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8/13/2019 Friedrich Nietzsche - O Nascimento da Tragédia.pdf http://slidepdf.com/reader/full/friedrich-nietzsche-o-nascimento-da-tragediapdf 1/88 COLEÇÃO DAS OBRA DE NIETZCHE ordenaç: Paul ésar za Além do hem e d mal - Prelúdi a umajloso f a d(ro nasmento da tgéda ou Helenism e pessmsmo :�c m C1o a/é1 e rna o qe é Genealoga da ml a polêma as \ger 'm phlema para múso e Setzse ot \ger Dossê de m psiólgo FIEICH NIEZCHE  O NASCIMENTO DA TRGÉDIA ou elenismo e pessimismo ruço nots osfcio: GUINSBURG ª dição eipessà CMP NHI DS TS

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COLEÇÃO DAS OBRA DE NIETZCHEordenaç: Paul ésar za

Além do hem e d mal - Prelúdi a umajlosofa d(ro

nasmento da tgéda ou Helenism e pessmsmo

:�c m C1o a/é1 e rna o qe é

Genealoga da ml a polêma

as \ger 'm phlema para múso e Setzse ot \gerDossê de m psiólgo

FIEICH NIEZCHE

 O NASCIMENTO DA TRGÉDIAou

elenismo e pessimismo

ruço nots osfcio: GUINSBURG

ª dição

3ª eipessà

CMP NHI DS TS

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Cpyright tad ução, nota e posfco

© b J. Gunsbr

Títul ognal:Die Geburt de Tragodie de Giecentum und

Pessimmu

Cap

Jã Bapista da Cta Aguia

Ppaaço

Jé Waldi ds Sant Mrae

RevsãoMae Lea

Mar Luí Feandes

Dados Internacionai de Catalogção na Publação (àmara Brasleia do vro, sP ra)

Ntzh Friedrch Wilhem 8O nasmeno da agédia ou Helenimo �sims·

mo Friedrh Nezshe ; radução nt e posfácio Gunurg. - São auo ompanhia ds Ltrs

"' 8· 8·

Estéica Müsa iosoa e estétia 3 ragédiage Históra e ria 4 O rgi 1 Guinsg Jacó u Hlimo immo

8 88

Índies a álogo sisemio: Tagéda Hisóra e cría Leura geg aga

88

999 

Toos os dretos esta eição eservados

DRA SHWARZ LARua Bandera Pausta, , cj

São Paulo STelefone: x 88

Fax X 88e-ma [email protected]

Í

Na de aduã 1 

Teaia de aucíica 3

efci paa Richad Wage 25

Ap e Diíi h e ealidade ai-a e f O pncpum ndvduatns A embiague diiíaca Recciliaã ee hmem e auea . 27

2 [O impul aíic da auea Geg ebba A múica diiíaca O diiam

b . . . . . . . . . . . . 32 [O deue ímpic A abedia de ie

A igeuidade gega Rueau e Hme . . . . . . . . . . . . . . . 35

[O aia igêu Rafae e a TansfguaçãAp deu da idiiduaã e da medida Oiic e bba . 39

5 [Hme e Aquílc O épic e líicchpehaue e a eêcia da caã O mud cm feôme eéic . 2

[A caã ppu aaa e múica O peaíic A múica e a uidade pimdia 8

7 [A igem d agédia igicaã d c -gic chege e chie O c meafíic Hame O ublime e cômic . 5

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8 [O át e pat Apaênca e ca em O epectade c e ate O c cm únca eadade Dn edadeptagnta 56

9 [A eenaldade gega fce e eu dp O meteu de ul O mt pmetéc e aan] 63

0 [O fment de Dn A dutna de mté Múca e mt Euípde] 69

[Tágc fm da tagéda A Na Cméda Aeenaldade Euípde e eu epectad] 72

2 [O fment de Dní O eps damatad O catm etétc O pg de Eupde] 78

3 [cate e a tagéda O damn de cate] . 84

4[latã e a tagéda O dálg platônc O t-mm da daétca ape ecundá d c eda múca 87

5 [O geg e a ptedade cate hmemtec A buca da edade O cnhecmenttágc . 9

6 [Múca e ate pátca Cncepã de chpe-nhaue A múca e mt tágc magem ecncet A ate dnaca 96

7 [Cnt ente a ã tágca e a teca O ndtamb Degeneecênca da múca em pntu

a mucal O deus ex machna] . . . 028 [O tê etág da uã Cutua alexandna,

heênca u ndana A cutua mdena A ta de Kant e chpenhaue A na cultuatágca] 08

9 [A pea O stl appesentatv A tendêncadlca O edepeta d epít dníac Amúca e a lfa aemã 2

20 [O epít aemã e a cultua gega O enacment da tagéda] 20

2 [mptânca da tagéa na da de um p Omt e he tágc Tstã e !slda O dama pefet e ua múca . 23

22 [Anále da emã tágca O epectad etétc O púbc cntempâne . 30

3 [Necedade d mt O hmem abtat Oenace d mt aemã] . . 34

24 Tanfguaã da da pel mt ae tágce dnânca muca Epeana n depeta d

gên aemã] . . . . . . . . 3925 [A dnânca encanada fment e beea dgeg . 143 

Nta d tadut . . . . . . . . 45Netche n teat unsbug . . 55Índce em 73

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  ÇÃ

Esta tradução começou a ser feita no incio dos anos quan•

do como professor de Estética Teatral desejei estudar com os meus

alunos o texto de Nietzsche e constatei, com espanto que as versões existentes em português obedeciam a modos de transposição

demasiado presos aos códigos do "bom vernáculo iterário e a adap

tações interpretativas às vezes bastante fantasiosas. Tudo o que pude

compulsar, na época, apresentava defici ência s no tocante à reposição conceitual e estilística do original, e os excertos tão bem tradu

zidos por Rbens odrigues Torres Filho para o volume tzch

da coleção da Abril, só apareceram mais tarde em 94 Assim, no

calor da hora, sem medir bem as dificuldades do empreendimento

lancei-me à tentativa. Não é preciso dizer que logo o meu ardor co

meçou a arrefecer. Ao cabo de vinte e poucas páginas já era quase

um fogo morto, sobre o qual vieram desabar outras obrigações eencantamentos, levando-me a adiar o penoso trabalho.  volume brt dr ragd* foi portanto relegado àquele melancóli

co canto em que emurchecem com uma presença que não raro in

comoda, os projetos mal resolvidos, senão gorados. azão pela qual

em conversas descompromissadas sobre o que você está produzin

do?, vez por outra eu me sentia impelido a incluir como efetiva atua

lidade a malparada tradução do escrito nietzschiano. E foi numa des

sas conversas que mencionei o fato a ulo César de Souza estudioso

das falas de Zaratustra e tradutor que vem prestando o seu zelo e

competência para uma leitura adequada de Nietzsche no Brasil. menção Ó língua quem mandou você falar) o meu interlocutor não

* Frdrh tz Werke Die Geurt er Trgie oer Grie

hentum un eimimu 91 dado por Karl hhta, Vrlag Ultn

[ ]

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R I D R I C N I Z S C

diss nd, coo stulo. Liitous prguntr s u tnh

isto, is quilo outro.  vrificndo inh indgênc, lgu ns ds

dpois os trou u tv o ço! o Pulo s fo quprtou o u próprio ó. Não pud s fugir dl d s

o . oi ss qu no sgund o sstr do no pss do pusco suor ldçõs, dsfzr rdilh qu u t

r. S, co sso, consgui lgo s do qu livrr d nhs voltscogo próprio só l, ulo Csr, o damn dst trdução, o u ltor podrão dizr. D inh prt, spro qu s soluçõs

por dotds co jud coputdorizd d nh ulhr

Git inh h Ruth, poss dr português, lgu crn

ção txtul st podroso lnc d poticdd pnsnto qu

namnt da tragda

[ ]

] Guinsburg

bril d 992

SM GÉu

HLSM01 SSMSM TENIVA DE AUCTIC

ej que f qui que p e be dete ipbemtic dee e id um queã de pimei deme mxim ã demi um queã pfudmete pe eemuh di é épc em que ugiu e despet d qu ugiu u ej excitte épc d Gue Fc-ui de 870- Equt d bh de W the eph p be Eup cimd de idéi e mi-g de eigm quem cube pteidde dete iche gue em um ect d Ape muit eteid em cim e eigm e p ceqêci, mui pecu-

pd e depecupd mem emp, td eupeme be gegs úce dee i bie m ceíe que e dedicd ee di pefci (upfci) Agum em depi, e ee ppi ect-e b mu de Met id ã ibet d p deiegã que hi pt pete eejiid-de2 d geg e d e geg té que p fim, queemê de pfud eã em que e deibe be pde Vehe, tmbém ee chegu p cig ppi eetmete equ ceci em c de um efemi

dde ctd em mph cttu cig mem demei defiiti cime d tgédi pti d epíi d músca' D múic? Múic e tgédi? Gege múic de gédi? Geg e b de e d peimimA mi bemucedid mi be mi ied epécie

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F R D R C N Z S C

de gee é g que m eduzu p e, geg cm ecmee ee em necessidade d géd d d e que e geg .

Adhe em que ug e clcd, cm g

de p de egçã be l d exêc Seá pemm necessariamente g d decí, d uíd fc d cd e debld cm ee f ee d cm ee é egud d pêc, ee ó hme e eupeu mde Há umpemm d m ppeã elecul p du hed m pblemác d exêc ded beme, um bde úde um plenituded exêc Há lez um fme ded póp upebudâc m ed epdez d h m gud que exige eíel cm mg dg mg emque pde pô p u fç Em que dee pede que é eme O que gfc, umee ee gegd melh épc, d m fe, d m l m trá-gic? E decmul feôme d díc O que gfc, dee cd géd E de u pe: qu deque géd meu, cm d ml, déc, ufcêc e eeldde d hmem eóc cmNã pde e pecmee ee cm um g dedecí, d cç, d deç de que e dlem áquc eeldde geg d heem

pe, ãmee um eb d cepúcul A de epcú cntra pemm, pe um pecuçã dfed E cêc mem cêc m quegc em gel ecd cm m d d d cêc que p d de nde d cêc Cm c efcdde lez pe um em e um ecpóe pemm m ul egím defe c ver-dade? E, mlmee fd lg cm cd e fldde E mlmee um úc ó Sóce Sóce f ee peu teu eged, me f e peu u

O que cegu eã peede, lg eíe e peg um pblem cm chfe ã ecemee um u

[ ]

N A S C M N D A R A D A

p ce em d c um nv pblem h e eu dque f prblema da ciência mem cêc eeddpel pme ez cm pblemác, cm queáel l em que e ex mh cgem e mh u

pcác ue que l impssívele de b de umef ã cá ueude! Edfcd p de pu êc póp pemu e demd ede, que m d e d cmucáel, ccd be ee d arte p pblem d cêc ã pde e echecd ee d cêc um l lez p dd mbém de cpcdde líc e epecque de, um p excepcl de que é pec buc e que eze em eque e g de pcu ) chede çõe pclógc e de eged de , cm um

mefíc de pl de fud um b de ueude che de cgem uel e de mec uel depedee bdmee uôm mem lá de pecedbe um udde e um deçã póp em um um b d pmíc, clue mu ed d pl ã be eu pblem e, cmed de d defe d mcdde, beud de u demd exeã de u empede e ímpe Sturm und Dng deu pe, dd eu êx (em epecl u gde Rchd Wge quem e dg cm p um dá

g), um l cmprvad que dze, um l que emd c, fez melhe de eu emp4 Já p mee dee e d cm ce cdeçã e dcçã d m ã que ecb de d qu ele mepece g degdáel quã eh e me pee g dezee dep e um lh m eh cemeze m exgee pém de me lgum m f, emm eh quel ef de que ee l emeá uupel pme ez pxme ver a cincia cm a ópticad artista mas a arte cm a da vida . .

3

D m um ez he ee é p mm um l mpíe ch ml ec ped, pe, feéc e cfu

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E D I C H N Z S C H E

empega uma palaa de laã,6 que esse azd asmaes bêçãs sbe a Hélade? E se, p u lad e acá, s gegs, pecsamee s emps de sua dssluçã e faqueza, essem se ad cada ez mas ms

as, mas supefcas, mas eaas, bem cm mas asssp lógca e lgczaçã, s é, a mesm emp mas seeas e mas cecs? Cm? dea peua, a despe de das as déas mdeas e peccesd gs demcác, a óa d tmsm a acnal-dade pedmae desde eã, utltasm pác e eóc, al cm a pópa demcaca, de que sã cempâes se um sma da fça declae, da elhce abeae, da fadga fslógca? E pecsamee nã - pessmsm? F Epcu um msa pecsamee equa

sfed? Vêse que é d um fexe de dfces quesõesque ese l caegu acesceems ada a sua quesã mas dfcl O que sgfca, sa sb a ópca da vda a mal?

5.

Já pefác a Rchad Wage é a ae e nã a mal apeseada cm a adade ppamee metafísca d

hmem; póp l ea múlplas ezes a sugesappsçã de que a exsêca d mud só sejustca cm feôme eséc De fa, l d chece apeas um sed de asa e um esed [Hntesnnde asa p ás de d acece um deus' , se assmse desea , mas dece só um deusasa cmpleamee csdead e amal, que csu cm desu, bm cm um, que apecebese de seu dêcpaze e aucaca, que, cad muds, se desembaaçada necessdade [Nt] da abudâca e supeabundânca d

sfment das capsções ele aphadas O mud, emcada sae a alcançada edeçã de deus, mud cm a eeamee cambae, eeamee a sã d semas sfed, mas aéc, mas cadó, que só aapaênca Schen]8 sabe edmse da essa meafsca d

[ 1 8]

O N A S C M E N O D A A G É D I A

asa pdese dema abáa, csa, faásca essecal ss é que ela á deuca um esp que um da,qualque que sea peg, se pá ca a epeaçãe a sgfcaçã mas da exsêca. Aqu se auca, quçá

pela pmea ez, um pessmsm além d bm e dmal ,9 aqu ecebe palaa e fómula aquela peesdaded md de pesa ca a qual Schpehaue ã se casade aemessa de aemã as suas mas usas maldções eelâmpags uma sa que usa clca, ebaxa a pópa mal a mud da apaêca e ã apeas ee as apaêcas u feômes Eschenungen10 (a acepçã dtemnus techncus dealsa), mas ee s egas, cm apaêca, lusã, e, epeaçã, acmdame, ae Talez de se pssa med melh a pfuddade des

se ped antmal sea pecad e hsl slêc cmque l e se aa csasm csasmcm a mas exaagae fguaçã d ema mal que a humadade chegu aé aga a escua Na edade, ã exse capsçã ma à exegese e usfcaçã puameeeséca d mud, al cm é esada ese l, d quea dua csã, a qual é e que se smente mal, e cmseus padões abslus, á cm sua eacdade de Deus, pexempl, desea a ae, tda ae, a e da meas é, egaa, epaa, cdeaa ás de semelhae

md de pesa e ala, qual em de se ades à ae,equa ela f de alguma maea auêca, sea eu ambém desde sempe a hstldadeà vda a acsa, gaa aesã ca a pópa da ps da a da epusasbe a apaêca, a ae, a lusã, a ópca, a ecessdade dpespecsc e d e O csasm f desde c,essecal e bascamee, asc e fas da da a da, queapeas se dsfaçaa, apeas se culaa, apeas se efeaasb a ceça em ua u melh da O ód a mud , a maldçã ds afes, med à beleza e à sesualda

de, um laddelá ead paa dfama melh laddecá, fud um ase pel ada, pel m, pel epus,paa chega a sabá ds sabás ud ss, ã mes dque a ade cdcal d csasm de dexa alesmente ales mas, se me afguu sempe cm a mas

[ 19)

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R D R C N Z S C

peig e iit de td fm píei de um tde de declíi' , pel me um i d mi pfudde, c, deâim, exutã, empbecimet did pi perte mr epecilmete citã, quer di

e, icdici), id tem que cecer de ã de mei ctte e ieitáel, pque é g eecimeteml id, pe b pe d dedém e d eteã, tem que e etid fi cm idig de er deejd, cm ãáid em i. A m mem cm? A m ã eri um tde de egã d id , um itit ecet de iquimet, um picípi de decdêci,pequemet, difmã, um cme d fim? E, em ceqêci, peig d peig? . . . Cnta ml, ptt, tue etã, cm ete ir pbemátic, meu i

tit, cm um itit em pl d id, e ietu pr i,fudmetmete, um ctdutri e um ctrlã d id, purmete rtític, antcstã. Cm demiál? N quidde de ólg e hmem d p eu btiei, ã em gum iberdde pi quem checei eddei me d Aticit? cm me de um deugreg eu chmei dnsíaca.

6

Etedee em que tef uei tcr já cm ete lir? Quto meto gor que ão tivesse etão  cogem (ou  imodésti?) de pemitime, em todos os setidos, tmbém um linguagem pópi p ituiões e trevimetos tão próprios  que eu tetsse expimi peosmete, com fómu-ls schopehueris e ktis, estrhs e ovs vor-ções, que im desde  bse cot o espírito de Kt e Schopehuer, ssim como cotr  o seu gosto ! O que pesv,fil, Schopehuer sobe  trgédi?  "O  que dá   todo o 

tágico o empuxo pecui pr  eevão diz ee em Omundo como vontade e representação, n, p  49511- "é  osugir do cohecimeto d que o mudo,  vid ão podem poporcio veddei stisfão e portto não são dig-nos de osso pego:  isto cosiste o espírito tágico  ee

[ ]

N A S C M N D A R A D A

cdu à esgnaçã quã diemete fl Dii cmig! , quã ge de mim e ch utmete etã td eigciim! M há lg muit pir li, quegr met id mi d que te bcuecid e etg

d cm fómul chpehuei gu peetimetdiiíc be, que estague de md but gdi pblema geg tl cm ele me hi precid, pel igeêci d ci mi mder! ue peei eper lá de d hi epe, de tud pt, cmdemid cle, p um fim póxim ue cmecei fbul, cm be ltim mifetõe d mic lemã, repeit d e emã, cm e ele etie pecimete pt de decbie e eecte i mem e it em um épc em que epit lemã, que ã muit

temp te hi tid id tde de dmi be Eup, fr de gui Eup, utmete abdcava di p dipiã tetmetári e de mei defiiti e, b pmp petext d dã de um ech [impéi, reli u pgem pr mediciã cmdte, pr demcci e p idéi mde De ft, etemete predi pe de um fm btte deeped e dpiedd cec dee e emã, im cmd tul músca alemã qu é mtim de pt pt e me geg de td fm pei de te émd mi, um detrd de e de pimei ce, dupmete perig em um p que gt de bebid e h bcuidde cm um itude, it é, em u dupl ppriedde de rcótic iebite e mem temp bnublante. pte, etá cl, de td eper pred e de td plicõe eôe à ci d peete, cm qui etguei meu primei li, pemece grde pt de itegã diiíc, tl cm ele ficlcd, tmbém tcte à mic: cm deei ecmpt um mic que ã mi tiee um ig mâtic, cm mic emã pém diic? .

7

M, meu c eh, que é mâtic mud, e vss i ã é mâtic? Seá que ódi pfud

[ ]

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R D R N Z S

cr temp de gr eldde e idé mde pde e led mi à free d que creu em mtfíic d tt qu pefre cedt té Nd té demô cedt Ag ? Nã etrá um

bid p bix de td ctptítc rte ce eduã d uid um bx prfud de cóe e depe detudr um furi deemã ct ud que é g um de que ã eá mu ge dlm pác e que pece di é peferíe que de edde d qu vós tede ã d que vssa edde fc cm rã! ? Ecuti ó mem eh pemit e deicdr d re m cm ud decerd umúic pgem echid de l quel que fl ãem elqêc d mtd e drgõe qul pde ter m cpci d cptud de t2 p uid e cõe je Cm? Nã é e petu utêtc eerdder prã de fé d mâc d 30, b mác d peimm de 50? Aá d qul tmbém já e preludi uu d rmâc queb demme e e prterã te um eh fé e eh Deu Cm? O l peim ã é ee mem um pe de theeim e de mtm ele póp lg ã iebte qut bubie em td c

um cótc é mem um pe de mc de micalemã? M ue

Imgiem um gerã du cm ee deemde h cm ee heróc ped p decmul imgem p rd dee mtde de dgõe gulh temerdde cm que dã c d du d frque pegd pel mim m d rrlutmete cmpetude e petude: nã sea necessá que hmem rágc de cuu em u ueducã pr é e p h deee dee um re a ate d cnsl metafísc, rgéd cm He ee ded e tee de exclm cm u:

E nã dev eu vlênca de ansedade ncntdaDe tdas taze esta únca fgua paa a vda

[ ]

NA A AGéA

N i necessá" N tic N r cái uit p qund qu i i qu c c tá cit p t utuc pr

i hrr mtiicmt cl uc id ric critt . N Vó drip pri r c deste ad de cá ri pr ir mu g ti qui ctiu d cmpm pimit mqc i c rit mi um i dibd cr tic mtic m pii ugr u pr di cm gug qu trg ic qu ch Zatst

t cõ mu m t mi tE quci puc r Li m pr di h id gu br cb

Et c it gid um cu t cr b ih cb u mmci u . N ctri hum utr bt r p i h

Zrtutr i Ztutr qu cc prt r c pr ppr prt um bur i

Ztut Zrtut r

u ipcit u icici m u qu m t t ti u cqui t cr b ih c

Et c it t c gildr a

u im u tir t c r u dci ó h up apende ir (ssa Zatst qu prt.

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SM G SÍ MÚS

PFÁCIO P RIC WAGR

A fm de mte ge de mm td pe ecpul tçõe e metedd que pemet eu

d ete ect ppc eej dd cáte pecul de pblc e fm tmbém de pde ecee p tdutó cm gu ect ctempltcuj g cm petfcçõe de b h elteced ele t em cd h epeetme tte em queó meu mu eed mg ecebee ete e cm tle pó um pe epet pe ee hbeó he de ft Pmeteu deghd tpc 4 e meu me e medtmete fc cecd deque ej que f qul que e ect ete ect

ut tem cetmete lg de é e ugete de utm que em tud qut deu ce cc cm e etée peete e ó deee ecee c quecepdeem e peeç. He de lemb cmt que eu me ccete ee pemet memtemp que ug eplêdd Festschft Ect cmemt be Beeth t é em me teee ubmdde d gue que cb de mpe N ett em que peem ppót det cetâe de eexõe ctte ete exctç ptótc e

dpç etétc ee eedde cj e jg j ete e emete êem ete e te fque c p eu ept cm que pblem emete em tem he qul é p ó tud cm td ppedde cet d epeç lem cm ótce e pt de

[ ]

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F R D R C N Z S C

irgem píe, prém que utmete pr ee reute e gum m ec er um prbem etétic ertm tã éri, c ã etem em cõ rechecer rte mi que um ierti ceóri que

um titir e gui que e pe muit bem iper te eriee exitêci cm e iguém ubee que impic em fce e ctrpi, t eriee exitêci. A ee hme éri irhe e iã t e eu etr ceci e que rte é tref upreme tiie prprimete metfíic et i, eti hmem quem, cm meu ubime precurr e utet i, quer que fique eic ete ecrit

Biéi fim e87

6]

1.

Terem gh muit fr ciêci etétic e chegrm pe à iteec ógic m à certez imei

t itri5 Anschauung] e que ctu eeimet rte etá ig à upicie aplíne e dnsíac mem meir cm prcri epee uie ex em que ut é icete e e iterêm perióic recciiõe. Tmm et emiõe greg que trm perceptíei à meteperpicz prf eimet ecret e u i rte bem izer pr mei e cceit m gur peetrtemete cr e eu mu eue. Aeu i eue rte, Ap e Diíi icue

cgi e que mu heêic exite um ermectrpi, qut rige e bje ti etre rte gurr pátic [Bldne] píe e rte figurunbldlchen] múic, e Diíi mb impu t ier cmihm miri eze em icóri bert e icite mutumete pruõe empre pr perpetur e ut que ctrpi bre qu pr cmum rte pe pretemete pte té que pr m tré e ummircu t metic d te heêic prece

rm empreh um cm utr e ee emprehmet tt br e rte iiíc qut píe gerrm trgéi átic.

Pr prximrm mi ee i impu peem primeir cm uier rtític epr

]

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F E D C H N I E T Z S C H E

i entre si, do sonho e d embriaguez entre cus mnifestções siológics cbe observr um contrposição correspon-dente à que se presenta entre o apolneo e o dionisíco Emsonho precerm primeiro, conforme representção de Lu-crécio, 18 dinte ds lms humns, s esplendoross figurs divins; em sonho foi que o grnde plsmdor Bildner]

viu fscinnte estrutur co rporl de seres super humnos;e os poets gregos, indgdos sobre os mistérios d criçãopoétic, tmbém recordrim o sonho e serim de precersemelhnte o de Hns Schs em Die Meistersinger (Os mestres cntores):

Meu amigo é isto precisamente a obra do poeta

Que seus sonhos ele interpreta e marca

Creia-me a mais verdadeira ilusão do homem

Se lhe abre no sonhoToda a arte da poesia e todo o poetar

Nada mais é que interpretação de sonhos verazes. 19

A bel prênci20 do mundo do sonho, em cuj produção cd ser humno é um rtist consumdo, constitui precondição de tod rte plástic, ms tmbém, como veremos, de um importnte metde d poesi. Nós desfrutmos de um compreensão imedit d figurção, tods sforms nos flm, não há nd que se indiferente e inútil

N mis elevd existênci dess reidde oníric temos ind, todvi, trnsluzente sensção de su aparência: pelomenos tl é minh experiênci, em cuo fvor poderi duzir lguns testemunhos e pssgens de poets. O homemde propensão losófic tem mesmo premonição de quetmbém sob ess relidde, n qu vivemos e somos, seencontr ocut um outr, inteirmente divers, que portnto tmbém é um prênci: e Schopenhuer ssinousem rodeios, como crcterístic d ptidão osóc, o domde em certs ocsiões considerr os homens e tods s coi

ss como puros fntsms ou imgens onírics Assim co-mo o ósofo procede pr com reidde d existênci[Dasein] do mesmo modo se comport pesso suscetívelo rtístico, em fce d relidde do sonho observo precis e przerosmente, pois prtir desss imgens inter

28]

O N A S C I M E N T O D A T R A G É D I A

pret vid e com bse nesss ocorrêncis exercitse pr vid As imgens grdáveis e mistoss não são s únicsque o sueto expeiment dentro de si com quel onicompreensão, ms outrossim s séris, sombris, tristes, escurs,s súbits inibições, s zombris do cso, s inquiets expecttivs, em sum, tod "divin comédi d vid, como seu Inferno, des à su frente, não só como um ogo desombrs pois pesso vive e sofre com tis cens mstmpouco sem quel ugz sensção d prênci e tvezlguns, como eu, se lembrem de que, em meio os perigose sobresstos dos sonhos, por vezes tomrmse de corgem e conseguirm excmr: "É um sonho! Quero continur sonhálo. Assim como tmbém me contrm respeito de pessos que form cpzes de evr dinte trmcus de um e mesmo sonho durnte três ou mis noitesconsecutivs: são ftos que prestm testemunho preciso deque o nosso ser mis íntimo, o fundo comum todos nós,colhe no sonho um experiênci de p rofundo przer e jubilos necessidde

Ess egre necessidde d experênci onric foi do mesmo modo express pelos gregos em Apoo: Apolo, n quidde de deus dos poderes configurdores, é o mesmo tempo o deus divintório Ele, segundo riz do nome o "respendente , 2 divindde d uz, rein tmbém sobre be

prênci do mundo interior d fntsi. A verdde superior, perfeição desses estdos, n su contrposição com reidde cotidin tão lcunrmente inteligíve, seguid dprofund consciênci d nturez reprdor e sndor dosono e do sonho, é simultnemente o nálogo simbóico dptidão divintóri e mesmo ds rtes, mercê ds quis vid se torn possvel e dign de ser vivid Ms tmpouco deve fltr à imgem de Apoo que linh deicd que imgem onric não pode utrpssr, fim de não tur de ummodo ptoógico, pois do contrário prênci nos engn

ri como reidde grosseir isto é, que imtção mensurd, quel iberdde em fce ds emoções mis sevgens,quel spiente trnqüiidde do deus psmdo r. Seu olhodeve ser s or, em conformidde com su origem mesmo qundo mir coérico e mhumordo, pir sobre ele

[ 29]

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F R E D R C E Z S C E

cgrçã d be prêci. E im pderi er em reçã Ap, em um eid excêric qui que Schpehuer beru repe i d hmem chid éu deMi22 primeir pre de mudo como votade e re-

preetação: T cm em mei mr efurecid que,iimid em d qudre ergue e fud ghõebrme um brqueir eá ed em eu be cd frági embrcçã d mem meir em mei ummud de rme hmem idiidu permece cmmee ed pid e cfie prcpum d-vduato pricpi de idiiduçã 3 Sim pdereidier de Ap que ee bierm mi ubime expreã ibáe cfiç ee prcpum e rqi ficr ed de quem ee eá pre e pdere i icui

e crcerir Ap cm epêdid imgem dii dprcpum dvduato prir de cuj ge e hre fm d prer e d bedri d prêci jumee cm u bee.

N mem pgem Schpehuer decreeu ime terror que e pder d er hum qud de repee é rid pe frm cgii d prêci feme medid em que pricpi d rã em gumde u cfigurçõe prece frer um exceçã S e eeerrr crecerm deici êxe que à rupur d

prcpum dvduato cede d d mi imd hmem im d ure erá dd çr um hrà eêci d doaco que é rid ó mi de per pe pe gi d emraguez Sej pr iuêi d bebergem rcóic d qu d p e hme primii fm em eu hi u cm pderprximçã d primer impregr d ure deegri deperm quee rpre diic pr cuj ieicçã ubjei e eece em cmpe uequecime. Tmbém Medie emã crcime

b pder d mem iêci diic muidõe empre crecee cd e dçd de ugr em ugr ee dçri de Sã Jã e Sã uid rechecem de cr báquic d greg cm u préhióri Ái Mer é Bbiôi e áce rgiáic á pe

A S C I M E D A R A D I A

que, pr f de experiêci u pr embme deepri, e deim de emehe feôme cm deméi ppure e pid eime de u própri de, feme rcáic u cmpi die de i

feôme e pbre criur ã êm, erdde idéide quã cdéric e epecr c e u idde qud die de p brmd id cdee d euidiic

Sb mgi d diic r ere ã pe ç de pe pe m mbém ure hed, imi u ubugd ceebrr fe de recciiçã cm eu h perdid, 25 hmem. Epemeeferece err u dádi e pcificmee e chegm fer d mh e d deer. crr de Dii eá

cber de re e grid b eu jug çm igree per Se e rmu em piur jubi hi beehei à Aegri e e ã e refrei frç de imgiçã qud mihõe de ere fremee e epjm póeã é pe cercre d diic Agr ecré hmem ire gr e rmpem d rgid e hi de

imiçõe que eceidde rbirriedde u mdimpudee ebeecerm ere hme. Agr grç egeh d hrmi uier cd qu e ee ãó uificd cciid, fudid cm eu próxim m

um ó cm e éu de Mi iee id rgd e reduid ir, eçe die d mieri UprimrdiCd e dçd, mifee hmem cm membr de um cmuidde uperir ee depredeu dre fr, e eá p de, dçd ir d pe reDe eu ge f ecme Aim cm gr imi fm e err dá eie e me d ierir d hmemmbém g de breur ee e ee cm um deuee própri cmih gr ã exid e eed cmir em h deue cmihrem hmem ã é mi

ri rue br de re frç rc de d ure pr deici ifçã d Uprimrdi , 26reee qui b frêmi d embrigue A rgi mi bre mi preci pedr de mármre é qui md e mdd e gpe de cie d ri diic d mu

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R D R C N E Z S C E

d e chmd d mitéi eeui: Vó ptei milhõe de ee Peete tu Cid ómud?.27

Até g exmim pe e eu pt di

ic cm pdee ttic que  em a medação do ar-tta humao impem d pópi tue e qui impul ttic det e tifem imeditmete e pi diet: p um d cm mud figu d hcuj pefeiã idepede de qulque cexã cm titude iteectul u educã ttic d ididu p ut cm eidde iebite que mete ã e em

ct ididu m pcu icuie detu e ibetáp mei de um etimet mtic de uidde Em fce dee etd ttic imedit d tue td tit é umimitd e i que cm tit ic pe quecm tit extátic diic u em cm p exemp tgédi geg equt tit em tempic e extátic: eu e peit deem imgi mi ume cm ee embigue diic e utieã mtic ptee itái e pte d c etuit e cm etã p mei d iux ple d

h e lhe ee eu pópi etd it é u uiddecm fud mi tim d mud em uma magem m-lorme de oho8

Depi de peupiõe e ctpiõe geipximem g d grego fim de echece emque gu e té que pt etm ee deelid eempulo arttco da atureza: que clcá em cdiõe de cmpeede e peci mi pfudmete elã d tit helêic cm eu quétip u egud expeã ittélic imitã tue. Ace

c d oho d geg ó e pde f em tem de upiã e id im cm ec cete depeit de td itetu ic e d ictáei edt epeitd h: dd iciemete peci e egu cpcidde pátic de que em dtd eu h uid u

[ ]

N A S C M N D A R A D A

umi e ice pixã pel c ã é pel bteep egh de td póte de up que tmbém eu h pum um culidde ógic de lihe de ct de ce e de gup um eqêci de ce emehte eu melhe bixee cuj pefeiã utii cetmete e tl cmpã fe pemitid cctei geg hde cm Hmee Hme cm um geg hd: i em um etid mipfud d que ce cm hmem mde qudele u cm epeit eu h cmpe Shkepee

De ut pte ã pecim f pe em temcjetui p deel eme bim que ep grego doaco d báb diic De td c

fi d mud tig p deix qui de d mde de Rm té Bbiôi pdem demt exitêci de fet diic cu j tip melh d hipótee e peet em elã tip d fet geg cm bud áti cu me e tibut deim d bde emeã pópi Dii Que p td pte cetde ceebõe citi um deefed ice exucuj d bepm td id fmii e u eed ceõe pecimete bet mi eged tue em qui deimd té lcem que

hel mitu de lúpi e cueldde que eddei bebegem d bux empe e me figuu e Ct excitõe febi de gi cuj checimet peetuté geg p td cmih d te e d m elepemecem que pece iteimete egud eptegid dute lgum temp pel figu eguee quiem td u ltie de Ap qul ã pdi p cbe d Medu ehum pde mi med d que ee eemet diic butlmete gtec te dóic que e imtiu e mjet e ej eitd titude de

Ap. Mi peg e té impel tue eitci qud p fim d e mi pfud d heeim cmem impe impul pecid g ãd deu délfic etigiue ti d mã de eu pde pete m detuid medite um ecci

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F R I E D R I C N I E T Z S C E

liaçã ccluda deid temp Ea ecciliaçã é mmet mai imptate a hitóia d cult geg: paa d que que e lhe ã iei a eluçe cauada pete actecimet Ea a ecciliaçã de di adeái

cm a iga detemiaçã de epeita daate a epectia liha fteiiça e cm peiódic ei mtude peete hfic: fu abim ã fa tapt p pte ehuma. uad em pém cm ba peã dete pact de pa a ptêcia diiaca e maifetu echecem aga a gia diiaca d geg em cmpaaçã à Sácea babilôica e ua etgadaçã d hmem a tige e a macac igificad da fetade edeçã uieal e d dia de tafiguaçã Só cmela alcaça a atuea bil attic ó cm ela ta

e mpimet d pricipium idividuatiois um feôme attic Aquela epugate bebeagem mágica de lpia e cueldade iue aqui imptete: mete a maailha mitua e duplicidade d afet d etuiata diiac lemba cm um emédi lemba emédi letai aquele feôme egud qual fimet depetam pae e bil aaca d caçã id dl Da mai eleada alegia a git de h u lamet aelate p uma peda iepaáel Naquele fetiai geg pmpia cm que um taç etimetal29 da

atuea cm e ela luçae p eu depedaçamet emididu O câtic e a mmica dee etuiata de tãdplice dipiçã eam paa mud gechméic alg de e iaudit a música diiaca em paticulaexcitaa ele epat e pae. Se a mica apaetemete á ea checida cm uma ate aplea ela ea apea a ig equat batida dulate d itm cua fçaguada fi deelida paa a epeetaçã de etadaple. A mica de Apl ea aquitetua dóica em ma apea em iiuad cm que ã pópi

da ctaa Matihae cautelamt a ditâcia aquele peci elemet que ã ed aple ctitui caáteda mica diiaca e ptat da mica em geal a cmeda ilêcia d m a tete uitáia da meldiae mud ablutamete icmpaáel da hamia. N di

3 4 ]

N A S C I M E N T D A T R A D I A

tiamb diiac30 hmem é icitad à máxima iteificaçã de tda a ua capacidade imbólica alg amaiexpeimetad empehae em exteiiae a detuiçãd éu de Maia e u equat gêi da epécie im

da atuea Aga a eêcia da atuea dee expeaep ia imbólica um mud de mbl e fa eceái td imblim cpal ã apea imblim d lábi d emblate da palaa ma cut itei td get bailate d memb em mimet tmic Etã cecem a uta fça imbólica a da mica em bita impetuidade a tmica adiâmica e a hamia Paa capta ee deecadeametimultâe de tda a fça imbólica hmem á deete aibad a el de depedimet de i pópi que

deea expimie imblicamete aquela fça: eid ditiâmbic de Dii ó é ptat etedid p euiguai Cm que amb deia miál geg aple!Cm um amb que ea tat mai quat em eu tim e lhe miuaa tem de que afal aquil tud ãlhe ea a ealidade tã etah que ua cciêcia aplea apea lhe cbia cm um éu ee mud diiac.

3

Paa ccebe tud i peciam demli peda apópeda p aim die attic edifci da cultura apol-ea até ilumbam fudamet quai e aeta Adetim aqui em pimei luga a magfica figua d deue olmpicos que e eguem b ftã dee edifci e cu feit epeetad em ele a eplede a ditâcia am eu fi. Se ete ele também eacha Apl cm uma diidade idiidual ete uta fat ã dee decceta mem impul que emateialiu em Apl egedu td mud lmpic

e ete etid Apl dee e eputad p ó cm umpai dee mud ual fi a pdigia eceidade de debtu tã lumia ciedade de ee lmpic

uem abigad uta eligiã peit e aceca dee lmpic e pcua ele eleaçã mal im atida

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de, incopórea espiituaização, misericodiosos olhares deamo, quem assim o izer, terá ogo de hes dar as costas, desalentado e decepcionado Aqui nada há que lembe ascese espiitualidade e deve aqui só nos fala uma opuenta e triunfante existência, onde tudo o que se faz pesente é divinizado não impotando que seja bom ou mau E assim é possível que o obsevado fique ealmente supeendido ante essa fantástica exatação da vida e se pegunte com qua ltomágico no copo puderam tai s homens exubeantes desfu-tar da vida a ponto de se depaaem, paa onde que queohassem, com o riso de Helena a imagem idea, " paiando em doce sensuaidade, da própria existência deles Devemos porém brada a esse obsevado votado para trás:"Não te afastes daqui sem primeio ouvi o que a sabedoiapopua dos gregos tem a conta sobe essa mesma vida quese estende diante de t i com tão inexplicável seenojoviaidade. Reza a antiga nda que o rei Midas peseguiu na oestauante ongo tempo, sem consegui captuálo o sábio si-

Lo31 o companheio de Dionísio Quando, po fim eeveio a cair em suas mãos perguntouhe o ei qual dentre ascoisas era a melhor e a mais preferíve paa o homem Obstinado e imóve, o demônio32 caavase; até que, foçado peo rei, prorompeu finamente, po entre um iso amarelonestas palavas: Estirpe miseável e efêmea, hos do acaso

e do tomento Por que me obigas a dizete o que seria para ti mais sautar não ouvir? O melhor de tudo é para ti inteiramente inatingíve não te nascido, não ser nada se Depois disso, poém o melhor paa ti é ogo more''

Como se comporta para com esta sabedoia popuar omundo dos deuses olímpicos? Como a visão enevada do márti totuado paa com os seus supícios

Agoa se nos abe, por assim dize, a montanha mágicado Olimpo e nos mosta as suas raízes. O gego conheceue sentiu os temoes e os hoores do existi: paa que he fosse

possíve de algum modo viver teve de colocar ali entre eee a vida, a espendente ciação onírica dos deuses oímpicos. Aquea inaudita desconfiança ante os podees titânicosda natueza, aquea Moira [des tino] a einar impiedosa sobretodos os conhecimentos, aquee abutre a oe o grande amigo

36

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dos homens que foi Prometeu, aquele hoível destino dosagaz Édipo, aquela madição sobe a estirpe dos Átridas, queobriga Orestes ao maricídio, em suma, toda aquela ilosofiado deus sivano, untamente com os seus míticos exemplos,à qua sucumbiram os sombios etuscos foi, atavés da-quele atístico mundo intermédio dos Oímpicos, constantemente sobepujado de novo pelos gegos ou, pelo menos,encobeto e subtraído ao olha Paa poderem viver, tiveamos gegos, levados pea mais pofunda necessidade, de criatais deuses, cujo advento devemos assim de fato nos repre-sentar, de modo que, da pimitiva teogonia titânica dos te-oes se desenvolvesse, em moosas tansições, a teogoniaolímpica do úbilo por meio do impulso apolíneo da beleza como osas a desabrochar da moita espinhosa De que ou-

ta maneia podeia aquee povo tão suscetível ao sensitivo,tão impetuoso no deseo, tão singuamente apto ao sofri-

mento, supotar a existência, se esta, banhada de uma glóriamais alta, não lhe fosse mostada em suas divindades? O mesmo impulso que chama a arte à va, como a compementa-ção e o perfeito emate da existência que seduz a continuarvivendo pemite também que se constitua o mundo olímpico no qua a "vontade heênica coocou diante de si umespelho transfiguador Assim os deuses egitimam a vida humana peo fato de eles própios a viveem a teodicéia que

sozinha se basta! A existência de tais deuses sob o adiosoclaão do Sol é sentida como ago em si digno de se desejado e a vedadeia dor dos homens homéicos está em sepaase dessa existência, sobetudo em ápida sepaação, de mo-do que agoa invetendose a sabedoria do Sieno pode-seia dize A pior coisa de todas é paa eles more logo;a segunda pio é simplesmente more um dia . Se o amento soa uma vez ele essoa po Aquies, de tão cuta vida peo gênero humano que muda e passa como as fohas, peoocaso da idade heóica. Não é indigno do maio dos heóis

anelar pea continuação da vida, ainda que seja como trabahador a ornal Tão veementemente, no estádio apoíneo,anseia a "vontade po essa existência, tão unido a ea se sente o homem homéico que até o seu amento se converteem hino de louvo à vida.

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Aqui é preciso decarar que essa harmonia contempladatão nosagicamene peos homens modernos sim essa unidade do ser humano com a naturea para a qua Schillercunhou o ermo arísico na ingênuo33 não é de modoalgum um esado tão simpes resulane de si mesmo porassim dier inevitável que tenamos de encontrar à portade cada cultura qua um paraíso da humanidade nisso sópodia crer uma época que procurava pensar o Emo de Rous-seau ambém como artisa e julgava haver achado em Homerosemehante Emíio arista educado no coração da naureaOnde quer que deparemos com o "ingênuo na are cumpre-nos reconhecer o supremo efeito da cultura apoínea a quaprecisa sempre derrubar primeiro um reino de Titãs matarmonsros e mediante poderosas aucinações e ubilosas iu

sões faerse vitoriosa sobre uma horrível profundea da consideração do mundo [Weltbetractung34 e sobre a mais exciáve apidão para o sofrimento Mas quão raramene o naesse oal engolfamento na beea da aparência é alcançado!Quão indiivelmente subime é por isso HMER o qual como indivíduo esá para aquea culura apolínea do povo co-mo o artisa individua do sonho esá para a aptidão oníricado povo e da naturea em gera A " ingenuidade homéricasó se compreende como o riunfo compleo da iusão apolí-nea é essa uma ilusão a como a qe a naurea para aingir

os seus propósitos ão freqüentemene emprega A verda-deira mea é encobera por uma imagem ilusória em direção a esa estendemos as mãos e a naurea acança aqueaaravés de nosso engano Nos gregos a "vonade queria naransfiguração do gênio e do mundo arísico contem-plarse5 a si mesma para glorificarse suas criaturas preci-savam senirse dignas de gorificação precisavam reversenuma esfera superior sem que esse mundo perfeio da in-rovisão auasse como imperaivo ou como censura. Tal é aesfera da belea em que ees viam as suas imagens especua-

res os Oímpicos om esse espelhameno da beea a vonade helênica uou contra o taento correlato ao arístico em pro do sofrer e da sabedoria do sofrer: e como monu-mento de sua vitória erguese diane de nós Homero o ar-tisa ingênuo

[ ]

O N A S C I M E N T D A T R A D I A

4

Acerca desse artista ingênuo a anaogia do sonho nos dáalguns ensinamentos Se imaginarmos o sonhador quando eleem meio da ilusão do mundo onírico e sem perturbáa sepõe a camar: "Isto é um sonho mas quero continuar sonhando! se daí ivermos de concluir que há um profundo praer inerior na contemplação do sonho se de outro ladopara podermos sonhar com esse praer íntimo diante da visão tivermos de esquecer ineiramente o dia e suas terríveisimportunações poderemos então interpretar todos esses fenômenos sob a direção de Apolo oniromante mais ou menos da seguine maneira Tão certamene quanto das duas me-ades da vida a desperta e a sonhadora a primeira se nos afi-

gura incomparavelmente mais preferível mais importantemais digna de ser vivida sim a única vivida do mesmo mo-do por mais que pareça um paradoxo eu gostaria de susentar em relação àquee fundo miserioso de nosso serdo qual nós somos a aparência precsamente a vaoraçãooposta no ocante ao sonho Com efeito quanto mais percebo na naturea aquees onipotentes impulsos arísticose neles um poderoso aneo pela aparência [Scein pela re-denção através da aparência tanto mais me sinto impeli-do à suposição metafísica de que o verdadeiramenteexistente

[ WaraftSeiende36 e Unoprimordia enquanto o eernopadecene e pleno de conradição necessia para a sua cons-tante redenção também da visão extasiante da aparência praerosa aparência esa que nós inteiramente envolvidos nea e dela consistentes somos obrigados a senir como o ver-dadeiramene não exisente [Nictseiende, isto é como umininterrupto viraser no tempo espaço e causalidade em outros termos como reaidade emírica Se portano nos abstrairmos por um instante de nossa própria "realidade37 seconcebermos a nossa exisência empírica do mesmo modo

que a do mundo em gera como uma representação do Unoprimordia gerada em cada momento neste caso o sonho de-ve agora vaer para nós como a aparência da aparência; porconseguinte como uma saisfação mais elevada do apetiteprimevo pea aparência pelo mesmo motivo que o cerne

[39]

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R I E D R C N E Z S C E

mas ntm da natuea sente aquee pae ndesctve natsta ngênu e na ba de ate ngênua que é smamente apenas apaênca da apaênca FEL ee póp umdesses mtas ngênus epesentuns em sua pntu

a smbóca essa desptencaçã da apaênca na apaêncaque é pcess pmda d atsta ngênu e smutaneamente da cutua apínea Em sua Transfiguraão 8 na metade nfe cm apanh pssess s seus caegades desespeads s dscpus desampaads ateadsee ns msta a evebeaçã da etena d pmda únc fundament d mund a apaênca [Scein é aquefex [Widerscein9 d eten cntadtó pa de tdas as csas Dessa apaênca eevase aga qua ama deambsa um nv mund cm que vsna de apaêncas

d qua nada vêem s que fcaam eneads na pmea apaênca um umns paa n mas pu deete e um ndd cntempa adante de hs bem abets Aqu tems dante de nsss haes n mas eevad smbsmda ate aquee mund apíne da beea e seu substata teve sabeda d Sen e pecebems pea ntuçã[Intuition sua ecípca necessdade. Ap pém masuma ve se ns apesenta cm endeusament d principium individuationis, n qua se eaa e smente nee av etenamente vsad pe Unpmda sua betaçã

atavés da apaênca ee ns msta cm gests submesquã necessá é nte mund d tment a fm deque p seu nteméd sea ndvdua fçad a engenda a vsã edenta e entã submes em sua cntempaçã emanesça tanqüamente sentad em sua cana bauçante em me a ma

Esse endeusament da ndvduaçã quand pensad sbetud cm mpeatv e pesctv só cnhece uma e ndvídu st é a bsevaçã das fnteas d ndvídua medida n sentd heênc Ap cm dvndade ét

ca exge ds seus a medda e paa pde bseáa autcnhecment E assm ce a ad da necessdade estétca da beea a exgênca d C nhecete a t mesm e Nadaem demasa0 a pass que a autexataçã e desmedd eam cnsdeads cm s demôns ppamente hs

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N A S C M E N D A R A D I A

ts da esfea nãapnea ptant cm ppedades daépca péapínea da ea ds Ttãs e d mund extaapne u sea d mund ds bábas Ded a seuam ttânc pes sees humans Pmeteu teve que se

dacead pes abutes p causa de sua desmesuada sabeda que sucnu engma da Esfnge Édp teve depecptase em um enedante tubhã de cmes ea assm que deus défc ntepetava passad geg

Ttânc e bába paecam também a geg apne efet que dionisíaco pvca sem cm ss pde dssmua a s mesm que ee póp apesa de tudea a mesm temp apaentad ntemente àquees Ttãs e heós abatds Sm ee deva sent mas anda tdaa sua exstênca cm tda beea e cmedment epusa

va sbe um encbet substat de sfment e cnhecment que he ea de nv evead atavés daquee eement dnsac E vede! Ap nã pda vve sem Dns!O ttânc e bába eam n fm de cntas pecsamente uma necessdade ta cm apne! E aga magnems cm nesse mund cnstuíd sbe a apaênca e cmedment e atfcamente epesad mpeu tmextátc d festej dnsíac em snâncas mágcas cada vemas fascnantes cm nestas td desmesurado da natuea em pae d e cnhecment até gt estdente

deva tnase sn magnems que pda sgnfcaesse demnac canta d pv em face ds atstas samdantes de Ap cm s fantasmas apejs de hapa! As musas das ates da apaênca empadecam dante de uma ate que em sua embague faava a vedade a sabeda dSen a bada A dees! A dees! cnta s seen v asOímpcs O ndvídu cm tds s seus mtes e meddas afundava aqu n autesquecment d estad dnsíac e esqueca s pecets apnes O desmedido eveavase cm a vedade a cntadçã deete nascd das

des faava p s dsd caçã da natuea E f assmque em tda pate nde dnsíac penetu apínef suspens e anquad. Mas é guamente cet que ánde pme assat f suptad pestíg e a maestade d deus défc se extenaam de manea mas gda e

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aeaçadora do que nunca Só consgo pos epcar o Estado dórico e a arte dórca coo u contnuo acapantode guerra da força aponea só e ua ncessante resstnca contra o caráter ttâncobarbaresco do donsaco podaperdurar ua arte tão desafadoraente austera crcundadade bauartes ua educação tão becosa e áspera u Esta-do de natureza tão crue e bruta

Até este ponto fo eposto co certa etensão aquo queobserve no nco deste ensao: coo é que o eeento donsaco e o aponeo e crações sepre novas e sucessvasa reforçarese utuaente donara o caráter hen-co coo é que desde a dade do Bronze co suas ttano-aquas e a sua acre osofa popuar desenvoveuse o undo hoérco sob o governo do puso aponeo; coo éque esse espendor ngnuo fo ua vez as engodopea torrente nvasora do donsaco e coo é que peranteesse novo poder se açou a rgda ajestade da arte dórcae da consderação dórca do undo Se dessa anera a faseas antga da hstóra henca na uta daquees dos prncpos hosts dvdese e quatro grandes estádos artstcosentão soos agora forçados a nos perguntar qua o propós-to derradero desse devr e desse operar caso não deva serconsderado por nós o úto perodo o da arte dórca coo a cunânca e o desgno daquee puso artstco e

aqu se oferece ao nosso ohar as subes e enatecdasobras de arte da tragédia ática e do dtrabo draátcocoo avo cou de abos os pusos cuja sterosaunão conuga depos de proongada uta préva se gor-cou e seehante rebento que é sutaneaente Antgone e Cassandra

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Aproaonos agora da verdadera eta de nossa n-

vestgação que vsa ao conhecento do gno aponeo-donsaco e de suas obras de arte ou peo enos à copre-ensão ntutva do stéro dessa unão Neste ponto pergun-taos agora de edato onde se faz notar prero noundo henco esse novo gere que se desenvoveu e

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N S C I M N D R D I

seguda até chegar à tragéda e ao dtrabo draátco A tarespeto a própra Antgüdade nos dá ua epcação fgu-rada quando cooca ado a ado e es cuturas pedras gra-vadas etc coo progentores e portaarchotes da poesa gre-

ga e o4 co o sentento seguro de quesoente estes dos deve ser consderados coo naturezasnteraente orgnas das quas u ro de fogo se derraousobre todo o undo henco posteror Hoero o encane-cdo sonhador erso e s eso o tpo do artsta naaponeo ta agora estupefato a cabeça apaonada de Ar-quoco o becoso servdor das Musas que é sevageentetangdo através da estnca: e a estétca oderna soube apenas acrescentar nterpretatvaente que aqu ao artsta ob-jetvo se contrapõe o prero artsta subjetvo A nós

servese pouco co essa nterpretação pos s ó conheceoso artsta subje tvo coo au artsta e egos e cada gnero e nve da arte prero e aca de tudo a subssãodo subjetvo a bertação das ahas do eu e o eudec-nto d toda a aptnca e vontade ndvduas s uavez que se obetvdade se pura contepação desnte-ressada aas podeos crer na as gera produção verdaderaente artstca Por sso nossa estétca deve resoverantes o probea de coo o poeta rco é possve en-quanto artsta ee que segundo a epernca de todos os

tepos sepre dz "eu e trautea dante de nós toda a escaa croátca de suas paões e de seus desejos Precsaente esse Arquoco nos assusta ao ado de Hoero co o grtode seu ódo e de seu escárno pea ébra eposão de seusapettes co sso não é ee o prero artsta a ser chaa-do de subet vo o verdadero nãoartsta? De onde então vea revernca que deonstrou para co ta poeta precsaenteo orácuo défco o ar da arte obetva e sentenças dasas snguares?

Acerca do processo de seu poetar s ofereceunos

agua u atavés de ua observação pscoógca que se af-gurava a ee própro nepcáve as não probeátca eeconfessou efetvaente ter tdo ante s e e s coo cond-ção preparatóra do ato de poetar não ua sére de agensco ordenada causadade dos pensaentos as antes u

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etado de ânimo muical (O sentmento se me apesentano começo sem um objeto clao e deteminado; este só sefoma mas tade Uma ceta dsposção muscal de esptoem pmeo e somente depos é que se segue em mm a

idéa poétca) Se a sso juntamos, agoa, o mas mpotante fenômeno de toda a líca antga a união sim a dentdade, em toda a pate consdeada natual do lírico com o múico diante da qua a nossa íca modena paece a estátuade um deus sem cabeça , podeemos então com base emnossa metafísca estétca anteomente exposta explca daseguinte manea o caso do poeta líco Ele se fe pmeioenquanto atsta donisíaco, totalmente um só com o Unopi-modal, com sua do e contadção e podu a épca desse Unopimodia em foma de msica, anda que esta sea

de outo modo, denominada com justça de epetição domundo e de segunda moldagem deste agoa poém esta m-sca se h e tona isíe co mo numa imagem imilorme doono, sob a nuênca apolínea do sonho Aquele elexoafigua e aconcetual a do pmoa na msca, com suaedenção na apaênca, gea agoa um segundo espelhamen-to como smle ou exempo isolado O atsta já enuncouà sua subetdade no pocesso donisíaco: a magem quelhe mosta a sua undade com o coação do mundo é umacena de sonho, que tona sense aquela contadção aquela

do pimodais untamente com o pae pmigênio da apaênca. O "eu do líco soa potanto a pati do abismo dose: sua subetidade, no sentido dos estetas42 modenosé uma ilusão Quando Aquíloco, o pimeio líico dos gegos, manfesta o seu amo fuoso e ao mesmo tempo o seudespeo pelas fihas de Licambes não é a sua paxão quedança diante de nós em toelinho ogástco emos Donso e as Mênades emos o embagado entusiasta Aquíocmeso em sono pofundo tal como Euípides nolo descee A bacante, em alto pado apeste ao sol do meio

dia e então Apoo se apoxima dele e o toca com o seuauel O encantamento dionsacomusical do domente lançaagoa à sua olta como que centelhas de imagens poemasíicos, que em seu mais eleado desdobamento se chamamtagédias e ditambos damátcos

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O atista pástco,43 e simultaneamente o épico, seu paente, está megulhado na pua contemplação das magensO msico donsaco inteamente isento de toda magem,é ele pópo do pmodial e eco pmoda desta. O gêno

co sente bota, da místca autoaenação e estado de un-dade um mundo de magens e de smies, que tem cooa-ção causalidade e elocidade competamente desas domundo do atsta pástico e do épco. Enquanto este timoie no meo dessas imagens e somente nelas, com jubosasatsfação e não se cansa de contempálas amoosamente emseus menoes taços enquanto até mesmo a imagem de Aqui-es enaiecdo é paa ee apenas uma magem cua aosaexpessão desfuta com aquee seu pae onco na apaência de tal modo que gaças a esse espelho da apaênca,

fca potegdo da unfcação e da fusão co suas figuas as magens do poeta íco, ao contáo, nada são exceto eemesmo e como que tãosomente obetações desas de spópio o essa aão ele como cento moto daqueemundo pecsa ie "eu: só que essa "eudade [Iceit44não é a mesma que a do homem empcoeal despeto massm a nica eudade edadeiamente exstente eiendee etena, em epouso no fundo das cosas, medante cujasimagens eetdas o gênio ico peneta com o oha até ocene do se ensemos agoa como ele ente essas epo

duções asta também a i memo coo nãogênio, isto éseu sueto Subjekt45 todo o tuuto de suas paxões easpiações subjetias digdas paa uma detemnada cosaque he paece eal; se agoa se nos afiguasse como se o gê-nio íico e o nãogêno a ele nculados fossem um só e como se o pmeio pofesse po s só aquela palanha "euentão essa apaência não podea mas nos tansia comosem dda tansou àquees qe tachaam de íco o poeta subjeto Na edade, Aquíloco o homem apaixonadamente adooso no amo e no ódo, é apenas uma são do

gênio, que á não é Aquoco, poém o gêno unesal eexpime simboicamente seu sofmento pmigênio naquele símle do homem Aquoco ao passo que aquele homemAquíloo que desea e que subetiamente não pode jamase em pate aguma se poeta Mas nem é de modo agum ne

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assemelhase, maculsamente, à estanha imagem d cn-t de fadas que é capaz de eva s lhs e cntemplasea s mesma aga ele é a mesm temp sujet e bjeta mesm temp peta, at e espectad

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N tcante a Aqulc, a nvestgaçã eudita descbuque fi ele quem ntduzu a cançã ppula Volkslied nalteatua e que lhe cabia p causa deste fet, aquela ps-çã únca a lad de Hme, na apecaçã geal ds ge-gs Mas que é a cançã ppula em cntapsçã à pe-sia épca epos ttalmente aplnea? O que mas há de seexcet perpetuum vestigium vestg pepétu de uma

unã d aplíne e d dinsíac sua pdigsa ppagaçã, que se estende p tds s pvs e cesce sempe cmnvs futs ns é testemunha de quã fte é esse duplmpuls da natueza qual dexu atás de si de maneiaanálga seu ast na cançã ppula, assm cm s m-vments gástcs de um pv se etenzam em sua músca Sm, deveia se também histicamente cmpvável quetd peíd pdutv n dmn da pesa ppula também fi agitad a máxm p centes dnsíacas, quens cumpe sempe encaa cm substat e pessupstda cançã ppula.

A canção popular porém se nos apresenta, antes de maisnada como espelho muscal do mundo como meloda pr-mgêna que procura agora uma aparênca onírica paralelae a exprime na poesia. A melodia é portanto o que há de pri-

mei e mas univesal pdend p ss supta múltplasobjetivações, em múltiplos textos. Ela é também de longe oque há de mas importante e necessário na apreciação ingê-nua do povo. De si mesma, a meloda dá à luz a poesa e volta a fazêlo sempre de no

vo; é sso e nada mais que aformaestróica6 da canão popular ns que dze: fenômen que sempre consdere  com  assombro, até  que fnalmente ache esta explcação. Quem examnar à luz de tal teora umacoletânea de canções populares, Des Knaben  Wunderhorn

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A cneta mágca d menn], p exempl, descbiáncntáves exempls de cm a melda ncessantementegeada lança à sua vlta centelhas de magens as quasem sua plcma, em sua abupta mudança em sua tubu·lenta pecpitaçã, evelam uma fça selvagemente esta-nha à apaênca épca e a seu tanqül u D pnt devsta d epos esse mund desgual e egula da líica devesmplesmente se cndenad: e f que n temp de Tepand8 s slenes apsds épcs das festas aplíneasfzeam

Na pesia da cançã ppula vems ptant, a lngua-gem empenhada a máxim em imitar a música daí cme-ça cm Aquílc um nv unives da pesia, que cntadiz hméc em sua az mais pfunda. Cm iss assna-

lams a únca elaçã pssível ente pesa e músca, pala-va e sm: a palava a magem cnceit buscam uma ex-pessã análga à músca e sfem aga em si mesms p-de da músca Nesse sentd ns é dad distngu na histó-a lingüstca d pv geg duas centes pncpas, cn-fme a lnguagem mite mund da apaênca e da magemu da música. Basta efet mas pfundamente sbe adfeença lingüístca da c, da cnstuçã sintátca, d ma-teial vebal em Hme e Pínda paa se cmpeende amptânca desse cntaste: sim cm iss se tna palpa-

velmente cla que ente Hme e Pínda p cet sem-pe saam s orgiásticos auteis de Olimpo, 9 s quas,ainda à épca de Astóteles em me a uma música infinita-mente mais desenvlvida, aastavam a um entusasm embagad e que seguamente, em seu efet pmdal ncitaam à imitaçã tds s meis expessvs ds hmens cn-tempânes. Que lemba aqui um cnhecid fenômende nsss das, que só paece chcante à nssa estétca Umaexpeênca pela qual passams sempe de nv é a de c-m uma snfnia de Beethven biga s uvntes ndvidual-

mente a um dscus magístc, que talvez ca tambémpque uma cmbnaçã ds vás univess de imagensengendada atavés de uma peça de músca, pduz um efe-t fantastcamente vaegad deveas, e até mesm cnta-dtói: exece cnta tais cmbinações a sua pbe esp

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tuodade e dexar de er o fenômeno erdaderamente dgno de explcação etá no caráter dea etética Ma até me-mo no cao em que o poeta do om tenha falado de uma com-poição em imagen figurada como ao atrbur a uma n-fona a degnação de "patora e chamar a uma frae de ce-na unto ao arroio , a uma outra de aegre reunião de cam-ponee, também e trata apena de repreentaçe miforme, nacda da múica e não porentura do obetomtado pela múica , repreentaçe que não no podemntruir em apecto nenhum obre o conteúdo dionisíaco damúica, m que não têm qualquer alor excluio em facede outra fguraçe. Deemo agora tranportar ee pro-ceo de uma decarga50 da múica em magen para umamaa popular no igor da uentude, lngütcamente cra-ta a fm de chegarmo a uma déa de como e origna acanção etrófica popular e de como todo o teouro erbaé exctado pelo noo princípo de imitação da múica

Se no é ícto portanto conderar a poea írca comoa ulguração mitadora da múca em magen e conceo,nete cao podemo agora perguntar como é que aparecea múca no epelho da imagítca e do conceto? Ela aparece como vontade, tomandoe a paara no entido de Scho -penhauer ito é, como contrapoção ao etado de ânimoetético, puramente contempatio detituído de ontade

Aqu e dtingue agora tão incamente quanto poíelo conceto da eênca do da aparência po é mpoíe quea múca egundo a ua eênca eja ontade á que ea,como ta deeria er competamente banda do domíno daarte porquanto a ontade é em o ineté tco porém apa-rece como ontade Com efeito a fim de exprimr a ua apa-rênca em magen o írico preca de todo o tranporteda paxão dede o uurrar da propenão até o troejar dodelíro ob ee impuo para faar da múica em íme apoíneo, ee paa a compreender a natureza toda e a i pró-

prio no eio deta apena como o eterno querente cobiçan-te aneante Ma, na medda em que nterpreta a múica emtermo de magen ee memo á repoua na iencioa ca-mara da contempação apoínea, por mai que tudo quantocontemple à ua ota pelo medium da múica, etea em

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moimento mpetuoo e arrebatador Sm quando ee memo dia a i própro atraé do memo medium a ua pró-pria imagem e he apreenta em etado de entmento na-tfeito: o eu próprio querer anear, gemer exultar é paraee como um ímie com o qual interpreta para emo amúca Tal é o fenômeno do írco como gêno apolíneo,interpreta a múica atraé da magem do querer, enquantoee própro totamente lberto da aidez da ontade, é puroe imacuado olho oar

Toda ea dcuão e prende frmemente ao fato de quea lírca depende tanto do epírito da múca, quanto a pró-pra múca em ua competa imtação nãoprecisa da magem e do conceto ma apena o tolera junto de A poea do lírco não pode exprmir nada que já não e encontrecom a mai prodigioa generadade e onialdade, na múca que o obrgou ao dcuro magítico Jutamente por o é mpoíe com a lnguagem alcançar por completo ombolmo unera da múica, porque ea e refere mbocamente à conradição e à dor primorda no coração doUnoprmigênio mboizando em coneqüênca uma eferaque etá acma e ante de toda aparência. Dante dea todaaparênca é ante meramente ímle daí por que a linguagem como órgão e ímboo da aparênca nunca e em par-te nenhuma é capaz de oler para fora o imo da múica mapermanece empre tão ogo e pe a imitála apena em contato externo com ea enquanto o entido mai profundo damúca não pode memo com a maior eoqüênca írca eraproximado de nó um pao equer

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Temo agora de recorrer à ajuda de todo o prncípoartítico até aqu dicutido a fim de no orentarmo noabrnto po é am que deemo degnar a origem da tra

gédia grega Creio não etar afrmando uma enormdadequando dgo que o probema dea origem não fo até agorauma ó ez eramente leantado e por o memo, mutomeno ouconado, por mai amiúde que o farrapo dpero da tradição antga tenham do combinatoramente co

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turados um o outro e depos de ovo dacerados E ssa tradção os dz com tera tdez que a tragédia surgiu dooro trágio que orgaramete ea era só coro e ada masque coro daí os vem a orgação de ver esse drama trágcocomo verdadero protodrama o âmago sem os dexarmoscotetar de modo agum com as frases retórcas corretesque ee o coro, é o espectador dea ou que deve represe-tar o povo em face da regão prcpesca da cea Esta útma déa expcatva, que soa tão sume para certos poítcos como se a mutáve e mora fosse represetada peosdemocrátcos ateeses o coro popuar ao qua sempre as-sstra razão por sore os apaxoados excessos e desregra-metos dos res pode ada recomedarse tato mas porum dto de Arstótees:5 mas ea ão tem uêca sorea formação orgára da tragéda pos está excuída daque-as fotes prmevas puramete regosas toda cotraposçãoetre povo e prícpe, assm como em gera quaquer esferasócopoítca; porém gostaríamos de tomar por asfêmatamém do poto de vsta da ossa em cohecda fomacássca do coro em Ésquo e Sófoces faarse aqu do pressetmeto de uma represetação costtucoa do povoasfêma date da qua outros ão recuaram As atgas cos-ttuções poítcas ão saem in praxi a prátca de uma re-presetação popuar costtucoa e é de se eserar que a-

mas as teham "pressetdo tampouco em suas tragédasBem mas céere do que essa expcação poítca do coro é o pesameto de A W Schege,5 o qua os acose-ha a ecarar o coro, em cer ta medda, como a suma e o ex-trato da mutdão de espectadores como o "espectadordea Esse modo de ver, cofrotado com aquea tradçãohstórca segudo a qua a tragéda fo orgaramete ape-as coro mostra ogo ser o que de fato é uma crua, ão ce-tífca, porém rhate asserção cu o rho proveo some-te de sua cocetrada forma de expressão, da predspos ção

geuamete germâca em favor de tudo quato é cama-do "dea e de osso mometâeo assomro Fcamos defato assomrados tão ogo comparamos o osso em cohe-cdo púco teatra de hoe com aquee coro e os pergutamos se é possíve extrar como deazação a partr desse

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púco, ago aáogo ao coro trágco Temos que egar emsêco ta possdade e somos evados agora a os admrar com a audáca da asseão scegeaa, tato quato coma atureza totamete dversa do púco grego Pos avía-

mos sempre pesado que o espectador aproprado fosse eequa fosse precsara permaecer sempre coscete de quetem date de s uma ora de arte e ão uma readade empí-rca; ao passo que o coro trágco dos gregos é orgado a re-cohecer as fguras do paco exstêcas vvas O coro dasOceâdes acredta ver efetvamete à sua frete o ttã ro-meteu e cosdera a s própro tão rea como o deus a ceaE será que o mas eevado e puro tpo de espectador é o que,qua as Oceâdes53 cosdera rometeu corporametepresete e rea? E sera o sgo do espectador dea correr

para o paco e vrar o deus de seus tormetos? Nós havía-mos acredtado em um púco estétco e tíhamos o espec-tador dvdua por tão mas atado quato mas estvesseem codções de acetar a ora de arte como arte sto é, estetcamete e agora a expressão d Schege os dá a eteder que o perfeto espectador dea dexa o mudo da ceaatuar sore ee, ão ao modo estétco mas sm corpóreo, em-pírco "Oh esses gregos!, susprávamos ós "Ees ospõem por terra a ossa estétca! Mas uma vez acostumads a sso votávamos a repetr a seteça schegeaa, sem

pre que o coro vha à aaMas aquea tradção tão expícta faa aqu cotra Sche-ge o coro em s sem o paco ou sea , a cofguração prmtva da tragéda, e aquee coro do espectador dea ão sãocompatíves um com o outro Que espéce de gêero artíst-co sera esse que fosse extraído do coceto de espectadore do qua se cosderasse o "espectador em s como a verdadera forma? O espectador sem espetácuo é um cocetoasurdo Tememos que o ascmeto da tragéda ão possaser expcado em por uma ata estma da tegêca mora

da massa em pea oção do espectador sem espetácuo etemos o proema por demasado profudo para ser sequerroçado por cosderações tão supercas

Uma compreesão ftamete mas vaosa do sgfcado do coro já os fora reveada por Scher o famoso

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F R E D R C N Z S C E

prefáco à Noiva de Messina onde o coro é vso omo umamuraha vva que a ragéda esende à sua voa a m de soarse do mundo rea e de savaguardar para s o seu chão deae a sua berdade poéca

Scher ua com essa sua arma prncpa conra o con-ceo comum do naura, conra a usão ordnaramene ex-gda na poesa dramáca Enquano o própro da é no ea-ro apenas arfca, a arqueura somene smbóca e a n-guagem mérca apresena um caráer dea , connua renandoo engano no odo não basa que se oere apenas como smpes berdade poéca o que consu, afna, a essênca deoda a poesa A nrodução do coro é o passo decsvo peoqua se decara abera e eamene guerra a odo e quaquernaurasmo na are É a a espéce de consderação, querme parecer, que nossa época, que se juga ão superor, ap-ca o desdenhoso chavão de pseudodeasmo Receo quenós, em conraparda, com nossa aua veneração peo naura e peo rea, enhamos chegado, nesse sendo, ao póooposo de odo deasmo, so é, à regão dos museus de -guras de cera Sem dúvda, mbém neas exse uma are,como em ceros romances da auadade, ão aprecados; masque não venham nos mporunar com a preensão de que es-eja superado, com essa are, o pseudodeasmo de Goe-he e Scher

Traase por cero de um erreno dea sobre o qua,e segundo a usa compreensão de Scher, o coro saírcogrego, o coro da ragéda prmva, cosumava perambuar um erreno que se eevava muo acma das sendas reasdo perambuar dos moras O grego consruu para esse co-ro a armação suspensa de um fngdo esado naual e coocou nea fngdos sees nauais Sobre as fundamenos, aragéda cresceu muo e, na verdade, por causa dsso, fcoudesde o começo desobrgada de efeuar uma penosa reraa-ção serv da readade N o enano, não se raa de um mun-

do arbraramne nserdo pea fanasa enre o céu e a erra; mas, anes, de um mundo doado da mesma readade ecredbdade que o Ompo, com os seus habanes, possuíapara os heenos crenes O sáro, enquano coreua54 do-nsíaco, vve numa readade reconhecda em ermos rego

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sos e sob a sanção do mo e do cuo Que com ee comecea ragéda, que de sua boca fae a sabedora donsíaca da ragéda é para nós um eôeo ão deconcerane cmoem gera, o é a formação da ragéda a parr do coro Taveconqusemos um pono de parda para a nossa ndagação,

se eu nrodur a afrmação de que o sáro, esse ser nauracíco, esá para o homem cvado na mesma reação quea músca donsíaca esá para a cvação A respeo desaúma, d Rchard Wagner que ea é suspensa [augeoben]55 pea músca, a como a cardade de uma mpada oé pea u do da Da mesma manera, creo eu, o homem cvado grego senese suspenso em presença do coro saír-co e o efeo mas medao da ragéda donsíaca é que oEsado e a socedade, sobreudo o absmo enre um homeme ouro, dão ugar a um superpoene senmeno de unda-de que recondu ao coração da naurea O consoo meafí-sco com que, como já ndque aqu, oda a verdaderaragéda nos dexa de que a vda, no fndo das cosas, ape-sar de oda a mudança das aparêncas fenomenas, é ndes-ruvemene poderosa e chea de aegra, esse consoo apa-rece com nde corpórea como coro saírco, como corode seres nauras, que vvem, por assm der ndesruíves,por rás de oda cvação, e qe, a despeo de oda mu-dança de gerações e das vcssudes da hsóra dos povos,permanecem perenemene os mesmos

É nesse coro que se reconfora o heeno com o seu pro-fundo sendo das co sas, ão snguarmene apo ao mas erno e ao mas pesado sofrmeno, ee que mrou com oharcorane bem no meo da erríve ação desruva da assmchamada hsóra unversa, assm como da crue dade da naurea, e que corre o pergo de ansar por uma negação bu-dsa do querer Ee é savo pea are, e aravés da are sava-se nee a vda

O êxase do esado donsíaco, com sua anquação dasusuas barreras e mes da exsênca, coném, enquano dura, um eemeno leágico no qua merge oda vvênca pessoa do passado Assm se separam um do ouro, aravés desse absmo do esquecmeno, o mundo da readade codana e o da donsíaca Mas ão ogo a readade codana orna

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ne daquee cerne da exstnca, apesar da ncessante destrução das aparncas do mesmo modo o smbosmo do corosatrco já exprme em um sm a relação prmorda entrecosa em si e fenômeno Aquee dco pastor do homem mo

derno é apenas uma répca da suma das usões cuturais quepara este útmo vaem como naturea o grego donisacoee quer a verdade e a naturea em sua máxma força eev a s mesmo encantado em sátro

Sob o efeto de tas disposções de ânmo e cognçõesexuta a turba entusasmada dos servdores de Dioníso e opoder dessas dsposções e cognções os transforma diantede seus própros ohos, de modo que vem a s mesmos co-mo se fossem gnos da naturea restaurados, como s átrosA consttução uteror do coro da tragéda é a mtação arts

tica desse fenômeno natura nea foi então reamente necessáro proceder a uma separação dos espectadores donsía-cos e dos encantados servidores donsíacos Mas cumpre tersempre presente no esprto que o púbco da tragéda áticareencontrava a s mesmo no coro da orquestra6 e que, nofundo não se dava nenhuma contraposção entre púbico ecoro: pos tudo era somente um grande e subme coro desátiros baiando e cantando ou daquees que se faam repre-sentar através desses sátros A sentença de Schege deve aquse nos descerrar num sentido mas profundo O coro é o "es

pectador [Zuschauer] dea na medida em que é o úncover Schauer o vedor do mundo visonáro da cenaUm púbico de espectadores, ta como nós o conhecemosera desconhecdo aos gregos em seus teatros era possve cada um, graças ao fato de que a construção em terraço doespaço reservado aos espectadores se ergu em arcos concntrcos sorever8 com ntera propredade o conjunto domundo cutura à sua vota e, na sacada contempação doque se he apresentava à vsta magnarse a si mesmo comoum coreuta Desse ponto de vsta, devemos considerar o co

ro, na sua fase prmtva de prototragéda como o autoespehamento do própro homem donsíaco fenômenoPhnomen] que se torna da maor ntde no processo doator que, se dotado de verdadero taento v parar diantedos ohos, tão perceptve como se pudesse pegáa a ma

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gem do pape a representar O coro satrco é, acma de tudo, uma vsão tda pea massa donsaca, assim como poroutro ado o mundo do paco é uma vsão tida por esse co-ro de sátros a força dessa vsão é bastante vigorosa para de-xar nsensíve e embotado o ohar ante a impressão de rea-

dade, ante os crcuos sucessvos de homens cviadosinstaados nas fileras de assentos A forma do teatro gregoembra um soitáro vae montanhoso: a arquitetura da cenasurge como uma umnosa conguração de nuvens que as ba-cantes a enxamear peos montes avstam das aturas, qua mo-dura gorosa em cujo meio a imagem de Donso se hesrevea

Esse fenômeno artstico primordia que traemos aqu àdscussão a m de expicar o coro da tragéda, é dadas asnossas concepções erudtas sobre ta procsso artístico ee

mentar quase escandaoso no entanto não pode haver na-da mais negáve o poeta só é poeta porque se v cercadode figuras que vvem e atuam dante dee e em cujo ser maisntmo seu ohar penetra Por uma fraquea pecuar de nos-a capacdade moderna, tendemos a compcar o protofenô-meno estético e a representáo de manera muto ompcada e abstrata. A metáfora é para o autntco poeta não umagura de retórica, porém uma magem substitutiva, que para à sua frente em ugar reamente de um conceto O cará-ter, para ee não é uma reunião de traços indvduais, queforam procurados para compor um todo, mas uma pessoainsistentemente viva perante seus ohos, que se dstngue davisão simar do pintor peo fato de contnuar a vver e a agrPor que s e pode der que Homero descreve as cosas de ma-nera tão mais vsua do que todos os poetas? Porque ee asvsuaa tanto mas. Nós faamos da poesia de um modo tãoabstrato porque todos nós costumamos ser maus poetas Nofundo, o fenômeno estétco é simpes se se tem apenas a fa-cudade de ver incessantemente um jogo vivo e de viver con-tnamente rodeado de hostes de esprtos ése poeta se agente sente apenas o mpuso de metamorfosearse e passara faar de dentro de outros corpos e amas ése dramaturgo

A exctação donisíaca é capa de comuncar a toda umamutdão essa aptidão artístca de verse cercado por uma ta

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hste de espírtos com a qual ela, multdão, sabe nterormen-te que é uma só cosa. Esse processo do coro trágco é o protofenômeno dramátic verse a s prpro transformadodante de s mesmo e então atuar como se na realdade a pessoa tvesse entrado em outro corpo, em outra personagem

Tal processo á se coloca no própro níco do desenvolvmento do drama Aqu há algo que dfere do rapsodo o qualnão se confunde com as suas magens mas que semelhanteao pntor, as vê fora de s, com olhar escrutante aqu á setrata de uma renúnca do ndvíduo através do ngres so emuma naturea estranha E na verdade tal fenômeno se apre-senta em forma epdêmca: toda uma multdão sentese des-sa manera enfetçada. O dtrambo dstnguese por sso dequalquer outro canto coral As vrgens que com ramos delourero na mão se drgem solenemente ao templo de Apo-

lo e no ensejo, entoam cântcos processonáros contnuamsendo o que são e conservam os seus nomes cvs o corodtrâmbco é um coro de transformados para quem o pas-sado cvl a posção socal estão nteramente esquecdostornaramse os servdores ntemporas de seu deus vvendofora do tempo e fora de todas as esferas socas Toda e qual-quer outra lírca coral dos helenos é apenas uma extraordnára ntensfcação do solsta apolneo, ao pass o que no dtrambo se ergue dante de nós uma comundade de atoresnconscentes que se encaram recprocamente como trans-

mudadosO encantamento é o pressuposto de toda a arte dramát

ca. Nesse encantamento o entusasta donsaco se vê a s mesmo como sátro e como sátiro por sua vez contempla o deus,sto é, em sua metamorfose ele vê fora de s uma nova vsão,que é a ultmação apolínea de sua condção C om essa novavsão o drama está completo

Nos termos desse entendmento devemos compreendera tragéda grega como sendo o coro donsíaco a descarre-garse sempre de novo em um mundo de magens apolneo

Aquelas partes coras com que a tragéda está entrançada sãoem certa medda o seo materno de todo assm chamado dá-logo quer der, do undo cênco ntero do verdadero drama Esse substrato da tragéda rrada, em váras descargas

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consecutvas, a vsão do drama que é no todo uma aparçãode sonho e, nessa medda, uma naturea épca mas que, deoutro lado como obetvação de estados donsacos, representa não a redenção apolnea na aparênca porém, ao contráro o quebrantamento do ndvíduo e sua unfcação com

o Ser prmordal Por consegunte, o drama é a encarnaçãoapolnea de cognções e efetos donsíacos estando dessa ma-nera separado do epos por um enorme absmo.

O coro da tragéda grega, o símbolo do conjunto da multdão donsacamente exctada encontra nesta nossa nterpretação uma explcação completa. Enquanto nós antes ha-btuados à posção do coro no paco moderno especalmentea de um coro de ópera nem sequer podíamos conceber co-mo esse coro dos gregos hava de ser mas antgo mas orgnal e até mas mportante do que a ação propramen-

te dta como nos transmta com tanta clarea a tradção enquanto nós antes não podíamos por outro lado, con-clar essa suma mportânca e esse caráter prmordal de quenos fala o testemunho transmtdo pelo fato de o coro ter s-do composo apenas de seres servs e baxos sm de nícoaenas de sátros caprnos enquanto para nós antes a orquestra dante da cena sempre permaneca um engma, ago-ra chegamos a compreender que a cena junto com a açãoeram pensadas no fundo e orgnamente apenas como visãoque a únca "realdade é aí precsamente o coro o qual ge-

ra a partr de s mesmo a vsão e fala dela com todo o smbo-lsmo da dança da músca e da palavra. Esse coro contem-pla em sua vsão o seu senhor e mestre Donso e é por ssoeternamente o coro servente ele vê como este o deus pa-dece e se glorfca, e por sso ele própro não atua Nessaposção de absoluto servmento em face do deus o coro épos lteralmente, a mas alta expressão da natureza e profere como esta em seu entusasmo sentenças de oráculo ede sabedora como compadecente ele é ao mesmo tempoo sábio que do coração do mundo enunca a verdade. Assm surge aquela fgura fantástca e aparentemente tão escandalosa do sábo e entusástco sátro que é concomtantemen-te o homem smples em contraposção ao deus mageme refexo da naturea em seus mpulsos mas fortes até mes

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mo símboo desa e simuaneamene pregoeiro de sua sabedoria e are músco, poea, dançarno, visonáro, em umó pessoa

o, o efevo heró cênco e pono cenral da visão,não esá, segundo esse conhecimeno e segundo a radição,

verdaderamene presene, a prncípio, no período mas anigo da ragédia, mas é apenas represenado como esandopresene quer dier, orignamene a ragédia é só "coroe não drama Mais arde se fa a enava de mosrar o deuscomo real e de apresenar em cena drstellen] como visí-vel aos olhos de cada um, a fgura da vsão juno com a moldura ransfiguradora com sso começa o "drama no sendo mas esrio. Agora o coro diirâmbco recebe a incum-bência de exciar o ânimo dos ouvines aé o grau dionisía-co, para que ees, quando o herói rágico aparecer no palco,

não vejam agum nforme homem mascarado, porém uma fi-gura como que nascida da vsão exasiada dees própros Imaginemos Admeo embrando em profunda mediação a suajovem esposa há pouco desaparecda, Acese, e consumin-dose neramene na sua conemplação espiriua e comode súbio he é raido um vuo parecido, uma figura parecda, de muher que caminha envoa em véu; imaginemos oseu repenino remor de inqueação, a sua impeuosa compa-ração, a sua convicção insniva eremos assm um anáogodo senimeno com que o especador dionisiacamene exci

ado via o deus ingressar na cena, com cujos sofrimenos jáse havia idenicado Invounariamene ee ransferia a ima-gem oda do deus a remer magcamene diane de sua amapara aquela figura mascarada, e como que dissovia sua rea-dade em uma irreadade especra. Es o esado apoíneo desonho, no qua o mundo do dia ca veado e um novo mun-do, mais caro, mais compreensíve, mas comovedor do queo ouro e, no enano, mais ensombrecido, em incessane mudança, nasce de novo aos nossos olhos. Por isso disingui-mos na ragédia uma radica conradição eslísca ingua-gem, cor, mobiidade, dinâmica do discurso enram, de umado, na írica donisíaca do coro e, de ouro, no onírico mun-do apolíneo da cena, como esferas compleamene disinasde expressão. As aparências apoíneas, nas quais Dionísio se

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objeva, não são mas um mar perene, um ecerse cambiane, um vver ardene 0 como é a música do coro não sãomas aquelas forças apenas sendas ncondensáveis em magem, em que o enusásco servdor de Dioníso pressenea proximdade do deus: agora lhe falam, a parr da cena, a

clarea e a frmea da confguração épca , agora Doníso nãofala mas aravés de forças, mas como herói épco, quase coma lnguagem de Homero

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Tudo o que na pare apoínea da ragéda grega chega superfíce, no diálogo, parece smpes, ransparene, beoNesse sendo, o diálogo é a magem e o reexo dos helenos, cuja naurea se revea na dança, porque na dança a

força máxma é apenas poencal, randose porém na exibilidade e na exuberância do movmeno Assm, a lnguagem dos herós sofoclanos nos surpreende ano por suaaponea preciã e clarea, que emos a impressão de mraro fundo mas ínimo de seu ser, com cero espano pelo fao de ser ão curo o caminho aé esse fundo. Se absrarmos, odavia, do caráer do heró, a como aparece superfíce e se orna visível o qual no fundo nada mas ésenão uma magem luminosa ançada sobre uma parede es-cura, iso é, uma aparênca de uma pona a oura , se pene

rarmos bem mas no mo que se proea nesses espelhamenos umnescenes, perceberemos enão, de repene, um fe-nômeno que em uma relação inversa com um conhecidofenômeno ópico. Quando, numa enava enérgca de farde frene o So, nos desvamos ofuscados, surgem diane dosohos, como uma espéce de remédio, manchas escuras nversamene, as luminosas aparções dos heróis de Sófocesem suma, o apolíneo da máscara, são produos necessárosde um ohar no que há de mais ínimo e horroroso na naurea, como que manchas uminosas para curar a vsa feridapea noie medonha Só nesse senido devemos acrediar quecompreendemos correamene o sério e mporane conceo da serenojovialdade grega ao passo que, na readade, em odos os caminhos e sendas do presene, encon

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ramonos com o conceo falsamene enenddo dessa serenoovaldade, como se fosse um bemesar não ameaçado

A mas dolorosa fgura do palco grego, o desvenuradoÉDP fo concebda por Sófos como a craura nobre que,apesar de sua sabedora, esá desnada ao erro e à mséra,

mas que no fm, por seus remendos sofrmenos, exerce àsua voa um poder mágco abençoado, que connua a auarmesmo depos de sua mor. A craura nobre não peca, éo que o poea profundo nos quer dzer por sua auação pode r abaxo oda e qualquer le, oda e quaquer ordem naura e aé o mundo moral, mas exaamene por essa auaçãoé raçado um círcuo mágco superor de efeos que fundamum novo mundo sobre as ruínas do velho mundo que foderrubado É o que o poea, na medda em que é ao mesmoempo um pensador relgoso nos quer dzer: como poea

ele nos mosra prmer o um nó processua prodgosameneaado que o juz enamene laço por laço, desfaz, para a suaprópra perdção; a auênca alegra hlênca por al desaa-men daéco é ão grande que por esse meo, um soprode serenojovadade superor se propaga sobre a obra ne-ra o qual apara por oda a pare a ponas dos horríves pres-suposos daquele processo Em Edipo em Coono nos depa-ramos com essa mesma serenoovadade porém elevada auma ransguração nfna; em face do veho angdo peoexcesso de desgraça que, a udo quano he advém, é aban

donado como puro sofredor erguese a serenoovaldadesobreerrena, que baxa das esferas dvnas e nos dá a enen-der que o heró em seu comporameno puramene pass-vo acança a sua suprema avdade que se esende muoaém de sua vda, enquano que a sua busca e empenho conscenes apenas o conduzram à passvdade Assm vãose desaando enamene, na fábua de Édpo, os nós processuasnexrncavelmene enredados aos ohos dos moras e amas profunda aegra humana nos domna dane dessa dvna conrapare da daléca. Se com essa expanação zemos

usça ao poea, anda assm se poderá sempre pergunar secom sso se esgoou o coneúdo do mo: e aqu se evdenca que oda a concepção do poea nada mas é senão aqueamagem lumnosa que a naureza saneadora nos anepõe,

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após um olhar nosso ao absmo Édpo, o assassno de seupa o mardo de sua mãe, Édpo, o decfrador do engma daEsfnge O que nos dz a mserosa ríade dessas ações faasHá uma anqüíssma crença popular, persa, sobreudo segundo a qua um sábo mago só poda nascer do nceso, o

que nós, em relação a Édpo, o decfrador do engma e desposane de sua mãe, devemos nerprear medaamene nosendo de que lá onde por meo das forças dvnaóras emágcas, fo quebrado o sorégo do presene e do fuuro,a rígda le da ndvduação e mesmo o encano própro danaureza, lá deve erse anecpado como causa prmordaluma monsruosa ransgressão da naureza como era al onceso; pos como se podera forçar a naureza a enregarseus segredos, senão ressndohe vorosamene, so é,aravés do naural Ese conhecmeno eu o veo cunhado

naquela espanosa ríade do desno edpano: aquele que de-cfra o engma da naureza essa esfnge bform , elemesmo em de romper ambém, como assassno do pa e esposo da mãe, as mas sagrada ordens da naureza. Sm, o moparece querer murmurarnos ao ouvdo que a sabedora, eprecsamene a sabedora donsíaca, é um horror annaural, que aquee que por seu saber precpa a naureza no absmo da desrução há de expermenar ambém em s próproa desnegração da naureza O aguhão da sabedora se volaconra o sábo a sabedora é um crme conra a naurezaas são as erríves senenças que o mo nos gra o poeaheênco porém, oca qual um rao de so a sublme e emí-ve couna memnônca62 do mo, de modo que ese de súbo começa a soar em melodas sofoclanas

glóra da passvdade conraponho agora a glóra da avdade, que o Prometeu de Ésquo umna Aqulo que opensador Ésquo nha aqu a no dzer, aqulo que ee como poea apenas nos dexou pressenr aravés de sua ma-gem aegórca, é o que o jovem Goehe soube nos desven

dar nas arrojadas palavras de seu Prometeu:Aqui sentado formo homensÀ minha imagemUma estirpe que seja igua a mim

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Para sofrer para chorarPara gozar para alegrarseE para n te respearComo eu 63

o homem açandoe ao iânico conquia por i a uaculura e obriga o deue a e aliarem a ele porque em uaauônoma abedoria ee em na mão a exiência e o imie dea. O mai maravilhoo porém nee poema obrePromeeu que por eu penameno báico coniui o próprio hino da impiedade é o profundo pendor equiiano para austça o incomenuráve ofrimeno do "indivduo auda de um ado e de ouro a indigência divina im o preenimeno de um crepúcuo do deue o poder que com-pele o doi mundo do ofrimeno à reconciiação à unifi-

cação meafica udo io embra com máxima força opono cenra e a propoição principa da conideração e-quiliana do mundo aquela que yê a Moira ronando comoeerna uiça obre deue e homen Dada a epanoa au-dácia com que Équilo cooca o mundo olmpico no praoda balança da juiça devemo er preene que o heleno profundo dipunha em eu Miério de um ubrao inamo-vivemene firme de penar meafico e que podia decarre-gar no Ompico odo o eu aceo céico. O aria gre-go em epecial experimenava com repeio à divindadeum obcuro enimeno de dependência recproca e preci-amene no Promeeu de É quio al enimeno eá imbo-liado. O aria iânico enconrava em i a crença arevidade que podia criar ere humano e ao meno aniquilar deue olmpico e io graça à ua uperior abedoria que eleem verdade foi obrigado a expiar pelo ofrimeno eerno.O magnfico poder do grande gênio que memo ao pre-ço do perene o frimeno cua barao o ápero orguho doartsta, ei o coneúdo e a alma d poeia equiiana enquan-

o Sófoce em eu Édipo entoa qua um preúdio o hinoriunfal do santo Ma não é ampouco com a inerpreaçãodada por Équio ao mio que e mede nee a aombroaprofundidade de eu error: o praer de viraer do ariaa aegria da criação arica a deaar odo e quaquer inforú

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A S I M D A R A D A

nio é apena uma uminoa imagem de nuvem e de céu quee epelha obre um lago negro de riea. A lenda de Pro-meeu é poeão origina do conjunto da comunidade dopovo ária e documeno de ua apidão para o rágico pro-fundo. > tavez não osse até inerossml qe esse to

�e u moo nerente, esse para o ser arano a mesma s-nicaçào caracterísca qe o mto o peca o ornal tempara o seco e qe entre os os mtos exsta u a eparentesco como ene rmão e rmà64 O pressposto esse mto prometco o alor ncalcláel qe o homem ngêno atrb ao oo como eraero pláo65 e to2cuura nacene ma que o homem reine irreriamene o-bre o fogo e que o receba não como uma dádiva do céu co-mo raio incendiário ou como ardene queimr do So ioé algo que àquee conempaivo homen primevo pare

cia um acriégio um roubo perperado conra a naurea di-vina. E aim o primeiro probema oófico eabeece imediaamene uma penoa e inoúve conradição enre homeme deu e a cooca como um boco rochoo à pora de cadacuura. O mehor e o mai excelo do que é dado à humani-dade paricipar ea o conegue graça a um acriégio e pre-cia agora aceiar de novo a ua coneqüência io é o-do o cauda de ofrimeno e peare com que o ofendidoeee aigem o nobre gênero humano que apira ao aceno é um ápero penameno que aravé da gnae

que confere ao acriégio conraa eranhamene com o mi-o emico do pecado original em que a curioidade a iu-ão meniroa a eduibilidade a cobiça em uma uma érie de afecçõe paricularmene feminina ão via como aorige do mal. O que a repreenação ariana diingue é aidéia ubime do pecao ato como a virude genuinamen-e promeéica: com o que é enconrado ao memo empoo ubrao éico da ragédia peimia como austcaçodo ma humano e na verdade ano da cupa humana quan-o do ofrimeno por ea cauado. A devenura na eênciada coia que o conempaivo ariano não eá propenoa afaar capcioamene a conradição no âmago do mun-do e he revela como uma conuão de mundo diveropor exempo de um mundo divino e um mundo humano

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dos quais cada um como ndivíduo está certo, mas comomundo sngular ao ado de outro tem de sofrer por sua nd-vduação Na heróca impulsão do sngular para o geral, natentatva de utrapassar o encanto da ndvduação e de que-rer ser ee mesmo a única essênca do mundo padece ele em

s a contradção prmordia ocuta nas cosas sto é cometesacrégo e sofre. Assm os áras entendem o sacriégo co-mo homem e os semtas entendem o pecado como mulherdo mesmo modo que o sacriégio orgina é perpetrado pelohomem e o pecado origina pela mulher De resto diz o co-ro das bruxas

Nós não omamos isso ão a rigor:Com mil passos a mulher o faz;Mas por mais que ela se apresse

O homem o perfaz com um pulo.66

Quem compreende esse cerne nteror da enda de Pro-meteu quer dizer a necessdade de sacrégio imposta aondvíduo que aspra ao ttânco deverá também sentir aomesmo tempo o nãoapoíneo dessa concepção pessimstapois Apoo quer conduzir os seres sngulares à tranqüldadeprecisamente traçando inhas fronteiriças entre eles e em-brando sempre de novo com suas exigêncas de autoconhe-cimento e comedmento que tas inhas são as eis mais sa-gradas do mundo. Mas para que a forma nessa tendência

apoínea não se congeasse em rgdez e frieza egípcias, paraque no esforço de prescrever às ondas singuares o seu cur-so e o seu âmbto não fosse extinto o movimento do agonteiro de tempo em tempo a maré ata do dionsaco tornaa desfazer todos aquees pequenos círcuos em que a "von-tade uniateramente apolínea procura constranger a hele-nidade Essa repentna maré montante do dionsíaco tomaentão sobre o seu dorso as pequenas vagas dos ndivíduosassm como o irmão de Prometeu o ttã Atlas tomou sobreo seu dorso a erra Esse a titânco de ser como que o Atas

de todos os ndivíduos e carregálos com a larga espádua ca-da vez mais ato e cada vez mas longe é o que há de co-mum entre o prometéico e o donisíaco O Prometeu esquilano é nessa consderação uma máscara dionisíaca ao passo

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O N A S C M E N T O D A R A G É D I A

que no prondo pendor para a justça antes menconado És-quio tra ao oho penetrante a sua descendênca paterna depoo o deus da ndvduação e dos mites da justiça. E assima dupa essênca do Prometeu esquiano sua natureza a um sótempo dionsíaca e apolínea poderia ser do segunte modo ex

pressa em uma formuação conceitua "Tudo o que exste éjusto e injusto e em ambos os casos é igualmente justfcado' '

Isso é o teu mundo! Isso se chama um mundo!67

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É uma tradição incontestáve que a tragéda grega, em suamais vetusta configuração tinha por objeto apenas os sofr-mentos de Dionísio, e que por longo tempo o únco herócênico aí exstente fo exatamente Donísio. Mas com a mes-

ma certeza cumpre afirmar que jamas até Eurípdes dexouDonísio de ser o herói trágco mas que ao contrário todasas figuras afamadas do palco grego Prometeu Édpo e as-sim por dante são tãosomente máscaras daquee protoherói Dionísio. Que por trás de todas essas máscaras seesconde uma dvndade eis o únco fundamento essencialpara a tão amúe admirada "deadade típca daquelas cé-ebres fguras. Não se quem asseverou que todos os ndví-duos enquanto indivíduos são cômcos e, portanto não trágcos: de onde se deduz que os gregos não podiam suportarem absoluto ndivíduos na cena trágca De fato ees pare-cem ter sentido assim; como alás, aquela dstinção e avaa-ção platônca da "déa em contraposição ao "ídolo, à reprodução, estava profundamente radicada na natureza helê-nca Para que possamos, porém nos servr da termnologiade Platão deverseia faar mas ou menos do seguinte mododas fguras trágcas do paco heênco o único Dionísio verdadeiramente rea aparece numa pluradade de configura-ções na máscara de um heró lutador e como que enredadonas mahas da vontade ndvidua Pea manera como o deusaparecente fala e atua ele se assemelha a um ndvíduo queerra anela e sofre: e o fato de ele aparecer com tanta precsão e nitdez épcas é efeito do Apoo oniromante que nter-preta para o coro o seu estado donisíaco, através daquea apa

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rência simiiforme Na verdade porém aquee herói é o Dio-nísio sofredor dos Mistérios aquee deus que experimentaem si os padecimentos da individuaço a cujo respeito mitos maravihosos contam que ee sendo criança foi despe-daçado peos Tits e que agora nesse estado é adorado co-

mo Zagreus:68 com isso se indica que ta despedaçamentoo verdadeiro sofrimento dionisíaco é como uma transfor-maço em ar água terra e fogo que devemos considerar·portanto o estado da individuaço enquanto fonte e causaprimordia de todo sofrer como ago em si rejeitáve Do sorriso desse Dionísio surgiram os deuses oímpicos de suas á-grimas os homens. Nessa existência de deus despedaçadotem Dionísio a dupa naturea de um crue demônio embru-tecido e de um brando e meigo soberano. A esperança dosepoptas69 dirigiase porém para um renascimento de Dio-

nísio que devemos agora conceber apreensivos como o mda individuaço em honra desse terceiro Dionísio vindouroressoava o bramante hino de júbio dos epoptas. E por essasimpes esperança espahase um raio de alegria peo semban-te do mundo diacerado destroçado em indivíduos: comonoo afigura o mito através da imagem de Deméter imersaem eterna tristea que vota a alegrar-se pea primeira vequando he diem que poderá dar à u de novo a Dionísio.Nos pontos de vista aduidos temos já todas as partes com-ponentes de uma profunda e pessimista consideraço do

mundo e ao mesmo tempo a doutrina misteriosfica da tragédia: o conhecimento básico da unidade de tudo o que exis-te a consideraço da individuaço como causa primeira doma a arte como a esperança jubiosa de que possa ser rom-pido o feitiço da individuaço como pressentimento de umaunidade restabeecida.

Já foi sugerido antes que o epos homérico é a poesia dacutura oímpica com a qua esta cantou o seu próprio cân-tico de vitória sobre os terrores da titanomaquia. Agora soba inuência preponderante da poesia trágica os mitos ho-

méricos votam a nascer e mostram nessa metempsicose queentrementes a cutura oímpica também foi vencida por umamundiviso ainda mais prounda. O ativo tit Prometeu avi-sou a seu torturador oímpico que a sua soberania estava

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ameçada peo maior dos perigos a menos que se aiasse aee no devido tempo Em Ésquio reconhecemos a aiançado ateoiado Zeus, temeoso de seu fim, com o Tit Assim a antiga era titânica é posteriormente de novo retiradado Tártaro e traida à u A osofia da naturea nua e sevagem contempa os mitos do mundo homérico, que passamdançando com o sembante desveado da verdade: ees em-paidecem tremem diante dos ohos reampeantes dessa deu-sa até que o poderoso punho do artista dionisíaco os for-ça a entrar no serviço da nova divindade A verdade dionisíaca se apossa do domínio conjunto do mito como simboismo de seus conhecimentos e exprime o fato em parte nocuto púbico da tragédia em parte nas ceebrações secretasdas festividades dramáticas dos Mistérios, mas sempre debaixo do veho envotório mítico Qua força foi essa que iber-tou Prometeu de seu abutre e transformou o mito em veícu-o da sabedoria dionisíaca? A força hercúea da música: é eaque chegando na tragédia à sua mais ata manifestaço, sabeinterpretar o mito com noa e mais prounda signicaço;de ta modo que á tivemos antes de caracteriar isso comoa mais poderosa facudade da música. Pois é o destino de to-do mito arrastarse pouco a pouco na estreitea de uma suposta reaidade histórica e ser tratado p or aguma época uterior como um fato único com pretensões históricas: e osgregos á estavam inteiramente em vias de reestampar comperspicácia e arbítrio todo o seu sonho mítico de j uventudeem uma estória de juventude históricopragmática Pois essa é a maneira como as reigiões costumam morrer: quandoos pressupostos míticos de uma reigio passam a ser sistematiados sob os ohos severos e racionais de um dogma-tismo ortodoxo como uma suma acabada de eventos histó-ricos e quando se começa a defeder angustiadamente a cre-dibiidade dos mitos mas ao mesmo tempo a resistir a todapossibiidade natura de que continuem a viver e a proife-

rar quando, por conseguinte, o sentimento para com o mi-to morre e em seu ugar entra a pretenso da reigio a terfundamentos históricos Esse mito moribundo é agora cap-turado peo gênio recémnascido da música dionisíaca e emsuas mos oresce ee mais uma ve em cores como amais

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apresentara com um aroma que ecta o pressentmento nostágco de um mundo measico. Após essa úima lorescên-ca desmorona suas ores murcham e ogo os sardôncosLucanos da Antgüdade apanham as desbotadas e devasta-das péaas arrasadas por odos os ventos Aravés da ragé-

da o mito chega ao seu mas profundo coneúdo à sua for-ma mais epressva; uma ve mais ee se ergue como um he-ró ferido e em seus ohos com derradeiro e poderoso brho arde odo o ecesso de força unto com a cama cheade sabedoria do moribundo.

O que preendias u sacrego Eurpdes quando tenase obrgar o morbundo a prestare mais uma ve serviço?Ee morreu sob tuas mãos bruais e agora precsas de ummio arremedado mascarado que como o macaco de Hér-cues só saba engaanarse com o veho fauso E assm co

mo o mo morreu para ambém morreu para ti o gênioda música e mesmo se saquease com presas ávdas odosos ardns da música ainda assm só pudese chegar a umaarremedada música mascarada E porque abandonase Dio-nso por sso Apoo ambém e abandonou afugenta odasas paões de seu cov e as conura em teu crcuo ala eaguça como se deve uma diaéica sofística para as faas deteus herós ambém os teus heós êm paões arreme-dadas e mascaradas e proferem apenas faas arremedadas emascaradas

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A ragédia grega sucumbu de maneira diversa da de todas as ouras espéces de are suas rmãs mais vehas morreu por suicdo em conseqüênca de um cono insoúveportanto tragcamente ao passo que odas as ouras epraram em dade avançada com a mas bea e ranqüa morte.Se de fato corresponde a um fe esado naura separarseda vda com uma bea descendncia e sem quaquer espasmo enão o m daqueas espéces de arte mas angas nosmostra semehane esado natura fei eas afundam ena-mene e dante de seus ohares moribundos já se erguem osseus mas beos renovos que açam a cabeça com breves ges

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os de mpacênca Com a morte da tragéda grega ao conráro surgiu um vao enorme por oda parte profundamen-e sentido a como cera ve aconteceu com maruos gre-gos no empo de Tbéro que ouvram em uma iha soá-ria o brado consternador "O grande Pã está moro tam-

bém ressoava agora como um dooroso amento através domundo heênco: A tragéda esá morta Com ea perdeuse a própria poesa Fora fora idevos raqucos e definha-dos epgonos! Ide para o Hades para que á possas saciar-vos ao menos com as migahas dos angos mestres

Mas quando apesar de udo desabrochou um novo gê-nero que reverencava na ragéda a sua predecessora e mesra houve que perceber então com pavor que ea apresenava reamente os traços de sua mãe porém aquees que estaem sua onga uta com a morte mosrara Essa uta com a

morte da tragéda fo travada por URÍPEDE aquee gêneroardo de are é conhecido como nova comdia ática 7 Ne-a connuou a viver a figura degenerada da tragéda um mo-numento a seu penoso e voento passamento

Nesse conteto é compreensve a apaionada ncinaçãoque os poeas da Nova Comédia sentam por Eurpdes tano que não mais estranha o deseo de Femon que gostariade ser imedaamene enforcado a m de vsiar Eurpides noHades desde que pudesse estar de agum modo persuaddode que o etinto ambém agora continuava de posse de seuentendimento Se se quser porém com toda a brevdadee sem a preensão de der ago eausvo caracerar aqui-o que Eurpdes tnha em comum com Menandro e Femone o que eercia sobre ees um efeo ão ectanemente eempar bastará dier que o espectador fo evado por Eurpidesà cena Quem tver compreendido de que maéra os rage-dógrafos prometéicos aneriores a Eurpdes formavam osseus herós e quão onge dees estava o propóso de raerà cena a máscara e da readade a pessoa ambém esaráescarecida sobre a tendênca inteiramente dvergente de Eu-rpides. Por seu nermédo o homem da vda cotidana dei-ou o âmbo dos especadores e abriu caminho aé o pa coo espe ho em que antes apenas os raços grandes e audaeschegavam à epressão mostrou agora aquea desagradáve

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exaidão que ambém reprodu conscienciosamene as linhasma raçadas na naurea Odisseu o heleno ípico da are aniga vai agora baiando sob as mãos dos novos poeas a figura do graecuus que doravane como escravo domésico bonachão e esperahão esá no cenro do ineres

se dramáico O mério que Eurpides aribui a si mesmo emAs rãs arisofanescas o de er liberado com os seus remédios caseiros a are rágica da pomposa obesidade iso é algo que se pode perceber acima de udo em seus heróis rági-cos No essencial o especador via e ouvia agora o seu du-plo no palco euripidiano e alegravase com o fao de que soubesse faar ão bem Mas o caso não ficou somene nessa ale-gria: cada pessoa por si só aprendeu a exprimirse com Eurí-pides e ao compeir com Ésquilo no concurso ele própriose gaba de que agora por seu inermédio o povo aprendeu

a observar a discuir e a irar conseqüências segundo as re-gras da are e com as mais mareiras sofisicações Graças aessa ransformação da linguagem púbica ele ornou possível no odo a comédia nova. ois de ora em diane não exis-iu mais segredo nenhum de como e com que senenças ocoidiano podia represenarse no palco A mediocridade burguesa sobre a qua Eurpides edificou odas as suas esperan-ças poíicas omou agora a paavra quando aé ai o semi-deus na ragédia e o sáiro bêbado ou o semihomem na comédia haviam deerminado o caráer da linguagem E assim

o Eurpides arisofanesco realça em louvor próprio o fao deer represenado a vida e a aividade comuns de odos co-nhecidas diárias sobre as quais odo o mundo esá capaciado a dar opinião. Se agora a massa ineira osofa adminis-ra suas erras e bens e condu seus processos com inaudiasagacidade i sso di Eurpides consiui mério seu e efeioda sabedoria por ee inoculada no povo

A uma mulidão desse modo preparada e esclarecida po-dia agora dirigirse a nova comédia para a qual Eurípides seornou em cera medida o maesro do coro só que dessa veera o coro de especadores que precisava ser ensaiado. Tãologo ele foi ensaiado a canar na onaidade euripidiana sur-giu aquee gênero de espeácuo de ipo enxadrísico a comédia nova com o seu consane riunfo da esperea e da

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'"

(macia Eurípides porém o maesro do coro era incessanemene ouvado: sim as pessoas eriam se maado só paraaprender dee mais ainda se não se soubesse que os poeasrágicos esavam ão moros quano a ragédia Com ela en-reano o heeno havia renunciado à crença em sua própria

imoralidade não só à crença em um passado idea comoà crença em um fuuro ideal. A frase do conhecido epiáfioquando veho leviano e excênrico aplicase ourossimà helenidade senil. O insane o chise a irreexão o capri-cho são suas deidades supremas; o quino esado o do es-cravo ou peo menos a sua menaidade chega agora ao po-der; e se em gera ainda se pode falar da serenooviaidadegrega raase da serenoovialidade do escravo que não saberesponsabiiarse por nada de grave nem aspirar a nada degrande nem vaoriar nada do passado e do fuuro mais do

que do presene Essa aparência da serenojoviaidade grega foi o que anes revolou as naureas profundas e erríveis dos primeiros quarocenos anos do crisianismo a easessa fuga mulheri diane do que é sério e assusador essecovarde deixarse conenar com o goo conforável parecialhes não somene despreível mas a própria disposição an-icrisã E cabe aribuir à sua inuência o fao de a visão daAnigüidade grega subsisene durane séculos reer com e-nacidade quase invencíve aquela cor rosada da serenojovia-lidade como se nunca ivesse exisido o século i como seu nascimeno da ragédia com os seus Misérios com oseu Piágoras e com Heráclio sim como se nunca ivessemexisido as obras de are da grande época as quais no enano cada uma por si não podem explicarse de modo a-gum como se broadas do soo de uma al serenojovialidadee de um al praer de viver senis e de naurea servil apon-ando para uma consideração do mundo ineiramene ouracomo seu fundameno de exisência

Se há pouco se afirmou que Eurípides levou o especador ao palco a fim de com isso habiiálo de verdade e peaprimeira ve a faer uo sobre o drama poderia surgir a im-pressão de que a are rágica mais aniga não saiu de uma re-lação desequilibrada com o especador e poderseia esarenado a elogiar como um progresso sobre Sófoces a en

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dênca radca de Eurípdes no sendo de esabeecer umareaão adequada enre obra de are e púbco. Mas o caoé que o púbco é apenas uma paavra e de modo agumuma grandea homogênea e em s perssene . D e onde vraao arsa a obrgaão de acomodarse a um poder cua fora

resde apenas no número? E se ee se sene, por seu aenoe por seus desígnos, superor a cada um desses especado-res ndvduamene por que devera senr mas respeo peaexpressão comum de odas essas capacdades a ee subord-nadas do que peo especador ndvdua reavamene doado ao máxmo? Na verdade nenhum arsa grego no curso de uma onga vda raou o seu púbco com maor audá-ca e auosucênca do que precsamene Eurípdes ee quemesmo quando a mudão se arroava a seus pés em subme arrogânca aravahe aberamene ao roso a sua própra

endênca, aquea mesma endênca com a qua hava run-fado sobre a massa. Se esse gêno houvesse amenado o masgero respeo peo pandemôno do púbco, era sucumbdo sob os gopes do nsucesso muo anes de chegar à meade de sua carrera. Dane dessa ponderaão vemos quea nossa afrmaão, segundo a qua Eurípdes evou o especador ao paco a fm de ornáo verdaderamene apo aoauameno era apenas uma afrmaão provsóra e que de-vemos procurar uma compreensão mas profnda de sua en-dênca Ao nvés é ago conhecdo em oda pare que Ésqu

o e Sófoces, durane oda a vda, e por muo empo depos goaram com pena posse do favor popuar e que, porano, com respeo a esses predecessores de Eurípdes nãose podera faar de modo agum de uma reaão desequbradaenre obra de are e púbco O que fo enão que mpeuo arsa rcamene doado e ncessanemene movd à craão a desvarse de manera ão voena do camnho sobreo qua brhavam o so dos maores nomes poécos e o céudesanuvado do favor popuar? Que snguar consderaão para com o specador o conduu conra o especador

Como poea, Eurípdes senase a é a souão do engma há pouco apresenado muo acma da massa mas nãoacma de dos de seus especadores: à massa ee a rouxe àcena a esses dos especadores ee respeava como os ún

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cos uíes e mesres de oda a sua are apos a emr senen-a; segundo suas nsrues e admoesaes, ransporou omundo odo de semenos paxes e experêncas que aéenão se apresenava no banco dos especadores como coronvsíve em oda represenaão fesva para a ama de seus

herós cêncos cedeu a suas exgêncas quando procuroupara esses novos caraceres ambém nova paavra e novoom; somene em suas voes ouva as senenas vádas sobre suas craes, assm como o esímuo promssor de vóra, quando se va oura ve condenado pea usa do pú-bco

Desses dos especadores, um é o própro Eurípdes Eurípdes como pensador não como poea Dee se podera d-er que a exraordnára abundânca de seu aeno crícode manera parecda à de Lessng, se não gerou, peo menos

fecundou connuamene um produvo mpuso arísco secundáro om esse dom com oda a carea e agdade deseu pensar críco senarase Eurípdes no earo e se empe-nhara por reconhecer como em uma pnura obscurecda,rao após rao nha após nha as obrasprmas de seusgrandes anecessores. E aí enconrara ago que não deve sersurpresa para o ncado nos arcanos mas profundos da ragéda esquana percebeu aguma cosa de ncomensuráveem cada rao e em cada nha, uma cera precsão engana-dora e ao mesmo empo uma profunddade engmáca, sm,

uma nfnude do fundo. A mas cara fgura anda assm raa consgo uma cabeera de comea, que pareca aponar parao ncero o ncarfcáve. O mesmo uscofusco esendasesobre a esruura do drama, parcuarmene sobre o sgnf-cado do coro. E quão duvdosa permaneca para ee a sou-ão dos probemas écos Quão quesonáve o raamenodos mos Quão desgua a reparão de venura e desvenura Mesmo na nguagem da ragéda anga hava para eemua cosa de ofensva ao menos engmáca em especa,achava haver demasada pompa para reaes muo comunsdemasados ropos e monsruosdades para a smpcdade doscaraceres Assm csmando nranqüo, fcava senado noearo e ee o especador confessava a s mesmo que nãoenenda seus grandes predecessores. Mas como o enend

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meno sgnifcava para ee a própria raz de odo desfrue ecriação precisava ndagar e mrar sua voa para saber seaguém mais pensava como ee e confessava iguamene aquea ncomensurabidade Porém a maora e com ees os meores só na a oferecere um sorrso desconado nn

guém conseguiu expicare por que em face de suas dúvidas e objeçes os grandes mesres esavam não obsaneceros. E nessa doorosa siuação ee enconrou o ouo especdo que não compreendia a ragédia e por isso não aesmava. Aiandosee pôde areverse saindo de seu soameno a encear a remenda ua conra as obras de arede Ésquo e ófoces não com escrios poêmicos porémcomo poea dramáico que ope a su represenação da ragéda represenação radciona.

Anes de camarmos peo nome esse ouro especadordeenamonos aqui um insane para reconduzr memória a impressão aneriormene descria do eemeno discordane e incomensuráve na essência da própra ragédia esquana Pensemos em nossa própria esraneza perane ocoo e perane o heói ágico dessa ragédia nenum dosquais sabíamos combinar com os nossos ábios ampoucocom a radção aé que ornamos a descobrir aquea du

pcdade mesma como fone e essência prmordias da ragéda grega como expressão dos dois impusos aríscos enramados enre si o poíneo e o dionisíco

Excisar da ragéda aquee eemeno donisíaco orgnáro e onpoene e voar a consruía de novo puramene sobre uma are uma mora e uma visão do mundo nãodonisíacas a é a endênca de Eurípides que agora se nosrevea em uz merdiana

O própro Eurípdes no enardecer da vida apresenoude maneira muo enérgca a seus conemporâneos a ques

ão do vaor e do signifcado dessa endênca em um mio.Deve reamene o dionsíaco subssr? Não será mserexirpáo força do soo eênico? eramene nos diz opoea se apenas fosse possíve; mas o deus Dionísio é dema

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sado poderoso: o mais neigene adversáro como Peneu em As bcnes - é nesperadamene enfeiçado por eee corre depois com esse feiço para a desgraça O juízo dosdos ances admo e Trésas parece ser ambém o do poeaveo: as reexes dos mais sagazes ndvíduos não derru

bam aqueas angas radçes popuares aquea veneraçãoeernamene propagada de Doníso sim que em face de forças ão maravosas convém mosrar ao menos prudenecooperação dipomáica e ainda assm é sempre possíveque o deus dane de ão íbia cooperação se ofenda e ransforme no fm o dpomaa como aqu admo em dragão. sso nos dz o poea que resisu a Dioníso com forçaeróca durane uma onga vda para ao fim dea concura sua carrera por uma gorfcação do adversáro e em umaespécie de sucídio como aguém que senndo onuras só

para escapar da erríve e não mas suporáve verigem seairasse do ao de uma orre Essa ragéda é um proeso conra a exeqübdade de sua endênca; ma s infezmene eajá avia sido reaizada O maravioso aconecera quandoo poea se reraou a sua endênca já na runfado. Doníso já ava sido afugenado do paco rágico e o fora aravés de um poder demoníaco que faava pea boca de Eurípides. Também Eurípdes fo em cero senido apenas máscara a dvndade que faava por sua boca não era Donísoampouco Apoo porém um demônio de receníssmo nas

cmeno camado óCTs Es a nova conradção o dionsíaco e o socráco e por causa dea a obra de are da ragédia grega foi abaxo Anda que Eurípdes procure nos consoar com sua reraação não consegue o mas espêndidoempo jaz em ruínas; de que nos servem as amenaçes dodesrudor e sua confissão de que era o mais beo de odosos empos? E mesmo que Eurípdes ena sdo condenadopeo juízo arísco de odos os emps a ser converdo emdragão a quem podera sasfazer essa amenáve compensação?

Aproxmemonos agora dessa endênca socáic com aqua Eurípdes combaeu e venceu a ragédia esquiiana. ·Que objevo devemos agora pergunarnos pode

ria em gera na mais aa deaidade de sua execução er o

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propósito euripidiano de basear o drama tãosomente sobreo nãodionisíaco? Que forma do drama ainda restava, se estenão deveria nascer do egaço da música naquee misteriosouscofusco do dionisíaco? Unicamente o epos dramatiza-do: mas neste domínio apoíneo da arte o efeito trágico é ago-

ra, por certo, inacançáve. Não importa no caso o conteúdodos acontecimentos representados sim, eu poderia afirmarque teria sido impossíve a Goethe, em sua projetada Nausíaa 73 tornar tragicamente comovedor o suicídio daqueaidíica criatura, que devia preencher o quinto ato; tão inco-mum é a potência do épicoapoíneo, que as coisas mais ter-rificantes ea as encanta aos nossos ohos com aquee prazerpea aparência e a redenção por meio da aparência. O poetado epos dramático não pode, tão pouco quanto o rapsodoépico, amagamarse totamente com as suas imagens: e e con-

tinua sempre sendo tranqüia introvisão imóve a mirar comohos distantes, que vê diante de si as imagens O ator, emseu epos dramatizado, permanece no imo um rapsodo a con-sagração própria ao sonhar interior paira sobe todas as suasações, de modo que ee jamais é inteiramente ator.

omo se comporta agora esse idea do drama apoíneoem face da peça euripidiana? Ta como o rapsodo soene daépoca antiga para com o rapsodo mais jovem, cujo carátero Íon patônico também descreve: Quando digo ago de tris-te, os meus ohos se enchem de ágimas; mas se o que digo

é horríve e tremendo, então os cabeos de minha cabeça s eeriçam de terror e meu coração papita 74 Aqui já não no-tamos mais nada daquee épico perderse na aparência, dafrieza sem afetos do verdadeiro ator, o qua, precisamenteem sua suprema atividade, é todo aparência e prazer pea apa-rência. Eurípides é o ator com o coração pusante, com oscabeos arrepiados: como pensador socrático, projeta o pa-no; como ator apaixonado, executao. Artista puro ee nãoé nem ao projetar nem ao executar Assim, o drama euripi-diano é ao mesmo tempo uma coisa fria e ígnea, capaz de

gear e de queimar; é he impossíve atingir o efeito apoíneodo epos, ao passo que, de outro ado, ibertouse o mais possíve do eemento dionisíaco e agora, para produzir efeito emgera, precisa de novos meios de excitação, os quais já não

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podem encontrarse dentro dos dois únicos impusos artísticos, o apoíneo e o dionisíaco Tais excitantes são friospenamentos paadoxais em vez das intovisões apoíneas e afetos ardentes em ugar dos êxtases donisíacos e,na verdade, são pensamentos e afetos imitados e termos

atamente reaistas e de modo agum imersos no éter da arteTendo pois reconhecido ampamente que Eurípides não

conseguiu fundar o drama unicamente no apoíneo, que suatendência antidionisíaca se perdeu antes em uma via natura-isa e inartística, devemos agora nos acercar mais da essên-ca o soratismo esttio cuja suprema ei soa mais ou menos assim: Tudo deve ser inteigíve para ser beo , comosentença paraea à sentença socrática: Só o sabedor é vir-tuoso ' ' om ta cânone na mão, mediu Eurípides todos oseementos singuares e os retificou conforme esse princípio:

a inguagem, os caracteres, a estrutura dramática, a músicacora. O que nós, em comparação à tragédia sofociana, costumávamos evar tantas vezes à conta de Eurípides como de-feito, é principamente produto desse penetrante procssocrítico, dessa atrevida inteecção. O prólogo euripidiano nosserve de exempo da produtividade desse método racionaista Nada pode haver de mais contrário à nossa técnica cê-nica do que o próogo no drama de Eurípides Que uma per-sonagem individua se apresente no início da peça contandoquem ea é, o que precedeu à ação, o que aconteceu até en

tão, sim , o que no decurso da peça há de acontecer issoum autor teatra moderno tacharia de renúncia propositadae imperdoáve ao efeito da tensão. De fato, sabese tudo oque vai ocorrer. Quem vai querer esperar que ocorra rea-mente? Mesmo porque, no caso, não se verifica absouta-mente a excitante reação de um sonho vaticinador com umareaidade que se apresentará mais tarde. ompetamente diverso era o modo de Eurípides refetir. O efeito da tragédiajamais repousava sobre a tensão épica, sobre a estimuanteincrtza acca do qu agoa depois iria suceder, mas antes sobre aqueas grandes cenas retóricoíricas em que a pai-xão e a diaética do protagonista se acaudaavam em argoe poderoso rio. Tudo predispunha para opathos e não paraa ação e aquio que não predispunha ao pathos era consi

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1 3 .

Que Sócraes estivesse esretamente relaconado à tendên·cia de Eurípides, fo ago que não escapou a seus conemporâneos, na Angüdade; e a expressão mas eloqüente dessapercepção fez é aquea lenda crcuante em Aenas, segundoa qua Sócraes costumava ajudar Eurípdes em seu poetar Am-bos os nomes eram pronunciados num só hausto pelos partidários dos bons vehos tempos, quando se raava de enu-merar os desencamnhadores do povo de enão de sua in-fuência derva, dziase, o fato de que a antiga, maraonianae quadrada solidez do corpo e da ama seja víma, cada vezmais de um duvidoso Ilumnsmo, em uma progressiva aro-fa�s virudes radiconais Nesse om, meo indgnado e meodesdenhoso, só i a coméda arsofanesca falar daquees dos

homens, para espano dos modernos, que na verdade renun-cam de bom grado a Eurípides, mas não podem parar deadmrarse que Sócrates apareça em Arsófanes como o pri-mero e o supremo sofista, como o espeho e o resumo deodas as asprações sofísicas diante dsso só hes resa um con-solo, o de colocar o próprio Aristófanes como um devasso ementiroso Acebíades da poesa. Sem omar nese pono a de-fesa dos profundos nstinos de Arisófanes contra semehan-tes ataques, s go adiane para demonstrar, a parir do senimen-o dos Angos, a estreia afndade existene enre Sócrates e

Eurípdes; neste sentido convém embrar que Sócraes, comoadversáro da are rágica, se abstinha de freqüenar as repre-senações da tragéda e só se ncluía no rol dos especadoresquando uma nova peça de Eurípides era apresenada O mascélebre, porém, é a associação dos dois nomes na faa do orá-culo défco, que considerou Sócraes o mas sábio dos ho-mens, mas, ao mesmo tempo, sentenciou que Eurípides me-reca o segundo prêmo no cerame da sabedoria.

Como terceiro nessa escaa de gradações foi apontad Só-fes e e que podia jacarse, perane Ésquio, de fazer o cor-

reto e de fazêo, na verdade, por saber o que era correoEvidentemente o grau de caridade de ta saber é precisamen-e aquee que disinguiu esses três homens em conjuno co-mo os três "sapentes de seu empo

[ 84 )

Todava, a paavra mais ncisiva em favor dessa nova enauda esimação do saber e da ineligência foi proferda porSócrates, quando verificou que era o único a confessar a simesmo que não sabia nada; enquanto, em suas andançascríicas aravés de Atenas conversando com os maiores es-

tadisas, oradores, poeas e arstas, deparava com a presun-ção do saber Com espano reconheceu que todas aqueasceebrdades não possuíam uma compreensão certa e seguranem sequer sobre suas profissões e seguamnas apenas pornsno "Apenas por nstno : por essa expressão tocamosno coração e no pono central da tendênca socrática Comela, o socraismo condena tanto a arte quanto a éca vigentes; para nde quer que dirja o seu olhar perscrutador, avis-ta ele a fata de compreensão e o poder da iusão; dessa fatainfere a ínma insensaez e a detestabidade do exstente

A parr desse únco pono ugou Sócraes que deva corr-gir a exisência ele, só ele, entra com ar de menosprezo ede superioridade, como precursor de uma cutura, arte e mo-ra toamene distintas, em um mundo a que sera por nósconsiderado a maior feicdade agarrarlhe a fímbria com o-do o respeto

Es a exraordnára perplexdade que a cada vez se apodera de nós em face de Sócrates, que nos ncita sempre denovo a reconhecer o sendo e o propó so desse fenômeno,o mais problemático da Antgüdade Quem é esse que ousa,

ele só, negar o ser grego, que, como Homero, Píndaro e Ésquio, Fídas, Pérces, Pía e Dionísio, como o absmo masprofundo e a mas alta eevação, está seguro de nossa assom-brada adoração? Que força demoníaca é essa que se atrevea derramar na poera a beberagem mágca Que semdeus éesse que o coro de espíritos dos mais nobres da humandadeprecsa nvocar: "A A! Tu o destruíse, o belo mundo, comum poderoso punho; ee cai se desmorona78

Uma chave para o caráer de Sócrates se ns oferece na-quee maravhoso fenômeno que é designado como o ''da-

mon de Sócraes Em situações especias quando sua des-comunal ineigênca começava a vaclar consegua ele umfirme apoio, graças a uma voz dvna que se manifesava emtas momenos Essa voz, quando vem, sempre dssuade.

[85 ]

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A sabedora nstntva mostrase nessa natureza tão ntera-

mente anormal apenas para contraporse aqu e al ao co-

nhecer conscente obstandoo Enquanto em todas as pes

soas produtvas o nstnto é j ustamente a força afrmatva-

cratva, e a conscênca se conduz de manera crítca e ds-

suasora em Sócrates é o nstnto que se converte em crítco,a conscênca em crador uma verdadera monstruosda-deper defectum ! E na verdade percebemos aum monstruoso

defectus de toda dsposção místca de modo que se pode-

ra consderar Sócrates como o específco nãomístico, no

qual por superfetação a natureza lógca se desenvolvesse tão

excessva quanto no místco a sabedora nstntva De outro

lado, porém aquele mpulso lógco que aparece em Sócra-

tes estava nteramente probdo de voltarse contra s pró-pro nesse flur desenfreado mostra ele uma força da natu-

reza, como só encontramos para o nosso horrorzado espan-to, nas maores de todas as forças nstntvas. Quem nos es-

crtos platôncos houver percebdo um só sopro daquela d

vna ngenudade e seguança da orentação socrátca d v

da sentrá também como a formdável roda motrz do socra-

tsmo lógco achase por assm dzer, em movmentopor de-trás de Sócrates, e como sso dev ser olhado através de Só-

crates como através de uma sombra Que ele própro po

rém tnha um certo pressentmento desta crcunstânca é algo que se exprme na maravlhosa seredade com que fez va-

ler, em toda parte e até perante os seus uízes a sua dvnavocação Era tão mpossível, no fundo refutálo a esse res

peto quanto dar por boa a sua nfluênca dssolvente sobreos nstntos Em face desse conlto nsolúvel mpunhase

quando anal o conduzram ante o foro do Estado grego, uma

únca forma de condenação o banmento deversea têlo

expulso para além das fronteras como algo completamente

engmátco nclasscável nexplcável sem que fosse da

do a nenhuma posterdade o dreto de acusar os atenensespor um ato gnomnoso Mas o fato de te sdo pronuncada

contra ele a sentença de morte e não apenas a de banmen-to, parece algo que o própro Sócrates levou a cabo, com ple

na lucdez e sem qualquer temor da morte ele camnhou paraa morte com aquela calma com que, na descrção de Platão,

[86]

dexa o smpóso como o últmo dos beberrões a fazêlo, nos

prmeros albores da manhã a fm de começar um novo da;

enquanto atrás dele, nos bancos ou no chão, azem os seus

adormecdos comensas a sonhar com Sócrates o verdade

ro erótco O Sócrates mribundo tornouse o novo e amas

vsto deal da nobre mocdade grega mas do que todos otípco jovem heleno, Platão, prostrouse dante dessa magem

om toda a fervorosa entrega de sua alma apaxonada

1 4 .

Imagnemos agora o grande e únco olho cclópco de Só-

crates voltado para a tragéda aquele olho em que nuncaardeu o gracoso delíro de entusasmo artístco e pense-

mos quão nterdto lhe estava mrar com agrado para os abs-

mos donsíacos o que deva ele realmente dvsar na "sublme e exaltada arte trágca como Platão a denomna? Al

go verdaderamente rraconal, com causas sem efetos e com

efetos que parecam não ter causas e no todo, um conjun

to tão varegado e multforme que tera de repugnar a umaíndole ponderada, consttundo, entretanto para as almas sen

síves e suscetíves uma pergosa sca. Sabemos alás qual

o únco gênero da arte poétca que ele compreenda, a fá-bula esópica: e sso por certo se dava com aquela sorrdente

complacênca com a qual o honrado e bom Gellert canta nafábula da abelha e da galnha o louvor à poesa:

Tu vês em mim para o que ela serveA quem não tem muito entendimntoPara dizer a verdade por uma imagem. 79

A Sócrates porém, pareca que a arte trágca nunca dz

a verdade sem consderar o fato de que se drga àquele

que " não tem muto entendmento portanto não aos ló-

sofos daí um duplo motvo para manterse dela afastado Co

mo Platão, ele a ncluía nas artes aduladoras que não representam o útl mas apenas o agradável e por sso exga de

seus dscípulos a abstnênca e o rgoroso afastamento de tas

atrações tão pouco filosófcas; e o fez com tanto êxto que

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o ovem poeta trágico chamado atão queimou, antes de tudo os seus poemas, a fim de poder tornarse discípuo deSócrates. á onde, no entanto, predisposições invencveis utavam contra as máximas socráticas a força destas unto coma puança daquee portentoso caráter ainda foi bastante gran

de para arrastar a própria poesia a novas e até então desconhecidas posições

Um exempo disso é o acima mencionado atão : ee que,na condenação da tragédia e da arte em gera, não fica certamente atrás do ingênuo cinismo de seu mestre precisou pornecessidades inteiramente artísticas criar uma forma de arteque tem parentesco interno ustamente com as formas de artevigentes e por ee repeidas A principa obeção que atãotinha a fazer contra a arte mais antiga a de ser imitaçãode uma imagem da aparência de pertencer, portanto a uma

esfera ainda mais baixa que a do mundo emprico não poderia ser sobretudo dirigida contra a nova obra de arte e assim vemos atão empenhado em utrapassar a reaidade erepresentar a idéia subacente àquea pseudoreaidade Mascom isso o pensador atão chegou por um desvi até á onde, como poeta sempre se sentira em casa e onde Sófocese toda a arte mais antiga protestavam soenemente contra semehante obeção Se a tragédia havia absorvido em si todosos gêneros de arte anteriores, cabe dizer o mesmo por suavez, do diáogo patônico, o qua, nascido, por mistura de

todos os estios e formas precedentes paira no meio, entrenarrativa írica e drama, entre prosa e poesia e com isso infringe iguamente a severa ei antiga da unidade da forma ingüstica caminho esse por onde os escritores cícos80 foram ainda mais onge atingindo na máxima variegação doestio, na constante osciação entre formas métricas e prosaicas, também a figura iterária do "Sócrates furioso queees costumavam representar em vida O diáogo patônicofoi por assim dizer o bote em que a eha poesia aufragate se savou com todos os seus ilho apinhdos m um es

paço estreito e medrosamente submissos ao timoeiro Sócrates conduziam para dentro de um novo muno que amais se saciou de contempar a fantástica image daqueecorteo Na reaidade atão proporcionou a tod a posteri

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dade o protótipo de uma nova forma de arte, o protótipodo romance, que é mister considerar como a fábua esópicainfinitamente intensificada onde a poesia vive com a fiosoa diaética em uma reação hierárquica semehante à que essamesma osoa manteve durante muitos sécuos, com a teo

ogia, isto é como anclla [escrava, criada] Essa foi a novaposição a que atão, sob a pressão demonaca de Sócratesarrastou a poesia

Aqui o pensamento flosófco sobrepass a a arte e a constrange a agarrarse estreitamente ao tronco da diaética. Noesquematismo ógico crisaidouse a tendência apolínea como em Eurípides, cumpre notar ago de correspondente e,fora disso, uma transposição do donsíaco em afetos naturaistas Sócrates o herói diaético no drama patônico nosembra a natureza afim do herói euripidiano que precisa de

fender as suas ações por meio de razão e contrarazão e porisso mesmo se vê tão amide em risco de perder a nossa compaixão trágica pois quem pode desconhecer o eemento ot-msta existente na essência da diaética que ceebra em cada concusão a sua festa de bio e só consegue respirar nafria caridade e consciência? Esse eemento otimista que, umavez intrado na tragédia há de recobrir pouco a pouco todas as suas regiões dionisíacas e impeias necessariamenteà destruição até o sato morta no espetácuo burguês? Bastaimaginar as conseqüências das máximas socráticas: Virtu

de é saber só se peca por ignorância o virtuoso é o maisfeiz'' nessas três fórmuas básicas az a morte da tragédia.ois agora o herói virtuoso tem de ser diaético agora temde haver entre virtude e saber, crença e mora uma igaçãoobrigatoriamente visve agora a soução transcendenta daustiça de Ésquio é rebaixada ao nve do raso e insoenteprincpio da ustiça poética , 8 com seu habitua deus exmachna82

omo se agra agora esse noo mundo cênico socráticootimista em face do coro e mesmo de todo o substrato musi

cadionisíaco da tragédia? omo ago acidenta como umareminiscência possivemente também dispensáve da origemda tragédia ao passo que nós á vimos ao invés que o corosó pode ser entendido como ausa prmera da tragédia

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mene admrada pareca de súbo perder cor e vda eencolherse em cópa malograda e aé mesmo em carcaura por sso eploda sempre de novo uma fra nma conraaquele povnho arrogane que se arevera a achar de bárbaro para odo o sempre udo o que era aengena: quem

são esses lá pergunase que embora apresenem apenas umefêmero brlho hsórco apenas nsuções rdculamenelmadas apenas uma duvdosa quadade de cosumes e quencusve se caracerzam por vcos muo feos revndcamnão obsane a dgndade e a posção especal enr os povos que correspondem ao gêno em meo à massa? nfezmene nnguém eve aé agora a sore de enconrar a açade ccua com a qua se pudesse smplesmene lqüdar semehane ser: pos odo o veneno que a nveja a calúna eo rancor geraram denro de s não basou para desrur aquea

magncênca conene consgo própra. E por sso odo mundo sene vergonha medo ane os gregos; a não ser que aguém esme a verdade acma de udo e porano ouse ambém encampar esa verdade a de que os gregos êm em mãoscomo os aurgas a nossa e quaquer oura culura mas queo carro e o cavao são quase sempre de um esofo demasado nferor e nadequado para a góra de seus conduoresos quas consderam nesse caso um folguedo mpelr semehane arelagem ao absmo que eles própros sobrepassam com o salo de Aques.

Para demonsrar ambém no ocane a Sócraes a dgndade de a posção de conduor basa reconhecer nee o po de uma forma de exsênca anes dee nauda o po doomem teórico cuja sgnfcação e cua mea é nosso deveragora chegar a compreender Também o homem eórco emum deee nfno com o exsene qua o arsa e comoele é proegdo por esse conenameno da éca práca dopessmsmo e de seus ohos de nceu84 que só brham naescurdão. Se com efeo o arsa a cada desveameno daverdade permanece sempre preso com ohares exácos

ãosomene ao que agora após a revelação permanece veado o homem eórco se compraz e se sasfaz com o véudesprenddo e em o seu mas alo avo de prazer no proc esso de um desveameno cada vez mas fez consegudo por

9 ]

força própra. Não havera cênca se ea vesse a ver apenascom sa única dsa nua e com nenhuma oura Pos enãoos seus dscpuos deveram senrse como aquees que qusessem escavar um buraco precsamene aravés do gobo erresre uma vez que cada um deles percebe que ele mesmo

com o máxmo esforço durane a vda oda só sera capazde escavar um pequenssmo pedaço daquea profunddademensa pare que é ane seus própros ohos recobera pelo rabaho do segune de modo que uma ercera pessoaparece proceder bem se escoher um ovo oca para sua enava de perfuração. Se agora aguém demonsra de maneraconvncene que por essa va drea não é dado acançar amea anpoda quem há de qerer connuar rabalhando nosvehos poços a não ser que enremenes se dê por sasfeoem enconrar pedras precosas ou em descobrr es da nau

reza? Por sso essng o mas honrado dos homens eórcosareveuse a decarar que he mporava mas a busca da verdade do que a verdade mesma com o que fcou descoberoo segredo fundamenal da cênca para espano sm paradesgoso dos censas. Agora juno a esse conhecmenosoado erguese por cero com excesso de honradez se nãode peulânca uma profunda representaão ilusória que veoao mundo pea prmera vez na pessoa de Sócraes aqueanabaáve fé de que o pensar peo fo conduor da causadade ange aé os absmos mas profundos do ser e que o

pensar esá em condções não só de conhecêlo mas ncusve de corrigilo Essa sublme usão meafsca é adada como nsno à cênca e a conduz sempre de novo a seus mes onde ea em de ransmuarse em arte que o objetivo propriamente visado por esse mecanismo

Ohemos agora sob o fana desse pensameno para Sócraes ele nos aparece como o prmero que pela mão dea nsno da cênca soube não só vver porém o queé muo mas morrer da a magem do Sócrates moribun-do, como o brasão do homem seno do emor à more peo

saber e peo ndamenar encmar a pora de enrada da cênca recordando a cada um a desnação desa ou seja a defazer aparecer a exsênca como compreensve e poranocomo jusfcada para o que sem dúvda se as fundamen

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açõe não baarem há ambém de ervr no fim de con-a o mito o qua acabo de degnar como a coneqüêncianeceára e mai ainda como o propóio da ciênca.

Quem e der cona com clarea de como depoi de Sócrae o miagogo da cênca uma ecoa de óofo ucede

a oura qua onda apó onda de como uma univeradadejamai preenida da avde de aber no mai remoo âmbiodo mundo civiado e enquano efeivo dever para cm odohomem aamene capacado conduiu a cência ao aomarde onde nunca mai dede enão ela pôde er neirameneafugenada de como aravé dea univeradade uma redeconjuna de penameno é eendida pela prmera ve o-bre o conjuno do globo erráqueo com va memo aoeabeecmeno de ei para odo um ema olar; quem i-ver udo o preene juno com a aombroamene aa

prâmde do aber hoderno não poderá deixar de enxergarem Sócrae um pono de inexão e um vérice da aim cha-mada hióra univera. Poi e e maginar que oda eaincacuáve oma de força dependda em favor dea en-dência munda foe aplicada não a erviço do conhecer po-rém para fn práico io é para objevo egoía do indvíduo e do povo enão é veroím que em ua gera de niquiameno e em conínua migraçõe de povoe houvee de al modo enfraquecido o praer ininivo devver que dado o coume do ucídio o ndivíduo eria a-

ve de enir o úimo reo do enmeno do dever quan-do como faem o habiane da iha Fdji erangulaecomo lho a eu pai e como amigo a eu amigo: um pe imio práco que poderia engendrar aé uma horrenda éi-ca do genocídio por compaxão o qua aá eá e ee-ve preene em odo lugar do mundo onde não urgiu a areem uma forma quaquer epeciamene como religião e cên-cia para ervir de remédo e defea conra ee bafo de pe-ência.

Em face dee pemmo práico é Sócrae o proópo

do omia eórco que na já ainaada fé na ecruabida-de da naurea da coia aribui ao aber e ao conhecimen-o a força de uma medicina univera e percebe no erro oma em i memo. Penerar nea raõe e eparar da apa

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rênca e do erro o verdadero conhecmeno o pareceue ao homem ocráco a ma nobre e memo a únca ocu-pação aue camene humana: a como aquele mecanmodo conceo juo e deduçõe fo coniderado dede Sócrae como a aivdade uprema e o admirável dom da na

urea uperor a oda a oura apdõe. Incluve o aomora mai ubme a emoçõe da compaxão do acrfíco do heroímo e aquela ranqüildade dalma ão dfclde alcançar que o grego apolneo chamava oroyne85 foram dervado por Sócrae e por eu equae mpaane aé oje da daéica do aber e coneqüenemene quafcado como ennáve Quem expermenou em própro o praer de um conhecmeno ocráco e percebe co-mo ee procura abarcar em crcuo cada ve mai argoo mundo nero do fenômeno não enrá da por dane

nenhum agulhão capa de inciáo à exência com maorímpeo do que o deejo de complear ea conqua e deecer a rede com rmea mpeneráve A alguém que eejacom a dpoção de epíro o Sócrae plaônco há deaparecer enão como mere de uma forma oalmene novada erenojovadade grega e fecdade de exir formaque procura decarregare em açõe e que vai enconrara decarga obreudo em nfluênca maêuica e educava obre joven nobre com o fo de produr fnamen-e o gênio

Agora porém a cênca eporeada por ua vgoroa luão corre indeenível aé o eu mie no qua naufra-ga eu oimmo ocuo na eência da lógca Poi a perfe-ria do círcuo da cênca pou nfino pono e enquanonão for pove prever de manera nenhuma como e poderá aguma ve medr compleamene o círculo o homem nobre e doado anda ane de chegar ao meo de ua exênca ropeça e de modo neváve em ai pono froneri-ço da perferia onde fixa o olhar no necarecível. Quan-do diva a para eu uo como nee lime a lógca

paa a grar em redor de i mema e acaba por morder a pró-pria cauda enão rrompe a nova forma de conhecimen-o o conhecimento trgico que memo para er apena u-porado preca da are como meo de proeção e remédo

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Se agora farmos com ohos foraecidos e nos gregos

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Se agora farmos, com ohos foraecidos e nos gregosreconforados as mais aas esferas desse mundo que nos ba-nha com suas ondas veremos ransmuarse em resignaãorágica e em necessdade de are a avde de insaciáve co-nhecmeno omisa que se apresena em Sócraes sob forma prooípica ao passo que em seus níves inferores essamesma avide em de manfesarse hos à are e abomnarno nmo, a are rágicodonsaca em paricuar como fcou exposo por exempo na ua movda peo socrasmoconra a ragédia esquana

E aqu com ânmo agado baemos à pora do presenee do furo: evará esa ransmuaão a conguraões sempre novas do gênio e precsamene do Sócrates musicante?Será que a rede da are esendida sobre a exsência quer sobo nome de reigão ou de ciênca há de s€r ecda cada vemas frme e decada ou esará desinada a rasgarse em far-

rapos sob a agaão e o orvenho barbaramene incansá-veis que agora se denominam o presene ? Preocupados mas não desconsoados permaneceremos de ado porum breve momeno, como os conempaivos a quem é per-mdo serem esemunhos desses embaes ransiões des-comunais Ah O sorégio dessas uas é que quem as ohaambém em de uáas

1 6 .

Por esse exempo hisórco aduido procuramos pôr a caro de que modo a ragéda assm como perece com o esva-necer do espíro da música só pode nascer desse espírounicamene Para abrandar o insóo dessa armaão e porouro ado aponar a fone origina de nossa cognião pre cisamos agora defronar, com vre ohar os fenômenos aná-ogos do presene; precisamos enrar no meio dessas uasque, como eu da há pouco são peejadas, nas mais aasesferas de nosso mundo aua, enre o nsaciáve conhecimeno omsa e a necessdade rágica da are Não vou consde-

rar aqui odos os ouros impusos adversos que rabahamconra a are e precisamene conra a ragéda e que ambém no presene se expandem de a manera seguros de suavória que das ares earais por exempo somene a farsa

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e o baé dão suas foradas ave nem para odos bem che-rosas com uma proferaão em cera medida uxuraneQuero faar apenas da oposião mais ilustre à consderaãorágica do mundo e com sso me refiro à ciênca omsaem sua essênca mais profunda com o seu progenor Sócra

es à esa. Será mser ambém, medaamene, menconarpeo nome os poderes que me parecem garanr um renasci-mento da tragédia e agumas ouras bemavenuradas esperanas para o ser aemão!

Anes de nos precpiarmos no meo desses combaes, en-vovamonos na couraa dos conhecimenos aé agora pornós conquisados Em oposão a odos aquees que se em-penham em dervar as ares de um prncpio únco omadocomo fone via necessára de oda obra de are deenho oohar naqueas duas divndades aríscas dos gregos Apoo

e Dioníso e reconheo nees os represenanes vvos e ev-denes de dois mundos arísicos diferenes em sua essênciamas funda e em suas meas mais aas. eo Apoo diane demm como o gênio ransgurador doprincipium individua-tionis, únco aravés do qua se pode acanar de verdade areenão na aparência, ao passo que sob o gro de úbiosico de Dionso, é rompdo o feio da indivduaão efca franqueado o caminho para as Mães do Ser para o cernemais ínimo das cosas. Essa mensa oposão que se abre abs-ma enre a are pásca, como are aponea e a música, co

mo are donisaca se ornou manfesa a apenas um dos gran-des pensadores na medda em que ee mesmo sem esse guado smbosmo dos deuses heênicos reconheceu à músicaum caráer e uma origem diversos dos de odas as ouras ar-es porque ea não é, como odas as demas refexo Abbildo fenômeno porém reexo medao da vonade mesma eporano, represena para tudo o que é fsico no mundo ometafsico e para odo o fenômeno a coisa em s Schopenhauer O mundo como vontade e representaão p )Sobre esse reconhecmeno o mais mporane de oda a es

éica, com o qua somene ea comea em um sendo maisséro Rchard Wagner para corroborarhe a eerna verda-de imprmiu o seu seo quando no Beethoven esabeece quea músca deve ser medda segundo prncpios eséicos com

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e diversa e esá igada a uma níida e complea deermina

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peamene diferenes dos de odas ares guraivas e desdelogo não segundo a caegoria da beea: ainda que uma es-éica errônea pela mão de uma are exaviada e degenerada86 enha se habiuado a exigir da música a parir daquee conceio de belea vigene no mundo figuraivo um efei

o parecido ao das obras da are figuraiva a saber a exciação do agrdo pelas belas formas Após omar conhecimenodessa enorme conraposição seni uma fore necessidade deme aproximar da essência da ragédia grega e com isso damais profnda revelação do gênio helênico pois só enão u-guei dominar a magia requerida para mais além da fraseolo-gia de nossa eséica usual poder coocarme de maneira viva e concrea o probema primordial da ragédia: com o queme foi dado lançar uma ohada ão esranhamene pecuiarno helênico que inha de me parecer como se a nossa ciên

cia clássicohelênica ão orgulhosa em seu comporamenono principal haa sabido apascenarse aé agora somene comjogos de sombras e com exerioridades

Poderamos ave ocar nesse problema primordia coma seguine perguna que efeio eséico surge quando aque-les poderes eséicos em si separados do apoíneo e do dionisíaco enram ado a lado em aividade Ou de uma formamais sucina como se compora a música para com a ima-gem e o conceio Schopenhauer em quem Richard Wag-ner enaece usamene por causa desse pono uma insu-

peráve carea e ransparência de exposição exprimese aesse respeio com a maior minúcia que vou reproduir aquiem oda a sua exensão O mundo como vontade e representaão, p. 309: Em conseqüência de udo iso podemosconsiderar o mundo fenomenal ou a naurea e a músicacomo duas expressões diversas da mesma coisa a qua é porisso a única mediadora da anaogia de ambas cujo conheci-meno é exigido a fim de se compreender a anaogia. A mú-sica é por conseguine quando encarada como expressãodo mundo uma linguagem universa no mais ao grau que

inclusive esá para a universalidade dos conceios mais oumenos como esses conceios esão para as coisas individuaisA sua universalidade não é de modo algum aquea universaidade vaia da absração mas de uma espécie compleamen

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e diversa e esá igada a uma níida e complea deermina-ção. Assemehase niso às guras geoméricas e aos número os uais enquano formas universais de odos os possív s obeos da experiência e a odos aplicáveis a priori nãosao apesar de udo absraos porém inuiivos e ineiramene

deerminados odas possíveis aspirações exciações e ex-erioriações da vonade odos aquees processos no inerior do ser humano que a raão aira no ampo conceio negaivo do senimeno podem ser expressos aravés de umnúmero infinio de meodias possíveis mas sempre na universaidade da mera forma sem a maéria sempre unicamenesegundo o em si e não segundo o fenômeno al como a al-ma mais ínima dese sem corpo A parir dessa reação ine-rior que a música maném com a verdadeira essência de odas as coisas explicase ambém que ao soar uma música ade

quada a quaquer cena ação ocorrência ambiene ea pareça descerrarnos o senido mais secreo deses e se apre-sene como o seu comenário mais uso e claro: do mesmomodo que aquee que se enrega por ineiro à impressão deuma sinfonia vê como se odos os possíveis sucessos da vidae do mundo já esivessem desando diane de si no enan-o quando reee não consegue indicar nenhuma semehan-ça enre aquee ogo sonoro e as coisas que he passaram pea fanasia. Pois a música como dissemos difere de odasas ouras ares peo fao de não ser reexo do fenômeno ou

mais correamene da adequada objeidade Objektitt7 dvonade porém refexo imediao da própria vonade e porano represena o meafísico para udo o que é físico nomundo a coisa em si mesma para odo fenômeno Poderse-ia em conseqüência chamar o mundo odo ano de músicacorporificada quano de vonade corporificada: daí ser ambém expicáve por que a música fa desacarse imediaa-mene com majorada significaividade oda pinura sim o-da cena da vida real e do mundo ano mais na verdadequano mais anáoga for a sua melodia ao espírio inerior

o fnômeno dado. Nisso repousa o fao de se poder soopor m1ca uma poesia como o cano ou uma represenaçãoa

como a panomima ou ambas as coisas como a ópe

ra a1s 1magens individuais da vida humana sooposas à

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F I E D I C N I E Z S C

linguagem universal da música nunca se lhe unem ou cor

N A S C I M E N D A A É D I A

Entendemos portanto segundo a doutrina de Schope

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linguagem universal da música, nunca se lhe unem ou correspondem com necessidade completa, mas mantêm comea apenas uma relação de um exemplo quaquer com umconceito universa eas representam na determinação da rea-lidade aquio que a música exprime na universalidade da

mera forma Pois as meodias são em certa medida, comoos conceitos universais uma abstração da realidade. Estaou sea o mundo das coisas indiviuais, de fato fornece ointuitivo, o particuar e o individual, o caso singuar querà universalidade dos conceitos quer à universaidade dasmeodias, embora as duas universaidades em certo aspectose contraponham uma à outra, uma vez que os conceitoscontêm tãosó as primeiríssimas formas abstraídas da intui-ção, como por assim dizer a casca externa tirada das coi-sas, sendo portanto, abstrações; a música, em contraparti-

da proporciona o núcleo mais íntimo que precede todaconfiguração ou sea, o coração das coisas Podese expres-sar muito bem essa reação na linguagem dos escoásticosao se dier os conceitos são os universalia post rem [universais posteriores à coisa a música porém dá os universalia ante rem universais antes da coisa e a reaidade dá osuniversalia in re universais na coisa. Todavia, que seapossve em gera uma relação entre uma composição musical e uma representação intuitiva, isto se baseia como foidito, no fato de ambas serem expressões, só que totamente

diversas da mesma essência interna do mundo. Ora quan-do no caso singuar ta reação se apresenta realmente istoé, quando o compositor soube enunciar na linguagem uni-versa da música os movimentos da vontade que constituemo âmago de um acontecimento então a melodia da canção,a melodia da ópera enchemse de expressão. A anaogia entre as duas coisas, descoberta pelo compositor, há de tersurgido no entanto, do conhecimento imediato da essência do mundo sem o conhecimento de sua razão e nãodeve ser como intencionadade consciente uma imitação

mediada por conceitos do contrário, a msica não expressa a essência interna, a vontade mesma mas apenas arremeda de maneira insuficiente o seu fenômeno como faz todamúsica propriamente imitativa.

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Entendemos portanto segundo a doutrina de Schopenhauer, a música como linguagem imediata da vontade e sen-timos à nossa fantasia incitada a enformar aquele mundo deespritos que nos faa mundo invisível e no entanto tão vi-vamente movimentado, e a noo corporificar em um exem-

po anáogo Por outro ado, imagem e conceito chegam sobo inuxo de uma música verda&iramente correspondente,a uma significatividade maorada Duas são as casses de efeitos que a música dionisíaca costuma por conseguinte, exercer sobre a faculdade artstica apolínea a música estimula àintrovisão similorme da universaidade dionisaca e deixaentão que a imagem similiforme emera com suprema siniicatividade Desses fatos, em si compreensíveis e de modoagum inacessveis a qualquer observação mais profnda, de-duzo eu a capacidade da música para dar nascimento ao mi

to isto é, o exemplo significativo e precisamente o mito tráico o mito que fala em símiles acerca do conhecimento dionisíaco Com base no fenômeno do poeta rico, expiqueicomo nee a música se esforça em conseqüência disso pormanifestar em imagens apoíneas a sua essência própria: sepensarmos agora que a música em sua suprema intensificação tem de procurar atingir também uma suprema aguração,devemos considerar como algo possvel que ela saiba en-contrar outrossim a expressão simbólica para a sua autênticasabedoria dionisíaca e onde mais haveremos de buscar tal

expressão senão na tragédia e, em gera no conceito do tráico?Da essência da arte, tal como ea é concebida comumen-

te segundo a exclusiva categoria da aparência e da belezanão é possve derivar de maneira aguma, honestamente, otrágico somente a partir do esprito da música é que com-preendemos a alegria pelo aniquiamento do indivíduo Poissó nos exemplos individuais de ta aniquiamento é que ficacaro para nós o eterno fenômeno da arte dionisaca, a quaeva à expressão a vontade em sua onipotência por ass

dizer por trás do principium individuationis a vida eternapara aém de toda a aparência e apesar de todo o aniquilamento. A alegria metafísica com o trágico é uma transposi-ção da sabedoria dionisíaca instintivamente inconsciente para

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R I E D R I N I E T Z S E

eta jutamente nea upefcalae A pntua onoa

N A S I M E N T D A T R A É D I A

tao o egatao o ma pnta onoa Paa a pme

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j p pé potanto em too o ento o neo a foa caoa e mto a eaea múca po e nteméo a apanca e fa ana ma pobe o que é enqanto ataéa múca onaca a apanca ngula e enqece e e

alaga em magen o mno Conttu uma ganoa -tóa o epíto nãoonaco qano ele no eenol-mento o noo tambo tancou a múca e pópae a eu à conão e ecaa a apanca Eupeqe em m nexo upeo ee e enomnao uma natea nteamente nãomucal é exatamente po ee mot-o um aepto apaxonao a noa múca tâmbca e coma pogalae e um laápo empega toa o eu tqe e efeto e manemo

Po outo lao emo em atae a foa ee ep

to nãooníaco go conta o mto e oltamo noo olhae paa a pealnca a epesenaão de caacees e o efnamento pcoógco na tagéa a pat e Só-fe O caáte não e exaá ma ampla até o tpo eteno enão que ao contáo ataé e mate atfca eombeamento ataé a fnma etemnaão e toaa lnha atuaá nalmente e moo que o epectao já não nta e foma agma o mto ma m a poeoaeae a natuea e a foa ntnta o atta ambémaq pecebemo o tnfo a apanca obe o neal e

o pae no pepaao ngula quae anatômco epamojá o a e um muno teóco paa o qual o conhecmentocentífco ale ma o que a eebeaão atítca e umaega o mno O momnto na nha o caactetcoaana com ape : enquanto Sófoce ana pnta caactee nteo e atela o mto ao j go e e eenolmentoenao Epe já não pnta ma o que gane taooao e caáte que abem extenae em paxõe ee-mente na noa coméa átca há apena mácaa com umasó expão elho leano fe enganao ecao

atuto ncanaelmente epeto. One fo paa agoa oepíto fomao e mto qe é o a múca? O que agoa _ana eta a múca é ou múca e exctaão o e ecoaão qe e ou um etmlante paa neo embo

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tao o egatao o ma pnta onoa Paa a pmea mal mpota ana o texto bacente: já em Eípequano eu heó ou coo comeam a canta a coa eanam em efeta eoem até one e teá chegao come nolente ceoe?

Ma é no desfecho o noo ama que e eela mantamente o noo epíto nãoonaco Na tagéa an-tga faae ent no fm o conolo metafíco em o qualnão há como expca e moo algum o pae pela tagé-a tale eja em Édipo em Colono one eoa e maneama pua o ono econclao e um outo mno Agoa que o gno a múca fugu a tagéa a tagéa etáno ento ma etto mota: po e one e poeá agoata aquele conoo metafíco? Pocuoe po o uma oluão teena paa a onânca tágca o heó epo e

batante matao pelo etno colha uma bem meeca ecompena em um magnfco caamento em algma homenagen na. O heó e tonaa um gaao a quemapó te o batate maltatao e eta cobeto e femento ea ocaonalmente oaa a beae O deus ex machina tomou o ga o econfoto metafco Não qeoe que a coneaão tágca o mno tenha o etía em toa pate e po competo pelo acoante epíto nãooníaco: abemo apena que pecou fug a a-te paa efugae po am e no mno ínfeo nma

egeneaão em cto eceto Ma obe a egão ma ex-tena a upefce o e helnco aaa o opo eata-o aquele epto qe e á a conhece nea foma a eenooaae gega a qal já e falou ante como a eum enl e mpoto pae na extnca ea eenojoaae é o opoto a eplna ngenuae o heleno antgo que e ee concebe eguno a caacteítcaaa como a o a bota e um ombo abmo a cltaapolínea como o tunfo obo pea ontae helnca ata-é e eu epelhamento a beea obe o ofmeto e a

abeoa o ofmento A foma ma nobe aquela otafoma a "eenojoalae helnca a aexanna é a e-enojoalae o homem eóico ela exbe o memo gno caactetco qe acabo e ea o epto o não

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F R I E D R I C H N I E Z C H E

ores do reciaivo acrediavam anes, ees próprios e comees os seus conemporâneos que aravés daquee silo

C M E N D R É D

co em ameaçadora e espanosa eigência que, em face dos d d d

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ees os seus conemporâneos, que aravés daquee silorappresenaivo ficava desvendado o segredo da música an-iga, único meio a parir do qua se podia epicar o enormeefeio de um Orfeu, de um Anfíon92 e incusive da ragédiagrega O novo esio foi considerado como o ressurgimenoda mais efica das músicas, a grega aniga: sim, dada a concepção gera, e ineiramene popuar, do mundo homéricocomo mundo primordial, era miser enregarse ao sonhode se haver baiado ao começo paradisíaco da humanidade,onde necessariamene a música ambém devia er ido aque-a insuperáve purea, poder e inocência, de que os poeassabiam faar de maneira ão ocane em suas comédias paso-rais. Vemos aí, em seu mais ínimo devir, esse gênero arísi-co de fao propriamene moderno, a ópera uma poderosanecessidade conquisa para si, à força, uma are, porém esaé uma necessidade ineséica: a nosagia do idíio, a crençaem uma eisência arquiprimiiva do homem arísico e bomO reciaivo foi omado como a inguagem redescobera da-quee homem primevo a ópera, como a erra reenconradadaquee ser idíico ou heroicamene bom, que segue ao mes-mo empo, em odas as suas ações, um impuso arísico naura, que, em udo quano em a dier, cana ao menos umpouco, para, de prono, à mais igeira eciação afeiva, can-ar a pena vo. Para nós, agora, é indiferene que os huma-nisas de enão, com essa recriada imagem do arisa parsíaco, combaessem a veha idéia ecesiásica a respeio deum homem em si corrompido e perdido de modo que sedeveria enender a ópera como o dogma de oposição do ho-mem bom, dogma com que se achou, porém ao mesmo em-po, um meio de consoação conra aquee pessimismo a queeram mais foremene araídos, dada a horrenda inseguran-ça de odas as circunsâncias, precisamene os espírios sé-rios daquee empo Basaos haver reconhecido que o fascí-nio efeivo e com ee a gênese dessa nova forma de are re-

sidem na saisfação de uma necessidade oamene ineséi-ca, na gorificação oimisa do ser humano em si, na concep-ção do homem primiivo como o homem bom e arísico pornaurea esse princípio da ópera se ransformou pouco a pou

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movimenos sociaisas do presene, não podemos mais deiar de ouvir O " homem bom primiivo quer seus direiosque perspecivas paradisíacas!

Apnho a is so mais uma confirmação, iguamene cara

de meu pono de visa, de que a ópera esá consruída sobreos mesmos princípios que a nossa cuura aeandrina A ópera é o fruo do homem eórico, do eigo críico, não do arisa: um dos faos mais esranhos na hisória de odas as aresEnender acima de udo a paavra foi uma eigência dos ouvines propriamene amusicais: ano assim que só se poderia esperar um renascimeno da are dos sons se se descobrisse um modo de canar em que a paavra do eo domi-nasse o conrapono como o senhor domina o servo Poisas paavra são ão mais nobres do que o acompanhane sis

ema harmônico quao a ama é mais nobre do que o corpo. Com a eiga cruea amusica desse pono de visa raouse , nos inícios da ópera, a união enre música, imagem e pa-avra no senido dessa eséica, chegouse ambém nos cír-cuos arisocráicos de Forença, por meio dos poeas e can-ores aí parocinados, aos primeiros eperimenos. O homemarisicamene impoene produ para si uma espécie de ar-e, precisamene peo fao de ser em si um homem inarísi-co. Por não pressenir a profundea dionisíaca da música,ra}sforma fruição musica em reórica ineecua de paa

vras e sons da paião no silo rappresenaivo e em voúpiadas ares do cano por não ser capa de conempar nenhu-ma visão obriga o maquinisa e o cenógrafo a se porem aseu serviço; por não saber apreender a verdadeira essênciado arisa, conjura diane de si, a seu goso, o homem arísico primiivo , iso é, o homem que, em paião, cana e diversos. Ee sonha a si mesmo numa época em que a paiãobasa para produir canos e poemas como se o afeo ives-se sido capa de criar ago arísico O pressuposo da óperaé uma fasa crenç acerca do processo arsico, a saber, a

crença idíica de que, a bem dier, odo homem sensiivo éum arisa No senido dessa crença, a ópera é a epressãodo aicado na are, que dia as suas eis com o oimismo sere-nojovia do homem eórico.

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R I E R C H N E S C

ve e nós a sensaão de que o nasceno de ua ea ágca vesse sgnfcado paa o espo aleão apenas u e

N A S C I M E N A T R A I A

po, degenea da as pegosa foa o uzo soe o valodos gegos paa a culua a expessão de ua copadecda

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ca vesse sgnfcado paa o espo aleão apenas u eono a ele eso, u eavenuado eeconase a S

pópo, depos que po longo epo enoes dees oqusadoes vndos de foa hava eduzdo a :cav1dao

de sua foa o que vva e desapaada aae da foa Agoa po , após o egesso à fone pea d� seuse pôde ele ousa apesenase, desedo e

l

e, ane

de odos os povos se a andadea de ua vzaao o-ânca conano que saa apende feene de u po-vo do qual o sples fao de pode apende á é po s uagande glóa e ua aa dsnão, dos gegos E, desses su-peos eses e que oeno pecsaaos as do quagoa, quando nos é dado asss ao renascmento da trageda e esaos e pego de não sae ne de onde ela ve

ne de pode explcanos aonde ela que ?

0

Conva que algua vez se pesasse, dane dos olhos deu uz nsuonável e que epo e e que hoens o espo aleão se esfoou as vgoosaene po apendedos gegos e se ados co confana que esse louvonco devea se audo à nolssa lua de oehe,Schlle e Wnckelann pela culua havea eo?do ca

so

que acescena que desde aquele epo e depos ds -luêncas edaas daquela lua, onouse cada vez as fa-ca de anea ncopeensvel a aspaão de chega pou�a esa va à culua e aos gegos Paa não pecsaosduvda neaene do espo aleão, não deveaos exa da a conclusão de que e algu pono capal a-pouco aqueles luadoes consegua penea no âago dose heênco ne esaelece ua duadoua unão aoosaene a culua aleã e a helênca? Tano é ass que alve u econheceno nconscene dessa fala ea susc

ado aé e nauezas as séas a puslâne dvdade sae se elas após as pedecessoes chegaa as longe do que eses no efedo canho da culua e se chega-a ealene à ea Desae veos, desde aquele e

[ 2 0)

dos gegos paa a culua a expessão de ua copadecdasupeodade azse ouv nos as dvesos acapaenosdo espo e do nãoespo e ouas paes ua eócaoalene nefcaz nca co a haona gega a e

leza gega , a seenoovaldade gega . E pecsaene noscculos cua dgndade podea conss e a água sedescanso do leo do o gego paa a salvaão da culua ale-ã, no cculo dos pofessoes das nsuões supeoes daculua, é onde elho se apendeu a aease ápda e co-odaene co os gegos ndose não ao aé ua ennca céca dos deas helêncos e aé ua coplea nvesãodo vedadeo popóso de odos os esudos soe a Angüdade Que naqueles cculos não se exauu po co-pleo no a de se u evso confável de velhos exos ou

u coscopsa hsóconaual da lnguage ese alvezpocue apopase hsocaene ao lado de ouas An-güdades, aé da Angüdade gega as sepe segundo o éodo e o os aes de supeodade de nossa aualhsoogaa cula Se, po consegune a auênca foa edu-cava das nsuões supeoes de ensno nunca fo, a edze as axa e dél do que no pesene se o "onalsa o escavo de papel do da, levou de vencda, e udoo que se efee à culua, o pofesso de ensno supeo, ea ese lo não esa senão a eaofose anas vezes á

expeenada de agoa ovenase aé confoeo eslo do onalsa co a leve elegânca dessa esfeaqual aposa seenooval e cula co que penosa peuaão seelhanes hoens culos de u al pesene deveão a esse fenôeno a essueão do espo donsaco e o enasceno da agéda que só se podea copeende po analoga, a pa do fundaeno as pofundo do aé aqu ncopeenddo gêno helênco? Não há ne-nhu ouo peodo asco e que a ass chaada cul-tua e a genuna ae enha sdo ão alheadas e ão dsan-

cadas, ua e elaão à oua, coo o que veos co osnossos pópos olhos no pesene Enendeos po que uaculua ão aquca odea a vedadea ae pos ee quese dê aavés dela o seu ocaso Mas seá que oda ua espé

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F R D R C H N I T Z S C H

cançam pr este caminh sequer s pórtics A cntrárihei de me dirigir tãsó àqueles que diretamente aparenta

N A S C M N T D A T R A D A

está mar E lá nde jugávams ns extinguir sem alen-t em mei a um espasmódic estirarse de tds s senti

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ds cm a música têm nea a mesm temp seu regaçmatern e se vinculam às cisas quase unicamente atravésde reações musicais incnscientes. A esses músics autêntics endereç a pergunta se pdem imaginar um hmem que

seja capaz de aperceber terceir at de Tristão e !soldasem auxíi da palavra e da imagem apenas cm um pr-digis mviment sinfônic e que sb um espasmódicdesdbrar de tdas as asas da ama nã venha a expirar? Umhmem que cm aqui neste cas haja pr assim dizer apli-cad uvid a ventrícu cardíac da vntade universaque sinta cm furis desej da existência se derrama apartir daí em tdas as veias d mund cm trrente atradra u cm mansíssim arri em gtas puverizad talhmem nã se destrçará de repente? Deveria ee suprtaruvir n miseráve invólucr vítre d indivídu human ec de inumeráveis grits de prazer e dr d "vas t espa-ç da nite d mund97 sem refugiarse incntivementediante dessa ciranda pastra da metasica em sua pátria primigênia? Mas se ta bra apesar de tud pde ser apercebi-da cm um td sem negaçã da existência individua sesemelhante criaçã pde ser criada sem destrçar se u cria-dr de nde irems bter a suçã de uma tal cntradiçã?

Aqui se inltram entre a nssa mais alta excitaçã musical e aquea música mit trágic e herói trágic n fun-d apenas cm símies ds fats mais universais de que sóa múica pde faar pr via direta. m símie p rém ape-nas mit se nss md de sentir fsse de seres puramente dinisíacs permaneceria a nss ad despercebid e ineficaz e nã ns desviaria pr um instante sequer deprestarms uvid a ec das universalia ante rem univer-sais anterires à cisa Aqui n entant irrmpe a frça apo-línea dirigida à restauraçã d indivídu quase despedaça-d cm básam terapêutic de um delicis engan desúbit crems enxergar unicamente Tristã que imóvel e su-fcad se pergunta: A veha meldia pr que ea me desperta? 98 O que antes ns parecia um c suspr d cen-tr d ser agra quer ns dizer apenas quã erm e vazi

( 2 6]

L

ments e hae muit pu a amaans a esta existência agra uvims e vems tãsmente herói ferid demrte que tdavia nã mrre cm seus grits desesperads: "Ansiar Ansiar! N mrrer ansiar/ a nã mrrer de ansiedade 99 E se antes júbil da trmpa após ta desme-dida e ta excess de vrazes trments ns partiu craçã agra entre nós e esse "júbil em si está rejubilante Kurwenal a bradar para barc que traz sda Pr maisvienta que seja a cmpaixã que ns invade em certsentid n entant cmpadecerse ante sfriment pri-mrdial d mund cm imagem similifrme ns salva dacntemplaçã imediata da suprema idéia d univers assim cm pensament e a palavra ns salvam da efusãirrepresada d querer incnsciente Graças a essa espêndi-da iusã aplínea se ns aigura cm se própri reinds sns viesse a nss craçã qua um mund plásticcm se também nele smente destin de Tristã e slda feit a mais delicada e expressiva matéria fsse cunhad e enfrmad

Assim aplíne ns arranca d universaidade dinsíacae ns encanta para s indivídus: neles encadeia nss sen-timent de cmpaixã através dees satisfaz nss sensde beleza sedent de grandes e subimes frmas faz desfilarante nós imagens de vida e ns incita a apreender cm pen-sament cerne vital neas cntid m a frça descmu-na da imagem d cnceit d ensinament étic da excitaçã simpática aplíne arrasta hmem para fra de suaautaniquiaçã rgiástica e engana passand pr sbrea universaidade da crrência dinisíaca a fim de levál àiusã de que ele vê uma única imagem d mund pr exem-pl Tristão e !solda e que atravs da música apenas háde vêla melhr e mais intimamente O que nã cnseguiráa magia teapêutica de Apl se até dentr de nós pde suscitar a iusã de que efetivamente dinisíac a serviç daplíne é capaz de intensificar s efeits deste de que amúsica mesm essencialmente é arte de representaçã para um cnteúd aplíne?

[ 2 )

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R E D R I C N I E T Z S C E

a dua divindade Dioníio fala a linguagem de Apolo maApolo ao fim faa a inguagem de Dionio com o que fica

N A S C I M E N T D A T R A D A

to que hão de atingir o herói e no entanto preente neleum prazer uperior muito mai preponderante Ele enxerga

i i f did d d

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acançada a meta uprema da tragédia e da arte em gera

2 2 .

Que o amigo atento se represente, segundo as suas expe-

riências, o efeito de uma verdadeira  tragédia musica, pura 

e sem imisção. Penso ter descrito de tal forma o fenômeno 

[Phnomen] deste efeito, por ambos os ados, que esse ami

go saberá agora explicarse as suas próprias experiências. Ee

há  de lembrarse, efetivamente, de  que, à  vista do  mito

movendose à sua frente, sentiase elevado a uma espécie de

onisciência, como se agora a força visiva de seus olhos  não

fosse meramente uma força superficial, porém capaz de pe-

netrar no  interior, e como s e,  agora, as ebulições da vonta

de, a luta dos motivos e a corrente engrossante das paixões 

ele as enxergasse diante de s i, com a auda da música,  tangi-

vemente visíveis, por  assim  dizer, qual uma profusão de  li-

nhas e figuras vivamente moidas, e com isso pudesse mer

guhar até os mais deicados mistérios das emoções incons

cientes Enquanto  se faz  assim consciente  de que seus im

pusos  dirigidos à  visibiidade  e à transfiguração s ofrem su-

ma intensificação, sente todavia com igual precisão que essa

longa seqüência de efeitos  artísticos  apoíneos não  engen-

drou, apesar de tudo, aquela ditosa persistência em uma con-

tempação isenta de vontade, que o criador plástico e o poe-

ta épico, isto é , os artistas genuinamente apolneos , nele sus

citam por meio de suas obras de arte:  quer dizer, a justifica

ção do mundo da individuatio acançada naquela contem-

plação, j usticação que constitui o cimo e a suma da arte apo

ínea. Ee  contempa o  mundo transfgurado  da  cena e, no 

entanto, o nega Ee vê diante de si, com nitidez e beleza épi-

cas,  o  herói trágico e, no entanto, aegrase com o  seu ani

\ quiamento. Ee  compreende até o mais íntimo a ocorrência 

da cena e, no entanto, refugiase de bom grado no incom-

preensível.  Ee sente que as ações do herói são  justificadas

e, no  entanto, sentese ainda mais enaltecido  quando essas

ações destroem o seu autor. Ele estremece ante os sofrimen

3 0 )

mai e com mai profundidade do que nunca e no entantodeeja etar cego. De onde havemo de derivar ete milagro-o autodedobramento eta quebra do aguilhão apolneo enão da magia dionisíc, que excitando aparentemente aomáximo a emoçõe apolínea é capaz não obtante de obri-gar ea uperabundância da força aponea a ficar a eu er-viço. O mio rágico ó deve er entendido como uma afigu-ração da abedoria dioniaca atravé de meio artítico apo-líneo ele eva o mundo da aparência ao imite em que etee nega a i memo e procura refugiare de novo no regaçoda verdadeira e nica realidade onde então como oda parece entoar aim o eu canto de cine metafico

N orrene ruene

Do mr do deleieNo sonido rmneDs onds olorossNo odo fejneDo leno do universoAfogrse fundrseInconsciene supremo przer10

É aim que no repreentamo atendono à experiência do ouvinte verdadeiramente etético o próprio artitatrágico tal como ele qual uma exuberante divindade da individuio, cria a ua figura entido em que ma e poderia conceber a ua obra como imitação da natureza tacomo depoi porém o eu imeno impuo dioniíaco engole todo ee mundo da aparência para deixar preentirpor trá dele e atravé de ua detruição uma uperna aegria artítica primordia no eio do Unoprimordia Por certo o noo eteta nada têm a no informar acerca deeretorno à pátria primigênia da aiança fraterna da dua dei-dade artítica da tragédia nem da excitação tanto apolnea

quanto dioniíaca do ouvinte ao pao que não e canamde caracterizar como propriamente trágica a luta do heróicom o detino o triunfo da ordem mora do mundo ou umadecarga do afeto efetuada atravé da tragédia ea infati

[ ]

F R E D R I C H N E Z S C H E

gabiidade faz pensar que eles não são em absouto homens

esteticamente excitáveis e que ao ouvir a tragédia, devam

ser considerados talvez apenas coo seres morais Nunca

O N A S C M E N T O D A R A G É D A

Assim, com o renascimento da tragédia voltou a nascertambém o ouvinte estético, em cujo lugar costumava sentarse

té or l d t tro m str ho idp o o [ üi

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ser considerados talvez apenas coo seres morais Nuncadesde Aristóteles foi dada a propósito do efeito trágico,

uma explicação da qua se pudessem inferir estados artísti-

cos uma atividade estética do ouvinte. Ora são a compai-

xão e o medo que devem ser impelidos por sérias ocorrên-cias a uma descarga aliviadora, ora devemos sentirnos exa

tados e entusiasmados com a vitória dos bons e nobres prin

cípios com o sacrifício do herói no sentido de uma consi

deração moral do mundo e com a mesma certeza com que

acredito ser para um número incontáve de indivíduos, pre-

cisamente esse, e somente esse o efeito da tragédia com

a mesma careza se deduz daí que todos eles junto comos estetas que os interpretam, nada aprenderam da tragédia

como suprema arte. Aquela descarga patoógica a kathar-

sis de Aristóteles, que os lóogos não sabem se devem computar entre os fenômenos médicos ou morais embra um

notável pressentimento de Goethe "Se um vivo interes

se patoógico disse ee jamais consegui tampouco tratar

de uma situação trágica, preferindo por isso evitáa a irprocurála .

Não terá sido talvez uma das vantagens dos

Antigos, que entre eles, o mais ato grau do patético tam-

bém fosse apenas um jogo estético enquanto entre nós,

a verdade natural precisa cooperar a fim de produzir uma

tal obra? A esta última pergunta tão profunda competenos

agora após nossas magníficas experiências, dar ma respostaafirmativa depois que, precisamente na tragédia musicalvivenciamos com estupor quão efetivamente o cimo do pa-

tético pode ser tãosó um jogo estético: razão pea qual nos

é dado crer que unicamente agora o protofenômeno do trá

gico pode ser descrito com agum êxito. Quem ainda ago

ra, só pode faar daquees efeitos substitutivos procedentes

de uma esfera extraestética e não se sente eevado por sobre o processo patológicomoral a esse só resta desesperarde sua própria natureza estética contra o que lhe reco

mendamos como inocente sucedâneo a interpretação deShakespeare maneira de Gervinus e o diligente rastreio

da "justiça poética

[ 1 3 2 ]

até agora na ala de teatro, um estranho quidproquo [qüiproquó] com pretensões meio morais e meio doutas o "crí

tico' ' . Em sua esfera, tudo era até aqui artiicial e estava ape

nas caiado com uma aparência de vida O artista desempe

nhante já não sabia de fato por onde começar com um ouvinte assim que se dava ares de crítico e por isso espreitava

inquieto, junto com o dramaturgo e o compositor de ópera

seus inspiradores os últimos restos de vida desse ser preten-

siosamente árido e incapaz de gozar Mas é dessa espéci de

críticos que se compunha até agora o púbico; o estudan

te, o escoar e até a mais inofensiva criatura feminina esta-

vam já sem o saber preparados pela educação e peos jornais para uma igual percepção de uma obra de arte As natu

rezas mais nobres dentre os artistas contavam dado um tal

púbico, com a excitação de forças religiosomorais e o cha-

mado à "ordem moral do mundo apresentavase vicariamente á onde, na reaidade, um poderoso feitiço devia etasiar

o autêntico ouvinte. Ou então uma tendência grandiosa ou

ao menos excitante da atualidade política ou social era exposta tão claramente peo dramaturgo, que o ouvinte podia

esquecer a sua exaustão crítica e entregarse a afetos pareci-

dos como em momentos patrióticos ou guerreiros, ou pe-

rante a tribuna de oradores do Paramento ou na condena

ção do crime e do vício: esse estranhamento dos propósitos

artísticos genuínos tinha de conduzir cá e á diretamente a

um cuto da tendência. Todavia aqui sobreveio o que desdesempre sobrevinha em todas as artes artificiaizadas, uma de-

pravação impetuosamente rápida dessas tendências, de mo-

do que por exempo, a tendência a empregar o teatro como

uma instituição para a formação moral do povo que no tem

po de Schiller foi tomada a sério102 já é contada entre as in-

críveis antigüidades de uma cultura superada Enquanto a crítica chegava ao domínio no teatro e no concerto, o jornalis-

ta na escola, a imprensa na sociedade a arte degenerava a

ponto de tornarse um objeto de entretenimento da mais bai-

xa espécie, e a crítica estética era utilizada como meio de aglu

tinação de uma sociabiidade vaidosa dissipada, egoísta e,

[ 3 3]

F R E D R C N E T Z S C E

ademas , mseravelmente despda de orgnadade, cujo sen

tdo nos é dado a entender por aquela paráboa schopenhaue-

h 103 d manera que em nenhum

I N A S C E N T D A T R A D A

ca, não pode dspensar o milagre Mas o provável é que, emuma prova severa, quase todo mundo snase tão decompos-to peo espíro hsórcocríco de nossa cutura que a exs

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rana dos  porcosespnhos; 1 03  de manera  que  em  nenhum 

outro  tempo  se  agarelou  tanto  sobre are  e  se  considerou 

tão pouco a arte. Podese, enreano, anda er trato com uma 

pessoa capaz de  conversar sobre Beehoven e Shakespeare? 

Que cada um responda à perguna segundo o seu próprio sen-

timento: em  odo  caso  demonsrará  com  a  resposa o  que 

ele imagna sob o nome de  "cultur,  pressupondose que 

tene de algum modo responder à perguna e não permane

ça emudecdo de  espanto

Em contrapartda, aguém doado pela natureza de quali

dades mais nobres e delicadas, mesmo que se tenha conver-

do paulanamene , da maneira descrita,  em bárbaro cr-

co, podera falar do efeo tão nesperado quano toamene 

ncompreensível que sobre ee haja exercdo, por exemplo, 

uma represenação bemsucedda de Lohegrin: só que alvez 

he tenha faado alguma mão que, adverndo e inerprean

do, o agarrasse, de tal maneira que ambém aquele senmento 

nconcebivemene muforme e absoluamente incompará-

ve que enão o sacudu permaneceu solado e,  como um as-

ro enigmátco, após haver brhado brevemene, apagouse 

Fo enão que ele pressenu o  que  o  ouvne  esético  é

2 3 .

Quem quera, com odo o rgor, pôrse a si mesmo prova, a fm de saber o quanto é aparenado ao verdadero ou-vne estéco ou se perence comunidade dos homens so-crátcocrícos, deve apenas perguntarse snceramene quao senimeno com que recebe o mlare represenado na ce-na se por acaso sene nsso ofendido o seu senido hisór-co, orientado para a causaidade psicológca rigorosa, ou secom uma benevoene concessão, por assm falar, adme omlagre como um fenômeno compreensível para a nfânca,

as que se tornou para ele estranho, ou se expermena a-guma oura coisa Nisso, com efeo, poderá medr até ondeesá em geral capacado a compreender o mto a magemconcenrada do mundo, a qua, como abrevaura da aparên

3 4 ]

to peo espíro hsórcocríco de nossa cutura, que a exsênca do mio outrora se nos torne críve somene por vadoua, através de absraçes mediadoras. Sem o mto, porém,toda cultura perde sua força natura sadia e criadora: só um

horizone cercado de mos encerra em unidade odo um movmento cutural Todas as forças da fanasia e do sonho apo-neo são salvas de seu vaguear ao éu somente peo mitoAs magens do mo êm que ser os onpresenes e desaper-cebdos guardes demoníacos, sob cuja custódia cresce a alma jovem e com cujos sgnos o homem dá a s mesmo umainterpretação de sua vda e de suas utas e nem sequer o Es-tado conhece uma le não escrta mas poderosa do que ofundameno mítico, que he garante a conexão com a religão, o seu crescer a parr de representaçes mcas

oloquese agora ao lado desse homem abstrato, guadosem mios, a educação abstraa, os costumes abstratos, o di-reo absrato, o Estado absrato represenese o vaguear desregrado, não refreado por nenhum mio navo, da fanasiaarstca imaginese uma culura que não possua nenhumasede originára, fxa e sagrada, senão que eseja condenadaa esgoar odas as possbldades e a nurrse pobremene deodas as cuuras esse é o presene , como resulado da-quee socrasmo drigdo anquiação do mo. E agora ohomem sem mo enconrase eternamene famélco, sob o-dos os passados e, cavoucando e revolvendo, procura raí-zes, anda que precse escaváas nas mas remotas Antigü-dades. Para o que apona a enorme necessdade hstórica dainsasfeia cutura moderna, o coeconar ao nosso redor deum semnúmero de outras culturas, o consumdor desejo deconhecer, senão para a perda do mito, para a perda da páramíca, do seio materno míco? A gente se pergunta se a febr e tão sinstra agação dessa cuura é algo mas do queo agarrar ansoso e o esgaravaar do esfomeado, caa de comda e quem desejaria dar ainda alguma cosa a semehanecuura, que não consegue sacarse com udo quanto engoe e a cuj o contao o mas vgoroso e saudáve almento cos-uma ransformarse em Hsória e rítica?

3 5 ]

F R I E D R I C H I E Z S C H E

Cumprra deeperar também dlramente de ner alemã e ete á etee, de igual maneira, tã indiluelmente enredad m a ua utura m unifad

A S C I M E D A T R A É D I A

tranfrmaçã d aráter d p greg e que n ndaa uma éra reexã bre quã neeára e etretamenteentelaçad etã em eu fundament a arte e p

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luelmente enredad m a ua utura, m unifad, m pdem berar, para n epant, na iadarança 10 e que ntituu durante lng temp a grandeantagem da rança e a aua prmrdia de ua extrardinária prepnderâia, ju tamente aquela undade de p e ultura deera brigarn ta d a uar a fedadede que ea na ultura tã prblemáta nada tenha emmum até agra m nbre erne de n aráter de p Tda a na eperança tendem, ante heia de anei quea perepçã de que, b eta inquieta ida e epam utura a mereme nulamente para imae para bax ja uma frça antqüíima magnífia nterrmente adia a qua em dúda ó em mment exepina e agta aguma e m êna, e depi ta aentregare a nh, epera de um futur depertar: emeu ral reu pea prmera e a melda d futur damúa alemã. Tã prnd aj e inpiad tã tranbrdantemente bm e deliad u ee ra de Luterm primer hamar dnía que a aprxmarea prmaera, irrmpe de uma epea mta A ele repndeu em e de mpetiçã aquee rte feti, ene  nt exuberante de entuata dniía a quem deeAo a múa alemã e a qua deerem o enacimentodo mito alemão

Eu e que tenh de ndur agra amg que me ampanha m nteree a um ít eminente de nideraçõelitária nde ntará apena m agun pu mpanher, e para anmá grthe que deem n ater firmemente a n lumn guia greg Dele tmam pr emprétm até agra para a purifiaçã de n nheiment etét aquea dua imagen de deue,da quai ada uma rege pr um rein etéti eparade aera de uj ntat e ntenfiaçã eípr hega

m a ter uma idéa graça tragéda grega Era frç que a deta n pareee riginad pr uma diiaçãntáel d di impul artít primrdiai rrêniam a qual etaa em nnâna uma degeneraçã e uma

[ 1 3 6

entelaçad etã em eu fundament a arte e p, mt e tume a tragéda e Etad Aquele a datragéda era a mem temp a d mit Até entã greg e haam entid nluntaramente brigad a ligar de prnt a eu mt tud que era pr ele enad im a mpreendêl mente atraé dea inulaçã:m que também preente ma próxm haa de e heapreentar dede g ub pecie aeteni [b apet d

eterno] e,  em  erto  sentido omo ntemporal. Nesse umedo ntemporal merguharam, porém tanto o  Estado  omoa arte, para nee enontrar  repouso  do eso  e da avdez doinstante   E um povo omo de resto  também um homem vale presamente tanto  quanto  é apaz de imprmir emsuas vvênas o seo do eterno pos om sso fa omo quedesmundanzado e mostra a sua onvção íntima e nonsiente aera da reativdade do tempo e do sgnfado verdadero, isto é metafísio da vida O ontáo dsso aontee quando um povo omeça a oneberse  de  um  modohistório e a demoir à sua volta os  baluartes mítios: om o que se liga omumente uma deidda mundanização uma ruptura om a metafísia inonsente de sua existêna anterior em todas as onseqüênias é tias. A arte grega e em especal a tragéda grega sustaram acma de tudo,  a aniqulação do mto era preiso  aniqulálas  também om e

le para  que, berto  do  solo natvo, se pudesse vver sem freiosna vastdão do pensamento do costume e da ação. Aina agora aquele  mpulso metafíso procura crar para s  uma forma, conquanto  enfraquecda, de  transfiguração em  um  so-cratismo da cênca que compee a viver: mas nos níveis mas 

baxos  esse mesmo  impuso conduz  somente a uma busca febri que se perdeu pouco a pouco em um pandemôno de mitos e  superstições recohidos  em  toda a parte: em  cujomeio não obstante, sentou o heeno, com um coraão insa-tisfeto , até que soube, como graeculo

s,m

ascarar essa febrecom a serenoovialdade grega e com a levandade grega ouentorpecerse  inteiramente em alguma  lôbrega superstçãoorenta. 

[ 3

R I D R I C H N I T Z S C H

Dede edepeta da antüdade aeandnmanan éu apó um ln enteat df de deeeapmamn da manea ma npua dee etad

N S C I M N T D T R D I

2 4

Ente efet att peulae da aéda mual

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p pNa alua a mema upeabundante âna de abe a mema naada feldade de deb ea enme mundanzaçã e a eu ad um apátda aamundea um ád

empuae jun a mea ahea um f endeuament d peene u afaament bu e adad tud subspecie saeculi b apet d éu] d emp de aa etztzeit] 1 nma emelhane que dã a adnhauma fala equaente n açã dea utua u ea a anqulaçã d mt Nã paee pe anpanta m duadu um mt etane em fe nuaemenem ee tanpante a pópa áe: a qua é aluma ezquçá batante fte e ã paa ea m uma uta teelee elemen eanh ma que em eal tem de n

ume dent e afad u em epamóda pfeaçã Tem em ã ande nta núle pu e d e aemã que n aeem a epea peamene deeea epulã 9  elemen etanh mplantad à fça econid ramoooí l que ep alemã ene a mem enenzad Aluém pnaá taez que ee ept dee enea eu mbate m a epuã d eemenmân paa tant ele pdea enhee uma pepaaçã e um emul eten na tunfane baua e na lóaanena da úma uea 6 pém a needade ntma

ee eá de buála na emuaçã de empe e dn d n eel paadn nea taeóa de ute tant m de n ande ata e peta Ma que nã eanuna que pa taa emehane lua em eu deue d la em a ua páa mta em uma etuçã detda a a aemã! E e alemã lha hetante à uaa em bua de um ua que enduza de n à páta há mut pedda uj amnh e enda anda ma nhee que apena atene ud a hamad deamene edut d páa dna que be ele e bau

ça e que ndahe amnh paa á 1

[ 38

p tem de eala uma ilusão apnea ataé da qual deem e a de uma unfaçã medata m a múadnaa enquant a na etaçã mua pude de

aeae em um teen aplne e em um mund ntemedá ua a nealad N aedáam hae bead m jutamene p me dea deaa aquelemund neméd da na na e em ea dama e tnaa de dent paa fa e e mpeenelem um au nanel em qualque ua ate apnea detal md que aqu nde p am dze ea ate ea aladae alteada pe ept da ma f pe enhee aupema nenfaçã de ua fça e p neunte naquea alança faena de Ap e Dn m d p

pót at que apne que dnaÉ e que eatamente na lumnaçã nena pea mú

a a lumna maem aplnea nã aançaa efe peua d au ma fa da ate aplnea; que eposu a peda amada neuem faze fça h ntemplante a eneae àquee tanqül deee n mund daindiiduatio, nã ea dad an aqu a depet deuma aumaçã e de uma laeza upee. Mam dama e penetam m ha pefuante em eu mmen

tad mund nten d m e n entan n enam m e un a nó paae unamente uma maem mfme u entd ma pfund am quaeadnha e que deejáam pua qua uma na paada p á dea a ptmaem A lama ntdez damaem nã n bataa p eta paea tant eela am enbl e enquant m a ua eeaçã mlfme ea paea nda a aa éu a deeamen dfund me peamente aquea anumna nbldade mannha ua e h enfetçad c mpe

da de penea ma fund.Quem nã tenha enad u ea te de ha ea mem emp aém d ha dfmente manaáquã ntd e a ubtem ad a ad ee d p

[ 3 9

F R I E D R I C H N I E Z S C H E

e e ã lad a lad, end na ndeaçã d mág a pa qe epeade edadeamene eé hã de me nma qe, ene e pelae

N A S M N D A R A G É D I A

em ma de mpaxã de n mal Qem peendee, daa, de ee ág namene dea ne ma, m ea na edade me na eéa há m

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hã de me nma qe, ene e pelaeda agéda, qe há de ma náel é ea peença Baaane ee enômen, d epead eé a m pe análg n aa ág, e eeá enendd a gênee d mito trágico. Ele mpaha m a eea da ae apínea ne pae na apaêna e na ã e maneamene nega a pae e ene m pae anda ma a nanqamen d mnd da apaêna íel O neúdd m ág é em pme lga, m anemen ép, m a gaçã d heó lad de nde, pém, dea ee aç, em engmá de qe e n dend heó a ma dla peaçõe, a ma anenadçõe d m, em ma a exemplaçã daqea abeda de Slen expe em em eé, e e deamôn eam em ã nnáe ma, mana pedeçã, epeenad empe de n e peamene na dade ma ça e en de m p e n d nã e peebee m pae pe?

a de qe na da a e paem ealmene demanea ã ága ea qe men expaa a gêneede ma ma aía e, a né a ae nã apena maçã da ealdade naa ma peamene m pemen meaí dea ealdade naa lada n dea am de peáa O m ág na medda em qe peenede algm md à ae, ambém papa penamene d nen meaí de angaçã neene à ae m al qe é, pém, qe ee anga qand apeena mnd apaenal b a magem d heó ed? Men d qed a ealdade dee mnd enmena p n dVede Vede bem Ea é a da Ee é pne deóg de a exêna

E é ea da qe m maa, paa m angáa dane de nó? Ma e nã é am em qe ede pae eé m qe aem dela ane nó ambémaqela magen? E pegn pel pae eé e e m bem qe ma dea magen pdem aém d mapd de e em qand m deee ma p exemp

1 40 ]

lt

e ma, m ea na edade me na eéa há memp, nã pdeá e qe haa e m alg pela ae a qa, em e dmín, dee ane de d exg pea aa aaa m ág pme eam é amene de pa pae a ele pea na eea eeamene pa, em qaqe nã n een da mpaxã d med, d mamene bme Cm é qe ee deamôn, é, neúd d m ág, pdema m pae eé?

q e a aga neeá, m ma ada aemeda,aa paa den de ma meaía da ae emand a mnha ppçã ane, de qe a exêna e mnd apaeem ad mene m enômen eé neeend peamene m ág n dee nene deqe mem e e deamôn ã m g aí qea nade, na peene plende de e pae ga ngpópa Dl m é de e apeende ee enômen pmda da ae dníaa ó p m amnh de nae nglamene negíe e é medaamene apad nmaalh gnad da dissonância musical d memmd qe mene a múa ada n a mnd pde da ma nçã d qe e há de enende p açãd mnd m enômen eé. O pae qe m

ág gea em ma páa dêna à enaçã paea dadnâna na múa. O dnía, m e pae pmda peebd nle na d é a ma mm da múa e d m ág.

Nã e eá enemene aad eenalmene ee dí pbema d ee ág pel a de haem ed à ada da eaçã mal da dnâna? aga enendem qe gna na agéda qee a mem

emp lha e deeae paa m além d lha eadqe n ane à dnâna empegada aamene peaíam aaea exaamene am, é, qe qeem e deeam a mem emp m além d

[ 4 ]

F R I D R I C H N I E T Z S C H E

ou sse aspa ao fto o bate e asas o aeo o máxmo prazer ate a realae caamete peceba lembramque em ambs os estaos os cumpe ecohece um feô-

O N A S C I M E N O D A T R A G É D I A

Meus amos ós que acetas a msca osaca sabes também o que a taéa sfca para ós Nela temosrasco a sca o to táco e ee ees tuo

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meo osaco que toa a os reea sempe e oo oco costur e escostru o muo ua comoeo e um aqupraze e maea pareca à comparaão

que é efetuaa po Herácto o Obscuo ete a foa pasma-oa o ueso e uma caa que brcao asseta peas aqu e a e costró motes e aea e ota a eubálos

Para apecar potato coretamete a aptão osa-ca e um poo eemos pesar ão só a msca mas tam-bém com ual ecessae o mto táco esse poocomo o seuo testemuho aquela aptão Pos aoaao o estetssmo paetesco ete msca e mto cabecojetua a mesma maea que a eeeraão e epa-aão e uma há e esta laa à atofa o outro embora

e outa pate o fraqueameto o mto eha a expessase o efaquecmeto a capacae osaca A espetoe ambos ua sta 'olhs sobe o eseolmeto ose alemão ão eea porém os exa em a: aópea como o caráte abstrato e ossa exstêca sem mtos em uma arte ecaa em mea esão como em umaa uaa pelo coceto se os eseaá aquela atuezao otmsmo socátco tão artstco quato coroeo aa Paa o osso cosolo cotuo haa cos e queão obstate o esprto aemão tato a sua esplêa sa

e pofuae e fora osaca qual um caalero postao em soo epousaa e sohaa em um absmo aces-sel absmo e oe se elea até ós a caão osacapaa os a a etee que também aora esse caaleroalemão aa soha o seu atqüssmo mto osaco emsões austeras e beatfcas. Que uém cea que o esp to alemão haja pero para sempe a sua pátra mtca posto que cotua compreeeo com tata caeza as ozesos pássaos que falam aquela páta Um a ele se ecotará esperto com too o fesco mata e um soho

meso etão matá o raão aqulará os pérfos aõese acoaá Bruhla e em mesmo a aa e Wotapoerá barar o seu camho!108

4 ]

esperar e esquece o mas oooso! O ma oloroso po-rém é para ós toos a loa ae em que o ê-o aemão estrahao e sua casa e e sua pátra eu

a sero e pérfos aões Vós compeees essas paa-as assm como compeees também ao fal mhasesperaas

2 5 .

Msca e mto táco são e ua maea expressão aaptão osaca e um poo e sepaáes uma o outoAmbos proceem e um omo artstco stuao paa aémo apoeo; ambos trasfuam uma eão em cujos pa-

zeteros acores se peem ecataoramete tato a s-soâca como a maem tere o muo ambos joamcom o espho o espaze cofao em suas ates má-cas obremaera poeosas ambos ustfcam com tal jooa própa exstêca o "po os muos Aqu o osa-co meo com o apoeo se mosta como a potêca a-tstca etea e oáa que chama à exstêca em ea omuo too a apaêca o ceto o qua se faz ecessá-a uma oa usão trasuaora paa mater rme em ao âmo a uaão Se puéssemos maar uma e-caraão a ssoâca e que outa cosa é o homem? tal ssoâca precsaa a fm e poe er e umalusão mafca que cobsse com um éu e beleza a suapópa essêca s o eraero eso atstco e Apo-o sob o seu ome eumos toas aqueas umeáes u-sões a bea apaêca que a caa state toam e aummoo a exstêca a e ser a e mpeem a e omometo seute

No etato aquele fuameto e toa exstêca osubstato osaco o muo só é ao peetra a cos-cêca o uo humao exatamete aquele tato quepoe ser e oo subuao pea fora tasfuaoa apoea e ta moo que esses os mpusos atstcos são obr

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F R E R I C H N I E T Z S C H E

(36) neiste em portgês ma forma sa qe rada penamene oSeiende aemão o o ein ingês eria preciso recorrer a sendo partcpo presente do verbo, para maner a implicação dinmica do conceo qecaria enfraqecido com o emprego da forma do nfinito verba ser dada

N A S C I M E N T A T R A É I A

( 48) Msic o e poea rico, nascido em Lesbo s, provavelmene na primeira meade do sco vn aC tendo vivido em Esparta tradição e consigna o acrscimo de rês cordas ira de qaro cordas enão em so e a

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q p ga sa carga sbstantivante ssim opo-se, como o menor dos maes, pearanscrição de Seiende por esente'

( 3) N o teto, o emprego de Relia e não de Wikickei remete

disinção entre readade gera e efetivdade particlar(38) Obra pntada por Rafae enre 15 e 1 520, sendo hoje pare do acervo da Pnacoteca do Vaticano

(39) É impossvel ranspor com eatidão Scein e Wiedescein, qe naverdade significam briho aparência e rebrilo-aparência

(40) nscrições do tempo de polo, e m Defos tendo sido a primeraatrbda peos antgos a algns dos ete ábios

(41 ) Famoso poeta do sclo VI a. C , provavemene qe escreve eegias sátiras odes e epigramas endo ntroddo o rmetro mbico e o ermetro trocaco Fiho de ma escrava parece qe nasce em Paros, sendo forçado, pea etrema pobrea em qe vvia, a emgrar para asos, ondeeria sdo sodado mercenário e tera morrido nma batalha entre pários e

náios De sa mestra cona-se qe apaonado pela ila de Licambes Neoble, e endo sido repelido pelo pa da moça vingo-se com esrofes ãosaricas qe pa e ilha se enforcaram Em odo caso, no poco qe resade ses ersos áros ceebram Neobe .

( 42) pesar de estar marcado peo so corrente com o sendo de apreciador de reqintes artsticos de pardário da arte pela arte o de degstador refnado das coisas, estea , qe a forma dicionariada, ambm significa ctor e esdioso da esica, acepção em qe a palavra aq empregada, em lgar d esteticista qe algns crtcos êm preferido

(43) Pastier li escltor Prefer-se dar m neo mais ampo, o deartsa plásico nesta e notras passagens onde o vocábo aparece paranão limitar a referência, o qe aliás se coadna por certo, com as sgesões

da própra palavra alemã no coneto de idias desenvolvido por Nietschee assim decodificado por város radtores e inrpretes(44) Parece necessário para manter claro o sentido dar ma forma ao

caráter do e, q e e só tornaria impreciso, e por isso opo-se por e dade sem dvida estranho

(45) Embora menos tiiado, seio em porgês ambm apresenta a signiicação dos termos correspondentes em alemão nglês e francês (Su

ek suec sue) o qe jstfica o se so neste caso onde se rata de configrar m seioobjeo

(46) Cabe reportar-se rai grega da palavra sof, qe qer dier vol vi êni evolo o oro enener-se inerpreoproposta

(4) ntologia do cancioneiro popar germnco ediada em três volmes por rnim von rnim (181-183) e se cnhado Clemens rentano(1 8 842), qe eerce profnda nência de forma e conedo na lricado romantismo alemão

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g qnvenção dos modos beócio e eólico na msica, bem como a composçãode inmeros nomos, canos lricos dos qais sbsistem agns fragmenos

(49) ea semilendáro de orgem frgia, qe teria vivdo antes da Gerra

de róia e sera discpo de Marsias sendo-he atribdas a introdção dogênero enarmônco na Grca e ma prodção potica de qe consavameegias inos e canções

(50) Vale observar qe Netsche entende e desgna nesa obra a cse

grega por Enldun descarga(51) O coro deve ser consderado como m dos aores e Poic,

XVll 1456a(52) Com se irmão Fredrich chege (12-1829), gs-Wilem

(6-1845) foi m dos principais promoores do movimento romntico aemão sendo partcarmene conhecido por sas magistrais radções deakespeare e pela importncia de sas conribições crticas e eóricas comrespeio esttca do romantismo em co mbito figram as Volesunen

üe dmisce Kuns und Lieu (Preeções sobre arte dramáica e iteratra) de onde procede a menção feia por Niesce.

(53) Ninfas do mar flhas de Oceano, de qem receberam o nome eda desa tis. Na peça de sqio Pomeeu coendo elas compõemo coro qe diaoga o empo todo com o protagonista

(54) Membro do coro no eatro grego.(55 ) Essa palavra sada aqi com o dplo neo de ago ao mesmo tem

po açado e sperado, sentdo qe a torno tão til para a diatica egelianae qe em portgês só restitdo em parte pelo termo sspenso

(56) O teatro grego parece ter sido concebido originamente para a apresentação de coros ditirmbicos em onra de Dionsio O se centro era aokes (gar de dançar), m espaço circlar no meio do qa se ergia

o ymele o altar do des Em volta de mais da metade da okes formando ma espcie de ferradra ficava o êon (lgar de ver) propramente dito, constitdo de arqibancadas circlares, geralmene escavadasna encosa de ma colina trás da okes e defronte da adêncaencontravase a skene, a princpio ma estrtra de madeira ma facadacom três poras atravs das qais, qando o drama se desenvove a partirdo coro diirmbico, os atores entravam em cena ( Te Oxfod compnion

o cssicl lieue e Te Oxfod compnion o e ee)

(5) Há m evidente ogo no teto entre Zuscue e Scue raãopea qal se elege tradi-los respectivamente por espectador e vedorqe de m modo aproimativo sgerem a reação

(58) Nietsche, ao tiliarse da palavra üeseen tem em vista tanto o

ver de cima ver o conjnto i nspecionar, qano o ver o passar por ato,omitir qe o ermo inglês oveook recompõe Por isso, não se aplicado aocaso verbos como spervisionar circnver o sobrancear recorresea esse bizarro sobrever qe parece ao menos conotar os neos implicados

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F R I E D R I C H N I E T Z C H E

(59) Paa a mehor compreenão dea paagem devee er em meneque ação eá gncando dr, na acepção gega

(60) st, de Goehe vero 505507(6 ) Copo de leão e ace humana Ma n a verdade a enge na repre

N A S C I M N D A T R A D I A

e dee comedógrao omando perto de 5500 vero de derente exto endo que omente O discó e aproxma da ínegra Tbe Oxjrd c

pi t cssic itertre e The Oxrd cpi t the thetre

(7) Epíteto peoratvo com que o romano degnavam o grego em

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( ) p g penaçõe grega era trorme, po apreentava aa também

(62) Mêmnon, gua da mtologa grega ho de tanu e de Eo (uora) menconado por Homero na Odissi e por outro auoe antgo e

gundo certa radção, uma etátua cooa ergda peo de eba celebrando na realdade o aaó menotep m da xvm dnaa era a repreentaçãode Mêmnon e o om mucal que e aa ouv ao amanecer junto etátua ante de ela e parcalmente detruída por um eremoto, era tdo como a audação do ho ua mãe, urora

(63) Goehe rete, veo 5157(64) No penameno de Netche o modo de ve o "arano e o emí

tco rá evolur e erá ma pobematado(65) Nome dado a uma eáua dentcada plo grego com tena e

pelo romano com Mnerva que repreenava a magem auêntca de Palae que dotada de vtude mágca garantra a egurança da cdade que a guardae e a cultuae.

(66) Goethe Fst, veo 39823985(67 Goethe Fst, veo 409()Fl de eu e Peréne equartejado e devrado pelo ã ma

cuo coação, alvo por tena e levado a eu que o engou deu ogemao novo Donío agreu, ho de emee vnculação dea lenda ao mtéro óco e ua teologa parece ndubável e nela também e ncrevem elemento da orgem dee deu, po agreu que der povelmente em ráco ou rgo "deeto em pedaço

(69) ncado no mtéo donaco(70) evolução do gênero cômco, ente o gego é dvdda, em er

mo da produção dramatúrgca em tê ae conecutva a abe a Comé

da ntga cuo nome exponenca é o de rtóane (448-380 a C a Coméda ntemedáa, repreentada po níane e léx, e a Coméda Nova Ea começou a prevalece por volta de 336 a C eu traço caracteríco encontram- na epreentação da vda contemporânea por meo de peoa magnáa dea extraída no deenvovmeno do enredo e da peonagen, na ubttução do lance de epíto peo humor e na ntrodução emátca do amor romântco emelha-e tragéda de Eurípde (o Í, porexemplo) ma do que coméda de óane Do coro ó ea um bando de múco e dançarno cuja apreentaçõe ponuam o nervao dapeça Coméda Nova é de ato um pogentor óbvo do dama modernoMa o e padrão mora é urpreendentemee ax Flemn e Menandro oram o prncpa poeta da Coméda Nova. O prmero (c. 366-263 aC)

naceu em oo na Clíca ma veo jovem para tena lguma de uapeça, da qua nenhuma e peervou oram utada por Plauto Menandro (c 342-292 a.C) tornou-e o ma amoo autor da Coméda NovaEcreveu ma de cem peça ubtem apena ragmento maoe ou mn

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( ) p p q g g ggeal e em parcuar a peronagen pouco dgna e erv que aparecamem certa peça.

(72) De um epgrama do jovem Goethe ntuado Greschrt(Epáo

(73) Durante a ua etada na táa Goethe começou a ecever ea ragéda da qua retam agun ragmento

(74) Plaão Í, 535(75) "Deu tado pela máquna Expreão nacda do emprego no

teatro greco-latno, de um mecanmo para ae baxar do eo da skee umator a encarnar um deu que nervnha na ação para provocar o deenaceEmbora e petenda que Équlo o tena nventado o Euípde quem recorreu ao artco, na maoa de ua peça a m de amarar o enredo oudeembaraçar o protagonta de alguma dcudade de outo modo nuperável, o que á ucta em ócate uma aluão rônca ao "aedore detragéda que no cao embaraçoo, procuram um ecuo na máqunade eao e tam o eu deue do a (Cráti, 425d)

(76) Ns, "noe "neecto epíro, que engenda o er e organa o mundo endo caua prmea e prncípo odenado da coa quena ua dvedade e mudança nã aam de agegado de pequenmapartcula mare egundo a expcação de naxágoa de Claomene,penador grego do éculo a. C e com ale e naxímene terceo nomeda looa da naturea do íco de Mleo

(77) Ea gua endáa que nada tem a ver com o eu homônmo tórco tera do re do edônda na áca e era mpeddo a paagem deDonío (to é, eu cuto) peregundo a bacane e o áto que acompanhavam o deu endo do por o como punção dvna evado a mataro própro lho e a mulare, para ao m, e morto por eu pópro údo

(78) Fst, "Coo do epírto, vero 1607-1 61 1 (79 Chrtan Füctegot Gellet (175-769), poeta, abulta comedógrao e romancta da uração alemã de cuja endênca entmena oum do expoene Uma de ua oba ma dundda o a coletânea deFe d rzge Fábula e conto) de onde povêm o vero cado no exto

(80) Do grego kyiks, de kyô, "cão Ecoa loóca undada porum dcípulo de ócrate ntítene (437-3 70 a C) . É pro vável que a denomnação de cnco e deva em partcular, a Dógene cuja alcunha mbém era "o C ão Como ee amentavam tota depreo pela convençõeoca pelo ben maera e pea páca cuua ua críca rdcal à vda em ocedade e ua pegação de um ndvdualmo anárquco em ace

de tudo e de todo eam centrada na vrtude e na ntegdade peoa, tda como únco valore, e tornarame amoo na ngüdade obetudopela orma co_mo a exteroravam ou eja pela longa barba, aparêncaua e demaeada aação públca da necedade íca e ncvdade d

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 ZSH

Pe b de ezche O nascno a agac cd eçã d qe fze ee d qe e e e he E e de cee e , fg d dçã eác e d ê

c cíc ã ce de ge e ee e e ebdde de Se e eg e zõe d, deã e e geeád e qe e ccã e qe eçã c eeã e d óf c debe de d e ófc e c ce d e e e c cíc d cedde e c bc de ede e d eêc.

Ee de feze e ed ã e de dc, b de e P e fcde e de eá çã ge de ã qe,eeded e g de d d ce d eí ee, dc fde cdde h ec d saaí ce qe ó fç c d ezçã eb deáe e ceçã, ej fe d ec, c f de eêc c e gd díee ed

ez í ej íe ec qe, eb eeced e eíc ccd e ed e, qe e b ee e de ece d íg eã, c f deeeã be dfeee d qe eg ee e de e

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F R D R C N E T Z C E

ra púba O nascimento da tragédia nã perdeu a uaapadade de fanar leramene hmem d ul m a múa que em d nd de um er ulrarmânma que lhe fala d pel fund arquep e nr de

N C M N T D R D

ra de ua nerpreaçã da ragda grega abre pr eu nermd epaç da neraçã nrea enre el e nel e reabeee a nel da uura de n emp a needade de ndá m experêna nã apena

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ma que lhe fala d pel fund arquep e nr deua êna Na erdade prpõeehe ma uma enarnaçã de Dn depedaçad na radane unfaçã fr

mal de Ap Cm a ua apene e blna a Neheranfrma à ua eera na magnaçã d ler perfaçõe gna em penamen . Deuaã d epr rág ele fa reer na ua pêna ranfguraa Mree reurreçã nã apena m eaçã óga de umaGra paada u m exalaçã muóga de uma Alemanha ura Traae efeamene de rempanar uma undade ma refea em que hmem reurgra m brade are da da É pre de uperaçã de um genrm dgmá d prnp da raã que b pr d

daimon rá e enfa exlu er human n fenmena degand de ua relaçã m eu ur er da prfundea de ua naurea É lar que em O nasci-mento da tragédia que eá anda em ea b ee ângu a própra eêna meafa e hpenhauerana danade Ma á a ambm e em em núe a deagraçãdea eêna a ua rehumanaçã na dramadade rága da exêna

Nã haerá exager ae em penar que ex deNehe reaa uma erdadera raduçã ranraa dan

d à abraçã epeulaa d pre da nade e da repreenaçã aen da arnaçã pa E ea guraçãpr er nã meramene erára end mdada breud pela dnâma de ua da Cm a ua maga ex da anáe deae e pe d end ranferd de uma ã meafa para uma nrã anrpóga em que uma ea anuada pea ura A preença deamba enrean paa a er a d nerr d er human rnae anrpênra que nu uma dandçõe neeára para a açã efea de Dn e Ap

l e para a rrêna d efe rágr ur lad mprane nea Anschauung que

Nehe ndepndenemene da nuaçõe fauahó

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p a eedade de dá experê a ã ape aneeua prm m êna enel para um rea nhemen d human E que ura a paaram a pr

urar lg dep a anrpga a panále e a areparuarmene ear?

Nã para ar m mple epeadr que Nehe a enare n anfear da tragédia grega Nã que esetculo m a nã edua nem lhe aprae. Ma end de eu har nã e ega unamene n gda ueã de epód e ndene que frma m enred e narraçã a uperfe aparena da enenaçã dra

máa. Tampu a mera ã d m rág he baaA ua mra eá am Bua dare em reresentação argna e nu d fenômen rág. r mem nã e afa m a nempaçã paa e ulga ndpenáel deer à orkhestra para negrar r nár Tena er a que ee ê durane a ua auaçã ruae ênrauar na medda em que apra dernr emua prmanfeaçã própr er daqu que e fa ã que e dexa er.

Remeend eu pn de a à undade de ã queera aneedd à dã d edr em ar e epeadrNehe reê m lhar nerrad n rane d enuaa ar r drâmb d ár repreenaçã da prma mudã rúa d elebrane dna n êxae da repreenfaçã d deu O epeáu p que e apreena nea fae d urgmen da ragda an a fane quan a parpane d ermna em readade na ma nã nreude maera Émaera * A ena rága rera anda à expreã e à eluçã ral preae na erdade n pal nerr da

( * ) ha ndl Nietzche: vie et penée ol Pa Galmard 198; t 2 38

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F R E D R H N E Z S H E

dêci Imersã s prfudezs d exisêci pr ém diusóri d cidi e rz ds rcs sm d sfrime e d dr uiersis fei figur de su ecrãDiísi dicerd e rescid reese cm imgem d

N A S M E N D A T R A É D I A

iiciões secres s Tirs ierm sem dúid idéide sscir muidã d miséris ceebrds à uz ddi. As Diísis ppures frmrm seu úce. O crdiirâmbic subsiuiu scerdóci pr dr p frê

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gm m d imgem ds creus. Cm um d ees seem e vêem Exum es rsisã ue s ue

mesm uerer d id miséri de su eer rei-êci A exã dess idêci cmum em de se exeririzr E jrr cm câic Hi ue é mbém zd grup su cmuidde espiriu e sci firmã de um de cei e cgurã de um imgiári especíc cuj pêci crii ssume frm de ummesm diidde ue experiêci de su epifi ide-ifc cmuhã ds eusiss

Ms em mei à embriguez cr okhesta iezs-che cme isumbrr um imgem skene ue e

deerse pr um ise em cempã. Segud m-me d deserse d er rágic represeã pr hr d iósf ee se csubsci meriizãd deus em figur ecrd Eideemee guém cmieã préi u ã ssume ppe Quer dizer rcm surge em ce Iss ere ã sigific ue seu iesime sej is cm um desempeh de re. Ee é Diísi e ã um máscr A fuã riu ci-u dmie Trse mis um ez de prduzir cmiêci d uigr imgem mísic d deus. É ue

s creus fzem su exã sbreud íric e cmees ssembéi ds ceebres. Diísi ã esá pc ms esp re de su memrfse

ã é precis subihr imprâci d rsfrmãem erms eris O fr ue eri cduzid prcess cm O nascimento da tagdia sugere ser i d cjug-ã ere s diirmbs eds primii cu ppur e s riuis secres cessíeis pes iicids supõese.Os efeis empregds pes fcies ds miséris eeusis pr impressir e persudir s eós csiuirim

primeir us deiberd de meis cêics rm s scerdes ue ierm er cm um iiciã. rrmper cedee ue scerdóci duiri pr esss

1 5 8

diirâmbic subsiuiu scerdóci pr dr p frêmi diisíc isísr ecrju Téspis •

Ap cme pis efrmr s priões de Diísi pc d Are Drmáic. Aid ue úic cgurrse deus despedd é precismee ess uidde e esuperps submeid um cize herificdr A diid-de permece cm bje ds câics e ds ds rgiásics de seus crees. Ms mesm emp mi de supixã e ressurreiã é rrd em frm persizd pe- r ue icrpr Cm um pathos ue prece cmuicr um z id ds erhs de um mud suberrâe s drm de seu desi e muidã embeeci-

d e cm s hs fis íd i iérpree ue eehbi É primeir mdgem d herói rágic.A bj eiã d máscr diisíc is esp ri

u re d er. Efeimee é prir de e cm seu e ue se imm s pesonae heróics d mi rágic es Zgreu dicerd refgurse cm em seus res. Esá isurd pis pricípi muipicdr d persgem drmáic De ur d pr fr d mesm efeiisiuse cm mis iidez ih diisóri ere plc e péi ue cduz eusis e recduz iezsche u

gr de especdr thêaton pr ssisirem à rereseã d hypocites em seu disfrce cm dup espeácu d rgédi em pr iss ere se desfz cm ceebrã reigis. Es permece puse em-ã e imgiã d eusisespecdr e r ue gr prém cmem er seu seri s criões d pedrmurg e de seu pder de diersificr s heróis simbóics . Assim rágic i se cered em rgédi e espíri d músic percuid s fibrs mis recôdis dtauespiel d deushmem rsfigurse pásic erd idiiduã represei.

* ) 9

[ 5 9

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F R I D R I C N S C

cm hs wgeris fits em Ésqui esprit d músic represetã d drm Desde lg pel própri isd su busc priiegi, ccurs diisc góriprmetic d ã trsgressr e d scrigi redetr,

N S C N D R D I

ss ósf pti, cd ez mis ete d ce ritu e cd ez mis crtic d ritul d ce, trgdi ddecdêci d frm trágic tetr d Hde

O primeir t desse drm que d perd de c

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que ã impede de distiguir, seu d, góri edipi d st pssiidde e d recmpes metfsic Esse

rechecimet txti pesr ds resers que lhe sus cit tl espcie de trágic de sese cteã ple esttur d herói que su isã prjet turez d iãque su experiêci esej e qulidde d discurs quesu diltic prme. De utr prte, tmpuc deix decsiderr em Sófces mestri que rgiz perãdrmátic Ele exmi em seus pricipis elemets e prcedimets pd reder quse tud que poética ferece à áise d trgdi e reprt cerc d Edipo. Ms ele fz eu md cm um efque bem diers d ristt

ic prqut cstrut frm ã he iteress cmt ms smete cm mediã pr essêci d trágic.A su questã está em discerir t de e em que medids fuões e s prtes d dr dã ugr e zã uxd diisc D, cm efeit deri pdrã pe qul pe sfci ã recebe lure máxim, pesr de iclud câe d gêer. Ess exempr esmbldurpíe só mgistr pr Nietzsche prque el se express um sábi cmpsiã etre s pssibiliddes d represetã exter e d pesi trágic, e s ecessi

ddes pusiis d iteriridde e d experiêci mstic que tigirim um limite máxim de exteririzãe tetrizã cmpteis cm esprit d trgdi De ft que em gr à ce cm irtude iiguld trgedigrfi greg csciete rte de psmr iisel ise music pástic, ptic cêic drmátic tetrl em igurões idiiduizds e meds cm persges de deseh iteirmete esttic e, ett, d e pusã id essecilmete mtic. O própri cr se fz prsona Su z ditirâmbic itegrse

diág ds itercuões drmátics E mistri d deus gr reeã d ptic d rtist O cic de mturã d frm d trgdi está cclud e iicise pr

[ 62

p q peúd diisc e d eerã d trgdi cm gêer,��serlse qud seu espectdr pss deprrse c

sig própri pc.Vid pr ssistir mis um es petácul ds metmrf

ses de Zgreu segud esprit d músic cr de susicões, eis que pr seu espt e grd, em ez ddii máscr d mit su fce re de hmem cmumse lhe preset tl qul cm máscr de si mesm E quemis itrig erse tã à tde ppe Nem precedisfrce de tr. É cm se desde sempre tiesse desempehd Nuc imgir que pudesse flr cm tt desembr e prpriedde Os rgumets e md de presetás ã perdem em iteligêci e sutiez pr s melhres rdres d ssembli em pr s mis rguts sists d ágr Alm de tud sã pesds cm ele pese sã dits cm ele diz Ist , perderm quee tm tisste de rácul e quele frr irrci de desri Suz deixu de ser uicmete d pixã ceg s isests peripcis d herói Trrmse rzáeis. Agr cdizem cm mud de td di em que ee, cm restte d púbic seu ld, ie. A su imitã pc erddeir e, ett tetr de erdde el primeir ez, setese represetd drm átic Orgulhse desu figur e de su ciddi tetr O utr d pe , semdúid, um tet sem pr Nigum t etã, agon,fr cpz de um tl br Que sej ccedid Eurpides cr d triuf de Ésquil e Sófces

N tetr de Eurpides, Nietsche idetific pt deifexã d prcess que cduziu eszimet d trgdi greg e det d Cmdi N. Muit embrcsige um trdi rrepedimet gêi cridr de Asbacants tribuilhe em fce ds drmtizões tids cms mis expressis d trgicism helêic pe mes qutr pecds cpitis: pic desmiticd, relism mimtic scrtism crtic e timism cietifist Neles se

[ 6 3

R E D R C N E Z S C E

cnuam a uçõe que Eupide dá ua pepexida-de de damatug diante d teat de Équi e Sófce ea epta que encnta paa a ua pegunta de penad n debate de idéia de eu temp Vae die ptant

T N A S C M E N D A R A D A

peua intei. i que ainda haia etad d fundtágic na mã de Eupide efumae cm eu epgn

A aaiaçã nietcheana dee p ce nã fge muit'

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que cntituem fate macante de uma na tendên-cia nã ó da ate teata cm da pópia cutua gegaCm a ua inteençã a u de n ctic a paixãdiniaca é exciada de ua epeentaçã e ne ita daut ditiâmbic deixa de atea Dup daimon tem eta pe-açã: peta é aqui pta de i mem de ua ppenõe attica cu apinim adica e iad de uacntapatida diniaca ecuae inndabiidade e a h tágic n dama muica em nme de uma etética iuminita; e a mem temp faa p ua bca ióf a-cinaita que egta n cnceit e na ógica cnheciment

e a edade d e. Eupide e Sócate ã pi na pepectia de O nascimento da tradia dua face da memamácaa que é n entant pimdiamente a d SfitaÉ ee que demôni diaétic de uma aã ctica e ape-enta n aeópag cm demiug de uma na cnciência etibada na ciência e n pde d inteect; é ee queem nme de ua ue epudia cm abud ntim dexitente eu caáte iuói e apaente; é ee que a p iutad de uma cutua uma ate e uma ma tta-mente ditinta • pecipita gêni tágic da Gécia e a e

peentaçã miteiófica de Dini n imb d nãeMai d que uma ciaçã igina d epit tágic epetói euipidian é uma genia ftica damatiada dacampanha ideógica da cia Weltanschauun cática cnidea n cimátic epectad

A eu e a tagédia pede nee teat a ua ubtânciapópia e paa a ubiti apena cm mba de i memaaecend cepnde a peceit patônic aceca da a-te aienae numa cm que apaênca de eu gêne. Refe-x de eex ua epeentaçã deacaiande deta-gificae e cnetee em pua iuaidade epecua em e

* Cf p. 8 desa tradçã

]

aq'também da categiaçõe e da hieaquiaçõe aittéica e bem que mai uma e acent pincipa nã

incida na fma Aim em ua decida temática media-nia da eaidade ctidiana e ua intiga dama geg dee baixa também de gêne mem pque paa mimetiáa nã pde dipena a meca d cômic Nã e tataeidentemente da Cmédia Antiga em mde aitfanecO pet a da Cmédia Na nã têm mai empeg paa e-a ubime imã giática n tipúdi diniac nem paa mit heóic da ata tagédia O meh de eu egitetá n tagicômic ee cm fte taç medamátic u faec

Tai cneqüência de gêne e eti deiam natua-mente paa n ctic d cu degeneati a que eiam ubmetid cnteúd e a eência da tagedigafiacáica Dee md n ditiamb átic bea eeá nã expea em ua múica a inteiidade pimdia manea apena epdu e de maneia inuficiente a exteii-dade fenmena numa imitaçã mediada p cnceit •Também na na fma de epeentaçã epicim manec ma e didátic impõee a iim tágic n e-t d teat A intiga ama a ctica d ctume a

eaçõe de famia a tipificaçã d papéi etat uban pintad cm hum e ai de meancia em tm men p penagen empe caactetica ma cm inci-ia inteençõe de peipécia e actante ecundái ãa eebeaçõe d epeh cênic Nem inteiamente tá-gica nem inteiamente cômica a mdagem damática cncentae ante na natuea piada d caactee que pama O cmptament pea a pe de iquea mateiai defute egcêntco d paee d entd e uma ceadipiçã hedntica d epit iuminam a mtiaçõe

humana dee teat Nee deapaece a aua tancendente

* f pp -

]

F R E D R I C H N E T Z S C H E

da tragicação heróica. Por tudo isso, a "ustiça poética passaa arbitrar os decretos da justiça cósmica, a certeza do epílogo feliz toma o lugar do consolo metafísco e os prodígosdo deus vivo são substituídos pelos artifícios do deus ex

hi

I O N A S C M E N T O D A T R A G É D I A

esconder a decepção e se põe a querer entender, em função�e seus paradigmas, o novo espetáculo a que assiste Ali está

o homem teórico produtor de construtos abstratos inartís-tico em sua forma de expressão, revestido de uma requintada pele de sátiro a dialogar na lírica do bel-canto com gentis

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machina.

A máquina teatral, visivelmente eventrada, exposta em

suas manipulações, urdindo os equívocos e os estratagemasda comédia dos erros e das astúcias, sobrelevase nas drama-tizações dessa nova arte Agora, o palco é ocupado essencial-mente pelo aparente Não só a skene ganha proeminência emrelação à orkhestra, destacando mais os desempenhos individuais na Comédia Nova e no teatro helenístico, como o co-ro, nas peças de Menandro, por exemplo, deixa de ser o por-tador da visão mítica e de seu substrato dionisíaco, incum-bindolhe aenas uma função lúdica e decorativa, a de entretenedor coreográfico e lírico dos entreatos. De outra par-

te, na medida em que a recepção do espetáculo teatral desata o seu vínculo com o entusiasta orgiástico e se desloca pa-ra uma apreciação mais centrada no gosto pessoal, o novopúblico só tem vistas para uma representação feita de exteriorizações miméticas e empenhada em seduzilo com o jo-go artístico da aparência como transparência e da ilusão co-mo realidade. A imagem dramática se lhe fecha no espaçodo palco O além que lhe caberia revelar como ponto abismal de introvisão velase.

O teatro daí resultante, uma das raízes do drama moder-

no, não se constitui em um produto com validade intrínseca, para Nietzsche A seu ver, faltalhe impulso passional, música do ser e vocação metafísica Suas manifestações pare-cemlhe traduzir a evidência mesma de que, a esta altura, osgêneros alimentados pelo tragicismo ático estão mortos e deque o próprio espírito originário da cultura helênica se extinguiu Em seu lugar, julga, o gênio do socratismo euripidiano começa a articular os elementos do estilo operísticoEmbora só tenha vindo à luz no Renascmento, l e teria sdocarreado desde aquel fontes helenísticoalexandrin As re

lações seriam lagrantes, ao menos é o que se coloca ao nosso espectador que, ao trocar o seu lugar na arquibancada doanfiteatro pela poltrona no teatro à italiana, não sabe como

[ 66]

da pele de sátiro, a dialogar na lírica do bel-canto com gentismênades pastoris, no quadro de uma arcádia idílica, promessa

deliqüescente de um desenlace feliz e certeza utópica de umaexistência ideal para o destino terreno da criatura humana.Esse teatro, imitação do mundo fenomenal, desprovido desopro ditirâmbico, exercício do savoirjaire articioso e dosaber sem emoção, que exibe a sua superficialidade imagística e melódica na plástica pinturesca do recitativo, do stilorappresentativo e da música descritiva, a Tonmalerei de umalinguagem desmitificada, de sonâncias harmônicas, na qualnão há mais lugar para a efetiva dissonância trágica Eis a ópera, a essência da cultura moderna, na audição wagneriana de

NietzscheTal caracterização crítica é naturalmente a contrapartidadialética de um discuro restaurador que e propõe a recuperar, para o contexto da vida moderna, as virtudes estéti-coexistenciais da primitiva Hélade. Isso exige, crê o óso-fo, que se resgate da vacuidade operística a arte de nosso tempo Ela não pode ficar à mercê dos produtos decorativos edesvitalizados que atendem às preferências de uma opiniãopública formada por críticos prossionais, da imprensa eda academia, e por amadores diletantes. É mister que, em

repristinada comunhão no sonho e no êxtase, seus impulsosmais genuínos sejam revivicados e suas representações maisintrínsecas voltem a consagrar a verdadeira metafísica da vi-da. Que é possível fazêlo já o indicavam as obras de Palestrina, de Bach e , mais ainda, as de Beethoven, no plano musical Somadasà de Shakespeare, no teatro, elas falam da presença recorrente das antigas potências do gênio criador grego Mas, para o nosso germânico invocador dos avatares deDioníio no engenho de Apolo só uma rencarnação plenado trágico e do lírico na esfera simbólica do mito poderá ti-

rar realmente o drama de sua estiolada e banalizada formana cultura da ópera e devolverlhe o espírito vital de sua ins-pirada origem, restabelecendo a relação orgiástica e partici

( 16 7]

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Í MSS

Os números se reerem seções não págins; TA design

Tenttiv de tocrític o Próogo Ricbrd Wgner

d 18dmet, 8

gat, 14este, 8eíades ém d em e d ma TASaemes) TA, 2; aáte

2, 24 utua 20 esíit TA619 20 24 isfia 19 gêni, 16;enasiment d mit, 2; efma 2 eih TA6 anções 24;

aexandin 1-20 2naxágas, 12nfín 9

ntiist, TASntígne 4aaênia 1 -9 2 , S, 24 aaên

ia da aaênia, 4aínea) 1 4, S 6 pssim ate

da esutua 1 e as ates 1 , 2 S22, 24 utua, 4; esia éia6; ius 21, 24 e a msia S;vntade, 9

1-S 8 9, 10 4, 16 21 24 esendente

quies S S

aans, 9istófanes 1 , ; Euíides aistfanes, 1 1 As rãs, 1 1 ve média

stótees 2 6, 14 22quí S, 6

ate, atistas) 6, S, pssim deusatista AS; sentid atísti dmund AS dia 2, 4 gega,TA imuss da natueza, 2; ngênua, 4; atista jetiv S; ástia S 16 22; eaç ente ate e iênia, A2 atista sujetiv, S; ve tamém aíne edinisía

Ásia Men, 1tas 9Átidas

aut-anegaç, 2 S

Baiôia, 1Baantes 8 s áqus Bah Jann eastan 9áa, 4Beethven, Ludwig van, 1 , 6 1 6,

19 22Beea TA4 TAS 4 1 2 16 8 19

21, 2S fmas eas 16Bunida 4udism, utua udista, �8; ne

gaç udista da vntade ; indian 2

Cadm 2

[ 1 3]

R D R C T Z C

açãos) A popla 6; a-a

assaa aas 22êia fio TA TA2 TA

118 23

10 16 1 7 fsas 2 ; saa 9;sia I 2 -7 16 17 19 2 1 2; po 2 ; spíio 2 0; a aéia 7 8 12 1 21 22

iao 7 8 ; ovo iao o 17 19

A C M T D A T R A É D A

foo 9Floça 19Faça, 23 Ga Fao-Pssiaa

TA

Gll hisia Fho 1

êo iia 2 3, , 6 913 1 17 -19 iia hoéa 3

ovisão pssm

sola 21 22

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118 23Cílop 1

íos 1oéia TA 1 0 1 1 ; aisofasa13; ovaoéia ia 1 1 1 17;v aé Eípis

ohio 2- 7 9 1 2 13 1 17 18 23; aoohio 9; po oh ; o 1;oh a i so

opação oaição oo A 7 8 1 0 1 1 1 2 1 q

o I sição o 1 ; Eípi

s 1 1 ; oo spao ial 78; popla 7 ; saíio 7 8

isaiso isãos AS A7 1 1íia 22la 2 7a 18 20 22 23 ; alxaia

18 19 20; apolía 3 ; isa18; alã 20; a 20; aa 8 olípia 1 0; a pa 19 ;ia 18 19; ia 18

aça I 9Da 19Dls 2Dé 10os 17Dsas Ré 12Ds A3 A7 12s(s) TA 3 7-10 1 20 2 1 ;

élo 2 ; ssios paa a via os os 3; sis 3

dus mbn 17 18ioo 9

Dioísio A3 A6 3- 8 10 1 2 1619 2 1 2 2; sofio 10ioisíaoa) AI7 I 2 -7,pssm iso TAS; a a

o o 17 19o TA 2; lação os os o

a TA; pioial ioa) a 2 sao ; visão aa aaos 8 1 1 1 2 1

2 1 2 D lh 20

Eka Joha 18Éipo 3 9 1 0ípios 9; saos 17lsios iséios Iia I 2Epio TA; pios TA

pos I ; apolío 6; aaiao1 2popas 10savos ssia 18Esfi 9; ia a 9spia fla 1Espaa spao 1 2 17 21 ; ial 7 8; o

palo Ésqio 7 912 1 1 19 2; o

9séa TAS I, 6 8 !6 19 21

22 2; ovi 22 23sos 3" Eípis 10 1 1-1 17 18; ais

ofaso ! I a oéia ; oo psao ! I

Eopa ops TA TA6xsso xisêia píia 7

Fas v GhFíias 13

Filo 1 1filoloia TA3ilosoa 1 alã 19; flosfios

ialisas AS

7 4]

Gll hisia Fho, 1êio 6, 8 1

Gvis GG 21 22Goh Joha Wofa vo 7 912 18 20 22; Faso, A7 18;asíaa 12

als 1 1 23Géia o(s) pssm a A;

la 20 lsofos 17; lía 6poas 17; poa A6; ao8; v aé sojoviala

Gio ão I

Has 1 1

Hal 7, I 7; o ho ioisa-o 7haoa 2la 3hlso, pssm

Héas 10 19Hlio 1 9 2hs) !6, 17; io 11 21 22 2hisoioafia 20ho 25 pssm axao 1819 ; hlênc pass hoéio 3

oo 18; piiivo 19; o R

asio; o 1 17 18 19Hoo 2 3, 6 8, ! 13 1 19

ia 19; ialso 7 ilsofos alsas AS

fiêia 20ilsão I 3 7, 1 18 19; apolí

a 2 1 2; spho a ; asfaoa 2

a(s) 6 8 10 12 1 62 1 2 has 6 pa oplação as

Íia A 20 iso iao 2 1viação 9 10 , !6 22 2 2 ;v aé pncpum ndvud

tns

Jah Oo 19

João ão, IJoão, o ohao 7oalisa 22 savo pap o

a 20jsiça sqiliaa 9; a 2 poé-

ia 22Ka al, A6 18 19Knn Wundh Ds 6Kal 21

Lâias, 18Lss Gohol Epha 1 1 1

lia 13-1ohi, 22Liao, 10Léio 1Lo Maho 23Las lhas Li 1io 6 v aé posialoa TA

Mãs o 16Maia I 2 18al 9; vação oo asa o saa 9 10 12 Po oo

saa ioisíaa 9ia Msa aça 2Msfls 18loia !6, 19 21; pia i-

vsa 6Mêo ola 9Mas Mao

afísa AS, A7 9 6 , 21 , 23 : a PR, 2; aisa A7; osolo afíso 7 8 17 18; asia

[ 7 5

F R I E D R I C H N I E T Z S C H E

metfora, 8mirosopsta lingüista, 20Midas, mitos), 9 0, 5, 6, 7, 8 22ps

sim omo imagem renasimentodo mito alemão, 2 trgio 6

Pente, 2Péres, A4 Pérsia, persas, 9, 2pessimismo TA A4 TAS TA7 9

0 5Pndaro, 6

N A C I M E N T D A R A É D I A

hakespeare, 2 7 22 amlet, 7ileno, 4 7 24ófoles, 7 9 - 4 7 Édipo em

Colono 9 7sofrimento 4 79 0 8 20 de

Dionísio, 0

rstão, 2

oprmordil 4 5 6tlitarismo, TA4

erdade TA! 7 8 0 2 4 S

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, g 2 22 24 25

Moira 9mora, antimora, TA4 TAS 42 24

músia A A, A6 ] 2, 5 6, 02 47 9-25

alemão, A A6 A7 9 2 oral2 omo lingagem da ontade,6 dissonânia msial 24, 25metasia da, 5 opertia, 9 paaras em, 6, 9 2 de Wagner,!6 er também apoíneo edionisao

naf, er ingênoapoleão, 8natralismo, 7natrea, -4 6-0 5- 7 9 arte o-

mo spemento metafíso da 24nsea, 7 9neroses da sanidade, TA4noo ditirambo tio, 7 9romane, 4nos 2

Oeânides, oro das, 7Odsse Ofélia, 7onte estétio, 22 2Olimpo, olimpíos, 6 7 9, 0Onfale, 9ópera 8 6 9orqestra, 8Orestes, Orfe 2 9otimismo, A A7, 4 5 8 9

24 otmsta teório, 5

P a Palestina, 9paiões, Speado origem do, 9, 0

Ptgoras, l iPta, Patão, A4 0 2-4 órates pa

tônio ISpoesia, poetas TA I 59 2, 4

7 9 poeta épio 5 , 22 poetasgregos 7 poesia ria, S, 6, 8

poros-espinhos, parbola dos, 22principim individtionis I , 2, 4,

! 6 2 22Promete PR 4 7 , 9- públio, er onte, espetador

raionalidade, TA4

Rafae, 4realdade, A7 I 4 7 8 2 4 2 ,

24 onria ;idíia, 9reitato 9regiões, 5 8 morte das, O m-

to omo pressposto das, 8resgnação, TA6 trga, 5rsada, A7Roma, 2romane romântio, romantismo,

A6 A7 2

Rossea, JeanJaqes, Émile

sabedoria, 9 8eas da abilôna 2ahs ans, Istiro, A4 2 7 8 oro satírio, 7 8hiller, Friedrih, 5 7 8 9 20

22 Noiv de essin 7hegel W, 7, 8hopenhaer, rthr, AS A6, I ,

6 !6, 8, 9 20 22sensalidade, 2 dos festiais dio

nisaos 2serenojoialidade, aexandrina, 79 grega TA TA4 9, , IS 7 20 2

[ 6

Dionísio, 0sofrosyne, 5

órates, TA! 220 2 , 24 homemsortio, 20 2 soratismo, A! 2 - 5, 9 2 artístio 4 msiante 5 7

sonho, -6 8 0 2 4stilo rppresenttivo 9

rtaro, 0erpandro 6teatro grego, 8terror I, 2 ibério,

résias 2itãs) , 4, 9 0 2tragédia, A A4 A6 2 5 7- 7

9-22 apolínea, 8, 9, 2, 22 tia, I 4, 8 morte da, , 4 2msia, 2 22 24 origens daA4 5, 7, 8, 2 renasimento da,6, 922 personagens na, 7hier sobre, 7 8

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Wagner, Richard,  TA2 TA3  TAS 76 9 ,

Winkelmann, Johann oahm, 2 0Wrth, batalha de TA!Wotan, 24

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8/13/2019 Friedrich Nietzsche - O Nascimento da Tragédia.pdf

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AUTR

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu na pequena cidade de Rócken, perto de Leipzig na Alemanha, em 1 5 de outubro de 1844 Perdeu o pai, umpastor uterano, aos cinco anos de dade Estudou letras clássicas na célebreEscola de Pforta e na Universidade de Leipzig Com 24 anos foi convidado

a lecionar lologia clássica na Universidade de Basiléia Suíça) Em 1870, participou da Guerra ranco-Prussiana como enfermeiro No perodo de Basiléia, foi amigo de Richard Wagner e escreveu O ncmn d géd

(182), Cndçõ xmpân (1 83-6) e parte de Humn dm

d humn Em 189 recebeu aposentadoria da universidade devido saúde frágil De 18 9 a 1888 evou uma vida errante, em pequenas localidades da Suça, Itália e rança. Dessa época são u g cênc m

fu u ém d m d m ng d m O g

n Cpúcu d d O n-C cc hm sua autobiografiaNietzsche perdeu a razão no incio de 1 889 e viveu em estado de demência

vegetou") por mais onze anos, sob os cuidados da mãe e da irmã Nessaltima década suas obras começaram a ser lidas e ele se tornou conhecidoMorreu em Weimar, em 25 de agosto de 1 900, de uma infecção pulmonarAlém das obras que publicou, deixou milhares de páginas de esboços e ano

tações chamados de fragmentos pstumos.

TRAUTR

Jac Guinsburg é professor titular de Estética Teatral da Escola de omunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Publicou nák

T d d Mcu e Ln d 'mm umudu n d R

ncnç n traduziu Diderot, Sartre Lessing e Heine, entre outrosEm 1 965 fundou a Editora Perspectiva, na qual organizou a coleção udaica diig a olõ Eudo Dbate.