TCC Googie MarianaSchmidt 2006

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  • Googie: projeto de ambientao de uma cafeteria com temtica dos anos 50

    OrientadOr: Prof. Dr. Antonio Gil DA SilvA AnDrADe

    MAriAnA SchMiDt roDriGueS SAntoS

  • Googie: projeto de ambientao de uma cafeteria com temtica dos anos 50

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado s Faculdades Senac de Comunicao e Artes, como exigncia parcial para obteno do grau de Bacharel em Design Grfico.

    OrientadOr: Prof. Dr. Antonio Gil DA SilvA AnDrADe

    MAriAnA SchMiDt roDriGueS SAntoS

    So PAulo 2006

  • SANTOS, Mariana Schmidt Rodrigues Googie: projeto de ambientao de uma cafeteria com temtica dos anos 50 / Mariana Schmidt Rodrigues Santos. - So Paulo, 2006. ____ f.

    Trabalho de Concluso de Curso - Faculdades Senac de Comunicao e Artes. Orientador: Prof. Dr. Antonio Gil da Silva Andrade

  • Aluna: Mariana Schmidt Rodrigues SantosTtulo: Googie: projeto de ambientao de uma cafeteria com temtica dos anos 50.

    A banca examinadora dos Trabalhos de Concluso em sesso pblica realizada em ____ / ____ / 2006, considerou a candidata:

    ( ) aprovada ( ) reprovada

    1) Examinador (a): _______________________________

    2) Examinador (a): _______________________________

    3) Presidente: __________________________________

  • Dedico este trabalho minha famlia e aos

    meus amigos.

  • Agradeo

    minha me, em especial, por sempre me incentivar na vida e nos estudos;

    ao professor Antonio Gil, que me proporcionou grandes aprendizados durante este ano;

    professora Fbia T. Campos, pela disposio em ajudar e por repassar seus conhecimentos de 3d.

  • Resumo

    O projeto prope a ambientao de uma cafeteria cuja temtica se refere aos anos 50, sem uso de esteretipos.

    Pesquisas para levantamento de dados sobre a poca, incluindo imagens de objetos e o relato de fatos histricos proporcionam o conhecimento da identidade dos anos 50.

    Destaca-se a descoberta de um estilo arquitetnico comercial conhecido como Googie, baseado nas formas espaciais to presentes na poca.

    As constataes das estruturas visuais decorrentes de anlises de diversos objetos, proporcionam bases para o desenvolvimento do projeto, que termina por apresentar imagens feitas em 3D de balco, fachada e piso.

    Palavras-chave: cafeteria, anos 50, identidade, design, ambientao, googie, fifties.

  • Sumrio

    Introduo ..................................................................................................................................17

    Captulo 1: Reflexes ...................................................................................................................231.1 O que caracteriza uma cafeteria?....................................................................................................... 241.2 Ambientao design? ...................................................................................................................... 27

    Captulo 2: Contexto .....................................................................................................................312.1 Conceito de Identidade ...................................................................................................................... 322.2 Fatos Histricos ................................................................................................................................. 342.3 A Corrida Espacial e o Estilo Googie .................................................................................................. 362.4 Cultura e Sociedade........................................................................................................................... 40

    Captulo 3: Imagem ......................................................................................................................453.1 Banco de Imagens ............................................................................................................................. 46

    3.1.1 Rdios .................................................................................................................................... 463.1.2 Jukebox .................................................................................................................................. 483.1.3 Automveis ............................................................................................................................. 503.1.4 Eletrodomsticos .................................................................................................................... 523.1.5 Mveis .................................................................................................................................... 543.1.6 Objetos diversos ..................................................................................................................... 563.1.7 Ilustraes .............................................................................................................................. 58

    3.2 Primeiras Percepes ........................................................................................................................ 60

  • 3.2.1 ngulos .................................................................................................................................. 603.2.2 Hastes Finas .......................................................................................................................... 623.2.3 Linhas Paralelas ..................................................................................................................... 643.2.4 Xadrez .................................................................................................................................... 663.2.5 Cores ...................................................................................................................................... 68

    3.3 Anlises Estruturais de Objetos de Design ......................................................................................... 703.3.1 Jukebox .................................................................................................................................. 723.3.2 Rdio ...................................................................................................................................... 803.3.3 Garrafa ................................................................................................................................... 883.3.4 Abajur ..................................................................................................................................... 98

    3.4 Comparao das Estruturas .............................................................................................................. 1083.4.1 Esticar e Encolher ................................................................................................................. 1083.4.2 Outras Semelhanas ..............................................................................................................110

    Captulo 4: Projeto ......................................................................................................................1134.1 O Espao Total...................................................................................................................................114

    4.1.1 Estrutura-Base ........................................................................................................................1164.2 Balco .............................................................................................................................................. 1204.3 Fachada ............................................................................................................................................ 1244.4 Cadeiras ........................................................................................................................................... 1284.5 Briefing ............................................................................................................................................. 130

    Concluso .................................................................................................................................132Referncias Bibliogrficas .........................................................................................................134Anexos .....................................................................................................................................138

  • 17

    Introduo

    O presente trabalho tem como objetivo o projeto de ambientao de uma cafeteria localizada na cidade de So Paulo e que ser viabilizada.

    O Primeiro Captulo reservado ao esclareci-mento das duas palavras que definem o tipo de pro-jeto: cafeteria e ambientao. Apresento ndices de-monstrativos do principal motivo dos paulistanos em freqentar cafeterias.

    A seguir, no Segundo Captulo, inicio minhas pesquisas levando em considerao uma exigncia pre-sente no briefing da proprietria da cafeteria: a de que o local possua caractersticas da dcada de 1950 em sua ambientao. Para alcanar esse objetivo, busco enten-der qual a identidade dos anos 50. A primeira parte do Segundo Captulo concentra-se no entendimento do conceito de identidade.

  • 18

    A compreenso de que a identidade est ligada cultura, a partir dos pensamentos de Andr Villas-Boas1, que permite dar o prximo passo: levantamen-to de informaes referentes poca.

    Prossigo, ento, para a pesquisa de fatos histri-cos a respeito dos Anos Dourados, como conhecido o perodo. A busca por referncias em livros conheci-dos como Era dos Extremos da Primeira Guerra aos nossos dias e Histria da Vida Privada possibilita um entendimento melhor a respeito da mentalidade das pessoas. importante ressaltar que nesse momento da pesquisa, atravs da utilizao das palavras-chave fifties e architecture, em sites de busca, que o termo Googie surge para mim.

    Trata-se de um estilo arquitetnico da dcada de 1950, comum em estabelecimentos comerciais de bei-ra de estrada de algumas cidades dos Estados Unidos, como Las Vegas, nos quais predominava a utilizao de angulosidades em vigas de sustentao, luminosos de neon e formas aerodinmicas e/ou espaciais (como fo-

    1 VILLAS-BOAS, 2002.2 HOBSBAWN, 2003.3 PROST, 1992.

    Fig. 1Fachada da lanchonete Googies.[HESS, 2004, p.67]

  • 19

    guetes e bumerangues). A descoberta deste termo de extrema relevncia para o prosseguimento dos estudos, uma vez que unifica e nomeia caractersticas comuns

    da Arquitetura e do Design da poca. Inclusive o li-vro Googie: Redux1 um bom guia por ser de fonte confivel e por trazer inmeras fotografias de fachadas,

    placas e interiores de cafeterias (coffee shops) e lan-chonetes dos anos 50, alm, claro, de informaes a respeito do estilo Googie.

    Ainda no Segundo Captulo apresentado um panorama geral da cultura e sociedade da poca e os novos hbitos dos jovens. Dentre as fontes consultadas, o livro Fashion Sourcebooks: The 1950s proporcio-na uma boa viso geral a respeito deste perodo, sob os aspectos histrico, poltico, social e cultural.

    Simultaneamente busca por referncias em livros, realizo buscas na internet para encontrar ima-gens variadas da poca. Este levantamento abrangente engloba consultas em sites de diversos tipos: de lojas especializadas em vender artigos da poca at sites pes-soais dedicados ao assunto.

    1 HESS, 2004.2 PEACOCK, 1997.

    Fig. 2Moas em lanchonete da dcada de 1950.

    [RITTER, 1998, p.226]

  • 20

    So encontradas imagens de mveis, objetos de-corativos, carros, eletrodomsticos, embalagens, ambien-taes, fachadas de lanchonetes, ilustraes e anncios

    publicitrios. A seleo segue critrios bsicos, como qualidade da foto, clareza na identificao do objeto re-tratado e bom tamanho e resoluo para impresso.

    O prximo passo est concentrado na verifica-o das estruturas predominantes presentes nos objetos pertencentes dcada de 50. Atento para algumas ca-ractersticas gerais observadas, como presena de an-gulosidades e texturas em xadrez.

    Uma anlise mais aprofundada - indicada por meio de linhas coloridas que demonstram simetrias, limites e propores - realizada logo em seguida. A escolha de quatro objetos para essa anlise, baseia-se em sua relevncia para a poca: rdios, jukebox, emba-lagens e um abajur.

    Para chegar a uma anlise mais perfeita as vis-tas frontais desses objetos so redesenhadas a partir de construes geomtricas e ajustadas a um grid, que uti-liza como unidade um fragmento do prprio objeto.

    Fig. 3 a 5Anlises estruturais de um rdio, contidas no Terceiro

    Captulo deste TCC.[ilustraes prprias]

  • 21

    Prossigo com a comparao entre essas quatro estruturas para encontrar seus traos de similaridade. Tambm busco semelhanas destes objetos com outros, como carros, alto-falantes e microfones, alongando e achatando as imagens numa brincadeira que traz des-cobertas bastante interessantes.

    A observao das manchas obtidas nestas an-lises estruturais proporciona as bases para o desenvol-vimento do projeto de ambientao da cafeteria, apre-sentado no Quarto Captulo.

    O espao fsico total pensado como um objeto de design: completo. A distribuio espacial das princi-pais funes de uma cafeteria (preparao de alimentos, atendimento e armazenagem de mercadorias)1 respeita a maneira pela qual os objetos de design dos anos 50 se estruturam, de acordo com as observaes e anlises contidas no Terceiro Captulo.

    So apresentadas, por fim, as principais vistas da

    cafeteria, desenvolvidas no software D Rhinoceros.

    1 Conforme anexo 1.

    Fig. 6 e 7Segmentaes do espao fsico total da cafeteria,

    de acordo com as estruturas dos objetos analisados. Imagens contidas no Quarto Captulo deste TCC.

    [ilustraes prprias]

  • Captulo 1

    Cafeteria Ambientao

    reflexes

    Neste captulo so esclarecidos alguns conceitos referentes ao tipo de projeto no qual se insere este trabalho.

    Discutir esses conceitos que norteiam o projeto proporciona maior clareza quanto sua amplitude e objetivos.

    A reflexo parte de dois questionamentos que considero primordiais: o que caracteriza uma cafeteria? e ambientao design?.

  • 24

    Fig. 1.1 Caf com marshmallow.

    [http://www.suplicycafes.com.br]

    Fig. 1.3Capuccino decorado.

    [http://www.santograo.com.br]

    Fig. 1.2Milk-shake.

    [http://www.suplicycafes.com.br]

    1.1 O que caracteriza uma cafeteria ?

    Este tipo de atividade caracterizado por ser um estabelecimento comercial onde se preparam e servem caf, bebidas lcteas, chs, sucos, refrigerantes, iguarias e salgados em geral.1

    A definio acima resume os servios e produtos

    mais comuns s cafeterias, porm o que atrai o cliente est mais relacionado ao posicionamento que cada uma assume, ao diferencial.

    Trs alunas concluintes do curso de Turismo e Hotelaria das Faculdades Senac, em 004, realizaram uma pesquisa de campo bastante esclarecedora para o Trabalho de Concluso de Curso realizado em grupo.

    1 SEBRAE, 2005, p. 46.2 TSAI; ISHIHARA; HONNA, 2004.

  • 25

    A fim de descobrirem o que motiva os paulis-tanos a freqentar cafs, realizaram uma pesquisa de campo com cem pessoas abordadas no interior de cinco cafeterias da cidade de So Paulo. A pesquisa foi feita entre os meses de outubro e novembro de 004 com 5% de mulheres e 48% de homens.

    Apresento, a seguir, os dados desta pesquisa que julgo serem mais pertinentes ao meu projeto.

    Diante da pergunta qual o principal motivo para freqentar cafs?, 4% dos entrevistados res-pondeu conversar, seguidos de 4% que responderam lazer / passatempo.1 Observe o Grfico 1.1.

    A pesquisa apontou que 51% dos entrevistados costumam ir acompanhados de seus amigos e 1% de seus parentes, namorados ou cnjuges.

    Pode-se justificar a preferncia por um caf pelo fato de este ser um local neutro e que proporciona um clima agradvel, no impondo tempo de permanncia.

    1 TSAI; ISHIHARA; HONNA, 2004, p. 72.2 Ibid. p. 73

    Conversar43%

    A trabalho2%Outros3%

    Lazer e passatempo

    24%

    Comer e beber15%

    Descansar /fazer um break

    13%

    Grfico 1.1Qual o principal motivo para freqen-tar Cafs?

    [TSAI; ISHIHARA; HONNA, 2004, p. 72.]

  • 26

    Grfico 1.2aO que mais o agrada no Caf?(1 opo)

    [TSAI; ISHIHARA; HONNA, 2004, p. 75.]

    A questo seguinte: o que mais o agrada no caf? (a palavra caf foi usada para se referir s cafe-terias) proporcionou, como primeira opo de resposta, os resultados mostrados no Grfico 1.2a, e como segun-da opo, os resultados do Grfico 1.2b.1

    Notamos, portanto, que a ambientao das cafete-rias um fator bastante considerado por seus freqenta-dores e, conseqentemente, pode ser o elemento-chave de atrao. claro que o sucesso depende tambm de um bom atendimento e boa qualidade dos produtos servidos. Mas a busca por esse tipo de lugar deve-se, de maneira geral, ambientao propcia para conversas informais e momen-tos de descontrao, como nos mostrou a pesquisa.

    O caf, por sua capacidade de estimular o crebro e alegrar o esprito , sem dvida, uma bebida essencialmente agregadora, incentivadora da sociabilidade e de uma boa conversa. natural, portanto, que os locais de consumo dessa bebida se tornassem pontos de encontro e centros da vida poltica, literria e artstica, onde predominava um ambiente de descontrao e alegria.

    1 TSAI; ISHIHARA; HONNA, 2004, p. 75.2 Ibid. p. 17.

    Clima / ambiente

    38%

    O(s) produto(s)

    37%

    Pblico / companhia

    12%

    Servio2%

    Outros3%

    Tudo8%

  • 27

    Grfico 1.2bO que mais o agrada no Caf?(2 opo)

    [TSAI; ISHIHARA; HONNA, 2004, p. 75.]

    Ambiente, segundo o dicionrio Michaelis1, o que envolve os corpos por todos os lados; o meio em que vivemos ou em que estamos.

    Ambientar, segundo a mesma fonte, significa

    criar, proporcionar ambiente adequado a. Estamos falando ento de projetar.

    Projetar um ambiente adequado a pode ser in-terpretado da seguinte maneira: estabelecer conceitos e parmetros capazes de serem aplicados no espao e de proporcionar relaes passveis de serem percebidas, em todo ou em parte, por seus freqentadores e usu-rios, de acordo com seus repertrios individuais.

    1 MICHAELIS, 1998.

    1.2 Ambientao design?

    Clima / ambiente

    63%

    Pblico / companhia

    21%

    Servio8% O(s)

    produto(s)4%

    Outros4%

  • 28

    Fig. 1.4 a 1.6Ambientaes de diversas

    unidades da lanchonete The Fifties, em So Paulo,

    baseada nos Anos 50.[http://www.thefifties.com.br]

    O trecho a seguir fala dessas relaes no espao:

    [] produzir o espao no construo, interveno cultural que no est procura de uma coerncia visual, mas exige uma operao cognitiva para se tornar visibilidade. No exerccio analgico, a percepo ocorre na sua totalidade e atinge, na dinmica heurstica, o emissor e o receptor, o criador e o seu pblico e, de modo sistmico, utiliza-se a tecnologia para produzir, em um horizonte mais amplo e mais complexo do que aquele almejado pela abstrao modernista, outras relaes culturais. O espao ultrapassa o passivo signo visual para aderir complexidade do design, que exige uma perspiccia que ultrapassa todos os programas e transforma a visualidade em visibilidade, uma cognio disponvel ao sentido.1

    Agora, voltemo-nos ao significado do termo de-sgnio, que tem a ver com design: 1. Plano, projeto. . Inteno, propsito. . Destino.

    1 FERRARA, 1999, p. 114.2 MICHAELIS, 1998.

  • 29

    Fig. 1.7 a 1.9Fachadas de diversas unidades da lanchonete The Fifties, em So Paulo, baseada nos Anos 50.[http://www.thefifties.com.br]

    Ambientar, portanto, projeto de design, j que envolve conhecimentos tecnolgicos, estticos, visuais e funcionais, alm de criatividade, para se che-gar a uma soluo.

    O objeto de uma ambientao o prprio espa-o fsico. Este trar, em si mesmo, vrios significados, seja por suas cores, formas, texturas, sons, cheiros ou por outras maneiras. Cabe ao designer fazer uso equili-brado destes recursos a fim de obter bons resultados.

    O designer grfico pode e deve aplicar seus conhecimentos de percepo visual na prtica de am-bientao. O espao passa a ser pensado visualmen-te em sua totalidade, como se fosse um objeto de de-sign, cujas partes se complementam harmoniosamente ainda que cada uma cumprindo sua respectiva funo mas tornando nico e completo o resultado final.

  • Captulo 2

    IdentidadeFatos Histricos Corrida Espacial

    Estilo GoogieCultura

    Sociedade

    contexto

    Este captulo apresenta o contexto histrico da dcada de 1950 para entender sua identidade.

    Aps conceituar o termo identidade, busco informaes a respeito de fatos histricos mais relevantes, sob os pontos de vista poltico, eco-nmico, cultural e social.

    A repercusso da chamada corrida espacial traz grandes influncias ao design norte-americano, estabelecendo o estilo Googie.

  • 32

    2.1 Conceito de Identidade

    Com o intuito de compreender melhor os anos 50, percebo a importncia de, antes de qualquer anlise formal de objetos da poca, conceituar uma palavra que resume o grande objetivo deste projeto: identidade.

    Utilizo como referncia o livro Identidade e Cultura, de Andr Villas-Boas (00), por apresentar seu contedo com linguagem clara e concisa. Segundo

    ele, a identidade - seja ela a respeito de uma nao ou de uma poca - est intimamente relacionada cultura vigente: A identidade nasce da cultura, e vice-versa, numa intrincada relao [...]. 1

    Ele nos diz que a identidade de uma nao pode ser compreendida atravs de suas manifestaes cul-turais mais autnticas - as que menos se misturam a fontes externas. A cultura autntica estaria manifesta-

    1 VILLAS-BOAS, 2002, p.55

  • 33

    da nas construes das camadas com menores recursos de acesso a influncias externas - ou seja - as camadas

    populares.1

    Concordo com o autor quando diz que no se constri identidade visual no design a partir de smbo-los ou imagens associadas a determinada nao, mas sim pelo fato de se aplicar conhecimentos prprios des-sa cultura no desenvolvimento de uma soluo criativa e perfeitamente adequada s limitaes e s peculiari-dades da regio.

    Ele cita um bom exemplo a respeito do que po-demos considerar realmente como identidade:

    certo que faz sentido, por exemplo, associar as curvas de Niemeyer, a vegetao paisagstica de Burle Marx e a azulejaria dos murais presentes em grande parte dos projetos mais monumentais s nossas origens visuais barrocas e tropicais. Mas no foi isso o que singularizou esta arquitetura como nacional, mas o fato de ela ter nascido de solues prprias oriundas de diagnsticos prprios e orientados por um pensamento prprio.

    1 VILLAS-BOAS, 2002, p. 56-72 Ibid. p. 75

  • 34

    Fig.2.1Ao lado, fotografia da

    exploso da bomba nuclear em Hiroshima,

    durante a Segunda Guerra Mundial.[http://hsgm.free.fr]

    2.2 Fatos Histricos

    Tambm conhecido como Dcada de Ouro, Era de Ouro, Anos Dourados ou The Fifties, o perodo que compreende os anos 50 de grandes transformaes para a sociedade. De acordo com Hobsbawn1, so anos de paz e crescimento econmico, se comparados s d-cadas anteriores - nas quais ocorreram as duas grandes guerras mundiais.

    Os pases da Europa comeam a se recuperar f-sica e economicamente durante este perodo. Colnias europias de outros continentes rebelam-se e conquis-tam sua independncia. O Socialismo se difunde a partir da Unio Sovitica (URSS) e o Capitalismo se fortalece encabeado pelos Estados Unidos (EUA) - o pas que foi menos atingido pelos malefcios das guerras.

    1 HOBSBAWN, 2003.

  • 35

    Fig. 2.2Acima, primeira pgina do Jornal Folha de So Paulo anuncia a inaugurao de Braslia - em 21 de abril de 1960 - e sua trans-formao em capital brasileira.[PRIMEIRA, 2000, p. 79]

    Fig. 2.3 (acima)Juscelino Kubitschek, du-rante a inaugurao da nova

    capital.[http://jbonline.terra.com.br]

    Fig. 2.4Ao lado, o Congresso Nacional.[http://www.colorfotos.com.br]

    O trecho abaixo descreve resumidamente o pa-norama ps-guerra:

    As duas guerras mundiais arruinaram a Europa e consolidaram os Estados Unidos em sua posio dominante. A indstria, liberta das presses das leis do mercado, conheceu um desenvolvimento formidvel [...], as perdas humanas foram mnimas [...], o territrio, inacessvel s armas do inimigo, se manteve ileso. Ao final das duas guerras, os Estados Unidos chegaram a exportar para a Europa [...] produtos culturais que talvez no correspondessem exatamente a uma demanda, mas que obtiveram aprovao. 1

    Os pases de Terceiro Mundo abrem suas por-tas para o investimento internacional dos pases de Pri-meiro Mundo. Laos de dependncia econmica so criados e dvidas internacionais comeam a crescer.

    No Brasil, Juscelino Kubitschek sucede Getlio

    Vargas e a construo de Braslia inicia-se em 1954, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urba-nista Lucio Costa.

    1 PROST, 1992, p. 5342 COSTA; MELLO, 1999, p. 342

  • 36

    Fig. 2.5 a 2.8Manchetes sobre o lana-mento do primeiro satlite artificial - o Sputnik - pelos russos, em 1957.[PRIMEIRA, 2000, p. 74]

    2.3 A Corrida Espacial e o Estilo Googie

    H algumas caractersticas do perodo cujo ca-rter bastante relevante para a minha pesquisa; trata-se da chamada corrida espacial entre EUA e URSS, ou seja, a competio (no assumida) entre esses dois pases, para conquistar o Espao: [...] os soviticos tornaram-se pioneiros na corrida espacial ao lanar, em 1957, o primeiro satlite artificial do mundo, o Sputnik

    [...]. 1

    Atravs de pesquisas na internet com as pala-vras-chave fifties e architecture, tomo conhecimento do termo Googie, designador de uma moda arqui-tetnica adotada por diversos estabelecimentos co-merciais dos Estados Unidos na dcada de 50.

    Sua caracterstica visual marcante justamente

    1 VICENTINO, 1997, p. 408

  • 37

    Fig. 2.9 (acima)Lanchonete Googies em 1949, Los Angeles.[http://www.spaceagecity.com]

    Fig. 2.10 (abaixo)Ilustrao do cardpio da Googies.

    [In: HESS, 2002, p.11]

    Fig. 2.11 ( esq.)Vista lateral da lanchonete, dcadas mais tarde.[In: HESS, 2002, p.67]

    o uso de elementos que remetem a figuras espaciais e aerodinmicas, como foguetes e bumerangues.1

    A origem do termo Googie est associada, con-forme nos relata o crtico de arquitetura Alan Hess, descoberta, pelo arquiteto Douglas Haskell, em 195, de um restaurante que possua uma fachada excntrica, porm, segundo ele mesmo, sintetizadora das caracte-rsticas que j vinha observando em diversos estabele-cimentos comerciais do Sul da Califrnia e que, acre-ditava, poderiam sinalizar um novo estilo arquitetnico local. O nome do restaurante visto por ele era Googies (imagens ao lado), da o nome do estilo. Haskell des-creve da seguinte maneira o local:

    Ele comea plano como qualquer outro prdio. Mas de repente volta-se para o cu. O telhado vermelho brilhante feito de vigas de ao, de uma hora para outra inclina-se para cima como se tivesse sido movimentado por uma dobradia e todo o prdio sobe com ele como no lanamento de um foguete.

    1 Consulte lista de sites sobre Googie ao final deste trabalho.2 HESS, 2002.3 HASKELL In: HESS, 2002, p.66, traduo nossa

  • 38

    Fig.2.13Garoto com capa-cete de astronauta.[http://www.lileks.com]

    Fig.2.14Dan Dare, heris de gibis.

    Naves espaciais de brinquedo.[In:TAMBINI, 2004, p.21]

    Essa descrio um bom exemplo de como os acontecimentos e novidades ligados conquista espacial refletiam no gosto popular: A cincia, as viagens espa-ciais e a fico cientfica se tornaram uma obsesso1

    Os anos 50 passaram por grandes avanos no campo cientfico [...] com a descoberta da estrutura molecular do DNA. Essas rupturas repercutiram no design com desenhos moleculares aparecendo em objetos diversos, como tecidos, luminrias e capas de revistas.

    1 TAMBINI, 2004, p.20.2 POWELL, 1996, p.21, traduo nossa

    Fig. 2.12Ilustrao cmica: a chegada da Era Espacial.[http://www.lileks.com]

  • 39

    Fig. 2.15Ilustrao representando o restaurante Prebles. Teto lembra bumerangue.[http://www.flickr.com]

    Fig. 2.16Capri Coffee Shop.Uso de vidro e pedras.

    [http://www.spaceagecity.com]

    Alan Hess nos apresenta trs caractersticas consideradas essenciais ao Googie, segundo relato do professor Haskell:

    Ele pode parecer orgnico, mas deve ser abstrato: Se for parecido com um pssaro tem que ser um pssaro geomtrico. Ser melhor ainda se a casa tiver mais de uma temtica: como um pssaro abstrato pousado sobre um cogumelo abstrato. Outra regra ignorar completamente a gravidade: No Googie, quando quer que seja possvel, a construo deve vir dos cus. Quando a Natureza e a Engenharia no conseguirem dar conta disso, a arte deve ajudar... nada precisa parecer repousar sobre outra coisa [...]; na arquitetura Googie tanto o vidro como a pedra so pensados para flutuar. Um terceiro princpio do Googie: Dois ou trs sistemas estruturais misturados tornam as ocasies mais interessantes. O pluralismo em todos os seus aspectos encorajado; incluso, e no minimalismo, a regra. 1

    O conhecimento das caractersticas do Googie de grande importncia ao meu projeto, pois prova que realmente existe uma identidade do perodo, no apenas pela forma dos objetos, letreiros e pela arquitetura de seus prdios, mas por todos os conceitos embutidos.

    1 HASKELL In:HESS, 2002, p.68, traduo nossa

  • 40

    O desenvolvimento industrial provoca alteraes na mentalidade das pessoas: a mecanizao do trabalho e a reprodutibilidade dos objetos formam a sociedade de consumo e massificam gostos e hbitos.

    O que antes era um luxo tornou-se o padro do conforto desejado, pelo menos nos pases ricos: a geladeira, a lavadora de roupas automtica, o telefone. [...] Em suma, era agora possvel o cidado mdio desses pases viver como s os muitos ricos tinham vivido no tempo de seus pais - a no ser, claro, pela mecanizao que substitura os criados pessoais. 1

    A cultura jovem ocupa lugar de destaque du-rante os Anos Dourados. Eles - os jovens - simboli-zam a faixa etria de transio entre a despreocupao caracterstica da infncia e a responsabilidade da fase 1 HOBSBAWN, 2003, p.259

    2.4 Cultura e Sociedade

    Fig.2.17Tpica dona-de-casa, ao lado

    de seu novo fogo.[http://www.multiply.com]

  • 41

    adulta, segundo Hobsbawn. Suas grandes influncias se originam, principalmente, nos Estados Unidos.

    Sophie Body-Gendrot1 afirma que a cultura norte-americana consegue se expandir pelo mundo (ocidental) porque seus produtos e meios de comunicao no tm tan-tas ligaes com as peculiaridades do prprio pas, mas sim lidam com conceitos universais, como a vitria do bem so-bre o mal, o patriotismo, o repouso do guerreiro, a solido do justo contra a mesquinharia e a astcia dos bandidos,

    capaz de se inserir nos cdigos culturais europeus.

    A msica torna-se bastante difundida atravs do

    desenvolvimento fonogrfico de gravadoras: o rock - es-tilo de msica derivado de ritmos negros, como blues - passa a ser a grande moda.

    O cantor Elvis Presley e o ator James Dean marcam a poca e so imitados pelos jovens tanto em seus hbitos como em suas roupas: o jeans azul passa a ser um tipo de uniforme entre jovens de classe mdia e alta, apesar de sua origem ser da classe operria e pobre, segundo Hobsba-

    1 GENDROT In: PROST, 1992, p.532Fig. 2.20

    Cantor Elvis Presley.[http://www.elvis.ro]

    Fig. 2.18Pster do filme Rebel Without a Cause (em portugus, Rebelde sem Causa), estrelado pelo ator James Dean. Smbolo da juventude da poca.[http://www.allposters.com]

    Fig. 2.19Marylin Monroe.[http://www.cch.unam.mx]

  • 42

    wn1. O mesmo autor tambm faz alguns comentrios inte-ressantes a respeito dos novos gostos dessa faixa etria:

    A novidade da dcada de 1950 foi que os jovens das classes alta e mdia [...] comearam a aceitar a msica, as roupas e at a linguagem das classes baixas urbanas, ou o que tomavam por tais, como seu modelo. O rock foi o exemplo mais espantoso.

    Rdio, televiso, jukebox... foram os principais meios de difuso da cultura jovem. Eram destaques na Era de Ouro, principalmente o rdio, que costumava ficar em

    posio de destaque na sala de estar - lugar posteriormente ocupado pela televiso.

    1 HOBSBAWN, 2003.2 Ibid. p.324

    Fig.2.21Casal observa vitrine com rdio e televises.[L. Ionesco In: HOBSBAWN, 2003, P. 143]

    Fig.2.22Moas em lanchonete da

    dcada de 1950.[RITTER, 1998, p.226]

  • 43

    Fig. 2.23A jukebox fazia sucesso nas lanchonetes e cafeterias.[http://members.chello.nl]

    Fig. 2.24Surgem os supermercados. As tarefas

    ficam mais fceispara as donas-de-casa.[RITTER, 1998, p.127]

  • A produo de design com caractersticas dos Anos 50 exige, antes de mais nada, que se conhea o design deste perodo.

    Para este fim apresento, aqui, um banco de imagens da poca bastante diversificado, no qual deve estar contido boa parte do repertrio visual das pessoas.

    Posteriormente, so descritas caractersticas visuais marcantes e apresentadas algumas anlises estruturais.

    Captulo 3

    Formas Texturas

    CoresEstruturas

    AnlisesComparaesDescobertas

    imagem

  • 46

    3.1.1 Rdios

    Fig.3.2Rdio Zenith.

    [Hilton Ribeiro In:MAYRINK,2002,p.53]

    Fig.3.1Rdio SNR

    Excelsior 52.[http://members.chello.nl]

    A seguir, apresento, organizadas por tipos de objetos, uma srie de ima-gens referentes dcada de 50, com o intuito de ampliar e clarificar o reper-trio visual da poca.

    3.1 Banco de Imagens

  • 47

    Fig. 3.3Rdio SNR Excelsior 52.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.4Rdio.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.5Ilustrao em 3D do artista Dan Palatnik, inspirada em rdios da dcada de 50.[http://www.palat.com.br]

    Fig. 3.6Ilustrao em 3D do artista Dan Palatnik, inspirada em rdios da dcada de 50.[http://www.palat.com.br]

    Fig. 3.7Rdio transistorizado porttil.[In:TAMBINI, 2002, p. 57]

  • 48

    3.1.2 Jukebox

    Fig. 3.8Modelo BrunsWick.[http://www.lajukebox.com]

    Fig. 3.9Modelo de jukebox.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.10Modelo de jukebox.[http://www.benniesfifties.com]

  • 49

    Fig. 3.11 ( esq.)Modelo Wurlitzer.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.12 ( esq.)Modelo Wurlitzer.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.13 ( esq.)Modelo Maestro.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.14 ( esq.)Wallbox modelo Rock-Ola.[http://members.chello.nl]

    Fig.3.15Modelo Rock-Ola.

    [http://www.benniesfifties.com]

  • 50

    3.1.3 Automveis

    Fig.3.16 (acima)Corvette 1956, de Harley Earl.[http://www.carofthecentury.com]

    Fig.3.17Harley Earl e seus Firebirds, em 1958.[http://www.carofthecentury.com]

    Na dcada de 50, o design de carros nos EUA ganhou um visual novo e extravagante. Inspirado pelos avies e foguetes, Harley Earl, da General Motors, comeou a alterar a forma dos carros num estilo que expressava a confiana do ps-guerra na sociedade americana. Seus carros eram largos, baixos e umito compridos. Possuam interiores luxuosos, criativos rabos-de-peixe, muito cromo, pra-brisas panormicos e cores vivas.1

    1 TAMBINI, 2004, p.20

  • 51

    Fig. 3.11 ( esq.)Modelo Wurlitzer.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.18 ( esq.)Detalhes dos carros futuristas de Harley Earl.[http://www.carofthecentury.com]

    Fig. 3.20Thunderbird 1955.[http://buggyman.multiply.com]

    Fig. 3.19Thunderbird 1956.

    [http://autohobbypage.com]

  • 52

    3.1.4 Eletrodomsticos

    Fig.3.21Refrigerador Prestcold.

    [TAMBINI,2004,p.69]

    Este refrigerador Prestcold reflete um afastamento da aparncia funcional e higinica e do acabamento em creme que haviam se tornado padro. O inte-rior azul-claro, ou rosa, teve uma ex-celente acolhida. [...] Os cantos arre-dondados externos, os belos detalhes bem delineados e o puxador quadrado do-lhe uma aparncia moderna. 1

    1 TAMBINI, 2004, p.69

  • 53

    Fig. 3.22Torradeira eltrica.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.25Mquina de lavar roupas.[TAMBINI,2004,p.69]

    Fig. 3.23Liquidificador.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.24Ferro eltrico.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.26Fogo.[http://members.chello.nl]

  • 54

    3.1.5 Mveis

    Fig.3.27Mesa.

    [http://www.z-mfc.com]

    Fig.3.28Mveis tpicos de uma sala da dcada de 50.

    (Fotografia do livro Retro Style)[http://www.amazon.com]

  • 55

    Fig. 3.29Mvel de TV.[http://www.multiply.com]

    Fig. 3.31 Mesa e banquetas comuns em lanchonetes.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.32 Poltrona comum em lanchonetes.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.30Cadeira Formiga, de Arne Jacobsen, 1952.[TAMBINI,2004,p.36]

    Fig. 3.33Mveis tpicos de uma sala da dcada de 50. (Capa do livro Direc-tional Designs)[http://www.amazon.com]

  • 56

    3.1.6 Objetos diversos

    Fig.3.35Alto-falante.

    [http://www.benniesfifties.com]

    Fig.3.34Alto-falante.

    [http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.36Luminria.[http://www.z-mfc.com]

    Fig.3.38Luminria.

    [http://www.z-mfc.com]

    Fig.3.37Lustre atmico.

    [http://www.benniesfifties.com]

  • 57

    Fig. 3.39Jogo de xcaras decoradas.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.40Potes de plstico coloridos.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.41Jogo de louas com motivos abstratos.[http://www.flickr.com]

    Fig. 3.42Potes de plstico coloridos.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.43Fruteira.[http://members.chello.nl]

    Fig. 3.44Jogo de xcaras decoradas.[http://www.flickr.com]

  • 58

    3.1.7 Ilustraes

    Os publicitrios adotam a escola ame-ricana; nos muros e telas (de cinema e, a partir dos anos 50, de tev), eles exibem figuras bronzeadas, de sade quase insolente, risonhas (os dentes, claro, so perfeitos, cintilantes).1

    1 HOBSBAWN: 2003, p.324

    Fig.3.45Ilustrao de anncio da

    Farinha Lctea Nestl.[CRUZEIRO, 1954]

    Fig.3.46Ilustrao.

    [http://www.lileks.com]

    Fig.3.47Ilustrao de

    anncio publicitrio de caf norte-

    americano.[http://www.flickr.com]

  • 59

    Fig. 3.48Ilustrao em anncio publicitrio de curativos estampados.[http://www.flickr.com]

    Fig. 3.49Ilustrao de Mary Blair.[http://www.flickr.com]

    Fig. 3.50Ilustrao de Mary Blair para o livro infantil Little Verses.Personagens geometrizados so comuns em diversas ilustraes da dcada de 50.[http://www.animationarchive.org]

  • 60

    3.2.1 ngulos

    Fig.3.52Ttem Motor Lodge.

    [http://www.flickr.com]

    Fig. 3.51Mvel de TV.[http://www.multiply.com]

    Fig. 3.53Ttem Piggly Wiggly.

    [http://www.flickr.com]

    O momento agora de identificar as caractersticas visuais mais eviden-tes, do design dos anos 50, em geral. Cada uma delas compe um tpico.

    3.2 Primeiras Percepes

  • 61

    Fig. 3.55Laterais inclinadas da lanchonete Sandys.[http://www.geocities.com/sandyshamburgers/]

    Os ngulos esto presentes na gran-de maioria de objetos do perodo. Seja na inclinao dos ps de mveis ou ttens, a angulosidade que afina a base provoca a sensao de anti-gra-vidade.

    A construo de diversas lanchone-tes traz essa caracterstica. Como exemplo, cito a rede de lanchonetes Sandys (imagens ao lado). Todas as suas paredes externas apresentam inclinao para o exterior, fazendo-o assemelhar-se a uma nave espacial.

    Diversos ttens de estradas norte-americanas utilizavam-se do efeito base-menor-que-corpo para atrair a ateno de viajantes que passavam.

    Fig. 3.54Laterais inclinadas da lanchonete Sandys.[http://www.geocities.com/sandyshamburgers/]

  • 62

    3.2.2 Hastes Finas

    Fig. 3.60Luminria.[http://www.z-mfc.com]

    Fig.3.57Luminria.

    [http://www.z-mfc.com]

    Fig. 3.58Mesa.[http://members.chello.nl]

    Fig.3.56Relgio Atmico.

    [http://www.z-mfc.com]

    Fig. 3.59Relgio.[http://www.z-mfc.com]

  • 63

    Em vrios objetos nota-se hastes alongadas e finas sustentando corpos maiores. Luminrias de cho e cadei-ras com trs ps no eram difceis de se encontrar naquela poca. A sen-sao de que o corpo sustentado muito mais pesado que os ps (ou hastes) que o sustentam, como o caso das luminrias abaixo.

    At mesmo em ilustraes da po-ca possvel notarmos essas ca-ractersticas, como as de Mary Blair ilustradora que contribuiu bastante na concepo de paletas de cores de desenhos animados de Walt Disney, como Alice no Pais das Maravilhas e Peter Pan e as de Alice e Martin Pro-vensen para o livro infantil A Childs Garden of Verses.

    Nessas ilustraes tudo geometriza-do e a assimetria e a instabilidade so muito visveis.

    Fig. 3.61Ilustrao do livro infantil A Childs Garden of Verses.[http://www.flickr.com]

    Fig. 3.62 (abaixo)Ilustrao de Mary Blair.

    [http://www.animationarchive.org]

  • 64

    3.2.3 Linhas Paralelas

    Fig. 3.65Porto de entrada da lan-chonete Johnny Rockets,

    baseada nos anos 50.[http://www.miragedoors.com.au]

    Fig. 3.64 Mesa e banquetas comuns

    em lanchonetes.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.63 Detalhe do rabo-de-peixe de um Bel-Air.

    [Danilo Danny Bay]

  • 65

    Fig. 3.69Fila de automveis.[In: RITTER, 1998, p.278]

    Fig. 3.67Jukebox.[http://www.benniesfifties.com]

    Fig. 3.66Rdio transistorizado porttil.[In:TAMBINI, 2002, p. 57]

    Fig.3.68Alto-falante.[http://www.benniesfifties.com]

    A presena de linhas paralelas re-corrente. Esto presentes em detalhes dos carros, nos alto-falantes de rdios, nas bordas de banquetas e mesas e nas jukebox, por exemplo.

    A repetio das linhas pode ser as-sociada imagem de uma linha de montagem de indstrias, geradora de constncias e at mesmo de ritmo.

  • 66

    3.2.4 Xadrez

    Fig. 3.70 Roupa Xadrez.

    [http://www.lileks.com]

    Fig.3.71Anncio publicitrio de tecidos estampados em xadrez.[CRUZEIRO,1954]

    Fig.3.72Anncio publicitrio. Efeito visual do piso xadrez.[http://www.55-57chevys.com]

  • 67

    Fig.3.73 (acima)Interior de uma lanchonete Johnny Rockets.[http://www.cruisereviews.com]

    Fig.3.74Interior de uma lanchonete The Fifties.[http://www.thefifties.com.br]

    Fig.3.75Stand baseado nas lanchonetes dos anos 50.[http://www.exhibitresources.com]

    A textura xadrez comumente encon-trada nos pisos de locais que se pro-pem a reviver os Anos Dourados.

    Este recurso visual descontrai o am-biente e capaz de provocar uma ilu-so de maior profundidade.

    O xadrez tambm era utilizado em es-tampas de camisas, palets e saias.

  • 68

    3.2.5 Cores

    Fig.3.76Anncio de revista chamando a ateno para a novidade: eletrodomsticos em cores pastis.[BAKER,1991, p.15]

    Notamos que, no perodo, muitos ob-jetos so feitos em cores pastis. At mesmo em ilustraes nota-se a pre-dominncia dessas cores.

    As novas cores excitantes para

    as cozinhas da dcada de 50

    eram pastis, em contornos femi-

    ninos, usualmente associados ao

    interior de quartos e banheiros.1

    Porm tambm notamos que em es-tabelecimentos recentes que se pro-pem a fazer referncia poca as cores mais utilizadas so vermelho, branco, preto e prateado.

    Acompanhe ao lado o quadro compa-rativo das cores predominantes.

    1 BAKER, 1991, p.15, traduo nossa

  • Quadro comparativo 3.1Cores predominantes em objetos.

    vermelho

    pastis

    preto

    prateado

  • 70

    3.3 Anlises Estruturais de Objetos de Design

    Apresento, a seguir, anlises estruturais de qua-tro objetos da dcada de 50: uma jukebox, um rdio, uma garrafa de leo (marca Crisco) e um abajur. Em primeiro lugar so obtidos os contornos dessas ima-gens, vetorizados sobre suas fotografias.

    A fase preparatria para essa vetorizao um pouco trabalhosa por causa da perspectiva das imagens, que comprometem a vista frontal correta (ou tcnica). O procedimento de correo que adoto escolher ape-nas suas metades menos distorcidas, j que os quatro so simtricos verticalmente. O contorno final preciso

    - obtido por construes geomtricas que me propor-cionam a localizao dos centros das circunferncias e seus pontos de tangncia.

    Fig. 3.79 Contorno de parte da

    jukebox, obtido por construes geomtricas no software Rhinoceros.

    Fig. 3.77 e 3.78 Contornos do rdio,

    obtido por construes geomtricas no software

    Rhinoceros.

  • 71

    Todas estas construes so realizadas no sof-tware de D Rhinoceros, por ser mais preciso que sof-twares vetoriais. Ao final, no entanto, exporto as linhas

    construdas para o software Adobe Illustrator para apli-cao de cores e espessuras apropriadas apresentao neste trabalho.

    Os grids so criados para cada objeto de estudo. A unidade utilizada associa-se a alguns testes de rela-o entre distncia, largura ou altura de elementos do prprio objeto e seu tamanho total. A partir de coinci-dncias de medidas chego a um grid apropriado.

    Cada subtpico refere-se anlise de um dos quatro objetos estudados.

    Fig. 3.80Ilustrao em 3D da garrafa de leo Crisco, obtida de construo geomtrica de seu contorno.[Fabia T. Campos e Mariana Santos]

    Fig. 3.81Garrafa de leo Crisco.

    [http://www.flickr.com.br]

  • 72

    3.3.1 JukeboxAs jukebox em geral obedecem a uma estrutura em comum: base, tronco (ou elemento de sustentao), elemento de transio e coroamento, conforme indicado nos quadros comparativos 3.2 e 3.3.

    Para anlise foi escolhida a jukebox ao lado, por apresentar formato que remete a formas espaciais.

    Notamos que suas partes so volumo-sas e se projetam para fora dos pla-nos. Consideraremos, contudo, ape-nas sua viso frontal, sem volumes.

    Grfico 3.1Estrutura da jukebox.

    coroamento

    corpo ou tronco

    base

    Fig. 3.82Jukebox analisada[http://www.benniesfifties.com.br]

  • Quadro comparativo 3.3Estruturas similares de jukebox com estilo espacial.

    coroamento

    elemento de transio

    corpo ou tronco

    base

    coroamento

    elemento de transio

    corpo ou tronco

    base

    Quadro comparativo 3.2Estruturas similares de jukebox com estilo art dco.

  • 74

    Todas as jukebox encontradas por mim so simtricas verticalmente.

    No grfico 3.2, podemos observar as linhas horizontais (em laranja), que delimitam algumas partes ou funes:

    A e B- visor superior,C e D- visor das msicas, E e F- elemento de transio de planos,F e G- plano inclinado inferior,G e H- tronco ou corpo,H e I- base.

    Grfico 3.2

    A

    BC

    DE

    F

    G

    H

    I

  • 75

    Igualmente na vertical, determino as principais partes da jukebox, confor-me nos mostra o grfico 3.3:

    1- corpo da jukebox, 2- afunilamento inferior da faixa de transio, 3- ornamento central, 4- parte do ornamento central,5- estreitamento da parte superior.

    Grfico 3.3

    45 54

  • 76

    Podemos notar a repetio da forma do tringulo na parte inferior (grfico 3.4) e tambm do trapzio (grfico 3.5).

    interessante notarmos as manchas decorrentes das anlises de forma se-parada (grficos 3.6 e 3.7).

    Grfico 3.4 Grfico 3.5

    Grfico 3.6 Grfico 3.7

  • 77

    O retngulo em verde (grfico 3.8) indica o eixo de sustentao da juke-box. Sua largura corresponde a 22 unidades.

    Uma relao interessante pode ser ob-servada: traamos uma circunferncia (vermelha), cujo centro localiza-se na interseco do eixo de simetria com a linha horizontal delimitadora da mu-dana de planos (linhas em verde), com dimetro igual largura do retn-gulo; depois, traamos uma outra cir-cunferncia de mesmo centro porm com raio at a base.

    O raio desta ltima circunferncia (azul) ser igual a 33 unidades, ou seja, o tri-plo do raio da circunferncia menor.

    Grfico 3.8

  • 78

    Ao lado, as manchas que podem ser obtidas da jukebox.

    Grfico 3.9 Grfico 3.10 Grfico 3.11

  • 79

    Ao lado, medidas da jukebox, de acordo com o grid.

    Grfico 3.12

  • 80

    3.3.2 RdioO rdio pode ser separado em duas peas: a base (indicada pela cor rosa) e o corpo superior (em laranja) (grfi-co 3.13).

    Seu eixo de simetria est na vertical, identificado pela cor verde escura. A estrutura basicamente formada por um elemento central (visor); por dois elementos laterais (alto-falantes) agrupados numa caixa semelhante a um trapzio de cantos arredondados (Fig.3.83).

    Nota-se a repetio, direita e es-querda da linha verde, da maioria dos elementos do rdio: botes, alto-falan-tes e distncias entre as molduras.

    Grfico 3.13Estrutura do rdio.

    corpo ou tronco

    base

    Fig. 3.83Rdio analisado.[http://members.chello.nl]

  • 81

    A unidade adotada para este grid re-fere-se distncia entre as margens externa e interna do topo do aparelho. Ao total, so 17 unidades na vertical e 26 na horizontal (grfico 3.14).

    26

    17

    Grfico 3.14

  • 82

    As linhas em azul claro (grfico 3.15) demonstram o paralelismo entre as linhas-limite do visor e as vermelhas demarcam os limites de cada parte do rdio.

    De dentro para fora, temos:

    1- o limite do visor central,2- o ponto de transio entre o corpo e a base do aparelho3- o final da base, coincidente ao final da moldura interna do rdio.

    Grfico 3.15

    112 2 33

  • 83

    No grfico 3.16 demarco as linhas ho-rizontais indicadoras das transies de funo (em laranja):

    A- final do corpo do rdio, B- parte superior do elemento central, C- parte superior do visor central,D- parte inferior do visor central,E- moldura inferior,F- moldura exterior, ou incio da base.

    Grfico 3.16

    AB

    C

    D

    E

    F

  • 84

    Da interseco dessas linhas-limite laranjas e vermelhas, obtm-se trs grupos de elementos, visualizados como trapzios, conforme nos mostra o grfico 3.17.

    Abaixo, a mancha dos trapzios que compem o objeto (grfico 3.18).

    Grfico 3.17

    112 2 33

    AB

    C

    D

    E

    F

    Grfico 3.18

  • 85

    As linhas inclinadas da base se en-quadram num tringulo (azul escuro).

    Se essas linhas forem prolongadas (em laranja), obteremos os mesmos limites das estruturas compositivas do objeto.

    Observe o grfico 3.19: so indicados tambm os centros dos botes, que se encaixam exatamente no grid.

    Abaixo, outra mancha grfica obtida do rdio.

    Grfico 3.19

    Grfico 3.20

  • 86

    Ao lado, as manchas que podem ser obtidas do rdio.

    Grfico 3.21

    Grfico 3.23

    Grfico 3.22

  • 87

    Ao lado, medidas do rdio, de acordo com o grid.

    Grfico 3.24

  • 88

    3.3.3 GarrafaA garrafa de leo da marca Crisco foi escolhida por seu formato pecu-liar: afunila-se na poro central e apresenta algumas segmentaes (Fig.3.84).

    Fig. 3.84Garrafa do leo de

    cozinha Crisco.[http://www.flickr.com]

  • 89

    Como a grande maioria dos objetos da dcada de 50, a garrafa Crisco possui um eixo de simetria vertical, indicado pela linha verde (grfico 3.25).

    A unidade do grid baseada em um ter-o da altura da tampa, que coincide com espessura das segmentaes menores do centro da garrafa e tambm com um quarto da largura da tampa.

    Ao todo, so 34 unidades na vertical e 14 na horizontal.

    34

    Grfico 3.25

    14

  • 90

    As linhas verticais do grfico 3.26 so delimitadoras das transies de funes:

    1- tampa ou gargalo,2- afunilamento central,3- dimetro da base.

    3 32 211

    Grfico 3.26

  • 91

    Horizontalmente tambm crio as li-nhas delimitadoras (em laranja), ob-servadas no grfico 3.27:

    A- final da tampa ou gargalo,B- transio da parte superior corpo da garrafa,C, D, E e F- segmentaes,G- mudana de direo no contorno - do corpo base.

    A

    Grfico 3.27

    B

    CD

    EF

    G

  • 92

    Podemos observar claramente, no grfico 3.28, que as partes superior e inferior da garrafa formam dois tra-pzios, cujas bases maiores apresen-tam-se opostas uma a outra.

    O grfico 3.29 mostra a mancha co-lorida dos trapzios.

    Grfico 3.28

    Grfico 3.29

  • 93

    Ao prolongar os contornos inclinados da garrafa, obtenho a interseco de suas duas partes e sua estrutura es-sencial, representada por tringulos (grfico 3.30).

    Ao lado, mancha grfica dos tringu-los (grfico 3.31).

    Grfico 3.30

    Grfico 3.31

  • 94

    Notamos que a altura do trapzio su-perior corresponde a 8 unidades - o dobro da altura da base da garrafa ou dos segmentos centrais - e sua base maior, a 12 unidades, que correspon-de altura do trapzio inferior.

    Este ltimo tem 14 unidades na base maior. O grfico 3.32 demonstra es-sas relaes atravs dos retngulos que contm os trapzios.

    Grfico 3.32

    8

    12

    12

    14

  • 95

    Podemos identificar um elemento cen-tral que d sustentao garrafa.

    Ele est identificado por dois retngu-los verdes verticais: um com a largura correspondente ao dimetro do garga-lo e outro cuja largura corresponde ao afunilamento central (grfico 3.33).

    A mancha deste eixo central apre-senta-se no grfico 3.34.

    Grfico 3.33

    Grfico 3.34

  • 96

    Ao lado, as manchas que podem ser obtidas da garrafa.

    Grfico 3.35 Grfico 3.36 Grfico 3.37 Grfico 3.38

  • 97

    Ao lado, medidas da garrafa, de acor-do com o grid.

    Grfico 3.39

  • 98

    3.3.4 AbajurO prximo objeto de anlise o abajur ao lado, de aparncia bastante pecu-liar, assemelhando-se s formas de satlites artificiais. (Fig.3.85).

    Fig. 3.85Luminria.

    [http://www.z-mfc.com]

    Fig. 3.86Imagem de satlite artificial ao fundo.[In: RITTER, 1998, p.247]

  • 99

    O abajur estudado tambm simtrico verticalmente. Possui trs hastes de sustentao e trs hastes na parte su-perior, que funcionam como um coroa-mento (grfico 3.40).

    A unidade do grid baseada no dime-tro das esferas que compem a finaliza-o das hastes.

    Ao todo, so 18 unidades na vertical e 13 na horizontal.

    18

    Grfico 3.4013

  • 100

    As linhas verticais do grfico 3.41 so delimitadoras das transies de funes:

    1- afunilamento central,2- esfera luminosa,3- dimetro superior do corpo,4- abertura mxima superior.

    3 32 211

    Grfico 3.41

    4 4

  • 101

    As linhas delimitadoras horizontais (em laranja), observadas no grfico 3.42, so criadas sob as seguintes observaes:

    A- abertura mxima superior,B- transio do coroamento ao tron-co,C- mudana de direo dos planos,D- final do tronco.

    A

    B

    C

    D

    Grfico 3.42

  • 102

    Verificamos que a figura composta basicamente por dois trapzios opos-tos, unidos por suas bases menores.

    A rea da base formada pelos ps do abajur menor que a rea de abertu-ra mxima superior, proporcionando a sensao de que o corpo mais pesado do que realmente .

    Abaixo, a mancha dos trapzios.

    Grfico 3.43

    A

    B

    C

    D

    Grfico 3.44

  • 103

    Se pensarmos na forma triangular, verificamos a oposio entre dois tri-ngulos formados pela angulosidades das hastes superiores e inferiores (delimitados pelas linhas azuis) e, em segundo lugar, dois tringulos opostos e que se interceptam, formados pela angulosidade que delimita o corpo do abajur.

    A mancha dos quatro tringulos pode ser vista no grfico 3.46.

    Grfico 3.45

    Grfico 3.46

  • 104

    A altura do trapzio superior corres-ponde a 12 unidades, o dobro da al-tura do trapzio inferior.

    A base maior do trapzio superior (13 unidades) tem praticamente a mesma medida de sua altura (12 u).

    Grfico 3.47

    12

    8

    13

    6

  • 105

    Construindo retngulos que levam em conta os limites verticais do abajur, obtemos a mancha grfica mostrada ao lado, cuja parte mais escura repre-senta o centro, onde h mais massa ou peso, por assim dizer.

    Grfico 3.48

    Grfico 3.49

  • 106

    Ao lado, as manchas que podem ser obtidas do abajur.

    Grfico 3.50 Grfico 3.51 Grfico 3.52 Grfico 3.53

  • 107

    Ao lado, medidas do abajur, de acor-do com o grid.

    Grfico 3.54

  • 108

    Para visualizar melhor as semelhanas de estru-tura entre os objetos da dcada de 50, fao uma peque-na brincadeira de esticar e encolher imagens.

    Comprove a semelhana entre a frente de um car-ro e de um rdio: os faris correspondem aos botes do rdio e a grelha acima do pra-choque sada de som.

    Ao colocarmos lado a lado uma jukebox, um alto-falante, um rdio e uma wallbox (quadro compara-tivo .4), notamos claramente a presena de uma estru-tura vertical central (visor transparente ou malha para sada de som) e de duas barras laterais.

    Os cantos so geralmente arredondados, resul-tantes da concordncia de circunferncias e as peas possuem um contorno ou moldura, unificando-a. As su-perfcies lisas so muito brilhantes.

    3.4 Comparao das Estruturas

    Fig. 3.88 Carro visto de frente.Foram feitas algumas

    correes na perspectiva a fim de eliminar a

    deformao da parte superior.

    [http://autohobbypage.com]

    Fig. 3.87Rdio.

    [Hilton Ribeiro In:MAYRINK,2002,p.53]

    3.4.1 Esticar e Encolher

  • Quadro comparativo 3.4

    Semelhana de estrutura de diversos objetos.Estica / encolhe.

    As imagens nos quadros amarelos esto na proporo original, enquanto as dos quadros cor-de-rosa sofreram alteraes.

    As colunas esto separadas por tipos de objetos utilizados para a deformao, enquanto que as linhas os agrupa pela semelhana posterior deformao.

    As deformaes que no apresentaram bons resultados de semelhana, foram ignoradas e correspondem aos espaos em branco, marcados por um trao.

    juke

    box

    wal

    lbox

    rdi

    oca

    rro

    rdiowallbox rdiojukebox alto-falante carro

  • 110

    A garrafa de leo da marca Crisco possui uma estrutura similar s dos vestidos que estavam na moda na poca (baseados no corte do estilista Christian Dior): valorizao do busto, cintura fina e saia aberta e rodada.

    Na pgina seguinte, podemos notar semelhan-as nas estruturas de objetos e ilustraes.

    3.4.2 Outras Semelhanas

    Fig. 3.89Garrafa do leo de

    cozinha Crisco.[http://www.flickr.com]

    Fig. 3.90Anncio publicitrio de

    corpetes.[http://www.adclassix.com]

    Fig. 3.91Vestido tpico dos

    anos 50.[In: BAKER, 1991]

  • 111

    Quadro comparativo 3.5

    Se observarmos com ateno as manchas triangulares da estrutura da jukebox analisada, encontraremos semelhanas com outras imagens dos anos 50.

    O rosto com chapu do personagem da marca Bardhal pode ser identificado nos tringulos centrais.

    Se invertermos a mesma mancha, poderemos ver um tten tpico de lanchonetes de estilo Googie, como o caso do mostrado ao lado, referente lanchonete Sandys.

    [http

    ://ww

    w.be

    nnies

    fiftie

    s.com

    ]

    [http

    ://ww

    w.flic

    kr.co

    m]

    [http

    ://ww

    w.ge

    ocitie

    s.com

    /sand

    ysha

    mbu

    rger

    s/]

  • Captulo 4

    EspaoSegmentos

    Balco Fachada

    MesasPiso

    Este captulo traz todo o processo seguido durante a fase de criao do ambiente da cafeteria.

    Desde os primeiros roughs at as renderizaes finais das construes em 3D.

    So apresentadas as concepes para a fa-chada, o balco e a rea de permanncia dos clientes, inclusive o piso.

    projeto

  • 114

    4.1 O Espao Total

    Para dar incio ao projeto de ambientao im-portante saber as dimenses do local. Munida de trena, lpis e papel, comeo a conhecer o espao que se torna-r uma cafeteria. (Fig. 4.1).

    Trata-se de uma residncia do tipo sobrado, cujo piso trreo ser completamente transformado em am-biente comercial.

    A rea total destinada cafeteria possui 0 me-tros de comprimento, por 5 de largura e de altura (gr-fico 4.1).

    A entrada aos moradores ser completamente in-dependente da entrada para a cafeteria.

    Fig. 4.1Roughs para planta

    do local.

  • 115

    Grfico 4.1Planta baixa do local.As linhas coloridas referem-se s divi-ses existentes na casa, mas que sero desconsideradas para a cafeteria.

    As medidas esto na unidade metro.

  • 116

    4.1.1 Estrutura-Base

    O espao total livre para a cafeteria comparado aos objetos de design analisados anteriormente: como um todo, com seus prprios significados, e ao mesmo

    tempo composto por uma estrutura que detalhada pos-teriormente.

    Uma cafeteria compe-se basicamente de trs principais reas funcionais1: preparo de alimentos, atendimento ao cliente e armazenagem de mercadoria.

    Alguns experimentos so realizados para seg-mentar o espao como, por exemplo, projetar a ima-gem dos objetos estudados sobre a planta baixa, e sobre a fachada da cafeteria. Imagens ao lado.

    1 Conforme anexo 1 (SEBRAE, 2005, p. 49)

    Grfico 4.2Garrafa

    projetada 1.

    Grfico 4.3Garrafa

    projetada 2.

    Grfico 4.4Jukebox

    projetada 1.

  • 117

    Grfico 4.4Jukebox projetada 2.

    Grfico 4.5Garrafa projetada 3.

    Grfico 4.6Rdio projetado.

    Essa experincia de grande auxlio para o de-senvolvimento do projeto.

    Note como cada parte do objeto pode ser relacio-nada a uma das trs reas funcionais da cafeteria.

    Consideremos as definies1 de coroamento, tronco e base, para uma escolha mais coerente.

    COROAMENTO: . Ornato que remata o alto de um edifcio. . Remate.

    REMATE: . Acabamento, complemento, concluso, fim, trmino.

    TRONCO: 9. Geom. Parte de slido geomtrico separado por um corte perpendicular ou oblquo ao respectivo eixo.

    BASE: 1. Aquele que suporta o peso de um objeto ou lhe serve de fundamento. . Parte inferior de um objeto. . Fundamento principal.

    1 MICHAELIS, 1998.

  • 118

    Partindo desses significados, fao as seguintes

    associaes:

    1. A fachada e o hall de entrada se relacionam melhor com a definio de coroamento, por se tratarem

    do primeiro contato que o cliente faz com a cafeteria. A fachada pode atra-lo mesmo que ele no tenha se programado para entrar.

    . O tronco a parte mais vista, onde tudo acontece: o prprio espao interno de permanncia do usurio. Ele deve prosseguir com a sensao que a fachada proporcionou.

    . As reas de servio e armazenagem so como os alicerces da cafeteria. No precisam ser vistas por seus usurios, mas o bom funcionamento pode ser no-tado pelos mais atentos.

    Finalmente, segmento o espao de duas manei-ras: nos planos vertical e horizontal, levando em conta o corredor formado pela escada lateral como elemento lateral.

    Grfico 4.7Segmentao vertical.

    Grfico 4.8Segmentao horizontal.

  • 119

    Fig. 4.2Roughs para segmentao do espao.

  • 120

    Grfico 4.9Fragmento central de jukebox poderia ser a forma do balco.

    Ilustrao em 3D.

    4.2 Balco

    Fig. 4.3Primeiros roughs para concepo do balco, baseado nas formas da jukebox.

    Durante os primeiros desenhos para o balco a preocupao esteve relacio-nada torn-lo parecido com alguma coisa dos anos 50, como uma juke-box, por exemplo. No entanto, a busca pela sntese na estrutura, aproximou a forma final quelas manchas con-seguidas nas anlises. As formas do rdio foram inspiradoras do desenho final do balco.

    Grfico 4.10Fragmentos

    do rdio

  • 121

    Grfico 4.12Manchas dos objetos estudados.

    Fig. 4.4Roughs para concepo do balco, baseado nas formas do rdio.

    Grfico 4.11Balco em sua forma final. Efeito de composio

    com o armrio ao fundo.

  • 122

    Grfico 4.13Testes de

    manchas no piso.

  • 123

    A forma do balco compe-se harmo-nicamente com o painel traseiro, que possui elementos laterais.

    O espelho inclinado junto ao teto e atrs do balco permite efeitos visu-ais interessantes, bem como o espe-lho localizado na parede de fundo da cafeteria, que amplia a profundidade do local.

    As manchas do piso foram obtidas da estrutura do abajur, repetidas vezes.

    O teste de cores demonstrou que, apesar de as cores pastis serem marcantes nos anos 50, numa cafete-ria atual talvez fique antiqada.

    Os tons de bege e marrom so mais comuns em cafeterias. Foram os tons escolhidos para este projeto.

    Grfico 4.14Testes de cores.

  • 124

    Grfico 4.15Fachada da residncia como atualmente. Ilustrao em 3D.

    H diferena de nvel entre o piso da rua e o da cafeteria, de

    1,35 metro.

    A fachada sofre a mesma segmenta-o j realizada na planta baixa para, ento, chegarmos ao resultado final, baseado nas manchas de cores obti-das pela estrutura do rdio analisado.

    4.3 Fachada

    Fig. 4.5Esboo da fachada da

    casa.

  • 125

    Grfico 4.16Projeo de objetos na fachada, para experimentar possibilidades de segmentao.

    Grfico 4.17Ilustrao em 3D demonstrando os dois andares da casa e respectivas medidas em metro.

    Grfico 4.18Uma das

    primeiras idias para a fachada

    previa uma porta giratria, mas ela

    chama ocupava rea muito

    grande.

  • 126

    Grfico 4.18Outras concepes para a fachada.Ainda faltam elementos que identifiquem a fachada com os anos 50.Paredes inclinadas, lembrando da tendncia anti-gravidade.

  • 127

    Grfico 4.19Estas so as vistas da fachada finalizada, baseadas em manchas do rdio.A porta de vidro emoldurala por um trapzio que se preojeta para o exterior.O retngulo superior corresponde ao coroamento e onde se localizar a marca.O teto do hall de entrada ser de material transparente, permitindo a entrada de luz.

  • 128

    Apresento aqui alguns desenhos rea-lizados na tentativa de criar o layout de uma cadeira personalizada ca-feteria. No h aqui, aplicao de co-nhecimentos ergonmicos, j que no possuo tais noes.

    So apenas sugestes de forma.

    4.4 Cadeiras

    Grfico. 4.20Algumas sugestes.

    Os ps no esto adequados, nem a espessura.

  • 129

  • 130

    4.5 Briefing

    rea de atuao: cafeteria.

    LocaLizao: Rua Cllia, 1415, Lapa, So Paulo.

    PbLico-aLvo: classe A/B/C, jovens e adultos.

    Projeto soLicitado: Ambientao do local a fim de que este possua caracte-rsticas referentes identidade visual dos anos 50, mais especificamente do estilo Googie, de maneira diferen-ciada da grande maioria de estabelecimentos que se propem este objetivo. Acrescentar valor ao local. Esto includos no projeto a concepo do balco, de estampa para o piso e da fachada com respectivas co-res.

    dimenses totais: 0 m de comprimento x m de al-tura x 5 m de largura.

  • 131

    concorrentes:cafeterias Prximas (de carro):

    . Frans Caf 24 horas (R. Duarte da Costa -Alto da Lapa)

    . Rancho da Empada (Rua Pio XI - Alto da Lapa)

    Lanchonetes anos 50 (distantes):

    . The Fifties (Pa. Vilaboim, 77- Higienpolis; Rua Tabapu, 1100

    - Itaim Bibi; Al. Jauaperi, 1468 - Moema). Lanchonete.

    . T.G.I. Fridays (Av. Antnio Joaquim de Moura Andrade, 77 - Vila

    Nova Conceio) uma lanchonete para jovens, prpria para happy-

    hours e comemorao de aniversrios com a turma.

    . Rockets (Al. Lorena, 090 - Jd. Paulista) tambm uma lanchonete

    para jovens. Servem hambrguers e tm ambientao baseada na po-

    ca dos anos 50.

    . The Burguer (Zona Leste) uma lanchonete com decorao que re-

    mete aos anos 50. Serve sanduches e milk-shakes e uma vez por se-

    mana toca msica ao vivo da poca.

    . Memphis Original Burgers (Av. Juscelino Kubitschek, 181 - Itaim

    Bibi) uma lanchonete dedicada totalmente a Elvis Presley, desde o

    nome de seus lanches at a decorao. Oferece msica ao vivo da po-

    ca e uma jukebox que pode ser usada pelos clientes.

  • 132

    Concluso

    A realizao desta intensa pesquisa sobre a dcada de 1950 me trouxe resultados inesperados: a cada nova in-formao, outras surgiam. E, dessa forma, meu universo sobre o perodo pde se ampliar e se tornar mais claro.

    A anlise da estrutura dos objetos, sugerida por meu orientador, possibilita um entendimento de relaes entre a forma e sua simbologia na sociedade da poca.

    Munida dessas anlises e dos dados histricos co-lhidos a respeito do perodo estudado, tenho como com-preender a identidade dos anos 50.

    Os resultados obtidos no projeto final atingiram o

    objetivo inicial de no utilizar esteretipos na ambienta-o, que ento seria decorao.

  • 133

    Este trabalho possibilitou nova maneira de criar e pensar design, pois partiu de estudos aprofundados de muitos objetos.

    As manchas grficas encontradas com as anlises

    estruturais foram de extrema relevncia para a solues encontradas. E a busca de boas solues foi difcil e exi-giu muita persistncia.

    Inicialmente, a idia de criar design grfico num

    espao fsico tridimensional trouxe dvidas e insegu-rana, mas a partir do momento em que percebe-se o espao inteiro como um objeto, o processo de criao facilitado.

  • Referncias Bibliogrficas

    LIVROS

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    . MICHAELIS: moderno dicionrio da lngua portuguesa. So Paulo: Melhoramentos, 1998.

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    . BIRCHFIELD, J.C. Design and layout of foodservice facilities. New Jersey: John Wiley & Sons, 2003.

    . COSTA, Lus Csar; AMAD, Leonel Itaussu A. de. Histria do Brasil. 11.ed. So Paulo: Scipione, 1999.

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  • REVISTAS

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    TCC

    .TSAI, Joana. ISHIHARA, Karina Andra. HONNA, Priscila Emi. Motivao dos paulistanos em freqentar cafs. 2004. Trabalho de Concluso de Curso (Bacharelado em Turismo e Hotelaria) Faculdade Senac de Turismo e Hotelaria de So Paulo, 2004.

    NORMAS TCNICAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS E TCNICAS. Informao e documentao Citaes em documentos Apresentao: NBR 10520. So Paulo: ABNT, 2002. 7p. Disponvel em: Acesso em: 22 maio 2006.

    _________. Informao e documentao Referncias Elaborao: NBR 6023. So Paulo: ABNT, 2002. Disponvel em: Acesso em: 22 maio 2006.

  • SITES CONSULTADOS TEXTOS E INFORMAES. ELLIOTT, Marianne. Wynberg Library: example of fifties architecture. Cape Library, nov. / dec. 2002, p. 46-48. Disponvel em: Acesso em: 3 maro 2006. . SEBRAE SP. Comece Certo Cafeteria. 2 ed. So Paulo: Sebrae, 2005. Disponvel em: Acesso em: 28 outubro 2006..Daiken Elevadores Acesso em: 28 outubro 2006. .The Fifties Index Acesso em: 3 de maro..Roadside Peek: googie architecture Acesso em: 3 maro 2006..Wikipedia Acesso em: 3 maro 2006.

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  • Anexo A

    SEBRAE SP COMECE CERTO CAFETERIA

    INSTALAES

    As Cafeterias devero ser mantidas nas mais perfeitas condies de ordem e higiene, inclusive no que se refere ao pessoal e ao material.De acordo com a legislao paulista, especificamente a Portaria CVC-6/99 do Centro de Vigilncia Sanitria da Secretaria de Estado da Sade, ficam estabelecidas, entre outras coisas, as instalaes mnimas necessrias para funcionamento de uma CAFETERIA, que so:

    I - rea independente para recebimento e armazenagem de mercadorias - tendo estrados e prateleiras com altura mnima de 25 cm do piso;

    II - rea independente para produo e manipulao de alimentos;

    III - rea independente para higiene e guarda de utenslios de preparao;

    IV - Sanitrios para funcionrios, separados por sexo;

    V - Vestirio separado por sexo, devendo possuir armrios individuaise chuveiro;

    VI - Lavatrios exclusivos e em posio estratgica para que os funcionrios faam a higienizao das mos;

    VII - Sanitrios para pblico (consumidores) separados por sexo;

    VIII - Todas as reas e instalaes devero estar revestidas de material liso, impermevel, de cores claras, de fcil higienizao (Piso, Paredes, Forros e Tetos, Portas e Janelas);

    IX - Ambiente com iluminao uniforme, boa ventilao.

    [SEBRAE, 2005, p. 49.]

    capa.pdfTCC_Googie_MarianaSchmidt_2006.pdf