. Nas estações de outono e

inverno, os galpões apresentam-se amenos quando comparado às demais

estações.

Quanto ao ambiente externo, verifica-se que as condições ambientais

influenciam diretamente as internas. Principalmente pelo fato do sistema de

climatização utilizado na granja não utilizar um mecanismo de redução de

temperatura antes de o ar adentrar, desta forma, se o ambiente externo

apresentar altas temperaturas, consequentemente o ar interno apresentará as

mesmas condições.

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84

Esta

çã

o

ITU

int

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

ITU

ext

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

7273747576777879808182

Seção

Figura 4 Distribuição dos valores de ITUint e ITUext durante as estações do ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase inicial de produção (mapa de contorno).

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85

Esta

çã

o

t bsin

t

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

t bsext

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

242526272829303132

Seção

Figura 5 Distribuição dos valores de tbsint e tbsext durante as estações do ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase inicial de produção (mapa de contorno).

Assim como o ITUint, as temperaturas mensuradas no interior dos

galpões foram influenciadas pelos valores de temperaturas do ambiente

externo. Além disso, verifica-se por meio da Figura 5 que as temperaturas

internas mesmo apresentando em algumas seções do galpão e estações do

ano, médias inferiores as do ambiente externo, obtiveram temperaturas mais

elevadas nas ultimas seções durante a primavera e verão. As condições

internas de produção para cada estação e horário de avaliação, considerando o

ITU como ferramenta de classificação, estão apresentadas na Figura 6.

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86

Se

çã

o

Ou

ton

o

10 12 14 16 18

Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

Inve

rno

10 12 14 16 18Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

Pri

ma

ve

ra

10 12 14 16 18

Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

Ve

rão

Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

10 12 14 16 18 727374757677787980818283848586

Horário

Figura 6 Distribuição dos valores de ITU durante o Outono, Inverno, Primavera e Verão ao longo das instalações para frangos de corte, na fase inicial de produção (mapas de contorno).

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87

8.2 Fase final

De acordo com a análise estatística houve interação entre os horários de

avaliação e as estações para todas as variáveis analisadas: temperatura de

bulbo seco interna e externa (tbsint e tbsext, ºC), umidade relativa interna e

externa (URint e URext, %), índice de temperatura e umidade interno e externo

(ITUint e ITUext, adimensional) e houve interação entre estação e seção para

URint, URext, tbsext e ITUext.

As interações entre horários de observação e estações do ano estão

apresentadas nas Tabelas 4 a 6, onde é possível observar a influencia dos

horários de observação para as variáveis tbsint, tbsext, URint, URext, ITUint, ITUext e

o potencial de amortecimento das variáveis por meio do sistema de

climatização (Δ) dentro de cada estação.

Tabela 4 Médias das temperaturas de bulbo seco interna (tbsint, ºC) e temperaturas de bulbo seco externa (tbsext, ºC) para frangos de corte na fase final nas estações do ano.

t bsin

t (ºC

)

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno 26,69 bB 26,65 bAB 27,36 bAB 26,60 bA 24,45 aA Outono 23,85 aA 25,73 bcA 26,93 cA 26,49 cA 24,46 abA Primavera 26,90 aB 27,37 abAB 27,40 abAB 32,09 cC 29,14 bB Verão 26,85 aB 28,06 abB 28,74 bB 29,43 bB 28,68 bB

t bsext (

ºC) Estação

Horário

10 12 14 16 18

Inverno 26,65 aB 32,20 cD 30,80 bB 30,85 bB 26,40 aC Outono 25,40 bA 30,95 cC 30,75 cB 31,15 cB 23,10 aB Primavera 24,40 bA 20, 40 aA 21,35 aA 21,10 aA 20,80 aA Verão 26,45 aB 29,05 bB 30,35 cB 31,55 dB 30,20 cD

Δt b

sext –

tbsin

t

(ºC

)

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno - 0,04 5,55 3,44 4,25 1,95 Outono 1,55 5,22 3,82 4,66 - 1,36 Primavera - 2,50 - 6,97 - 6,05 - 10,99 - 8,34 Verão - 0,40 0,99 1,61 2,12 1,52

Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Por meio da Tabela 4 é possível observar que os horários de 14h e 16h,

principalmente, apresentaram os maiores valores de temperatura de bulbo

seco, tanto no ambiente interno quanto externo para todas as estações.

Page 91: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

88

Durante a primavera e verão, no ambiente interno, foram observadas as

temperaturas mais elevadas, no entanto a primavera, no ambiente externo foi a

que apresentou as menores temperaturas. Para SILVA et al. (2007) as

condições termoneutras para frangos de corte, na fase final, deve apresentar

temperatura de 24º C, o que caracterizaria apenas durante o outono as 10h e

18h e inverno as 18h como condição ideal de produção.

Quanto a eficiência do sistema de climatização, a estação da primavera

foi a que obteve o pior desempenho quanto ao arrefecimento do ambiente

interno. Às 16h a temperatura de bulbo seco externo (tbsext, ºC) chegou a ser

10,99 ºC inferior ao do ambiente interno.

De acordo com os resultados encontrados para a estação de verão as

condições ambientais proporcionadas às aves estão inadequadas, fora das

condições de conforto térmico, pois as temperaturas foram superiores a 28ºC.

No entanto, MOURA (2001) relatou que, com o sistema de nebulização, os

frangos toleram temperaturas ambientais acima de 27°C. OLIVEIRA et al.

(2006b) observaram que aves mantidas nessa fase, que mantidas sob altas

temperaturas, apresentaram redução média de 14,7% de consumo de ração.

As discordâncias de temperatura ideal e sua amplitude para as

diferentes classes e tipos de aves são resultado de muitos fatores que afetam a

reação da ave frente às mudanças de ambiente (OLIVEIRA et al., 2006b). Os

mesmos autores observaram que aves na fase final de produção,

apresentaram redução média de 22% no consumo de ração. SILVA et al.

(2009) afirmam que esta redução é uma tentativa para aliviar o estresse por

calor, visto que a produção de calor aumenta de acordo com o consumo de

alimento.

Na Tabela 5 estão apresentados os valores médios da umidade relativa

interna (URint, %) e umidade relativa externa (URext, %) para frangos de corte

na fase final nas estações do ano, em que observa-se que a umidade do

ambiente externo, no inverno, apresenta valores inferiores ao considerado

adequado à produção animal, chegando as 16h com 23,35% de URext.

Page 92: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

89

Tabela 5 Médias da umidade relativa interna (URint, %) e umidade relativa externa (URext, %) para frangos de corte na fase inicial nas estações do ano.

UR

int (

%) Estação

Horário

10 12 14 16 18

Inverno 51,52 aA 55,42 abA 52,95 aA 52,21 aA 63,41 bA Outono 69,84 bB 65,72 abB 62,24 abB 66,79 abB 59,11 aA Primavera 87,31 aC 86,19 aC 86,12 aC 90,60 aC 88,82 aC Verão 82,44 bC 85,61 bC 77,59 abC 73,05 aB 78,05 abB

UR

ext (

%) Estação

Horário

10 12 14 16 18

Inverno 34,60 bA 24,75 aA 24,65 aA 23,35 aA 34,55 bA Outono 51,60 cB 36,05 aB 33,90 aB 34,70 aB 44,85 bB Primavera 84,90 aD 88,00 abD 90,40 bD 90,60 bD 91,00 bD Verão 74,15 dC 64,65 cC 58,80 bC 53,10 aC 59,00 bC

Δ U

Rext –

UR

int

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno - 16,92 - 30,67 - 28,30 - 28,86 - 28,86 Outono - 18,24 - 29,67 - 28,34 - 32,09 - 14,26 Primavera - 2,41 1,81 4,28 0 2,18 Verão - 8,29 - 20,96 - 18,79 - 19,95 - 19,05

Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os valores de URint proporcionada pelas estações de primavera, verão e

outono apresentaram médias estatisticamente maiores que o intervalo

recomendado por COBB (2008), que seria, para esta fase de produção, entre

40 a 60%.

Durante o inverno, a URext esteve a 23,35% as 16h, valor comparável as

umidades encontradas em clima de deserto. Os baixos valores podem facilitar

a inalação da poeira produzida no galpão e substâncias químicas como a

amônia, agredindo o trato respiratório (MINHARRO et al., 2001).

Na primavera, a URext chegou a um percentual de 4,7% acima da UR,

resultado das constantes chuvas, característica desta estação na região, e

fazendo com que aumente ainda mais a umidade no interior dos galpões,

principalmente nos horários em que a temperatura é elevada e o sistema de

nebulização é acionado, o mesmo foi observado por FURTADO et al. (2006).

A elevação da umidade relativa no ambiente interno intensifica o efeito

negativo da temperatura sobre o desempenho dos frangos de corte (OLIVEIRA

et al., 2006b).

À medida que a temperatura ambiente se eleva, a ave intensifica a perda

de calor pelo processo evaporativo a fim de manter a homeotermia. Este

Page 93: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

90

processo depende da concentração de água no ar, portanto, as aves redução a

eficiência de dissipação do calor corporal. Altos valores de umidade podem

provocar a condensação de vapor nas paredes e equipamentos do galpão,

aumentando a incidência de doenças (MOURA et al., 2010).

NÄÄS et al. (2007) considera que os altos valores de umidade podem

ser decorrentes da época do ano (estação chuvosa), além do acúmulo de

umidade na cama, proporcionada pelas excretas das aves, aumentando a

quantidade de gases, como a amônia.

As maiores umidades são observadas, neste estudo, no outono,

considerada uma estação de transição entre verão e inverno, com elevada

frequência de nevoeiros e temperaturas mais amenas. Durante o inverno, a UR

reduz consideravelmente na região Centro-oeste do país, considerado o menos

chuvoso do ano.

Na Tabela 6 estão apresentados os valores médios do índice de

temperatura e umidade interna (ITUint, adimensional) e índice de temperatura e

umidade externo (ITUext, adimensional) para frangos de corte na fase final nas

estações do ano.

Tabela 6 Médias do índice de temperatura e umidade interna (ITU int, adimensional) e índice de temperatura e umidade externo (ITUext, adimensional) para frangos de corte na fase final nas estações do ano.

ITU

int

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno 73,59 abA 74,10 abA 74,74 bA 73,64 abA 71,93 aA Outono 71,75 aA 73,79 abA 75,00 bA 74,96 bA 71,64 aA Primavera 77,23 aB 77,79 aB 77,83 aB 84,50 cC 80,37 bB Verão 76,81 aB 78,68 abB 78,99 abB 79,55 bB 78,94 abB

ITU

ext

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno 71,58 aA 76,95 cB 75,10 bB 74,85 bB 71,26 aB Outono 72,12 bA 77,52 cBC 76,87 cC 77,56 cC 68,23 aA Primavera 73,42 bB 68,77 aA 69,61 aA 69,62 aA 69,24 aA Verão 75,65 aC 78,34 bC 79,50 bcD 80,53 cD 79,35 bcC

Δ I

TU

ext –

ITU

int

Estação Horário

10 12 14 16 18

Inverno - 2,01 2,85 0,36 1,21 -0,67 Outono 0,37 3,73 1,87 2,60 -3,41 Primavera - 3,81 - 9,02 - 8,22 - 14,88 - 11,13 Verão - 1,16 - 0,34 0,51 - 0,98 0,41

Médias seguidas da mesma letra maiúscula, na coluna, e minúsculas, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% (P<0,05) de probabilidade.

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91

Os horários, dentro das estações, seguem a variação circadiana de

temperatura e umidade, resultando consequentemente em variação no ITU.

Durante a primavera, tem-se uma maior insolação incidindo sobre o telhado,

favorecendo um aumento de temperaturas no interior dos galpões,

principalmente as 16h.

A maior diferença encontrada entre os valores de ITUint e ITUext foram

durante a primavera as 16h, onde a amplitude entre o ambiente externo interno

foi de 14,88, significando que para atingir o mesmo valor de ITUext, o sistema

precisa reduzir o índice em 21%.

Para demonstrar onde ocorreram as diferenças significativas de ITU int,

ITUext (Figura 7), tbsint e tbsext (Figura 8) foi necessário realizar o desdobramento

das estações do ano dentro de cada seção, para tanto foram confeccionados

mapas de contorno, ilustrando a influencia das características de cada estação

sobre o ambiente interno de produção.

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92

Esta

çã

o

ITU

int

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

ITU

ext

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

7273747576777879808182

Seção (colocar do menor para o maior)

Figura 7 Distribuição dos valores de ITUint e ITUext durante as estações do ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase final de produção (mapa de contorno).

Page 96: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

93

Esta

çã

o

t bsin

t

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

t bsext

Inicial Terçoinicial

Centro Terçofinal

Final

Inverno

Outono

Primavera

Verão

2223242526272829303132

Seção

Figura 8 Distribuição dos valores de tbsint e tbsext durante as estações do ano e ao longo das seções predeterminadas, na fase final de produção (mapa de contorno).

Quanto aos valores de temperaturas, os galpões estariam fora do

recomendado por COBB, 2008 e SARMENTO et al., 2005, em que o ideal

nesta fase de produção é de 19 a 21ºC e umidade relativa entre 50 a 70%, o

que não acontece em nenhuma estação ou seção avaliada. Segundo

MEDEIROS et al. (2005) uma temperatura do ar de 26°C pode ser considerada

amena.

Segundo FUNCK & FONSECA (2008), mantendo-se a temperatura nos

níveis desejáveis e atentando-se para as outras práticas de manejo, consegue-

Page 97: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

94

se manter o crescimento das aves em níveis adequados e a uniformidade do

lote.

OLIVEIRA et al. (2006b) enfatizam a importância de um ambiente com

temperaturas adequadas, indicando que altas temperaturas afetam diretamente

o ganho de peso de frangos de corte.

As condições internas de produção para cada estação e horário de

avaliação, considerando o ITUint como ferramenta de classificação, estão

apresentadas na Figura 9.

Para ABREU & ABREU (2001), nesta idade, consideram como conforto

térmico, aves em ambiente com temperatura entre 20 a 23ºC, umidade relativa

entre 60 a 70% e ITUint variando de 56,6 a 64. Os valores de ITUint, nas seções

e estações, estão fora do recomendado por GATES et al. (1995), para frangos

de corte. Valores de ITUint menores que 74 configuram conforto térmico, entre

74 e 79 representam situações de alerta e perigo para a produção, e entre 79 e

84 indicam situação de emergência sendo necessário providencias urgentes

para se evitar a perda do plantel.

As estações do ano que caracterizaram os períodos mais quentes, de

acordo com as características do clima de região, foram verão e primavera.

Para SOUZA et al. (2010) os períodos mais quentes do ano, avaliando

ambientes de produção na região norte do Paraná, foram verão e outono.

MENDES & KOMIYAMA (2011) observaram que as temperaturas

também influenciam na perda de peso por cozimento da carne dos frangos de

corte, fato associado ao estresse em que a ave foi submetida, principalmente

durante o verão.

Page 98: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

95

Se

çã

o

Inve

rno

Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

10 12 14 16 18

Ou

ton

o

Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

10 12 14 16 18

Pri

ma

ve

ra

Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

10 12 14 16 18

Ve

rão

Inicial

Terçoinicial

Centro

Terçofinal

Final

10 12 14 16 18

707274767880828486

Horário

Figura 9 Distribuição dos valores de ITUint durante o Verão, Primavera, Outono e Inverno ao longo das instalações para frangos de corte, na fase final de produção (mapa de contorno).

Page 99: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

96

A partir dos dados coletados nos galpões localizados no interior do

Estado de Goiás, foram ajustadas equações de regressão múltiplas para cada

estação do ano. A partir das equações de regressão múltiplas ajustadas foram

elaborados os gráficos de resíduos (Figura 10). Na análise dos gráficos, é

possível evidenciar a linearidade dos dados, confirmando a validade das

equações, pois os pontos todos permanecem juntos a reta que os corta,

principalmente na primavera.

Os resultados deste estudo permitem inferir que as variações dos

elementos climáticos ao longo do ano, dentro dos galpões, podem ser

ajustadas e amortizadas. O monitoramento do ambiente e readequação do

sistema, utilizando mecanismos que reduzam o impacto destas variáveis sobre

o desempenho dos frangos de corte, podem auxiliar na otimização da

produção.

Apesar da temperatura e da umidade do ar serem as variáveis mais

analisadas quando se trata de conforto ambiental para produção comercial de

frangos de corte, existem outros fatores que são relevantes para se analisar o

conforto nos galpões, tais como a quantidade de luz, a concentração de gases,

a quantidade de poeira, de microorganismos e outros (BANHAZI et al., 2008;

SARAZ et al., 2010 e PONCIANO et al., 2011).

Page 100: AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO E DE VARIAVÉIS …€¦ · Figura 2 Barreiras físicas utilizadas para a delimitação das seções no interior dos galpões. ..... 31 Figura 3 Gráficos

97

Pe

rce

ntu

al

Inve

rno

0.500.250.00-0.25-0.50-0.75-1.00

99.9

99

95

90

80706050403020

10

5

1

0.1

ITU = 31,9 + 1,31*tbs + 0,11*URR2 = 0,99

Ou

ton

o

0.500.250.00-0.25-0.50-0.75

99.9

99

95

90

80706050403020

10

5

1

0.1

ITU = 33,6 + 1,33*tbs + 0,092*URR2 = 0,99

Pri

ma

ve

ra

0.150.100.050.00-0.05-0.10

99.9

99

95

90

80706050403020

10

5

1

0.1

ITU = 34,3 + 1,35*tbs + 0,077*UR

R2 = 1

Ve

rão

0.30.20.10.0-0.1-0.2-0.3

99.9

99

95

90

80706050403020

10

5

1

0.1

ITU = 34,8 + 1,32*tbs + 0,082*URR2 = 0,99

Resíduo

Figura 10 Normal dos resíduos de ITUint e equações de regressão múltipla para inverno, outono, primavera e verão no interior dos galpões.

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98

9 CONCLUSÃO

O sistema de climatização utilizado nos galpões foi ineficiente em reduzir

os efeitos do ambiente externo, onde na fase inicial, durante a primavera o

valor de ITUext esteve 15% menor que o valor do ITU, na fase final este valor foi

superior, chegando a 21%

As estações do ano que apresentaram piores as condições de produção

para frangos de corte foram verão e primavera, com elevadas temperaturas,

umidade relativa e ITU no ambiente interno.

As seções mais próximas à entrada de ar apresentam as melhores

condições de conforto, quando comparadas as demais, nos horários e

estações avaliadas.

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CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

As características do clima devem ser consideradas ao se implantar um

sistema de climatização em galpões para produção de frangos de corte,

principalmente pelo fato de que estes sistemas necessitam de uma completa

vedação, tal que o ambiente interno não seja influenciado pelo externo.

Entretanto, os custos de implantação e manutenção também devem ser

analisados.

Os mecanismos de automação e modernização dos galpões e

equipamentos avícolas não garantem respostas produtivas positivas. Em

situações onde os sistemas são implantados de forma incorreta ou que não

estão sob manutenção, podem acarretar prejuízos maiores do que se fossem

utilizados sistemas convencionais.

As estimativas de temperaturas das superfícies corporais, massa

corporal, frequência respiratória e índice de conforto térmico, auxiliam em

tomadas de decisão quanto ao uso de equipamentos ou recursos que

diminuam os efeitos negativos do ambiente térmico na produtividade.

As variações do ambiente térmico encontradas neste experimento

ocorrem em função de processos naturais de balanço de calor e massa

existentes no interior dos galpões, entre animais, ambiente e elementos

estruturais. Verifica-se que em um mesmo galpão de frangos de corte podem

apresentar condições térmicas distintas, proporcionando respostas produtivas

diferentes entre o inicio e o final do galpão.

Estudos desenvolvidos nesta área visam servir de embasamento a

novas pesquisas envolvendo trabalhos de avaliação do ambiente de produção

animal.

O resultado desta pesquisa é de suma importância para o empresário

rural, pois quanto maior for a idade das aves maior será o consumo de ração,

mão de obra, medicamentos e insumos, implicando, consequentemente em

prejuízos financeiros, caso ocorra morte de animais por estresse calórico,

principalmente, no final do período de crescimento.

Para atingir o conforto térmico dos frangos de corte, em regiões de clima

quente, como na região noroeste do Estado de Goiás, onde são registradas

altas temperaturas no interior dos aviários, deve-se aprimorar o projeto das

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instalações e equacionar os manejos para superar os efeitos prejudiciais

provenientes de alguns fatores ambientais críticos (temperatura e umidade

relativa, interna e externa), propiciando ao animal ambiente confortável.